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A segunda-feira de Carnaval guarda espaço para um dos eventos mais tradicionais da folia recifense: a Noite dos Tambores Silenciosos. É quando diversas nações de maracatu de baque virado se encontram no Pátio do Terço, localizado no Bairro de São José, região central da cidade, para uma celebração que mistura os batuques profanos aos toques sagrados da religião de matriz africana. O momento homenageia a ancestralidade negra e funciona também como uma prece às suas divindades para que o Carnaval seja de alegria e de paz.

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Mundialmente famosa, a Noite dos Tambores Silenciosos atrai turistas de toda a parte além dos brincantes de maracatu do Recife. A festa foi idealizada na década de 1960, por uma mulher, Maria de Lourdes Silva, mais conhecida como  Badia. Neta de escravos, ela foi moradora do Pátio do Terço até o fim de sua vida e partiu dela a ideia de lembrar os negros escravizados - muitos que passaram por aquele lugar na rota do comércio escravagista -, que morreram sem conhecer o Carnaval. 

A ideia de Badia ganhou corpo com a ajuda de dois homens, o jornalista Paulo Viana, e o advogado Edvaldo Ramos. A princípio, o evento era encenado pelo grupo de teatro Equipe, no chão, à porta da Igreja do Terço, e não tinha o caráter religioso que possui hoje. Mas com o crescimento da festa e o forte potencial turístico visto nela, sua dinâmica foi mudando ao longo dos anos. “Foi criando curiosidade e um pouco de interesse porque onde rola dinheiro você sabe que as coisas se expandem. Tanto é que teve um ano que a prefeitura botou arquibancadas no Pátio e ficou estreito para os maracatus se apresentarem. Mas, também, só foi esse ano porque eles viram que nem deu lucro e nem deu certo mesmo”, relembra Maria Lúcia Soares dos Santos, filha de criação de Badia. 

Dona Lúcia mantém viva a memória da mãe. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Atualmente, Dona Maria Lúcia, de 72 anos, continua morando na casa que foi da mãe, dando continuidade ao seu legado. A herança vem de longe. Badia também foi criada, naquele mesmo endereço, por outras duas mulheres negras, conhecidas como Tias do Axé: “duas irmãs a qual a mãe veio da África fugida no porão de um navio”. Elas não tiveram filhos e acabaram assumindo a criação de Badia após a partida de sua mãe biológica: “Quando a mãe de Badia morreu, Sinhá assumiu Badia e Iaiá ficou como tia e fizeram uma outra família”. Todas elas sobreviviam lavando roupa e jogando búzios, aliás, a casa também tinha espaço para a adoração de orixás uma vez por ano apenas, no mês de outubro.

Badia também costurava e era responsável por vestir grande parte das agremiações carnavalescas do Bairro de São José. “Todo ano nascia uma e de todas elas, ela foi madrinha”, diz Lúcia. Sua dedicação e apreço pela folia momesca, inclusive, lhe rendeu o título de Dama do Carnaval, e ela chegou a ser a homenageada do Carnaval do Recife em 1985. Além de ter idealizado a Noite dos Tambores Silenciosos, Badia também teve participação na fundação do Galo da Madrugada e fundou a troça Coroas de São José, na qual desfilava nas quintas-feiras pré-carnavalescas a bordo de um jipe. Hoje, nas tais quintas, o Pátio do Terço recebe o Baile Perfumado, prévia criada em sua homenagem.

O apreço de Badia pelo Carnaval ficou perpetuado em toda a família. No período, Dona Lúcia costuma receber em sua casa turistas que buscam conhecer melhor a história de sua mãe e também os brincantes que precisam de apoio. “A casa aqui é aberta o Carnaval todo. Todos os maracatus entram aqui pra ir no banheiro, trocar a roupa. Abro a porta de muita boa vontade, se der pra dar um lanche eu dou, e tô aqui. Quando a prefeitura precisa de mim estou presente, não cobro nada, mas também não ganho nada”.

A casa de Badia, construída por escravos, é tombada pelo IPHAN. Foto Arthur Souza/LeiaJàImagens

A filha de Badia lamenta o descaso e o esquecimento com os quais a história de sua mãe é tratada. A casa em que mora com o marido e o filho, Leandro Soares, é a única a servir, ainda, como residência no Pátio, tomado pelo comércio. Tombado em 2014 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial brasileiro, o imóvel - construído por escravos - precisa de reparos específicos tanto por sua estrutura muito antiga quanto pelo tombamento que impede que os proprietários mexam nela. 

Segundo Lúcia, o telhado acometido por uma praga de cupins precisa ser restaurado mas ela não consegue ajuda nem autorização necessárias para trocá-lo. “Tenho três ofícios pedindo socorro à prefeitura. Quando eu comecei a ‘bulir’ na casa veio um cidadão que tem interesse na (compra da) casa e me denunciou que estava modificando a casa,  aí veio a Fundarpe. Eu fui lá na Fundarpe, mostrei os ofícios e nada. Se eu não tenho conhecimento e não sei falar, eu não tava aqui não, tava embaixo do viaduto. Desde que Badia morreu em 1991 que peço socorro e nunca fui socorrida”.

Para manter a casa, Lúcia e a família tocam um restaurante, que funciona de segunda a sábado vendendo almoço comercial. Leandro complementa a renda vendendo galeto. Sem ajuda externa, os três se esforçam tanto para sustentar o imóvel em pé quanto para manter viva a memória de Badia. “O espaço é rico, essa casa foi a primeira casa construída em Pernambuco, ela tem mais de 200 anos. Só que o tempo foi passando e a cultura foi enriquecendo, mas ainda não está no nível que a gente espera. Deve ser o desinteresse, falta de cultura”, lamenta Leandro.

Memória de Badia

Dona Lúcia e o filho Leandro mantém a casa com a renda do restaurante. Foto Arthur Souza/LeiaJáImagens

A herdeira de Badia ainda sonha em transformar a casa da Dama do Carnaval em um ponto de referência da cultura negra em Pernambuco. Entre os projetos, estão a abertura de um memorial, um espaço cultural e de formação, com cursos de culinária e cabelo afro, e um restaurante afro. Leandro diz que todos os planos estão “no papel mas não tem o interesse de autoridades, de chegar junto com patrocínio”.

Já Lúcia, segue confiando em sua fé nos orixás e no esforço da sua família para concretizar os sonhos. “Tudo que eu sei hoje em dia eu aprendi com ela. As lembranças, muitas estão nessa casa, eu tô aqui lutando pra sobreviver, zelar pela casa e pelo nome dela e das velhas (Sinhá e Iaiá) também que partiram. Antes de morrer eu quero deixar aqui um restaurante afro, pra ficar uma lembrança firme dela e da família dela”.

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No ano em que completa duas décadas de história, a Terça Negra abre os trabalhos com uma edição especial. Na próxima terça (21), a festa aporta em um novo endereço, no Armazém do Campo, levando consigo o Coco Santiago, o Maracatu do Século 21 e o reggae da Jah Fé. O evento é gratuito. 

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Durante 20 anos de trajetória, a Terça Negra vem funcionando como um espaço não só de escoamento da produção de artistas da cultura negra como de resistência e representatividade. Em uma edição extraordinária, no dia 21 de janeiro, o evento acontece no Armazém do Campo para marcar o início das comemorações do aniversário. 

Em seguida, a Terça Nega volta para 'casa', no Pátio de São Pedro, para dar início às edições especiais de Carnaval. O calendário abre no dia 28 de janeiro e segue até os dias de Momo com muito reggae, coco, maracatu, afoxé e hip hop, entre outros ritmos. A programação completa será divulgada em breve. 

Serviço

Terça Negra no Armazém do Campo

21 de janeiro - 20h

Armazém do Campo - R. do Imperador Pedro II, Av. Martins de Barros, 387 - Santo Antônio

Gratuito

 

Comemorando seus 20 anos de história, a Terça Negra promove, na edição desta terça (17), o lançamento do livro Terça Negra no Recife: Música, Dança, Espiritualidade e Sagrado. Escrita pela pesquisadora Maria Lúcia Gomes dos Prazeres, a obra conta, a partir da perspectiva de 12 personagens, a trajetória do evento que se consolidou como espaço de fortalecimento para a cultura afro-brasileira no Recife. O lançamento acontece no Pátio de São Pedro e será seguido das atrações musicais da Terça negra. 

A publicação é resultado do mestrado de Lúcia Gomes em Ciências da Religião. Dividido em cinco capítulos, o livro costura narrativas de 12 personagens que transformaram a experiência do povo negro recifense e tiveram suas próprias histórias fortalecidas pelos encontros de música e dança no Pátio de São Pedro. 

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A Terça negra foi criada, há 20 anos, pelo Movimento Negro Unificado, com apoio da Prefeitura do Recife. O evento congrega as mais diversas manifestações culturais afro- brasileiras e já recebeu mais de 300 grupos de afoxé, samba, rap, coco e maracatu, entre outros. Nesta terça (17), se apresentam o Maracatu Estrela dalva, o Afoxé Omô Inã e o grupo de samba reggae, Raízes de Quilombo. 

Serviço

Terça Negra - Lançamento do livro “Terça Negra no Recife: Música, Dança, Espiritualidade e Sagrado”, de Maria Lúcia Gomes dos Prazeres

Terça (17) - 19h

Pátio de São Pedro

Gratuito


 

Fechando o mês da Consciência Negra, a 'Terça Negra' leva para o Pátio de São Pedro, no Recife, muito samba reggae, reggae, soul e rap. A última edição comemorativa da festa acontece nesta terça (26), com os convidados Nação Camará, Black Bambas, Procurados e DonaBagga.

Realizada pelo Movimento Negro Unificado, a Terça Negra tem como objetivo abrir espaço e dar visibilidade aos artistas e manifestações da cultura afro. Em novembro, mês em que é celebrado o Dia da Consciência Negra, o evento aconteceu em todas nas quatro terças levando muito afoxé, maracatu, rap e outros ritmos ao Pátio de São Pedro.

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Encerrando suas edições comemorativas, nesta terça (26), o evento recebe a banda Nação Camará - grupo de samba reggae de Camaragibe; Black Bambas - com seu soul; o rap da Procurados; e o reggae da Dona Bagga. Os shows começam às 19h e o evento é gratuito. 

Serviço

Terça Negra

Terça (26) - 19h

Pátio de São Pedro

Gratuito

Este ano, no mês em que se celebra a Consciência Negra, a Terça Negra - evento que ocupa o Pátio de São Pedro com atrações da cultura afro brasileira - também comemora seus 20 anos de história. Para festejar, haverá edições da festa todas as semanas a partir desta terça (5). Os primeiros convidados para animar a celebração são o Maracatu Leão Coroado, Mago RM, Pretto Jamah e o Coletivo 21.

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Já tradicional no calendário semanal dos recifenses, a Terça Negra é realizada pelo movimento Negro Unificado (MNU), com apoio da Prefeitura do Recife (PCR). No entanto, tal apoio deixou de ser efetivo desde o ano de 2017 e o evento se viu forçado a parar.  À época, procurada pelo LeiaJá, a PCR afirmou estar passando por "dificuldades orçamentárias" e, por esse motivo, não poderia arcar com as quatro edições mensais da Terça. O proposto, então, foi que o evento seria realizado apenas em datas comemorativas ou específicas. 

Sendo assim, de acordo com o calendário comemorativo que impulsiona edições especiais da Terça Negra, neste mês de novembro a festa será realizada  por quatros semanas, nos dias 5, 12, 19 e 26. Além de celebrar o Dia e o Mês da Consciência Negra, o evento também vai comemorar seus 20 anos.  O evento acontece no Pátio de São Pedro e é aberto ao público. 

Serviço

Terça Negra - edição especial de novembro

Terça (5) - 19h

Pátio de São Pedro

Gratuito

Para celebrar o mês da Consciência Negra, novembro, a Terça Negra - evento voltado para a cultura afro realizado no Pátio de São Pedro, no centro do Recife -, terá edições especiais. Durante todas as semanas do mês, o Pátio recebe artistas para promover um verdadeiro desfile de tradições e celebrações de matriz africana.

A programação conta com nomes consagrados como o Mestre Zé Negão e a banda Lamento Negro, além de artistas do Hip Hop e capoeira. No dia 20, o dia em que se celebra a Consciência Negra, o Pátio será tomado durante toda a terça com atividades que vão de exibições de filmes, oficinas, contação de história e shows.

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Programação

Dia 13

Terça Negra

19h – Capoeira

20h – Coletivo Hip Hop Camaragibe

21h – Mestre Zé Negão

22h – Encantaria

Dia 20 – Dia da Consciência Negra

9h às 18h - Feira Afroempreendedora e serviços de saúde (distribuição de preservativos, aferição de pressão e glicemia, vacinação, teste rápido de sífilis, hepatite e HIV, Reiki e auriculoterapia)

9h - Oficina de Dança Afro com Paulo Queiroz

10h – Contação de história – Roma Julia

10h – Olha! Recife – Bairro de Santo Antônio

11h20 às 12h – Microfone aberto

14h às 15h – Microfone aberto

15h – Roda de diálogo o sobre o Papel do Hip Hop no fortalecimento da identidade da população negra, com Zé Brown e Jouse Barata

17h – Maracatu Linda Flor

18h – Espetáculo Tereza

Casa do Carnaval

14h30 - Oficina Juventude Participa

Memorial Chico Science

14h – Exibição de filmes que abordam a questão racial – UNEGRO

Núcleo da Cultura Afro-brasileira

15h - Oficina sobre cuidados com o Cabelo crespo e cacheado e maquiagem – Félix Oliveira

Maquiagem para pele Negra com Gênesis 

Terça Negra

19h – Capoeira

20h – Tambor Falante

21h - Lamento Negro

22h – Lucas & a Orquestra dos Prazeres

Dia 27

Terça Negra

19h – Capoeira

20h – Massapê

21h – Faces do Subúrbio

22h - Marlevou

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) abriram inscrições para um concurso que vai premiar produções sobre a cultura negra. Intitulado “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”, a iniciativa receberá candidaturas até 15 de fevereiro de 2018 e conta com US$ 5 mil de premiação que serão divididos igualmente entre os dez projetos selecionados.

Os vídeos produzidos podem pertencer a qualquer gênero audiovisual (incluindo animação, documentário, ficção, jornalísticos), possuir entre um e três minutos, classificação indicativa livre e devem abordar a busca das comunidades afrodescendentes pelos seus direitos. Podem se inscrever aqueles que têm mais de 18 anos e residem em países membros do programa IberCultura Viva da UNESCO: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai.

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Projetos dirigidos por afrodescendentes ou mulheres receberão maiores notas da comissão julgadora. Os interessados devem preencher o formulário disponível no site da organização e respeitar os pré-requisitos do edital do concurso.

Neste sábado (5), das 9h às 18h, acontecerá a 3ª Marcha do Orgulho Crespo SP, evento de celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A ação terá início na Praça do Ciclista e segue até o Unibes Cultural, onde acontecerão oficinas, debates e música.

O movimento, criado pela Hot Pente e pelo Blog das Cabeludas, Crespas e Cacheadas, tem como objetivo celebrar a cultura negra e fortalecer a estética afro-brasileira como símbolo de identidade e resistência.

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A Praça do Ciclista fica na avenida Paulista, 2439, Bela Vista. Já o Unibes Cultural fica na rua Oscar Freire, 2500, Sumaré.

 

Até o próximo domingo (11), a Roça Oxaguiã Oxum Ipondá, no bairro do Córrego do Jenipapo, no Recife, realiza o festival de tradições africanas "Ejilá Oxé Oborá – A Fogueira Sagrada do Rei". O Evento reunirá grupos de coco, maracatu, afoxé, comidas e cerimônias religiosas. O objetivo é fomentar, estimular e ampliar o diálogo inter-religioso e combater o preconceito e a intolerância.

Entre as atrações, estão os maracatus Nação Pernambuco e Estrela Brilhante, a Quadrilha Bacamarte e os afoxés Oxum Pandá e Alafin Oyó. "É importante para que as pessoas entendam e respeitem o candomblé. Eu estou muito contente e agradecido com a recepção da comunidade que abraçou o festival. A festa vai tomar conta de toda a rua e esperamos receber mais de dez mil pessoas", afirma o babalorixá Júnior de Ajuganã.

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O público também poderá conhecer o tradicional toque do Alujá, ao som simultâneo de doze ilus, o atabaque. O toque será realizado durante a programação em todos os dias da festa e fortalece o culto a Xangô. O festa também recolherá donativos para a famílias atingidas pelas chuvas em Pernambuco. A organização está pedindo ao público doações de alimentos, roupas e colchões. A Roça Oxaguiã Oxum Ipondá fica na Rua Três Morros, 35B, no Córrego de Jenipapo.

Programação completa:

SÁBADO (10)

18H

Maracatu Nação Pernambuco

Forró de Cabeça

Canto Crioulo

Banda Abê Adu Lofé

Melina Oyá

Banda Oju Obá

Quadrilha Bacamarte

Quadrilha Raízes do Pinho

DOMINGO (11)

18h

Homenagens do ÊJILÁ

A fogueira do Rei

Coco de Toré Pandeiro do Mestre

Encontro dos afoxés

Oxum Pandá

Alafin Oyó

Ylê de Egbá

Omin Sabá

Tayara Andreza

Banda Espartilho

Maracatu Estrela Brilhante

Nesta sexta-feira (27), a UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau promoveu, através de seu curso de estética e cosméticos, a 1ª Mostra de Estética AfroRecife. Trata-se de um dia de atividades voltado para a cultura afro. Primeiro, durante a manhã, foi ministrada palestra sobre o tema central do evento e, no decorrer da tarde, feiras de artesanato e oficinas com diferentes vieses vieram à tona. Com destaque para a de automaquiagem em pele negra. Além de estandes dedicados aos penteados com turbantes e produtos de beleza feitos a base de argila.

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A orientadora da oficina de automaquiagem em pele negra, Cynthia de Cássia, que é especialista em artes, tecnóloga em estética e professora da UNINASSAU, concedeu entrevista ao Portal LeiaJá e detalhou a experiência vivenciada nesta data de celebração à cultura afro, exaltando o dinamismo e a resposta positiva dos participantes. “Tivemos três turmas e o feedbeck tem sido excelente. Na aula, procuro expandir o tema da automaquiagem. É importante saber como se olhar no espaço, identificando os próprios traços e cores. E claro, é preciso levar isso para o dia a dia, pois o conteúdo não deve ser aprendido como uma atividade mecânica”, explicou Cynthia. E brincou: “Algumas estão até com medo de mexer no que já fizeram, de tanto que gostaram do resultado”.

Em seguida, a coordenadora do curso de estética e cosméticos da UNINASSAU, a fisioterapeuta Priscila Sá, também conversou com o Portal LeiaJá, revelando como se deu o planejamento do evento.  “As atividades surgiram através de uma parceria com o Museu da Abolição. De forma simples, o intuito é mostrar que a estética não se resume às partes corporal e facial. Também manipulamos, com cuidado, a maquiagem e o fator capilar”, declarou. E finalizou: “Tudo isso, claro, com o objetivo de valorizar e destrinchar aspectos da cultura afro”. 

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Entre as atividades da Primeira Mostra AfroRec, promovida pela UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau, nesta sexta-feira (27), um dos destaques foi a oficina de automaquiagem em pele negra. Responsável por ministrar a aula, a tecnóloga em estética e professora da instituição de ensino sede, Cynthia de Cássia, concedeu entrevista ao Portal LeiaJá, e explicou as diferenças de maquiar em pele negra e ampliou seu raciocínio ao mostrar as distinções entre maquiagem e automaquiagem. 

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“Há muitas diferenças na hora de maquiar. A pele negra reflete de forma diferente da pele clara. Existem algumas cores que, ao serem aplicadas em pele negra, ficam acinzentadas, como os tons rosados. Então, precisa-se tomar cuidado com esse tipo de detalhe. São três pilares que marcam essa distinção nas formas de maquiar: correção, temperatura e brilho”, explanou a especialista no tema. 

Em seguida, ela apontou as especificidades da automaquiagem, em relação às técnicas utilizadas para produzir a estética de outras pessoas. “Quando é com os outros, posso pedir para virar o rosto, levantar a cabeça, olhar para baixo...isso me proporciona variados ângulos. Já na automaquiagem, tenho um espelho em minha frente e, por isso, a abrangência de minha visão fica reduzida. Assim, precisa-se de uma autopercepção facial detalhada através do tato”, explanou a professora. 

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A partir desta terça-feira (19), as noites festivas de celebração à Cultura Afro-Brasileira estão de volta e no ritmo do Carnaval, no Pátio de São Pedro, área central do Recife. A primeira Terça Negra de 2016 estreia o ano com maracatu, coco e embolada. Até o Carnaval, serão três edições especiais do evento, que é uma realização do Movimento Negro Unificado. A entrada é franca.

A primeira atração da noite é o cantor Thiago Nagô, que sobe ao palco às 19h. Em seguida é a vez do Maracatu Alafim e o seu batuque. Após o maracatu, entra em cena a embolada, o repente e o coco de Mestre Galo Preto. O cantor, nascido em um quilombo de Bom Conselho, interior do Estado, desde criança faz improvisações, inspirado por histórias que ouvia e traz ao Pátio de São Pedro sua maestria em versar ao ritmo do coco. O Afoxé Ara Odé vem na sequencia para encerrar a primeira noite da Terça Negra Especial.

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Até o Carnaval, a festa terá mais duas datas, 26 de janeiro e 02 de fevereiro. As apresentações acontecem sempre das 19h ás 22h, com entrada franca ao público.

Projeto Terça Negra

Terça-feira (19) | das 19 às 22h

Pátio de São Pedro, bairro de São José, Recife

Entrada Franca

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Uma noite para celebrar as tradições africanas. Essa é a proposta da 9ª Exposição da Culinária Afro-Brasileira, que será realizada na próxima segunda-feira (22), no Pátio de São Pedro. O evento é organizado pelo Núcleo da Cultura Afro-Brasileira, em parceria com a Mãe Elza de Iemanjá, povos tradicionais de terreiros e apoio da Prefeitura do Recife.  

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Ao todo, sete mil unidades das iguarias estarão disponíveis para degustação. Além dos 20 pratos diferentes, que estarão distribuídos nas dez barracas montadas no entorno do Pátio. Quem visitar a exposição ainda terá a oportunidade de entrar em contato com outros princípios da cultura afro-brasileira, pois os cantos e rezas serão entoados para louvar o orixá Xangô, conhecido na cultura católica como São João, e celebrar a fartura do mês de junho. As barracas serão comandadas pelos babalorixás e as ialorixás, pai e mãe de santo, respectivamente.  

Por três anos, o evento foi realizado na Praça do Arsenal, mas retorna ao Pátio de São Pedro point tradicional de eventos que cultuam a cultura afro. “A iniciativa teve início aqui e é aqui onde nossas mobilizações de luta pela igualdade racial acontecem, como a Terça Negra, a Caminhada dos Terreiros, a Festa do Fogo, dentre outros”. 

A programação terá início às 17h, com a reza em celebração aos Ancestrais-Àdúrà. O encerramento está previsto para as 21h. 

Programação

17h - Celebração aos Ancestrais-Àdúrà (reza) e início do Sirè-Orin Òrìsà, Vodun, Nkise (cânticos) a Divindade ÈSÙ.

18h - Início da Degustação – Continuação do Sirè (cânticos) – Grande Roda.

20h - Celebração à Divindade SÀNGÓ – Todos dançam e cantam ao redor da Fogueira (Elemento FogoSAGRADO).

20h30 - Entrega do Prêmio ÌYÁBÀSÉ 2015.

21h - Encerramento do Sirè.

 

Serviço

9ª Exposição da Culinária Afro-Brasileira no Ciclo Junino

Segunda (22) | 17h

Pátio de São Pedro (Bairro de São José - Recife)

Gratuito

(81) 3355 3100

 

 

O azul e o branco predominavam nas vestimentas e nos adereços pendurados na grande árvore do terreiro. Alfaias e abes eram, de pouco a pouco, aquecidos para a comemoração da noite. No Sítio de Pai Adão, o réveillon foi celebrado neste sábado (27), numa festa inundada pela tradição que, aos trancos e barrancos, mantém-se viva com o caminhar dos anos. 

“Aqui é uma festa da união. A cultura afro é a primeira de todas e a menos valorizada. Com respeito a todos os outros tipos de manifestação cultural e musical, mas sabemos que o preconceito ainda é muito grande. Nada melhorou”, revela Taichichuan, diretor do grupo de coco do terreiro, que é um dos mais antigos do Brasil (fundado em 1874). Na concepção de Chuan – como é conhecido por todos – ainda há um abismo entre a sociedade (predominantemente católica e evangélica) e os costumes do candomblé. 

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A festa, aberta ao público com entrada franca, tem seu ápice à meia noite, quando, após uma queima de fogos, as luzes se apagam e uma saudação religiosa é feita a Oxalá, pai da paz e do amor. Pela primeira vez, a funcionária pública aposentada Márcia Santos estava no terreiro. “Tenho contato com o maracatu através do Carnaval de Olinda e alguns familiares que são umbandistas. É maravilhoso, a gente vê as crianças fazerem um esforço danado para tocar os instrumentos. A pena é em relação à falta de investimento público”. 

Para se manter, os grupos do terreiro dão aulas de música e de confecção de instrumentos. Se forem depender das apresentações musicais, só terão renda no Carnaval. “E como todo mundo sabe, recebemos os menores cachês. Não dá pra se manter assim”, comenta Taichichuan. 

A ideia para o evento deste ano era expor alguns trabalhos artesanais das pessoas do local, barracas com comidas de terreiro e comercializar outros produtos característicos. Sem investimento algum do Estado nem da Prefeitura do Recife, o grupo que tem sede na Estrada Velha de Água Fria (Zona Norte do Recife) tenta se manter com o que pode, com a ajuda de quem conhece e admira o trabalho secular dos filhos de pai Adão. 

Coordenador do Afoxé Povo do Ogunté, Cosme Neto é um dos organizadores da festa e diz que o objetivo do evento é agregar todos interessados pela cultura. Mesmo sendo um dos principais integrantes do Sítio de Pai Adão, não está livre das armadilhas do preconceito e se esconde. “Ainda é muito difícil. Nos trabalhos, por exemplo, digo que sou católico. Se eu disser que sou de candomblé, é possível até ser demitido”. 

O projeto Curta Doze e Meia inicia suas atividades do mês de março nesta quinta (7), às 12h30, no Auditório do Centro Cultural Correios, no Bairro do Recife, com o tema Identidade Afro. Na primeira semana a programação é composta pelos curtas Adão ou Somos Todos Filhos da Terra (RJ), de Daniela Thomas, João Moreira Salles, Katia Lund e Walter Salles, Ojù Onà (RJ), de Clementino Júnior, Carolina (SP), de Jeferson De, e A Gira (PE), de Kátia Mesel . Após a exibição acontece um bate-papo com o público presente.

As atividades do cineclube ocorrem todas as quintas-feiras, com entrada gratuita.

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Confira a programação dessa quinta (7):

- Adão ou Somos Todos Filhos da Terra (RJ)

Morador da favela de Cantagalo no Rio de janeiro, Adão Xalebaradã é compositor de mais de 500 músicas e nunca foi gravado no Brasil. 

Direção: Daniela Thomas, João Moreira Salles, Katia Lund, Walter Salles

Doc, 1999, 08min

- Ojù Onà (RJ) 

Memorial da experiência de cineclubistas afro-brasileiros, presentes à 28ª Jornada Nacional de Cineclubes, que tem no uso do cinema uma ferramenta para a formação do olhar, a educação e os movimentos sociais.

Direção: Clementino Júnior

Doc, 2010, 18min

- Carolina (SP) 

Brasil. Final dos anos 50. Carolina de Jesus escreve seu diário. Dentro de seu barraco ela denuncia a fome, o preconceito e a miséria. Publicada, torna-se um sucesso editorial, sendo editada em 13 línguas. Apesar do reconhecimento imediato e explosivo, a “exótica” mulher negra e ex-favelada falece pobre. Passadas algumas décadas, as palavras de Carolina continuam a ser uma denúncia contra a miséria em que se encontram milhões de pessoas.

Direção: Jeferson De

Doc, 2003, 15min

- A Gira (PE)

Mostra as diversas manifestações, rituais, toques, maracatus, cavalos marinhos, terreiros, personagens, mestres, brincantes, iaôs, que tão magicamente transmitem emoção, ludicidade e transcendência, elementos basilares desta forte e múltipla cultura afro brasileira.

Direção: Kátia Mesel

Videoarte, 2012, 16min

Serviço

Cineclube Curta Doze e Meia - Identidades Afro

07, 14, 21 e 28 de março de  2013, às 12h30

Auditório do Centro Cultural Correios (Av. Marquês de Olinda, 262 – Bairro do Recife)

Gratuito

A Cultura Afro será destaque na noite desta segunda-feira (4) em Olinda. A cidade receberá a Noite para Tambores Silenciosos, às 20h, com concentração nos Quatros Cantos de Olinda.

A realização é da Prefeitura de Olinda, do Governo de Pernambuco e da Associação dos Maracatus. O percurso com o cortejo será até o Largo do Rosário dos Homens Pretos, no Bonsucesso, onde à meia-noite haverá o tradicional silêncio em homenagem aos ancestrais.

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Cerca de 10 grupos irão se apresentar, incluindo o Maracatu Leão Coroado, que comemora 150 anos em atividade.

A Terça negra continua sua programação de valorizar à música e cultura negras e já está em ritmo de carnaval. Nesta terça (14), a programação é dominada por grupos da zona norte do Recife. Apresentam-se o Coco dos Pretos, de Chão de Estrelas (Campina do Barreto), o Maracatu de Nação Sol Nascente, do Arruda, o Coco Quebrado, de Água Fria e, encerrando a noite, o Afoxé Obá Nidjé.

A Terça-negra é uma parceria entre o Movimento Negro Unificado - MNU e a prefeitura do Recife e
 acontece às 20h, no Pátio de São Pedro, bairro de São José. A entrada é gratuita.
 
Informações: Almir Gandhi (diretor do MNU) – 3251 8464 / 9153 3550

Após recesso de fim de ano, a Terça Negra volta com sua programação semanal ao Pátio de São Pedro. A primeira apresentação do ano acontece hoje (17) com o grupo braziliense Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, além dos pernambucanos Raízes Negras e Maracatu Nação Rosa Vermelha e Afoxé Alafin Oyó. Os shows são gratuitos e começam às 20h.

A Terça Negra é realizada desde 2001 pelo MNU - Movimento Negro Unificado e traz para o palco do Pátio de São Pedro grupos de matriz africana, ressaltando e valorizando a cultura e a religiosidade afro em suas mais diferentes vertentes.

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