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O senador Delcídio Amaral (PT-MS) detalhou em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que uma das maiores operações de "caixa 2" da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2010 ocorreu por meio do empresário Adir Assad. O executivo foi condenado por lavagem de dinheiro e associação criminosa em obras da Petrobras em setembro do ano passado e cumpre prisão domiciliar.

De acordo com Delcídio, o então tesoureiro de campanha de Dilma e ex-secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo, José Filippi Júnior, orientava os empresários a fazerem contratos de serviços com as empresas de Assad, que repassava os recursos para o Partido dos Trabalhadores. "Esse expediente foi largamente utilizado", afirmou o delator.

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Segundo o senador petista, a CPI dos Bingos teve um encerramento prematuro e sem relatório final porque o governo teria percebido que as várias quebras de sigilo no esquema levariam à campanha eleitoral de Dilma. Por isso, teria determinado o fim imediato dos trabalhos.

Para Delcídio, o objetivo da CPI era desestabilizar o ex-senador e atual governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), por seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. "A CPI dos Bingos foi fortemente e irresponsavelmente incentivada pelo ex-presidente Lula a despeito de todos os alertas que fiz a ele próprio", concluiu o delator.

Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, após ter ficado quase três meses na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, homologou nesta terça-feira, 15, a delação premiada do senador e abriu o sigilo dos autos.

O senador Delcídio do Amaral (MS) entregou nesta terça-feira (15) ao presidente do PT em Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Biffi, carta pedindo desfiliação do partido. Em um texto curto, o senador informa a decisão de deixar o PT e pede que Biffi tome as providências para o desligamento.

Delcídio responde a representação no Conselho de Ética do Senado por ter sido flagrado tentando subornar a família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, para que este não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público. O filho de Cerveró, Bernardo, entregou a gravação da conversa em que o parlamentar oferecia R$ 50 mil por mês e um plano de fuga ao ex-diretor da estatal, o que levou Delcídio a ficar quase três meses preso.

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Em fevereiro, foi a vez de o próprio senador firmar acordo de delação premiada, que só foi homologado nesta terça-feira pelo ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF), para sair da cadeia e passar a recolhimento domiciliar.

O relator do caso no Conselho de Ética do Senado, Telmário Mota (PDT-RR), já deu parecer a favor da admissibilidade do processo contra Delcídio. O relatório será votado amanhã (16), quando os membros do colegiado decidirão se concordam com Mota e iniciam o processo, que pode resultar na cassação do mandato do senador.

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), quer investigar o vazamento da delação premiada firmada pelo senador e ex-líder do governo Delcídio Amaral (PT-MS). Nesta quinta-feira, dia 3, a revista IstoÉ publicou trechos dos depoimentos do parlamentar, nos quais o petista afirma a investigadores que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da 24ª fase da Lava Jato nesta sexta-feira, 4, e a presidente Dilma Rousseff se envolveram diretamente em tratativas para atrapalhar o andamento das investigações.

A intenção de Teori Zavascki, segundo fontes do Tribunal, é pedir que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apure o vazamento das informações sigilosas. A delação de Delcídio ainda não foi homologada pelo ministro, o que deve ocorrer nos próximos dias.

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O procedimento de análise do acordo de colaboração é visto com naturalidade no Tribunal, que já homologou as delações de outros investigados que citaram autoridades com foro privilegiado. As primeiras delações homologadas por Teori na Lava Jato foram as declarações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, em 2014.

Em fevereiro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou alterações em resolução que trata de investigações criminais. Pelo novo texto, os juízes devem instaurar apuração sobre vazamento de dados e informações sigilosas.

A divulgação precoce das informações sobre a delação de Delcídio, antes do fim do sigilo e da homologação, irritou o relator da Lava Jato na Corte e também a Procuradoria-Geral da República. Investigadores consideram que o vazamento é um obstáculo para o andamento da apuração - já que possíveis investigados tomam ciência de que seus nomes foram citados e podem, por exemplo, esconder possíveis provas.

O incômodo com o vazamento da delação fez com que PGR e Supremo silenciassem sobre o caso ontem. As declarações bombásticas do senador eram tema único nas rodas de conversa da cerimônia de troca do ministro da Justiça no Palácio do Planalto na manhã de quinta-feira. Exceto em uma: o grupo de procuradores da República que trabalha nas investigações de políticos implicados na Lava Jato tentava ignorar os debates sobre o tema.

"Não sei de nada", diziam os integrantes do grupo de trabalho criado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e designado para ouvir e definir a estratégia de investigação de parlamentares no esquema. Janot seguiu ontem a mesma linha e preferiu não comentar o caso, mesmo procedimento adotado por Teori Zavascki, que deixou ontem a Corte "sem nada a declarar" sobre o vazamento.

Depois de suspender sumariamente o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que foi preso pela Operação Lava Jato em novembro de 2015, o PT decidiu instaurar uma comissão que vai ouvi-lo antes de decidir seu futuro na legenda. Até lá, Delcídio continuará suspenso de suas atividades partidárias.

A comissão, cujos integrantes ainda não foram nomeados, terá até a próxima reunião do Diretório Nacional do PT para apresentar um relatório. Delcídio, que teve sua prisão revogada pelo STF na semana passada, poderá se defender pessoalmente diante do partido. O prazo estimado para o desfecho é de cerca de três meses.

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O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou em delação premiada à Procuradoria-Geral da República que o senador Delcídio Amaral (PT-MS), no fim de 2005 e início de 2006, o "procurava insistentemente" solicitando dinheiro para a campanha ao governo de Mato Grosso do Sul. Cerveró disse que, na ocasião, o petista soube da compra da refinaria de Pasadena (EUA) - negócio que causou, segundo o Tribunal de Contas da União, prejuízo de US$ 792 milhões à estatal.

Cerveró disse que, com as cobranças constantes de Delcídio, acertou uma propina de US$ 2,5 milhões para o ex-líder do governo no Senado, comprometendo-se a repassar "parte de sua propina para o parlamentar". Destinou então a Delcídio US$ 1,5 milhão "decorrente do contrato de Pasadena". Ficou devendo US$ 1 milhão.

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Cerveró declarou que cedeu à pressão do senador porque achava que sua permanência no comando da área Internacional da estatal estava "ameaçada".

O ex-diretor e Delcídio estão presos. Cerveró foi preso em janeiro, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro - o juiz federal Sérgio Moro o condenou a 17 anos de prisão em duas ações penais. Delcídio foi preso em 25 de novembro, sob suspeita de tentar atrapalhar a Lava Jato.

Com medo da delação de Cerveró, o senador planejou até uma rota de fuga para o ex-diretor. Delcídio ainda teria se comprometido com Bernardo Cerveró, filho do executivo, a pagar uma "mesada" de R$ 50 mil à família de Cerveró se o executivo poupasse a ele e ao ex-banqueiro André Esteves em depoimentos.

O ex-banqueiro também foi preso, mas o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidiu anteontem por libertá-lo. Delcídio negou em depoimento que Esteves seria o responsável pelo pagamento à família de Cerveró. Nestor Cerveró fechou o acordo de delação premiada em 18 de novembro.

O ex-diretor revelou o passo a passo do caso Pasadena. Segundo ele, a propina total chegou a US$ 15 milhões a "funcionários" da estatal. "A Petrobrás comprou 50% da Refinaria de Pasadena e 50% da trader da Astra Oil em Pasadena; que a trader é a empresa que comercializa o petróleo e os produtos da refinaria; que os 50% da Refinaria de Pasadena foram comprados pela Petrobrás por US$ 190 milhões; que os 50% da trader foram comprados pela Petrobras por US$ 170 milhões, que foram pagos em duas vezes nos prazos de 12 meses e 24 meses depois da aquisição; que em relação a esses dois negócios foi acertado o pagamento de US$ 15 milhões de propina para funcionários da Petrobrás e da Astra Oil participantes da negociação", afirmou.

Cerveró disse que um ex-gerente executivo da Diretoria Internacional que "atuava sob sua orientação intermediou o acerto para pagamento de propina para funcionários da Petrobrás".

O ex-diretor disse que "preferia não se envolver diretamente na negociação de propina" e que, por isso, nesse caso, esse ex-gerente intermediou o acerto das vantagens indevidas, ao passo que em outras situações essa tarefa foi desempenhada pelo lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano.

Cerveró citou como recebedores de propina "com base na aquisição de Pasadena" gerentes da Diretoria de Internacional, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Fernando Baiano, que segundo Cerveró, atuou na "operacionalização dos pagamentos de valores ilícitos e, por isso, recebeu uma ‘comissão’". Afirmou ainda que coube a ele "o recebimento de US$ 2,5 milhões." Costa e Baiano também fizeram acordo de delação premiada.

Interrogado pela PF após ser preso por ordem do Supremo Tribunal Federal, Delcídio negou que tenha recebido propina no esquema na Petrobrás.

Transferência

Na manhã de ontem, 18, Delcídio Amaral foi transferido da superintendência da Polícia Federal em Brasília para o Batalhão da Polícia de Trânsito (BPtran), também na capital federal.

Por estar no exercício do mandato de senador, Delcídio tem direito a ficar preso em uma sala especial, sem grades. A transferência foi necessária porque não há espaço para acomodá-lo na superintendência da PF. O senador ocupava um escritório e compartilhava o banheiro com os policiais. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que o senador Delcídio Amaral (PT/MS) recebeu propina de contratos das empresas Alstom e GE quando ambos trabalhavam na Diretoria de Gás e Energia da Petrobras, em 2001, no Governo Fernando Henrique Cardoso. Em um dos acertos, afirmou o ex-diretor, a propina saiu de um contrato de US$ 500 milhões de turbinas de ar.

Delcídio foi preso em 25 de novembro sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador temia a delação premiada do ex-diretor e, segundo o Ministério Público Federal, tentou comprar o silêncio de Cerveró.

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Preso desde janeiro de 2015, Nestor Cerveró aceitou contar o que saber sobre o esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobras em troca de benefícios como redução de pena. Em seu termo de colaboração número 1, o ex-diretor contou que Delcídio Amaral assumiu a função de diretor da estatal em 1999, por indicação do PMDB. No ano seguinte, contou Cerveró, ele próprio foi convidado por Delcídio para compor a recém criada Diretoria de Gás e Energia.

"No período em que trabalhou vinculado a Delcidio Amaral, o declarante (Cerveró) e Delcídio Amaral receberam propina da empresa Alstom, com base em um contrato de aquisição de turbinas a gás pela Petrobras", diz Cerveró na sua declaração. O ex-diretor disse que "recebeu em torno de US$ 600 mil a US$ 700 mil" e "que os pagamentos ocorreram na Suíça". Afirma, ainda não saber quanto o senador recebeu, mas que deveria "ter sido muito mais do que os valores pagos ao declarante, já que Delcídio Amaral era diretor de Gás e Energia, hierarquicamente superior ao declarante."

Cerveró detalhou outro recebimento de propina no mesmo contrato. "O declarante sabe que, nessa época, Delcídio Amaral também recebeu propina da empresa GE, igualmente com base em contrato de aquisição de turbinas a gás pela Petrobras; que em relação a essa aquisição o declarante não recebeu propina O negócio girou em torno de US$ 500 milhões e Cerveró também não sabia quanto Delcídio Amaral teria recebido.

No depoimento, Cerveró afirmou que Delcídio deixou a diretoria no fim de 2001. Após a saída, Delcídio se filiou ao PT e foi eleito senador por Mato Grosso do Sul.

Delcídio Amaral já havia sido citado por outro delator da Lava Jato. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa o apontou como destinatário de propinas da Alstom.

Costa já havia dito também em delação premiada que, em função do problema de racionamento de energia elétrica "no ano de 2001 ou 2002", a Petrobras adquiriu emergencialmente turbinas a gás para termoelétricas. Na época, Delcídio era diretor de Gás e Energia da estatal.

Por meio da Diretoria de Gás e Energia da Petrobras, foi adquirida uma quantidade de turbinas bastante superior a necessária", declarou Costa. "Várias turbinas permaneceram por longo período de tempo no almoxarifado da Petrobras". Segundo Costa, "havia comentários de que a Alstom havia pago propina em razão dessa operação de compra de turbinas."

Delcídio negou, em depoimento à Polícia Federal, que tenha tramado contra a Lava Jato ou recebido propinas.

Em nota, a GE se defendeu das denúncias. "A GE desconhece qualquer irregularidade em seus contratos com a Petrobras. A GE possui políticas e procedimentos que garantem práticas comerciais éticas, investiga qualquer preocupação e coopera com as autoridades sempre que apropriado. Além disso, a empresa informa que no início de novembro de 2015 adquiriu a Alstom Energia no mundo todo e reforça seu total compromisso com a integridade e cumprimento das leis."

A Procuradoria-Geral da República suspeita que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, pagou propina na compra de ativos da Petrobras na África. A informação está na delação premiada do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, e sustenta a denúncia criminal do Ministério Público Federal contra Esteves, preso em Bangu, no Rio.

André Esteves foi detido por ordem do Supremo Tribunal Federal no dia 25 de novembro, com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo Dilma no Senado. Ambos são acusados de tramar contra a Operação Lava Jato.

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"Fernando Antônio Falcão Soares também depôs de molde a fornecer elementos no sentido de que houve pagamento de vantagem indevida, pelo denunciado André Esteves, no contexto da aquisição, pelo Banco BTG Pactual, de ativos da Petrobras na África", apontou a acusação da Procuradoria.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acrescentou: "Observa-se, a propósito, que o denunciado Delcídio do Amaral admitiu, em seu interrogatório policial, saber que o denunciado André Esteves já teve negócios de exploração de petróleo na África".

Ex-presidente

Ao apresentar denúncia criminal contra Esteves e Delcídio ao Supremo, o procurador-geral da República destacou ainda as revelações de outro delator da Lava Jato, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

O ex-dirigente da estatal envolveu André Esteves em outro episódio de corrupção. Segundo Cerveró, o banqueiro pagou R$ 6 milhões em propinas ao senador Fernando Collor (PTB-AL) - essa informação já havia sido feita ao Ministério Público Federal pelo doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

A quantia teria sido repassada ao ex-presidente da República (1990-1992) para que a BR Distribuidora - subsidiária da Petrobras - cedesse sua bandeira para uma rede de 120 postos de combustíveis controlada pelo Banco BTG Pactual, em sociedade com o Grupo Santiago, em São Paulo. Collor, segundo os investigadores, teria forte influência sobre a BR Distribuidora.

"O Banco BTG Pactual, em sociedade com o Grupo Santiago, tinha a propriedade de 120 postos de combustíveis em São Paulo/SP e pagou vantagem indevida no valor de R$ 6 milhões ao senador Fernando Collor para que a BR Distribuidora S/A, sobre cujos dirigentes ele tinha influência política, pagasse para que esses postos adotassem a bandeira BR", acentuou o chefe do Ministério Público Federal.

Gravação

Esteves também foi citado em conversa gravada pelo filho de Cerveró, Bernardo, em 4 de novembro de 2015, em Brasília, durante uma reunião entre ele, o senador, o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e o advogado Edson Ribeiro. No encontro, segundo a Procuradoria, Delcídio se dispôs a comprar o silêncio de Cerveró, que estava fechando acordo de delação.

Segundo Janot, o custeio do auxílio incumbiria, em sua maior parte, a Esteves, sob a condição de que Cerveró não fizesse delação ou que, se o fizesse, "não fornecesse aportes probatórios sobre os denunciados Delcídio do Amaral e André Esteves nem sobre o Banco BTG Pactual".

Na denúncia, Janot declara que Esteve faz parte da "engrenagem". "Com relação ao denunciado André Esteves, embora ele não estivesse presente na reunião gravada no dia 4 de novembro de 2015, é inequívoca a prova de sua atuação na organização criminosa antes descrita e na engrenagem: financeira da atuação do denunciado Delcídio do Amaral para evitar, retardar ou modular o conteúdo da colaboração premiada de Nestor Cerveró."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa do banqueiro André Esteves, ao pedir ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a revogação da prisão preventiva do banqueiro, reagiu enfaticamente à denúncia da Procuradoria, apresentada no dia 7 de dezembro.

"A denúncia, confusa, não trouxe nenhum fato além das suposições que fundamentaram a prisão cautelar. Os elementos colhidos pela acusação após a prisão não fortalecem nem confirmam a versão do Ministério Público de que André Esteves teria auxiliado ou se proposto a auxiliar financeiramente a família de Nestor Cerveró, como falaciosamente prometido ao seu filho pelo senador Delcídio Amaral e suspeitoso advogado."

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Os advogados Sepúlveda Pertence, Antonio Carlos de Almeida Castro e Sônia Rao rechaçaram ponto a ponto a denúncia. Eles afastam ainda envolvimento do banqueiro no pagamento de R$ 6 milhões ao senador Fernando Collor.

Leilão

Sobre o suposto pagamento de propinas na aquisição de 50% dos ativos da Petrobras OIL and Gas B.V. na África, o BTG Pactual esclarece que a operação foi realizada em um leilão "para o qual foram convidados a participar diversos players do mercado - 14 no total".

Segundo a instituição, a proposta de US$ 1,5 bilhão por 50% foi a mais alta e considerada justa pelo assessor financeiro contratado pela Petrobras, Standard Chartered Bank.

Delcídio negou, em depoimento à Polícia Federal, que tenha tramado contra a Lava Jato ou recebido propinas.

O advogado Alberto Zacharias Toron afirmou que o empresário Carlos Santiago "está em gravíssimo estado de saúde há quase seis meses". "Sem poder conversar com ele (Santiago), prefiro não falar nada agora."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O advogado Antônio Figueiredo Basto, que assumiu nesta semana a defesa do senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que o petista não irá fazer acordo de delação premiada. "Vamos enfrentar o processo", disse o advogado. O rumor sobre a possível delação do senador cresceu após a contratação de Basto para sua defesa. O criminalista é tido como especialista em defesas com acordo de colaboração e tem entre seus clientes o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o lobista Julio Camargo, que firmaram acordos de colaboração.

O trabalho do advogado será desarmar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que cita o ex-líder do governo. Delcídio está preso há mais de duas semanas, por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

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Em conversa gravada pelo filho de Cerveró, Delcídio aparece discutindo plano para tentar comprar o silêncio do ex-diretor da estatal. Foram presos também por tentativa de bloquear as investigações da Lava Jato o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, o assessor de Delcídio, Diogo Ferreira, e o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro. Na última segunda-feira, 7, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os quatro ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) respondeu nesta quarta-feira, 9, em sua página no Facebook, às supostas acusações do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) recebeu propina durante a gestão do tucano na Presidência da República (1995-2002).

"Se houve algo durante o meu governo, foi conduta imprópria do Delcídio, não corrupção organizada, como agora. Dele nada se sabia, tanto que em 2001 foi aceito pelo PT, e se elegeu Senador, depois foi candidato a governador do Mato Grosso do Sul. Derrotado pelo PSDB, virou líder da Dilma, sem que suspeitas fossem levantadas. Espero que as investigações se aprofundem e que se comprovado o fato, todos sejam punidos", afirmou FHC.

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Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em sua edição do último dia 27, na conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, o senador, preso pela Polícia Federal, conta que, em um dos encontros com o banqueiro André Esteves, também preso, viu uma anotação manuscrita com o nome dele e o da empresa multinacional francesa Alstom na última página do acordo de delação de Nestor Cerveró, obtido pelo dono do BTG Pactual.

No diálogo, Delcídio demonstra surpresa e preocupação por ter se deparado com o manuscrito. O senador já foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como sendo destinatário de propinas da Alstom no período em que foi diretor de Gás e Energia da estatal, entre 1999 e 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa do senador Delcídio Amaral (PT-MS) confirmou na tarde desta terça-feira (8), que contratou o advogado penalista Antonio Augusto Figueredo Basto. Preso há duas semanas por supostamente tentar barrar a Operação Lava Jato, o ex-líder do governo no Senado quer fazer delação premiada para tentar se livrar da cadeia. A notícia da contratação foi antecipada pela coluna de Sonia Racy, do jornal O Estado de S.Paulo.

Delcídio foi capturado por decisão do Supremo Tribunal Federal a pedido da Procuradoria-Geral da República. Em conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o senador é flagrado discutindo um plano para obstruir a Lava Jato. Ele e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, iriam financiar a fuga de Cerveró - preso desde janeiro na Lava Jato.

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Nesta segunda-feira, 7, o procurador-geral da República Rodrigo Janot denunciou criminalmente Delcídio. A pedido de Janot, o Supremo autorizou abertura de outros dois inquéritos contra o ex-líder do governo. A saída de Delcídio pode estar na delação premiada. Dois dias depois de sua prisão, familiares e amigos do senador já o pressionavam a fazer delação.

Figueredo Basto é especialista nessa área da advocacia. Entre seus clientes, por exemplo, estão o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o lobista Julio Camargo.

A defesa de Delcídio vinha sendo conduzida pelo criminalista Maurício Silva Leite. Na semana passada, Leite pediu ao Supremo Tribunal Federal revogação da ordem de prisão contra o senador. Em nota, a assessoria do advogado destacou que a condução do pedido de revogação "permanece sob a responsabilidade do criminalista Maurício Silva Leite".

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo preso por tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, teve nove encontros com o delator Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, após a deflagração da fase ostensiva das apurações, em março de 2014, com as primeiras prisões e revelações do esquema de cartel e corrupção na Petrobras. A informação faz parte de uma lista de reuniões agendadas com políticos, empresários e lobistas entregue pelo empresário em seu acordo de colaboração assinado com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

São ao todo 30 encontros agendados com Pessoa entre os anos de 2011 e 2014. A maior parte deles em 2013 e 2014, quando seria tornada pública a maior investigações já realizada na Petrobras pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal.

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"Agenda Ricardo Pessoa ano 2014 - Encontrados os seguintes nomes, alguns que se repetem inúmeras vezes ao longo do ano, entre outros que podem eventualmente interessar", registra o acordo de delação de Pessoa, homologado pelo Supremo Tribunal Federal. O documento foi tornado público pelo relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, na semana passada.

Em 2014, há o registro de 11 encontros com o senador preso na quarta-feira, 25, junto com o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, e o advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro. Eles são acusados de tentarem comprar o silêncio do ex-diretor, para que ele não fechasse acordo de delação com a PGR, e ainda oferecerem rotas de fuga do País.

Tanto em 2013 como em 2014 os supostos encontros registrados pelo dono da UTC com Delcídio cobrem quase todos os meses do ano, com algumas exceções. Pessoa ainda fez constar em sua delação o registro de reservas que fez para jantares no "Restaurante Charlô" para "realização de reuniões privadas". Uma delas no dia 1 de março de 2012 como o senador Delcídio para um jantar marcado para as 8h30.

Pessoa não incriminou Delcídio em nenhum dos 29 termos de delação fechados com a PGR e homologados pelo STF. Os dois principais deles dando conta do pagamentos de doações para as campanhas presidenciais de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

O nome do senador foi citado, no entanto, por outro delator. O lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua delação premiada que a manutenção do engenheiro Nestor Cerveró na Diretoria Internacional da Petrobras era sustentada pelo senador Delcídio Amaral (PT/MS). Baiano, supostamente ligado ao PMDB, é acusado de ser um dos operadores de propina no esquema de corrupção instalado na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.

Em depoimento à PGR, em 9 de setembro deste ano, o lobista citou o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) como parte das negociações para a indicação de Cerveró ao cargo. Segundo Fernando Baiano, ele e o ex-diretor tinham uma "relação de amizade".

"De acordo com informação repassada ao depoente pelo próprio Nestor Cerveró, ele foi nomeado para a Diretoria Internacional da Petrobras, em 2003, por indicação de Delcídio Amaral. Pelo que o depoente sabe, a indicação e nomeação de Cerveró foram tratadas com o então ministro da Casa Civil José Dirceu. Na época se dizia que todas as nomeações de diretores da Petrobras passavam pela Casa Civil da Presidência da República", afirmou.

Preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) recebeu nesta terça-feira, 1, visita de políticos do Mato Grosso do Sul, seu reduto eleitoral. Nas conversas, avaliou que dificilmente conseguirá manter seu mandato após instaurado processo de quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado. "Não nasci senador e não vou morrer senador. Cumpri meu papel", disse o parlamentar, conforme relato do presidente estadual do PT no Estado, Antônio Carlos Biffi.

As regras sobre os procedimentos de visitas ao parlamentar foram estabelecidas ontem, um dia após o encontro com os aliados. De acordo com portaria da Polícia Federal, o senador está autorizado a receber pessoas nos horários de 10h às 11h ou de 15h às 16h. Na prática, essa autorização já vinha sendo adotada desde que Delcídio foi preso na quarta-feira passada, sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Contudo, devido à falta de definição por parte do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal resolveu emitir um documento oficial sobre o assunto.

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"Ele está bem ciente das dificuldades que vai enfrentar. Mas, para ele, a filiação partidária e o mandato são coisas menores. O foco dele é em explicar a armação que foi feita", afirmou Biffi.

Além dele, também estiveram presentes no encontro, que durou cerca de uma hora, os deputados federais Vander Loubet (PT-MS), Zeca do PT (PT-MS) e Dagoberto (PDT-MS), além do prefeito de Jardim, Erney Cunha (PT).

A reunião ocorreu no mesmo dia em que os partidos Rede Sustentabilidade e PPS apresentaram ao Conselho de Ética do Senado pedido de investigação contra Delcídio. A iniciativa pode resultar na cassação do mandato do senador.

"O ano legislativo acaba no dia 22 e, se não me falha a memória, só o prazo para o Delcídio se defender é de dez a 15 dias. Tivemos vários processos anteriores. Nenhum caso foi decidido com menos de 60 dias", ressaltou o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB-MA).

Ligado ao ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele foi um dos que votaram pela liberação de Delcídio em sessão realizada no plenário do Senado na quinta-feira passada. "Eu não votei pela permanência dele na prisão. Não achei que era flagrante. E também achava que ele deveria ter tido o contraditório. Não significa que eu não possa mudar minha opinião no andar do processo", ressaltou.

Expulsão

No encontro com lideranças políticas do Mato Grosso do Sul, Delcídio também minimizou a possibilidade de ser expulso do PT, medida defendida publicamente pelo presidente nacional da legenda, Rui Falcão. "Acho que o Rui errou, como errou o Supremo, como errou o Senado. Para mim tanto faz como tanto fez, se ele vai me expulsar ou não", destacou o senador, segundo Biffi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (2), a abertura do terceiro inquérito contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na semana passada por tentar impedir as investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato. O inquérito investiga o envolvimento no parlamentar no esquema de corrupção na Petrobras.

No novo inquérito, Delcídio é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ainda não há detalhes sobre o inquérito. No sistema do Supremo, uma petição aparece como justificativa para a abertura da investigação, conforme pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). A peças encaminhadas pela Procuradoria é mantida em segredo de Justiça. Os arquivos ocultos têm sido usados para abrigar delações premiadas ainda sigilosas.

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Há no Supremo outros dois inquéritos contra o senador. A primeira investigação, mantida oculta no sistema do tribunal, apura a tentativa de obstrução da Lava Jato, motivo que levou o senador à prisão. No segundo, ele aparece ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Todos os processos são baseados em petições ocultas.

Uma das delações homologadas pelo ministro Teori Zavascki, do STF, em data próxima à das petições que originaram as novas investigações, é a do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Em delação premiada, Baiano citou os nomes de Renan, Jader, Delcídio e do ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, ao narrar suposto recebimento de US$ 6 milhões em propinas em contratação do navio sonda Vitória 10.000, em 2006. Baiano também afirmou em delação que Delcídio teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O lobista é tido como um operador do PMDB no esquema de corrupção e desvios na Petrobras e, em delação premiada, também fez menção ao nome do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha.

Delcídio está preso na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde a semana passada. Também foram presos o chefe do gabinete do senador, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro e o banqueiro do BTG Pactual, André Esteves. Todos são investigados no STF por tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, para que o senador e o banqueiro fossem poupados no acordo de delação premiada do ex-executivo com a Polícia Federal.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que "nunca tratou nenhuma impropriedade" com o senador Delcídio Amaral (PT-SP). O comentário de Renan foi uma resposta à citação do chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, em depoimento à Polícia Federal, de que Delcídio teria o compromisso de falar com Renan para facilitar a tramitação de medidas em favor do banqueiro André Esteves, do BTG. A citação estaria em bilhetes apreendidos pela PF. Delcídio, Diogo e Esteves estão presos acusados de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

"O Delcídio nunca tratou comigo de nenhuma impropriedade. Ele era líder do governo, tinha sempre relações comigo, mas nunca tratou comigo de nenhuma impropriedade. Esse Diogo eu não conheço, nunca vi, não sei nem quem é. Então fica difícil falar sobre anotação de pessoas", disse Renan. "Tenho me colocado sempre à disposição, o homem público tem que responder a qualquer pergunta que se faça; tenho feito isso com a maior disposição, já prestei informações, se for necessário vou prestar de novo. Nenhum fato vai me ligar jamais a nenhuma impropriedade", completou.

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Indagado se conhecia André Esteves, Renan, após uma pausa, concluiu. "Conheço, mas não é das minhas relações."

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (1°) que cabe aos partidos políticos entrarem com uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS). O petista está preso desde a quarta-feira (25) da semana passada por ordem do Supremo Tribunal Federal sob a acusação de ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

"Os partidos que devem tomar providências que o façam. Essa tarefa não cabe ao presidente do Senado. Eu hoje vou conversar com todos, vou ouvir pontos de vista e recolher opiniões mas essa iniciativa cabe aos partidos e às bancadas", disse.

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Partidos de oposição como o PSDB, o DEM e a Rede pressionaram para que Renan mandasse o caso de Delcídio diretamente para o Conselho sem a necessidade de uma representação movida pelos partidos. Contudo, diante da inércia do peemedebista, as legendas decidiram entrar com o pedido no colegiado hoje.

Para Renan, a iniciativa no Parlamento sempre coube aos partidos e, como as legendas já anunciaram que entrarão com a representação, não adianta a Presidência do Senado tomar uma iniciativa como essa.

Questionado sobre o fato de a oposição alegar que a Casa estaria se omitindo no caso do petista, ele respondeu. "Se os partidos não fizerem, é evidente que caberá à Mesa (Diretora do Senado, presidida por Renan) fazê-lo. Mas o mais recomendável é que os partidos façam, até porque eles estão dizendo que vão fazer isso", frisou.

O presidente do Congresso classificou a prisão de Delcídio - a primeira de um senador durante o exercício do mandato desde 1988 - como grave, relevante e que surpreendeu a todos. "O senador Delcídio tem com todos nós o melhor relacionamento, é um grande relações públicas e qualquer iniciativa vai partir das bancadas, dos partidos", disse.

Inquéritos

Com relação aos dois novos pedidos de abertura de inquérito contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Lava Jato, Renan negou qualquer tipo de relação para além das "institucionais" com ninguém. "Com relação a mim, eu estou inteiramente à disposição para esclarecer qualquer fato", disse Renan, na chegada a seu gabinete.

"Nunca autorizei, nem consenti, nem permiti e nem permitiria que alguém falasse em meu nome em nenhum lugar", destacou o peemedebista.

Em um dos inquéritos, Janot quer investigar conjuntamente o senador Delcídio Amaral, Renan e e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No segundo inquérito, o pedido é por apurações sobre Renan, Jader e o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado como um emissário do presidente do Senado. Os parlamentares devem ser investigados pelas práticas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Essa é a quinta investigação na qual Renan é alvo na Lava Jato.

Cunha

Questionado se a eventual abertura de um processo por quebra de decoro contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderia atrapalhar o Congresso, Renan evitou responder diretamente e destacou que "o interesse do País tem que ser colocado acima de qualquer outro".

"É isso que deveremos priorizar, governo e oposição. Nesta hora temos que surpreender o interesse do Brasil com bom senso, com responsabilidade, com equilíbrio, pensando no bem do País. Temos que votar as matérias que sinalizarão com relação a 2016", disse Renan, na chegada a seu gabinete.

O Conselho de Ética da Câmara se reúne hoje à tarde para decidir se abre um processo contra Cunha por quebra de decoro, sob a alegação de ele ter mentido sobre a existência de contas no exterior supostamente abastecidas com recursos oriundos de desvios da Petrobras. Petistas têm sido pressionados a livrar Cunha para evitar que o presidente da Câmara aceite um pedido de abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Preso desde a última quarta-feira, 28, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) tem demonstrado contrariedade com o fato de estar sendo "abandonado" pelas principais lideranças do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, com quem convivia até a semana passada.

O petista, detido numa sala adaptada na sede da Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal, tem recebido quase que diariamente advogados que o defendem no Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes do gabinete, com quem tem conversado nos momentos que dispõe para o "banho de sol".

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Os assessores têm mantido o petista informado sobre os desdobramentos do caso no Supremo e na imprensa. As conversas são acompanhadas à distância por um dos agentes da PF, responsável pela vigilância do senador.

Segundo pessoas próximas ao petista, que estiveram com ele nestes últimos dias, Delcídio tem sem alimentado pouco e está visivelmente abatido. Ele também tem sinalizado estar magoado com o tratamento recebido das principais lideranças partidárias e do Palácio do Planalto, com quem tinha "trânsito" até ser preso. Em entrevista realizada nesta segunda-feira, 30, em Paris, a presidente Dilma Rousseff afirmou ter ficado "perplexa" com a prisão do até então líder do governo no Senado.

Desde a detenção do senador, apenas o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também alvo da Operação Lava Jato, e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) teriam prestado "alguma" solidariedade. Segundo relatos, ambos ligaram no dia em que o petista foi preso para a esposa de Delcídio, Maika.

Apesar do afastamento dos "colegas", o senador até aqui não tem falado sobre uma possível realização de delação premiada. Tal possibilidade também não teria sido colocada por nenhum representante do Ministério Público Federal ou do Judiciário. Apesar dos ataques públicos do presidente do PT, Rui Falcão, contra Delcídio, o isolamento dele, por outro lado, tem dividido integrantes da bancada do PT no Senado, que realizaram um encontro ontem para discutir, entre outros temas, o posicionamento que deverá ser adotado pela bancada.

Parte dos petistas do Senado defendem que Delcídio não seja jogado "ao mar" neste momento e lembram que integrantes da bancada chegaram a visitar, no presídio da Papuda em Brasília, lideranças do partido presas após o julgamento do mensalão. Entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, afirmou em depoimento à Procuradoria-Geral da República que o advogado Edson Ribeiro, que atuava para sua família, lhe entregou R$ 50 mil em espécie durante uma reunião entre os dois. Segundo o filho de Cerveró, o criminalista disse que o dinheiro foi enviado pelo senador Delcídio Amaral (PT/MS), ex-líder do governo na Casa. O parlamentar foi preso na quarta-feira, 25, por tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato.

A base da custódia do senador é uma conversa gravada por Bernardo Cerveró. Em 4 de novembro, o filho do ex-diretor da Petrobras gravou uma conversa de 1h35 na qual Delcídio tentava atrapalhar uma possível delação premiada do executivo, preso desde janeiro. O senador ofereceu R$ 50 mil mensais para comprar o silêncio de Nestor Cerveró. Em 18 de novembro, o ex-diretor da estatal petrolífera fechou sua delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

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Em depoimento aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, Bernardo Cerveró narrou a atuação do senador e do então advogado da família, Edson Ribeiro - também preso por atrapalhar as apurações. Segundo o filho de Nestor Cerveró, um dos encontros entre ele e Ribeiro ocorreu no escritório do advogado Nelio Machado. O filho do ex-diretor da Petrobras afirmou que o Machado, advogado do lobista Fernando Baiano durante parte da Lava Jato, não participou da reunião.

Ao Ministério Público Federal, Bernardo Cerveró contou que Edson Ribeiro "sempre seguia prometendo um habeas corpus" para o pai, preso desde janeiro deste ano. Em determinado momento, contou o filho do ex-diretor da estatal, ele procurou o irmão de Fernando Baiano, "porque o Nestor Cerveró e Edson Ribeiro diziam que quem tinha provas era Fernando Baiano, já que ele é que cuidava das contas bancárias".

No depoimento, Bernardo Cerveró relatou o recebimento do dinheiro e disse ter ficado incomodado, "pois o que ele queria não era auxílio financeiro, menos ainda espúrio, e sim a liberdade de seu pai."

Nestor Cerveró e Fernando Baiano já foram condenados em processos na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma das ações, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para ex-diretor da Petrobras. O lobista pegou 16 anos. Em sua primeira condenação, Nestor Cerveró foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.

O lobista deixou a cadeia, no Paraná, em 18 de novembro. Fernando Baiano ficou preso por 1 ano.

Defesa

O criminalista Nélio Machado, que defendeu Fernando Baiano até quando o lobista decidiu fazer delação premiada, afirmou que desconhece o pagamento de R$ 50 mil e a tratativa entre o advogado Edson Ribeiro e o filho de Nestor Cerveró em seu escritório. "Quando esse fato aconteceu eu não estive na sala onde eles estavam. Minha posição sempre foi de repúdio à delação premiada. O advogado Edson Ribeiro também se posicionou do mesmo modo durante os processos da Lava Jato", afirmou.

"Eu jamais participaria desse tipo de conversa. O Edson (Ribeiro) foi recebido por mim e o Bernardo é possível que tenha estado junto. Mas desconheço por completo essa tratativa", continuou o advogado. O criminalista não soube precisar a data do encontro realizado em seu escritório, no Rio.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse no sábado (28) em reunião com integrantes da corrente Articulação de Esquerda, que vai pedir a expulsão do senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Segundo outros dirigentes petistas, apesar da resistência das bancadas do partido na Câmara e no Senado, já existe maioria para o afastamento do senador - preso na semana passada pela Polícia Federal - na próxima reunião da Executiva Nacional do partido, que será realizada na sexta-feira (4), em São Paulo.

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"As correntes de esquerda em conjunto com o presidente do PT vão pedir a expulsão", afirmou o secretário nacional de formação, Carlos Henrique Árabe, da Mensagem.

Além do caso de Delcídio, a direção petista vai deliberar sobre outros dois temas espinhosos, a cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a substituição do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Vamos votar o 'Fora Cunha' e 'Fora Levy'. Se estes temas não estiverem na pauta (da Executiva) nós vamos incluir", afirmou Árabe.

De acordo com relatos, Falcão também disse na reunião de sábado ser favorável à substituição de Levy por outro nome que não seja o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Dirigentes do PT, no entanto, veem a fala apenas como um aceno de Falcão para a base petista, descontente com os rumos da política econômica do governo Dilma Rousseff.

Traição

Nesta segunda-feira (30) Falcão publicou um texto no qual diz que Delcídio traiu o PT e o governo. Na semana passada ele havia dito em nota que o partido não deve solidariedade ao senador. Deputados e senadores do PT, contrários à prisão de Delcídio, reagiram negativamente à nota. Durante o fim de semana, a direção da legenda conseguiu articular a maioria na Executiva para aprovar o afastamento.

A Executiva do PT, que se reúne sexta, não tem poderes para expulsar monocraticamente o senador. O mais provável é que a instância aprove a suspensão de Delcídio de todas as atividades partidárias e encaminhe o caso para a Comissão de Ética do partido, que, por sua vez, faz um relatório recomendando a expulsão, ou não, que será votado pelo diretório nacional.

Além da Mensagem, a Articulação de Esquerda, o diretório estadual do PT do Rio Grande do Sul e o presidente do diretório estadual do PT de São Paulo, Emidio de Souza, já pediram a expulsão do senador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A escolha do novo líder do governo no Senado deve ficar para janeiro. A possibilidade foi discutida nesta segunda-feira, 30, durante reunião entre os líderes da Casa e o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). A ideia conta com a simpatia da presidente Dilma Rousseff.

Neste cenário, os quatro vice-líderes se dividiriam na função, com a ajuda do atual líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE). Na semana passada, o Palácio do Planalto chegou a anunciar que escolheria um novo nome para o posto no mesmo dia em que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) foi preso sob a acusação de obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

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A rapidez para tomar a decisão seria uma resposta para evitar a paralisação das votações no Congresso, especialmente as relativas às medidas do ajuste fiscal. O adiamento da escolha, por sua vez, passa pela dificuldade de encontrar um nome adequado para a função. Os atuais vice-líderes - Hélio José (PSD-DF), Paulo Rocha (PT-PA), Wellington Fagundes (PR-MT) e Telmário Mota (PDT-RR) - são considerados senadores com pouca influência sobre seus pares.

Outros nomes sondados, como o senador Blairo Maggi (PMDB-MT), não aceitaram o convite. Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o governo acertou ao adiar a escolha. Ele descarta que o novo posicionamento do Planalto tenha sido fruto da falta de opção. Para ele, a posição reflete o novo momento do governo Dilma, mais aberto ao diálogo e às demandas da base aliada.

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