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O procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou nesta terça-feira, 30, ao Supremo Tribunal Federal, pelo arquivamento da notícia-crime que solicitava a investigação do banqueiro André Esteves e o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto por suposto crime de insider trading.

O pedido de apuração, feito pela Associação Brasileira de Imprensa, está relacionado a áudio em que o dono do BTG afirmou que Campos Neto teria lhe consultado, por telefone, sobre o limite para redução da taxa de juros, a Selic.

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Na avaliação de Aras, 'não há indícios mínimos' de que Esteves e Campos Netos 'se utilizaram de informações relevantes, ainda não amplamente conhecidas, para fins de auferimento de lucro ou outra vantagem mediante sua operacionalização junto ao mercado de capitais'.

"Não existe nenhum elemento indicativo de que o suposto diálogo informal, já desmentido pelos noticiantes, tivesse potencial de ofender a integridade, a eficiência e o regular funcionamento do mercado de valores mobiliários", escreveu ainda o PGR em parecer datado desta terça-feira, 30.

O documento foi enviado à ministra Rosa Weber, relatora do caso no Supremo. No último dia 11 a vice-presidente da corte máxima enviou a notícia-crime à PGR - procedimento de praxe para que o Ministério Público Federal, titular da ação penal, se manifeste sobre o caso.

Em seu parecer, Aras reproduziu as alegações apresentadas por Esteves e Campos Neto nos autos da petição que tramita no STF. O banqueiro alegou clandestinidade da gravação e sustentou que não houve conversa informal com o presidente do Banco Central, mas 'reunião por videoconferência entre membros da diretoria do Bacen e representantes de instituições financeiras'. Já Campos Neto, levantou dúvidas sobre a integridade e autenticidade da gravação e negou a existência suposta consulta informal imputada a ele.

Na gravação que está no centro do pedido de investigações, Esteves afirmou: "E eu me lembro que os juros estavam assim em uns 3,5% e o Roberto me ligou para perguntar: 'Pô, André, o que você está achando disso, onde você acha que está o lower bound? (menor taxa básica de juros possível)'. Eu falei assim: 'olha, Roberto, eu não sei onde que está, mas eu estou vendo pelo retrovisor, porque a gente já passou por ele. Acho que, em algum momento, a gente se achou inglês demais e levamos esse juros para 2%, o que eu acho que é um pouquinho fora de apreço. Acho que a gente não comporta ainda esse juros'.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou o trancamento do inquérito contra o banqueiro André Esteves sobre supostas propinas na celebração de contratos de "embandeiramento" de postos de combustíveis, fechados pela BR Distribuidora com a empresa Derivados do Brasil. O relator viu 'excesso de prazo nas investigações e ausência de elementos mínimos de autoria e materialidade delitiva'.

A defesa de Esteves alegou ao STF que o inquérito que tramitou quase cinco anos da 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Operação Lava Jato e depois foi enviado para o Rio de Janeiro deveria tramitar junto à Justiça Federal de São Paulo. O argumento dos advogados do banqueiro era o de que a situação jurídica de Esteves era idêntica a de um outro investigado, João Mauro Boschiero, cuja investigação foi remetida à São Paulo.

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Caso esse pedido principal não fosse atendido, a defesa solicitou o trancamento do inquérito, de ofício, em razão de excesso de prazo das investigações e ausência de elementos mínimos de autoria e materialidade delitiva. Segundo os advogados, o procedimento estaria amparado apenas nas declarações apresentadas em colaboração premiada pelo ex-senador Delcídio do Amaral.

As informações foram divulgadas pelo STF.

Ao analisar o caso, o ministro Gilmar Mendes não verificou identidade das situações jurídicas de Boschiero e Esteves. De acordo com o ministro, a decisão relacionada ao primeiro teve como fundamento a ausência de vinculação do inquérito policial com os demais ilícitos envolvendo a BR Distribuidora. Já no inquérito contra André Esteves, segundo Gilmar, observa-se a vinculação, em tese, dos supostos crimes investigados com ilícitos praticados no âmbito da BR Distribuidora.

Por outro lado, o relator entendeu ser o caso de concessão de habeas corpus de ofício pelo excesso de prazo e pela ausência de provas. Gilmar sinalizou que o inquérito foi instaurado há quase cinco anos e não foram encontradas provas mínimas que possibilitem o oferecimento da denúncia. Na avaliação do ministro, a tramitação da investigação por prazo desarrazoado constitui situação de flagrante constrangimento ilegal.

Gilmar ainda citou a ausência de provas que justifiquem o prosseguimento das investigações. Ele lembrou que, em nenhum dos processos em trâmite no Supremo que tratam de investigações relacionadas a crimes cometidos no âmbito da BR Distribuidora, se concluiu que houve a participação efetiva de Esteves.

O ministro ainda apontou que a vinculação do investigado a supostos crimes está embasada fundamentalmente em declarações 'vagas e destituídas de elementos mínimos de corroboração' de Delcídio do Amaral, não confirmadas por outros colaboradores.

Gilmar ainda lembrou que Esteves foi absolvido pela Justiça Federal do Distrito Federal da imputação de obstrução de justiça no caso da suposta compra do silêncio de Nestor Cerveró, que se encontrava diretamente vinculada com os fatos da BR Distribuidora. Além disso, o ministro indicou que o STF arquivou as investigações instauradas contra o banqueiro pelo crime de organização criminosa, embasadas também nas declarações de Delcídio do Amaral.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quinta, 20, a suspensão dos efeitos das buscas realizadas contra o executivo do BTG Pactual André Esteves na 64ª etapa da Lava Jato, a Operação Pentini, aberta em agosto de 2019.

A ordem também atinge 'decorrentes aprofundamentos das investigações' de dois inquéritos que apuram se houve prática de crimes por parte do banqueiro envolvendo projeto de exploração de pré-sal (que envolvia a Sete Brasil) e a venda de ativos da Petrobrás na África.

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Gilmar entendeu que Esteves se encontra 'em situação de constrangimento ilegal, tendo sido objeto de investigação e de medidas constritivas com base em fundamentos genéricos e inadequados'. Segundo o ministro, os inquéritos e as buscas contra o banqueiro foram baseados: "nas simples declarações do colaborador premiado Antônio Palocci, cujas afirmações foram consideradas pela própria Polícia como destituídas de qualquer elemento de corroboração; em fatos relativos a outros inquéritos que se encontram tramitando perante juízos distintos; em fatos de 'ouvir dizer', narrados por outros colaboradores e em elementos genéricos que não constituem indícios mínimos da prática de crimes".

A decisão de Gilmar foi dada a pedido da defesa de Esteves no âmbito de uma reclamação em que o ministro já havia anulado parcialmente os efeitos de decisões do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) na Pentiti que tinham relação com o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma).

Quando a operação foi aberta, em 23 de agosto de 2019, para apurar supostos crimes de corrupção envolvendo o Banco BTG Pactual e a Petrobrás na exploração do pré-sal e 'em projeto de desinvestimento de ativos' na África, Esteves foi alvo de buscas, assim como a ex-presidente da Petrobrás.

Ao Supremo, os advogados do banqueiro pediam a extensão da decisão, alegando que a a ofensiva foi aberta com base 'exclusivamente em relatos de Antônio Palocci' e que seus resultados iriam instruir procedimentos investigativos que correm há anos.

A extensão foi negada por Gilmar, mas, por vislumbrar 'possível constrangimento ilegal', o ministro concedeu habeas corpus de ofício a Esteves.

Ao analisar o caso, o ministro entendeu que a decisão do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba passou a retomar diversas outras investigações instauradas contra Esteves que já foram declaradas pelo Supremo como não sendo de competência da Justiça Federal do Paraná. Segundo o ministro, a 'autoridade policial confirmou a intenção de colher provas estranhas aos autos para a corroboração das declarações do delator, embora reitere sempre que tais provas são estranhas ao objeto do inquérito, o que caracteriza uma espécie de looping entre o encontro fortuito e forçado de provas'.

Com relação ao inquérito relacionado ao projeto de exploração de pré-sal, o ministro lembra que o mesmo foi iniciado em 2015 e prorrogado sucessivas vezes desde 2016, já tendo inclusive aguardado manifestação da autoridade judicial acerca de eventual arquivamento.

'Declarações desmentidas'

No último dia 11, o delegado de Polícia Federal Marcelo Feres Daher concluiu relatório de um dos inquéritos abertos a partir da delação de Palocci envolvendo suposta ocultação de valores atribuídos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em contas no Banco BTG Pactual.

No documento enviado ao Ministério Público Federal, Daher apontou que as afirmações feitas pelo delator 'foram desmentidas por todas testemunhas, declarantes e por outros colaboradores da Justiça' e 'parecem todas terem sido encontradas em pesquisas na internet, porquanto baseadas em dados públicos, sem acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais'.

A Polícia Federal concluiu que a delação do ex-ministro Antonio Palocci sobre um esquema de corrupção envolvendo o ex-presidente Lula e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, não tem provas. A informação foi divulgada pela colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo, neste domingo (16).

Conforme a coluna de Bergamo, o delegado Marcelo Dajer concluiu que as informações dadas por Palocci “parecem todas terem sido encontradas em pesquisas de internet”, sem “acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais”. O inquérito foi encerrado na semana passada sem indiciar os acusados e encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF).

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Em seu acordo de colaboração premiada, o ex-ministro citou a existência de duas contas no banco BTG Pactual, criadas supostamente por Esteves, com a finalidade de repassar propinas para Lula. Os valores seriam usados pelo ex-presidente para "fazer política" e cuidar de "assuntos familiares".

No ano passado, mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, a partir de reportagem do jornal Folha de São Paulo, mostravam que procuradores da Lava Jato expuseram que Sérgio Moro acreditava que o depoimento do ex-ministro era 'difícil de provar'. Uma conversa dos procuradores no dia 25 de setembro de 2018 ressalta o fato.

Foto: Agência Brasil/Arquivo

Nesta sexta-feira (23), estão sendo cumpridos mandados de buscas e apreensões em endereços vinculados ao Banco BTG Pactual, a André Santos Esteves, Maria das Graças Silva Foster e outros. As medidas visam obter elementos probatórios em relação a diferentes frentes de investigação no âmbito da operação Lava Jato.

Venda de ativos para o BTG Pactual – Uma das linhas investigativas diz respeito a possíveis ilícitos envolvendo a venda pela Petrobras ao BTG de ativos na África. A partir de análise de documentos apreendidos em fase anterior da operação Lava Jato, identificaram-se indícios de que os ativos foram comercializados em valor substancialmente inferior àquele que havia sido avaliado por instituições financeiras de renome no início do processo de venda.

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Verificou-se que, no início do processo, o preço desses ativos havia sido avaliado entre US$ 5,6 bilhões e US$ 8,4 bilhões. Ao final do processo, 50% desses ativos foram vendidos por US$ 1,5 bilhão em 2013, valor esse em flagrante desproporção com aquele inicialmente avaliado.

Apurou-se, ainda, que esse procedimento de venda foi permeado por diversos indícios de irregularidades, dentre os quais se destacam: a possível restrição de concorrência, de forma a favorecer o BTG Pactual; o acesso pelo banco a informações sigilosas; a aprovação da venda pela diretoria executiva em um dia e do conselho de administração no dia seguinte, sem que tenha havido tempo suficiente para discussão ampla de operação de valor tão elevado.

Repasses de propinas – Outra frente de apuração diz respeito a relato feito por Antonio Palocci, em que afirma que André Esteves, em período próximo ao final da campanha de 2010, teria acertado com Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões para garantir privilégios ao BTG Pactual no projeto das sondas do pré-sal da Petrobras. Segundo Palocci, parte desse valor teria sido entregue em espécie a Branislav Kontic na sede do Banco.

Apura-se, ainda, informações contidas em e-mails de Marcelo Odebrecht e prestadas por Palocci no sentido de que a ex-presidente da Petrobras Graça Foster teria conhecimento do esquema de corrupção existente à época na estatal, mas não teria adotado medidas efetivas para apurar tal esquema ou impedir a continuidade do seu funcionamento. Foster ocupou a presidência da Petrobras entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015.

Para o procurador da República Deltan Dallagnol, “esta é mais uma investigação sobre possíveis crimes que têm relação com instituições financeiras. Já houve denúncias apontando crimes relacionados a funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Paulista e corretoras. A força-tarefa de procuradores e a polícia federal têm explorado todas as linhas investigativas em sua esfera de atribuição”.

Da assessoria do MPF

À espera do desfecho da Justiça sobre o processo em que é acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato, André Esteves traça planos para voltar a exercer um cargo formal no BTG Pactual, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Há discussões internas para que o banqueiro possa retomar a presidência do conselho.

Fundador e maior sócio individual do banco de investimento, Esteves foi afastado do bloco de controle e da presidência da instituição no fim de 2015, após ser preso sob suspeita de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró. O Ministério Público Federal, no entanto, entendeu que não há provas para incriminá-lo e já pediu a sua absolvição.

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O reconhecimento da inocência é o que Esteves precisa para tentar virar a página do período mais crítico da história do BTG, que teve a imagem abalada e o futuro colocado em xeque. O banqueiro voltou ao dia a dia da empresa em abril de 2016, com o "crachá" de sócio sênior, assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) o liberou do recolhimento domiciliar. Mas quer agora um cargo formal.

Esteves já participa ativamente de reuniões com clientes e tem assento no mesão do 14.º andar da sede do banco, na Avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo. Neste ano, voltou às rodas do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

O retorno a um cargo de comando no banco - além de presidente, Esteves comandava o conselho - depende agora da decisão da 10.ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que recebeu a recomendação do MPF para inocentá-lo da acusação feita pelo ex-senador Delcídio Amaral. Ao jornal, o advogado de Esteves, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que a decisão da Justiça está para sair "a qualquer momento". Procurado, o banco não comenta.

A volta ao bloco de controle também não está descartada. Nada impede que o banqueiro aumente sua participação no banco que fundou em 2008, ao sair do UBS. Até o fim de 2017, sua fatia era de 28%, sem incluir investimento como pessoa física ou por meio de outros veículos do banco, o que o deixaria com mais de 30%, segundo fontes. O BTG, porém, não confirma.

Muito tempo encarado com ressalvas diante do risco de a prisão de Esteves comprometer a imagem do banco, o retorno do banqueiro deixou de ser tabu dentro e fora da instituição, apurou o Estado. Segundo uma pessoa próxima ao banco, Esteves poderia voltar a ser chairman. Marcelo Kalim, atual presidente do conselho, já negociou sua saída e deve deixar o posto nos próximos meses. A presidência executiva se manteria com Roberto Sallouti.

G7

Para voltar, o banqueiro precisará do aval do chamado Top Seven Partners, ou G7, formado pelos sócios mais relevantes. O grupo, que passou a ter o controle do BTG em 2015, após permuta de ações com Esteves, sofreu baixas nos últimos tempos - além de Kalim, Persio Arida e James Marcos de Oliveira anunciaram a saída em 2017. Agora, as movimentações giram em torno das indicações dos que devem recompor o G7, hoje formado por Sallouti, Antônio Carlos Canto Porto Filho (o Totó), Renato Monteiro dos Santos e Guilherme Paes. Os principais sócios têm de 3% a 5% do capital total.

Nomes como Huw Jenkins, sócio do banco em Londres, José Zitelman, responsável por gestão de ativos, e de Rogério Pessoa, de gestão de fortuna, ganham destaque na nova recomposição de forças no banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, autorizou quebra de sigilo bancário e fiscal do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e também deferiu busca e apreensão em endereços no Rio ligados a ele. As medidas foram autorizadas no âmbito da Operação Conclave.

O objetivo da operação da PF é investigar a aquisição possivelmente fraudulenta de ações do Banco Panamericano pela Caixa Participações S.A. (Caixapar). O inquérito instaurado apura a responsabilidade de gestores da Caixa Econômica Federal (CEF) na gestão fraudulenta, além de investigar possíveis prejuízos causados a correntistas e clientes.

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A operação de aquisição de ações do banco Panamericano pela Caixapar é investigada por ter potencialmente causado expressivos prejuízos ao erário federal.

Defesa

O advogado de Esteves, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que ainda está levantando informações sobre a operação. Ele afirmou que os mandados de busca e apreensão contra seu cliente surpreendem e são desnecessários, pois recentemente a mesma Vara da Justiça Federal já havia autorizado a mesma medida na Lava Jato. "Tudo o que foi apreendido já está lá (com as autoridades)", alegou Kakay.

O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, prestou depoimento nesta sexta-feira, 17, na Justiça Federal em Brasília. Ele é réu na ação que investiga a tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Respondem pela mesma acusação o senador cassado Delcídio Amaral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais quatro pessoas.

Todos foram acusados por tentativa de obstrução da Lava Jato. Em depoimento rápido, Esteves negou ter participado de tratativas para financiar a família de Cerveró e evitar que o ex-diretor da estatal firmasse um acordo de delação premiada. O caso veio à tona no final de 2015, quando Delcídio foi preso no exercício do mandato após uma gravação do ex-senador ser entregue pelo filho de Cerveró ao Ministério Público.

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Esteves também chegou a ter prisão preventiva decretada. Em conversas com o então advogado do ex-diretor da Petrobrás, Delcídio prometia ajuda financeira com intuito de evitar uma suposta delação. Esteves era mencionado pelo ex-senador nas conversas como um financiador dos repasses à família de Cerveró.

Posteriormente, em depoimento, Delcídio chegou a dizer que a menção ao nome do banqueiro era um "blefe". Em seu acordo de delação premiada, o senador cassado afirmou que Esteves não colaborou com o plano de financiamento a Cerveró porque já tinha conhecimento do que o ex-diretor da Petrobras pretendia dizer em delação premiada, mas disse não ter conhecimento de como o banqueiro obtinha as informações. À Justiça Federal em Brasília, Esteves voltou a negar qualquer participação no plano de obstrução de Justiça e disse que não participou da negociação narrada por Delcídio.

Um dos novos inquéritos contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abertos recentemente no Supremo Tribunal Federal, também investiga o dono do banco BTG, André Esteves. O caso está sob sigilo, mas os crimes investigados são de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A abertura desse e de outro inquérito contra Cunha foi pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no último 18 e autorizados pelo ministro do STF Teori Zavascki na segunda-feira, 25.

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Ainda não está claro por que Cunha e Esteves estão sendo investigados no mesmo inquérito. Até agora, o presidente da Câmara responde a cinco processos no Supremo no âmbito da Operação Lava Jato. Em um deles, o peemedebista foi transformado em réu pela Corte.

Esteves foi preso em novembro do ano passado, sob suspeita de tentar obstruir as investigações da Lava Jato ao se associar com o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) para tentar convencer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Por conta desse episódio, o banqueiro já responde a um inquérito no Supremo. Ele, no entanto, ficou menos de um mês na cadeia, e nesta segunda, Teori decidiu revogar a prisão domiciliar e suspender as demais medidas cautelares impostas contra ele.

Em sua decisão, o ministro definiu que Esteves terá que se apresentar à Justiça sempre que for intimado, que ele está proibido de manter contato com os demais investigados e que só poderá viajar ao exterior a trabalho, por um período menor que uma semana e terá que comunicar o deslocamento às autoridades competentes.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá nesta quinta-feira (17) sobre o pedido de revogação da prisão preventiva do ex-presidente do BTG Pactual André Esteves preso desde o dia 25 de novembro sob a acusação de ter obstruído investigações no âmbito da Operação Lava Jato. O julgamento deverá ter início às 13 horas.

Esteves foi citado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) em gravação realizada por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, delator da Lava Jato.

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Na quarta-feira, 16, a defesa de Delcídio entregou memorial de defesa aos ministros do STF em que esclarece que a menção em gravação ao nome de Esteves "foi um blefe".

"André Esteves jamais teve qualquer participação nos fatos narrados, e que a menção de seu nome foi um blefe para dar à família de Cerveró uma ideia de que poderia obter algum consolo ou mesmo a tão exigida vantagem com que há muito tempo vinha fustigando o ora investigado", segundo o documento. A defesa diz ainda que Delcídio, por outro lado, "nunca pretendeu obstruir ou embaraçar a investigação".

Ainda no memorial de defesa, Delcídio também isenta seu assessor Diogo Ferreira, ao dizer que ele "sempre agiu sob seu comando". "Todas as reuniões de que participou e documentos que teve em suas mãos lhe foram entregues", de acordo com o memorial.

O advogado de Esteves, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que "rigorosamente não ficou de pé nenhum argumento utilizado para o pedido de prisão" de Esteves. O advogado disse ainda que esse memorial será utilizado no julgamento desta quinta.

A Procuradoria-Geral da República suspeita que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, pagou propina na compra de ativos da Petrobras na África. A informação está na delação premiada do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, e sustenta a denúncia criminal do Ministério Público Federal contra Esteves, preso em Bangu, no Rio.

André Esteves foi detido por ordem do Supremo Tribunal Federal no dia 25 de novembro, com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo Dilma no Senado. Ambos são acusados de tramar contra a Operação Lava Jato.

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"Fernando Antônio Falcão Soares também depôs de molde a fornecer elementos no sentido de que houve pagamento de vantagem indevida, pelo denunciado André Esteves, no contexto da aquisição, pelo Banco BTG Pactual, de ativos da Petrobras na África", apontou a acusação da Procuradoria.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acrescentou: "Observa-se, a propósito, que o denunciado Delcídio do Amaral admitiu, em seu interrogatório policial, saber que o denunciado André Esteves já teve negócios de exploração de petróleo na África".

Ex-presidente

Ao apresentar denúncia criminal contra Esteves e Delcídio ao Supremo, o procurador-geral da República destacou ainda as revelações de outro delator da Lava Jato, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

O ex-dirigente da estatal envolveu André Esteves em outro episódio de corrupção. Segundo Cerveró, o banqueiro pagou R$ 6 milhões em propinas ao senador Fernando Collor (PTB-AL) - essa informação já havia sido feita ao Ministério Público Federal pelo doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

A quantia teria sido repassada ao ex-presidente da República (1990-1992) para que a BR Distribuidora - subsidiária da Petrobras - cedesse sua bandeira para uma rede de 120 postos de combustíveis controlada pelo Banco BTG Pactual, em sociedade com o Grupo Santiago, em São Paulo. Collor, segundo os investigadores, teria forte influência sobre a BR Distribuidora.

"O Banco BTG Pactual, em sociedade com o Grupo Santiago, tinha a propriedade de 120 postos de combustíveis em São Paulo/SP e pagou vantagem indevida no valor de R$ 6 milhões ao senador Fernando Collor para que a BR Distribuidora S/A, sobre cujos dirigentes ele tinha influência política, pagasse para que esses postos adotassem a bandeira BR", acentuou o chefe do Ministério Público Federal.

Gravação

Esteves também foi citado em conversa gravada pelo filho de Cerveró, Bernardo, em 4 de novembro de 2015, em Brasília, durante uma reunião entre ele, o senador, o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e o advogado Edson Ribeiro. No encontro, segundo a Procuradoria, Delcídio se dispôs a comprar o silêncio de Cerveró, que estava fechando acordo de delação.

Segundo Janot, o custeio do auxílio incumbiria, em sua maior parte, a Esteves, sob a condição de que Cerveró não fizesse delação ou que, se o fizesse, "não fornecesse aportes probatórios sobre os denunciados Delcídio do Amaral e André Esteves nem sobre o Banco BTG Pactual".

Na denúncia, Janot declara que Esteve faz parte da "engrenagem". "Com relação ao denunciado André Esteves, embora ele não estivesse presente na reunião gravada no dia 4 de novembro de 2015, é inequívoca a prova de sua atuação na organização criminosa antes descrita e na engrenagem: financeira da atuação do denunciado Delcídio do Amaral para evitar, retardar ou modular o conteúdo da colaboração premiada de Nestor Cerveró."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa do banqueiro André Esteves, ao pedir ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a revogação da prisão preventiva do banqueiro, reagiu enfaticamente à denúncia da Procuradoria, apresentada no dia 7 de dezembro.

"A denúncia, confusa, não trouxe nenhum fato além das suposições que fundamentaram a prisão cautelar. Os elementos colhidos pela acusação após a prisão não fortalecem nem confirmam a versão do Ministério Público de que André Esteves teria auxiliado ou se proposto a auxiliar financeiramente a família de Nestor Cerveró, como falaciosamente prometido ao seu filho pelo senador Delcídio Amaral e suspeitoso advogado."

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Os advogados Sepúlveda Pertence, Antonio Carlos de Almeida Castro e Sônia Rao rechaçaram ponto a ponto a denúncia. Eles afastam ainda envolvimento do banqueiro no pagamento de R$ 6 milhões ao senador Fernando Collor.

Leilão

Sobre o suposto pagamento de propinas na aquisição de 50% dos ativos da Petrobras OIL and Gas B.V. na África, o BTG Pactual esclarece que a operação foi realizada em um leilão "para o qual foram convidados a participar diversos players do mercado - 14 no total".

Segundo a instituição, a proposta de US$ 1,5 bilhão por 50% foi a mais alta e considerada justa pelo assessor financeiro contratado pela Petrobras, Standard Chartered Bank.

Delcídio negou, em depoimento à Polícia Federal, que tenha tramado contra a Lava Jato ou recebido propinas.

O advogado Alberto Zacharias Toron afirmou que o empresário Carlos Santiago "está em gravíssimo estado de saúde há quase seis meses". "Sem poder conversar com ele (Santiago), prefiro não falar nada agora."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) negou o pedido do BTG Pactual de recomprar 41% das ações da companhia em circulação no mercado (free float). O limite estabelecido pela legislação brasileira é de até 10%, mas o órgão regulador do mercado de capitais pode autorizar o aumento deste porcentual em casos excepcionais.

O banco alegava estar em situação atípica após a prisão de seu principal acionista e executivo, André Esteves. O BTG dizia que, ao adquirir as ações no mercado, demonstraria aos acionistas a confiança na solidez de seus negócios e operações.

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A decisão do colegiado sobre a recompra foi tomada em reunião extraordinária, ontem. Apesar de admitir as circunstâncias excepcionais do BTG, a CVM considerou a justificativa para a operação insuficiente. O BTG alegava que a operação ajudaria a demonstrar "robustez e capacidade de utilização de recursos em caixa".

Para os diretores da autarquia, a autorização de um limite adicional de recompra traria riscos ao mercado de capitais. Entre eles, menciona a expressiva redução das units do banco em circulação no mercado e um maior risco de que os controladores do BTG Pactual realizassem negociações dos papéis com uso de informação privilegiada - o que é crime contra o mercado financeiro. A CVM também disse que o negócio poderia resultar na criação de condições artificiais de mercado.

O colegiado embasou sua decisão em relatório da Superintendência de Relações com Empresas (SEP), que recomendou o veto ao pedido. O superintendente Fernando Soares Vieira alertou para o risco de que a aquisição de 41% das units traria o risco de que seu preço não refletisse o adequado valor de mercado e reduzisse a liquidez dos papéis. Vieira destacou ainda, em seu despacho ao colegiado, considerar "contraditório que a companhia venha se desfazendo de ativos para melhorar sua liquidez e concomitantemente utilize recursos para adquirir ações (units) de própria emissão."

Mais questionamentos

O BTG terá de explicar também ao órgão regulador a operação de permuta de ações entre seus sócios. A transação foi anunciada uma semana após a prisão do controlador de Esteves. O afastamento do executivo do controle foi uma tentativa de conter a crise de imagem da instituição. A CVM quer saber se a mudança dispararia uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) aos acionistas minoritários - o BTG, em 2 de dezembro, afirmou à autarquia que uma OPA não se aplicaria ao caso.

A permuta transfere o comando do BTG para os sócios Marcelo Kalim, Roberto Balls Sallouti, Persio Arida, Antonio Carlos Canto Porto Filho, James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme da Costa Paes - irmão do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) -, que formam a Top Seven Partners. É comum que a CVM analise esse tipo de operação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o BTG Pactual anunciar a saída de André Esteves do bloco de controle do grupo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma investigação sobre o banco. Tudo indica que a autarquia vai apurar a estrutura da operação anunciada para alterar o controle societário da companhia: uma permuta de ações entre Esteves e a Top Seven Partners.

A CVM deve verificar a transferência do comando do BTG para os sócios Marcelo Kalim, Roberto Balls Sallouti, Pérsio Arida, Antonio Carlos Canto Porto Filho, James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme da Costa Paes - irmão do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que formam a Top Seven. Operações de troca de controle em companhias abertas costumam cair no radar do xerife do mercado.

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Um dos questionamentos da CVM é relativo à relação da permuta das ações. O órgão indaga ainda se a mudança no controle dará margem a uma oferta pública aos demais acionistas minoritários. Pela Lei das S.A., nos casos em que ficar caracterizada a alienação de controle de companhia aberta, o novo controlador tem de fazer uma oferta pelas ações dos minoritários detentores de papéis com direito a voto. Isso daria uma alternativa para aqueles que não quisessem permanecer no banco sem Esteves. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O BTG Pactual está acelerando a venda de seus ativos considerados mais atraentes no mercado para levantar recursos em momento considerado crítico para o banco. Além da fatia de 12% da rede D'Or, que já está em conversas avançadas com o fundo soberano de Cingapura, o GIC, as vendas das participações do banco na rede de estacionamentos Estapar, no Uol e na Petro África também estariam em andamento, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Fontes dizem que o banco talvez tenha de aceitar deságios de 15% a 20% para encontrar compradores.

O banco pretende se desfazer de todos os negócios que estão sob o guarda-chuva de "principal investments", que incluem investimentos diretos do BTG em participações em empresas, títulos e ativos imobiliários, informou uma fonte próxima ao banco.

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Entre 2010 e 2012, o BTG entrou em mais de 40 negócios, nos mais variados setores, de óleo e gás a mineração, de lojas de departamentos a redes de farmácias.

Algumas das empresas que o BTG tem participação já estavam à venda, mas a prisão do banqueiro André Esteves, na quarta-feira passada, 25, dentro da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras, acelerou o processo.

O primeiro ativo a ser vendido, como publicado no domingo, 29, no portal de internet do jornal O Estado de S. Paulo, é a rede D’Or, que administra hospitais. É considerado o melhor ativo em private equity (fatias de companhias) do BTG - a fatia de 12% que a instituição detém valeria cerca de R$ 2 bilhões.

O principal interessado no ativo é o fundo soberano de Cingapura, o GIC, que adquiriu 16% da D’Or em maio, por R$ 3,2 bilhões.

À venda

Depois da D'Or, a rede de estacionamentos Estapar, que está no portfólio do banco desde 2009, é a que atrai mais interesse. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o ativo poderia render cerca de R$ 400 milhões à instituição (o BTG tem 75% da empresa). O banco também estaria negociando sua fatia de 5,4% na empresa de mídia UOL e a Petro África, parceria com a Petrobras que administra refinarias em países africanos.

A venda da rede D’Or tem chances de sair mais rápido porque o GIC já conhece bem o ativo. "Eles estão muito satisfeitos com o investimento", diz uma fonte com conhecimento do assunto. A Estapar também já teria interessados, incluindo a rede de estacionamentos concorrente Moving.

Apesar desta negociação, a aposta do mercado é que a venda do negócio ainda leve algum tempo. "Acho que não deve sair imediatamente", afirma uma fonte.

Procurado, o BTG não quis se pronunciar. Rede D'Or e Estapar não quiseram comentar o assunto. O GIC e o UOL não retornaram os pedidos de entrevista da reportagem até o fechamento desta edição. A Moving não foi encontrada.

Problemas

Parte do restante do portfólio de empresas do BTG é considerado problemático pelo mercado - o interesse de investidores pelos demais ativos é limitado. A BR Pharma, braço de varejo farmacêutico do banco, tem dívida superior a R$ 800 milhões e problemas de administração. A instituição havia se comprometido a aportar mais R$ 600 milhões para dar nova vida ao negócio.

O investimento deveria ser formalizado agora em dezembro, mas, de acordo com fontes, a prisão de Esteves deve inviabilizar a operação.

Outro negócio de varejo, a rede fluminense Leader, também é vista como uma compra ruim do BTG e está passando por um processo de reestruturação comandado por Enéas Pestana, ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar.

A BR Properties, empresa de ativos imobiliários e que tem o grupo canadense Brookfield como um dos fortes interessados, vai fazer nesta terça-feira, 1º de dezembro, em Bolsa venda de um bloco de ações - 17,8 milhões de papéis ordinários (ou 5,9% do total) como forma de levantar recursos rapidamente para a operação. Procurada, a BR Properties não retornou os pedidos de entrevista.

Na opinião de fontes ouvidas, mesmo esses ativos pouco atraentes precisariam ser vendidos o mais rápido possível pelo BTG. "Se alguém quiser levar, mesmo pagando muito pouco, seria vantagem, pois o banco poderia desativar a área de private equity e cortar custos", diz uma fonte de mercado. "Não dá para o BTG fingir que está fazendo essas vendas em condições normais."

Credibilidade

Correr contra o tempo para vender ativos nunca foi posição vantajosa para banco algum, ponderou outra fonte do setor. "O BTG está fazendo o que deve ser feito para resolver o problema de curto prazo (venda de ativos), mas não sabemos se será suficiente para recuperar a credibilidade perdida com a prisão de André Esteves", disse um banqueiro à reportagem.

Mesmo que o banco arrecade o suficiente para manter a operação e a participação de Esteves seja comprada, outro banqueiro diz que há a questão da credibilidade da marca. "São muitos escândalos juntos. Será que os investidores terão coragem de confiar seu dinheiro ao BTG?", questiona. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os sócios do BTG Pactual aceleraram as negociações para a aquisição da fatia do banco, que pode se aproximar de 30%, detida por André Esteves, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A decisão teria sido tomada com o objetivo de blindar o banco das acusações que pesam sobre Esteves, que no domingo (29) renunciou ao cargo de presidente do BTG.

Ao mesmo tempo, a instituição, para honrar com seus compromissos de curto prazo, negocia a venda de alguns ativos, como Estapar e BR Pharma que, juntos com a fatia da Rede D'Or, poderiam garantir até R$ 5 bilhões ao banco.

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Os executivos do BTG passaram o fim de semana em reuniões para definir a estratégia que seria adotada nesta semana. O domingo era apontado como um dia decisivo, com o vencimento do prazo da prisão temporária de Esteves.

Os sócios bateram o martelo sobre a aquisição da participação após o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), converter a prisão temporária do banqueiro em preventiva, apurou o Broadcast.

Na prática, isso significa que não há mais data de vencimento da detenção. Esteves é acusado de tentar obstruir as investigação da Lava Jato.

O banco nega que a negociação esteja em andamento. "Nosso modelo de sociedade de partnership (sociedade) é forte", disse um sócio do BTG. "Ainda nem conseguimos falar com o André."

Por ora, o preço é o principal entrave, mas prazo e forma de pagamento também são algumas das questões que ainda estão sendo negociadas. O valor de mercado do banco segue em queda e, segundo fontes, os sócios querem chegar a um valor justo por essa participação, dado o pano de fundo dessa transação.

Fontes afirmam que Esteves pedia por sua participação no BTG entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, valor visto como excessivo pelos demais sócios. Uma fonte diz que é justamente o preço que pesa no desfecho.

Ao todo, segundo o site do BTG, a instituição possui 64 sócios. O BTG é gerido pelo modelo de partnership, ou seja, os executivos do banco também são sócios. Segundo informações no site do BTG, onde a partnership é explicada, "quando um sócio sai do banco, suas ações são automaticamente adquiridas pelos demais".

Nos últimos dias, um desenho que vinha sendo estudado era a venda dessa participação para um "terceiro". As conversas chegaram a envolver um banco de maior porte.

A intenção seria trazer a credibilidade de outra instituição para o BTG. No entanto, não houve acordo em relação ao preço. Outra questão era o desconforto em relação ao negócio.

Na segunda-feira, 29, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, negou que pretenda fazer negócio com o BTG. "Não fomos procurados para avaliar os ativos do BTG. Nem faria sentido para nós. Estamos focados no HSBC e na integração do banco", afirmou durante encontro com analistas e investidores.

Situação do BTG

Desde a prisão de André Esteves, na quarta-feira, 25, os fundos abertos do BTG Pactual registraram resgates de R$ 7,2 bilhões, de acordo com dados da Economática.

O banco tem sido penalizado no mercado acionário. Na segunda-feira, as units (pacote de ativos) do BTG caíram 8,53%, para R$ 20,90. No mês, a queda é de 27,18%.

A queda nos papéis do banco refletiu a nova denúncia contra o banco. Um documento colhido pelos investigadores da Lava Jato apontou um suposto pagamento de R$ 45 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para alterar uma medida provisória que beneficiaria o BTG.

O documento foi encontrado na residência do chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral. Cunha e o banco negaram qualquer irregularidade.

Internamente, o banco trabalha com o intuito de tranquilizar os clientes e estancar os saques. "O banco vai limitar sua área de atuação, mas está seguro", disse um sócio do BTG. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Procuradoria-Geral da República afirma que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, mentiu no depoimento que prestou após ser preso, na quarta-feira (25) passada. Esteves negou conversa com o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), sobre a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. No entanto, o senador confirmou o diálogo.

Para investigadores, a constatação de que Esteves "mentiu" permite à Justiça tirar conclusões sobre sua intenção de obstruir as investigações. Essas informações embasaram o pedido da Procuradoria para converter a prisão temporária em preventiva. O pedido foi aceito pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

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Esteves é acusado de financiar a tentativa de compra do silêncio de Cerveró. Os procuradores dizem que "é no mínimo plausível"que o banqueiro tenha atuado com Fernando Soares, o Fernando Baiano, outro delator do esquema na Petrobras.

Para procuradores, se Esteves estava disposto a financiar o silêncio e até a fuga de Cerveró, ele poderia também usar sua fortuna em benefício próprio. Eles dizem que, além do BTG, o banqueiro é dono de outras instituições financeiras no Brasil e no exterior, incluindo um banco na Suíça, o BSI, comprado pelo BTG Pactual.

"Não seriam suficientes medidas cautelares diversas da prisão preventiva", afirma o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no documento em que pede a conversão da prisão. Para os investigadores, Esteves poderia interferir nas apurações mesmo em liberdade vigiada.

Assessor

Procuradores afirmam ainda que o chefe de gabinete de Delcídio Amaral, Diogo Ferreira, também atuou para dificultar a delação premiada de Cerveró. A prisão de Ferreira também foi convertida em preventiva. No documento encaminhado ao Supremo, a Procuradoria descreve como, supostamente, o chefe de gabinete de Delcídio agiu para tentar impedir que Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, gravasse a conversa com o senador petista.

"Ligou o televisor do quarto de hotel de Bernardo Cerveró, de quem não era amigo íntimo, aumentou o volume e postou-se de pé, de costas para os presentes, durante a reunião, para tentar funcionar como barreira física à gravação."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A BM&FBovespa informou na manhã desta segunda-feira, 30, que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, renunciou ao cargo de conselheiro de administração da companhia. Esteves havia sido eleito para a função pela Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada em 30 de março de 2015.

Segundo comunicado da BM&FBovespa, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a comunicação foi feita por intermédio do BTG Pactual ontem, dia 29 de novembro. O conselho de administração da BM&FBovespa fará uma reunião, ainda sem data definida, para indicar o substituto de Esteves.

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André Esteves renunciou neste domingo à presidência e comando do conselho de administração do banco BTG Pactual, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter convertido a prisão dele de temporária em preventiva. Pérsio Arida foi indicado para assumir a presidência e John Huw Jenkins a vice-presidência.

Esteves foi preso na última quarta-feira assim como o senador Delcídio Amaral (PT-MS). (- marcelle.gutierrez@estadao.com)

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), converteu a prisão temporária do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, em preventiva, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, não há mais data de vencimento para a detenção do executivo. Sem a decisão de Zavascki, Esteves poderia ser solto a partir desta segunda-feira (30)quando expirava o prazo de cinco dias da prisão temporária.

A mesma medida foi adotada também para o chefe de gabinete do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, o assessor Diogo Ferreira. Os dois foram presos na última quarta-feira (25) por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. No caso de Delcídio e do advogado Edson Ribeiro, as prisões já eram preventivas desde o início.

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Os quatro são suspeitos de tentar barrar as investigações sobre corrupção na Petrobras e comprar o silêncio de Nestor Cerveró. Em conversas gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Delcídio tenta comprar o silêncio do ex-dirigente da estatal para evitar menções a seu nome ou ao banco BTG Pactual em eventual delação premiada. As tratativas eram feitas com o advogado Edson Ribeiro, com participação do assessor do parlamentar.

De acordo com Zavascki, em nota divulgada pelo STF, os depoimentos prestados desde a realização das prisões e o material coletado em buscas "permitiram o preenchimento dos requisitos para a decretação das prisões preventivas". Pela legislação penal, a prisão preventiva pode ser decretada para garantir a ordem pública, conveniência da investigação criminal ou assegurar a aplicação da lei, quando há prova da existência do crime e indícios sobre o autor do delito.

A expectativa é de que Delcídio, Esteves, Diogo Ferreira e Edson Ribeiro sejam denunciados pela Procuradoria-Geral da República no início desta semana por tentativa de dificultar as investigações.

Em negociação que começou neste domingo (29)e pode ser anunciada ainda hoje, o BTG Pactual, na esteira da prisão de André Esteves e do derretimento de suas ações desde a última quarta-feira, se prepara para se desfazer de um de seus principais ativos: a participação de 12% na rede de hospitais D'Or, que tem entre seus sócios o fundo de private equity americano Carlyle e o fundo soberano de Cingapura, o GIC. Segundo apurou o jornal "O Estado de S. Paulo", o GIC deve fechar rapidamente a compra da fatia remanescente do BTG na rede de hospitais, segundos fontes próximas à operação. O valor da negociação estaria próximo de R$ 2 bilhões.

O BTG tem pressa para fechar o negócio. Na última quarta-feira, 25, o presidente do banco, André Esteves, foi preso em uma nova fase da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras. No mesmo dia, o senador Delcídio Amaral (PT) também foi preso, acusado de tentar obstruir as investigações da Polícia Federal. Ao fechar o negócio, o BTG tenta mostrar ao mercado que está bem capitalizado e pode atravessar o período de turbulência provocado pela prisão de Esteves.

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O GIC entrou no negócio, fundado pela família Moll, em maio deste ano, ao comprar por R$ 3,2 bilhões uma fatia de 16%, em uma venda em que tanto o BTG quanto os fundadores se desfizeram de participação. O BTG havia comprado 25,6% da rede de hospitais em 2010 (por R$ 600 milhões), mas, com dificuldades em sua área de private equity, começou a se desfazer de participações no início do ano. Em abril, o banco já havia tido a participação diluída no negócio quando o Carlyle investiu R$ 1,75 bilhão no D'Or e passou a ter 8,3% do negócio.

A preferência pela negociação emergencial com o D'Or, segundo uma fonte com conhecimento do assunto, se dá pela capacidade financeira do fundo soberano GIC de tomar decisões rápidas. "Eles gostam do negócio, estão satisfeitos e têm condições de agir rápido", afirmou a fonte. A rede D'Or está presente sobretudo em São Paulo e no Rio e tem uma cadeia de 27 hospitais próprios, além de ser responsável pela administração de outros dois empreendimentos.

Na área de negócios, a rede D'Or é considerada o melhor ativo do BTG. O banco foi criticado por vários investimentos que se revelaram malfadados, como a Sete Brasil, cuja tese de investimento foi colocada em xeque após o início da Operação Lava Jato, e BR Pharma, que passa por ajustes e pode exigir novos aportes por parte do banco. Há ainda a rede de lojas Leader, cujo negócio está sendo reestruturado com a ajuda do consultor Enéas Pestana, ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar.

Procurados pela reportagem, GIC, BTG e Rede D`Or não retornaram os pedidos de entrevista até o fechamento desta reportagem.

Fontes afirmaram que o Carlyle já teria manifestado interesse, nos últimos meses, em adquirir a participação do BTG no negócio, mas o GIC saiu na frente por ter mais liquidez.

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