Tópicos | Geddel Vieira

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin concedeu progressão de pena ao regime semiaberto para o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que havia sido condenado em 2017 por lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso do "bunker", em que escondia R$ 51 milhões em seu apartamento em Salvador, Bahia.

Geddel foi ministro-chefe da Secretaria de Governo do Brasil durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), sendo exonerado do cargo em 2016 após denúncias de corrupção. 

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Condenado a 14 anos e 10 meses em regime fechado, Geddel Vieira Lima iniciou a pena na Papuda, em Brasília, e foi transferido para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, em dezembro do ano passado.

Em outubro de 2020, o STF havia negado a progressão de Geddel Vieira para o semiaberto. Na época, Fachin foi escolhido relator e votou contra a progressão, sendo seguido pelos colegas Celso de Mello, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes - apenas Ricardo Lewandowski votou pelo relaxamento da prisão do ex-ministro.

Em relatório final sobre as investigações, a Polícia Federal concluiu que o ex-ministro e ex-deputado Geddel Vieira Lima e seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), cometeram o crime de peculato ao contratar empregados pessoais – entre eles motoristas e domésticas – como assessores e secretários parlamentares. 

O documento foi anexado ao inquérito sobre o caso que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A investigação foi aberta a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em um desdobramento da ação penal sobre os R$ 51 milhões em espécie encontrados em um apartamento de Salvador ligado à família Vieira Lima. 

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Em setembro, Raquel Dodge já havia expressado ao Supremo ter encontrado indícios, na investigação sobre o apartamento, de que os irmãos Vieira Lima lotavam em seus gabinetes funcionários fantasmas e que os dois se apropriavam dos salários de supostos assessores e secretários, na verdade empregados pessoais, o que configuraria o crime de peculato. 

O delegado Bruno Benassuly Maués Pereira, que recomendou a apresentação de denúncia, disse que “concorda integralmente com o convencimento já expressado” pela procuradora-geral da República”. 

No relatório que chegou ontem (8) ao STF, ele escreveu que “nas mais de 30 inquirições realizadas, confirmou-se que Lúcio Vieira Lima e família se utilizavam de indicações de secretários/assessores parlamentares para contratar pessoas para exercer funções de cunho pessoal, sem qualquer ligação com a atividade parlamentar". Entre os exemplos, o delegado citou empregados domésticos e motoristas que dirigiam para esposas e filhos dos dois parlamentares. 

“Também se confirmou que muitos nomeados sequer têm contato com os deputados, sendo incapazes de demonstrar, concretamente, qualquer trabalho realizado em prol da atividade parlamentar ou documento que possa sugerir um ato administrativo”, acrescentou o delegado. Também constam como investigados no processo outro irmão, Afrísio Vieira Lima Filho, e a matriarca da família, Marluce Vieira Lima. 

No andamento mais recente, Alexandre de Moraes deu vista do processo à PGR para que volte a se manifestar. A Agência Brasil tentou contato telefônico e enviou mensagens à defesa da família Vieira Lima, mas não obteve retorno.

Um Governo não se firma e ganha envergadura pelo volume de obras, projetos e melhoria dos indicadores econômicos. Ganha respeito e notabilidade, principalmente, quando não faz vista grossa aos princípios da moralidade. No caso do novo affaire do Governo, envolvendo o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira, acusado pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de pressionar para liberar uma obra por interesse particular, Temer vacilou.

Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Legislativo, Geddel foi acusado de ter forçado a liberação da obra de um edifício em Salvador que havia sido embargada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O titular da Secretaria de Governo diz que comprou um imóvel no empreendimento localizado em um bairro nobre da capital baiana.

Temer deveria tê-lo afastado imediatamente até que a Comissão de Ética Pública da Presidência concluísse o levantamento da conduta do ministro no episódio denunciado pelo ex-ministro da Cultura. Órgão vinculado à Presidência, a Comissão de Ética fiscaliza eventuais conflitos de interesse envolvendo integrantes do governo. O colegiado não tem poder para punir nenhum servidor público.

Isso cabe ao chefe da Nação. Mas antes mesmo de a comissão analisar a denúncia contra Geddel, o Palácio do Planalto adiantou que o ministro da Secretaria de Governo não será demitido. Em um pronunciamento, o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, disse que Geddel permanecerá no cargo.

Para completar, ainda ontem, o líder do Governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), afirmou que todos os líderes dos partidos da base de Michel Temer na Casa entregaram, no Palácio do Planalto, um manifesto de apoio ao ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Além de angariar manifestações de apoio dos líderes da base na Câmara, Geddel Vieira Lima também obteve a sinalização de que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estarão ao seu lado durante a tempestade política.

Em uma entrevista coletiva em São Paulo, Maia defendeu a permanência de Geddel no primeiro escalão. “Nós precisamos que o ministro Geddel continue no governo”, disse o presidente da Câmara, após participar de uma palestra a empresários na capital paulista. “O ministro Geddel tem apoio do parlamento, tem confiança do parlamento, tem exercido papel fundamental para o governo na articulação política”, complementou.

Maia disse ainda que “tráfico de influência não é bom”, mas ressaltou que, na opinião dele, isso não ocorreu no episódio envolvendo Geddel e Calero. Ora, o ex-ministro da Cultura foi muito claro incisivo, não pairando nenhuma dúvida do que afirmou quanto às pressões de Geddel, que, ao invés de estar recebendo solidariedade, deveria ter sido demitido.

DEMISSÃO NA CEF– Da mesma forma que o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal também estuda colocar em prática medidas para melhorar a eficiência do banco. De acordo com o presidente da instituição, Gilberto Occhi, estão em análise um plano de demissão ou de aposentadoria incentivada que deve ser oferecido a 10 mil funcionários. Além disso, o banco já monitorava o desempenho de cem agências deficitárias. "Se for necessário, vamos adotar medidas como redução de jornadas, transferências de endereços e, em último caso, fechar as portas", afirmou Occhi, após participar de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.

Sales deve ter aval do TSE – Sai, hoje, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral sobre a eleição judicializada em Ipojuca. A tendência, pelo menos até ontem, era pelo reconhecimento da vitória do candidato do PTB, Romero Sales. Se isso vier a se confirmar, o trabalhista derrota na prática a união das duas poderosas forças políticas que passaram a vida inteira travando batalhas pelo poder – o prefeito Carlos Santana (PSDB), que tentou a reeleição, e o ex-prefeito Pedro Serafim (PDT), que indicou o filho Pedro Serafim Neto para compor a chapa como vice.

Transposição anda- O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, garante que as obras nos dois eixos (Norte e Leste) do Projeto de Integração do Rio São Francisco estão em pleno andamento. “É um grande equívoco dizer que as obras estão paralisadas. Isso não está correto. Já estão concluídas 90,8% das estruturas e o restante está em construção, com exceção de um trecho do Eixo Norte que estava sob responsabilidade da empresa Mendes Júnior, mas que já estamos providenciando a substituição”, afirmou.

Contas aprovadas– As contas do prefeito eleito de Itapetim, Adelmo Moura (PSB), referentes ao exercício do ano de 2009, foram aprovadas pela Câmara. O Tribunal de Contas concluiu que não há irregularidades. O parecer técnico foi aprovado pela Câmara Municipal de Vereadores no dia 22 de novembro. Para o prefeito, a decisão é um reflexo do compromisso da equipe administrativa, que sempre se manteve firme e comprometida com a responsabilidade fiscal. “Buscamos transparência na gestão e sempre disponibilizamos informações orçamentárias referentes a receita e aos gastos públicos”, disse.

A versão do Governo – Em nota, o governador Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, o senador Fernando Bezerra Coelho e o deputado Tadeu Alencar negaram qualquer irregularidade no processo de licitação da Arena, pelo qual estariam sendo investigados, segundo a revista IstoÉ. “A licitação para a construção da Arena, ocorrida em 2009, observou todos os requisitos, prazos e exigências da Lei de Concessões e da Lei das Parcerias Público-Privadas, que preveem a possibilidade de o autor do projeto participar da licitação, não decorrendo desse fato qualquer irregularidade, fraude ou frustração do caráter competitivo da disputa”, afirmou.

CURTAS

CHAPÉU DE PALHA– A retomada da capacitação para mulheres na fruticultura do Sertão do São Francisco, por meio do Programa Chapéu de Palha Mulher da Fruticultura Irrigada, foi cobrada pelo deputado estadual Odacy Amorim (PT) na reunião plenária de ontem. O parlamentar tinha recebido a Rede de Mulheres da Fruticultura Irrigada sexta-feira passada em seu gabinete em Petrolina, formada por entidades que ministram cursos e formação no programa.

REPATRIAÇÃO– O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, anunciou, ontem, após reunião com o presidente Michel Temer e integrantes da equipe econômica, em Brasília, que o Governo Federal concordou em repartir com os estados também a arrecadação com a multa aplicada contra os contribuintes que aderiram à chamada "repatriação".

Perguntar não ofende: O choro de Geddel Vieira foi de lágrimas de crocodilo?

O presidente Michel Temer decidiu manter no cargo o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, informou nesta segunda-feira (21) o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola. 

Nesta segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência adiou a decisão sobre a abertura de processo para apurar se Geddel violou o código de conduta federal ou a Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12813) ao procurar o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, para tratar de um assunto de seu interesse pessoal. A maioria dos membros da comissão já havia votado a favor da abertura do processo.

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Marcelo Calero pediu demissão na última sexta-feira (18), alegando motivos pessoais. Depois, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que tinha sido pressionado pelo ministro Geddel Vieira Lima para intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a fim de liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador.

O empreendimento não foi autorizado pelo Iphan e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado e disse estar preocupado com a criação e a manutenção de empregos.

De acordo com Alexandre Parola, Temer afirmou também que as decisões do Ministério da Cultura serão tomadas por meio de critérios "técnicos" e com base em marcos legais.

"O presidente Michel Temer ressalta que todas as decisões sob responsabilidade do Ministério da Cultura são e serão encaminhadas e tradadas estritamente por critérios técnicos, respeitados os marcos legais e preservada a autonomia decisória dos órgãos que o integram, tal como ocorreu no episódio de Salvador", acrescentou o porta-voz.

Durante a reunião desta manhã, cinco conselheiros da Comissão de Ética Pública votaram pela instauração do processo, mas a decisão foi adiada porque um integrante pediu vista.

Escolhido para substituir Marcelo Calero no Ministério da Cultura, o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) afirmou, neste sábado (19), em entrevista ao Portal LeiaJá, que pretende gerir a pasta com “diálogo” e “respeito as divergências políticas”. Ele já assume a pasta em meio a polêmica gerada entre Calero e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). 

O peemedebista baiano foi acusado pelo ex-ministro de usar do próprio cargo para conseguir vantagens pessoais. Em declaração após pedir demissão Calero disse ter sido pressionado por Geddel a liberar um empreendimento imobiliário em Salvador embargado pelo Iphan, onde o articulador político do presidente Michel Temer (PMDB) adquiriu um imóvel.

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Sobre as declarações, Freire amenizou. “A impressão que eu tenho é de que no âmbito do ministério não tem polêmica nenhuma”, ponderou. Já quando a decisão do Iphan, ele pontuou que “já foi decidido”. “Se você tem o organismo técnico e competente não tem por que você como ministro passar por cima de questões. Parece que isto já estava resolvido. O problema que existe lá na Bahia vai ser revolvido judicialmente”, acrescentou. 

Mudanças na Lei Rouanet

Outro assunto que tem gerado discussões dentro do Ministério da Cultura é a Lei Rouanet. De acordo com o substituto de Calero, os “defeitos” da legislação devem ser revistas. “Tem um projeto que tramita no Congresso que modifica a lei [Rouanet]. Ainda tenho que analisá-la detalhadamente para dizer onde, mas mesmo com a critica grande  e o argumento de que ela não deveria existir eu pontuou que ter uma legislação que incentiva a cultura no Brasil é extremamente importante. Se tem defeitos, vamos modificar”, frisou. 

A lei é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados e em junho a Polícia Federal afirmou que o Ministério da Cultura falhou na fiscalização dela. Freire defende que a própria pasta faça uma auditoria nos mecanismos da Rouanet. 

Falta de Verbas

Antes de deixar o comando do Ministério da Cultura, Calero também chegou a disparar contra a falta de verbas para efetuar os projetos. Indagado sobre como pretende lidar com o orçamento enxuto, Roberto Freire foi irônico: “se alguém tiver a expectativa de muitos recursos é melhor ficar em casa”. 

“Tivemos o impeachment pelo desmantelo que o governo anterior deixou a sociedade brasileira e a economia. Ela saiu por conta da irresponsabilidade e do desmantelo, então não podemos pensar que vai ter facilidades. Temos ajustes em andamento no Congresso”, observou, lembrando da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016 que está sendo discutida no Senado, e limita os gastos públicos por 20 anos. 

“Nenhum ministro ou ministério pode achar que vai ter tempo bom. Vai ter aperto e contenção, tenho clareza disso. Vamos usar a criatividade para levar o ministério à frente e sair da crise”, acrescentou. 

Já quanto à condução da pasta, o deputado federal disse que não pretende interromper uma gestão já iniciada por Calero. “Vou conversar com o ministro que saiu, conversar com o presidente [Michel Temer] e discutir o que estava sendo planejado e feito. Vai ser continuidade o que precisar e de mudança, caso necessite. Mas uma coisa importante, que o país já vinha caminhando, é a necessidade de instalar na cultura brasileira o clima de diálogo e o respeita as divergências políticas. Com isso tudo é possível”. 

Líder do PT no Senado, Humberto Costa, pediu, neste sábado (19), que o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) seja demitido do cargo "imediatamente". O peemedebista baiano foi acusado pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de usar do próprio cargo para conseguir vantagens pessoais. Calero pediu demissão da pasta nessa sexta-feira (18), após, segundo declara em entrevista a um jornal de circulação nacional, ser ameaçado por Geddel a liberar um empreendimento imobiliário em Salvador embargado pelo Iphan, onde o articulador político do presidente Michel Temer (PMDB) adquiriu um imóvel.

"A narrativa do ex-ministro da Cultura expõe as víscera desse governo corrupto. Ele entregou o cargo para não ser obrigado a atropelar pareceres técnicos que negavam autorização para a construção de um prédio em uma área tombada, onde o Geddel tem investimentos. É escandaloso que um ministro extremamente poderoso dentro do governo, que trabalha na antessala de Temer, use do próprio cargo para coagir e ameaçar colegas em favor de interesses pessoais", criticou o líder do PT. "Se Temer tiver o mínimo de decência e de escrúpulo, demite Geddel hoje mesmo", complementou.

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O líder do PT informou que a bancada do partido fará um convite para que Marcelo Calero vá ao Senado explicar, publicamente, os fatos que redundaram em sua demissão. Além disso, também vão convocar Geddel para que explique as acusações que lhe foram imputadas pelo ex-ministro.

Humberto Costa também disse que vai ingressar com representações na Comissão de Ética da Presidência da República e no Ministério Público Federal para que abram investigação sobre o caso. Marcelo Calero é o quinto ministro do governo Temer a ser demitido após polêmicas. Na lista estão Romero Jucá (Planejamento), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Fabiano Silveira (Transparência) e Fabio Medina Osório (AGU). O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, é o novo ministro da Cultura. 

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