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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre civis e militares, no relatório final do colegiado. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e nomes do "núcleo duro" do governo dele, como os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, estão na lista.

O documento é apresentado nesta terça-feira (17), na sessão da CPMI. A votação está prevista para ocorrer na quarta-feira (18). A listagem é uma sugestão. Caberá aos órgãos responsáveis, como o Ministério Público, analisar uma possível apresentação de denúncia.

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O relatório sugere indiciamentos por 26 tipos de delitos. No caso do ex-presidente Bolsonaro, Eliziane Gama cita associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de depor governo legitimamente constituído e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.

Veja a lista dos pedidos de indiciamento:

- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República

- Walter Souza Braga Netto, general da reserva do Exército, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022

- Augusto Heleno Ribeiro Pereira, general da reserva do Exército e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

- Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

- Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública

- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF)

- Carla Zambelli Salgado de Oliveira, deputada federal (PL-SP)

- Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

- Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, general do Exército e ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República

- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, general do Exército e ex-ministro da Defesa

- Almir Garnier Santos, almirante e ex-comandante da Marinha

- Marco Antônio Freire Gomes, general e ex-comandante do Exército

- Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército e ex-assessor de Bolsonaro

- Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial da Presidência da República

- George Washington de Oliveira Sousa, bolsonarista preso pela tentativa de atentado à bomba no Aeroporto de Brasília

- Alan Diego dos Santos Rodrigues, bolsonarista preso pela tentativa de atentado à bomba no Aeroporto de Brasília

- Wellington Macedo de Souza, bolsonarista preso pela tentativa de atentado à bomba no Aeroporto de Brasília

- Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército

- Antônio Elcio Franco Filho, coronel do Exército e ex-secretário executivo do Ministério da Saúde

- Jean Lawand Júnior, coronel do Exército

- Marília Ferreira de Alencar, subsecretária de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal

- Carlos José Russo Assumpção Penteado, general do Exército e ex-secretário-executivo do GSI

- Carlos Feitosa Rodrigues, general de Exército e ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI

- Wanderli Baptista da Silva Junior, coronel do Exército e ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI

- André Luiz Furtado Garcia, coronel do Exército e ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI

- Alex Marcos Barbosa Santos, tenente-coronel do Exército e ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações;

- José Eduardo Natale de Paula Pereira, major do Exército e ex-integrante da Coordenaria de Segurança de Instalações do GSI

- Laércio da Costa Júnior, sargento do Exército e então encarregado de segurança de instalações do GSI

- Alexandre Santos de Amorim, coronel do Exército e ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI

- Jader Silva Santos, tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI.

- Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF

- Klepter Rosa Gonçalves, ex-comandante-geral da PMDF

- Jorge Eduardo Barreto Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da PMDF

- Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, integrante do Departamento Operacional da PMF

- Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF

- Flávio Silvestre de Alencar, major da PMDF

- Rafael Pereira Martins, major da PMDF

- Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor de Bolsonaro

- Fernando Nascimento Pessoa, ex-assessor de Bolsonaro

- José Matheus Sales Gomes, ex-assessor de Bolsonaro

- Alexandre Carlos de Souza e Silva, policial rodoviário federal

- Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal

- Maurício Junot, sócio de empresas que teriam ligações contratuais com a PRF

- Ridauto Lúcio Fernandes, general da reserva do Exército

- Meyer Nigri, empresário

- Adauto Lúcio de Mesquita, sócio de empresa acusada de financiar os atos golpistas

- Joveci Xavier de Andrade, sócio de empresa acusada de financiar os atos golpistas

- Mauriro Soares de Jesus, sócio da USA Brasil

- Ricardo Pereira Cunha, sócio da USA Brasil

- Enric Juvenal da Costa Laureano, consultor da Associação Nacional do Ouro (ANORO)

- Antônio Galvan, empresário

- Jeferson da Rocha, empresário

- Vitor Geraldo Gaiardo, empresário

- Humberto Falcão, empresário

- Luciano Jayme Guimarães, empresário

- José Alípio Fernandes da Silveira, empresário

- Valdir Edemar Fries, empresário

- Júlio Augusto Gomes Nunes, empresário

- Joel Ragagnin, empresário

- Lucas Costa Beber, empresário

- Alan Julian, empresário

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (17) o relatório da CPMI do 8 de Janeiro com 1.333 páginas após quase cinco meses de trabalho. O presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), deu prazo até 9h desta quarta-feira (18) para o pedido de vista coletiva e marcou a votação do parecer para o mesmo dia.

--> Veja aqui a íntegra do relatório

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O documento, segundo Eliziane, é baseado nas oitivas e nas centenas de documentos que chegaram à comissão de inquérito. A relatora pediu o indiciamento de 61 pessoas, entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado.

Para a relatora, “os golpes modernos à esquerda e à direita, não usam tanques, cabos ou soldados. O golpe deve fazer uso controlado da violência. É preciso, sobretudo, que o golpe não pareça golpe”.

"Começam por uma guerra psicológica, a base de mentiras, de campanhas difamatórias, da disseminação do medo, da fabricação do ódio. É tanta repetição, repetição, repetição, potencializada pelas redes sociais, pelo ecossistema digital, que muitos perdem o parâmetro da realidade. O golpe avança pela apropriação dos símbolos nacionais. O golpe continua pelas tentativas de captura ideológica das forças de segurança. Por isso é importante atacar as instituições, descredibilizar o processo eleitoral", afirma a senadora.

Eliziane também pede o indiciamento de integrantes militares do governo Bolsonaro: general Braga Netto, ex-ministro da Defesa; general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência,.

Também estão na lista de indiciamento nomes próximos a Bolsonaro e que atuaram em órgãos de segurança no governo anterior, como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. Eliziane também sugere o indiciamento da deputada federal Carla Zambelli.

O relatório recomenda ainda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia, a ser instalado na parte externa do Senado Federal, reforçando que o Brasil é um Estado democrático de Direito e que, no dia 8 de janeiro de 2023, a democracia foi atacada.

Deputados e senadores da oposição ainda vão apresentar os votos em separado (relatórios paralelos), com foco em suposta omissão do governo federal no dia do ataque, nas prisões de manifestantes e na recusa da acusação de golpe pelo ex-presidente Bolsonaro.

*Da Agência Senado

Com suas 1.180 páginas, o relatório final, apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), recomenda o indiciamento de 66 pessoas físicas e duas pessoas jurídicas. Esses indiciamentos têm relação com o negacionismo em relação ao vírus e às vacinas, que teria aumentado o número de mortos no Brasil; com as suspeitas de corrupção nas negociações para a compra de vacinas pelo Ministério da Saúde; e com as mortes que teriam sido provocadas pelo uso de tratamentos sem respaldo científico contra a covid-19. Eles se baseiam nas seguintes normas:

Código Penal (CP), sobretudo nos artigos relacionados à propagação da doença - 267 (epidemia com resultado morte), 268 (infração de medida sanitária preventiva) e 286 (incitação ao crime); e à corrupção na compra de vacinas -  299 (falsidade ideológica), 319 (prevaricação) e 333 (corrupção ativa);

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Tratado de Roma (Decreto nº 4.388, de 2002);

Lei de Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/1950);

Lei de Improbidade Administrativa  (Lei 8.429/1992);

Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013);

Lei de Organização Criminosa (Lei nº 12.850/2013).

A CPI, explica o relatório, propôs vários encaminhamentos aos órgãos competentes para dar prosseguimento às investigações, o que pode levar a novas responsabilizações, nas esferas civil, criminal e administrativa. O relatório e os documentos relevantes da investigação serão compartilhados "com as autoridades responsáveis pela persecução criminal", segundo o texto apresentado. Por ter ocorrido a caracterização de crimes contra a humanidade, os documentos também serão remetidos ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, nos Países Baixos.

Abaixo, um resumo de todos os indiciamentos propostos.

Presidente da República

O presidente Jair Bolsonaro, é o primeiro citado na lista, indiciado pelos seguintes crimes: 

prevaricação;

charlatanismo;

epidemia com resultado morte;

infração a medidas sanitárias preventivas;

emprego irregular de verba pública;

incitação ao crime;

falsificação de documentos particulares;

crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)

crimes contra a humanidade (nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos)

Ministros e ex-ministros

Dois ministros da Saúde, o atual (Marcelo Queiroga) e seu antecessor (Eduardo Pazuello), também figuram como indiciados, sendo Pazuello em cinco tipos (artigos 267, 315, 319 e 340 do Código Penal, e art. 7º do Tratado de Roma), e Queiroga em dois (artigos 267 e 319 do CP).

Também se propõe os indiciamentos de outros três atuais ocupantes de ministérios — Onyx Lorenzoni, ex-ministro da Cidadania, hoje ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República (incitação ao crime e crimes contra a humanidade); Walter Braga Netto, ministro da Defesa e ex-ministro chefe da Casa Civil (epidemia com resultado de morte); e Wagner de Campos Rosário, ministro-chefe da Controladoria Geral da União (prevaricação) — e dois ex-ministros, Ernesto Araújo, das Relações Exteriores (epidemia e incitação ao crime) e Fábio Wajngarten, da Secretaria Especial de Comunicação Social (prevaricação e advocacia administrativa).

Assessores e ex-assessores

O relatório pede o indiciamento de Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais, e Técio Arnaud Tomaz, assessor especial da Presidência da República (ambos por incitação ao crime); e de Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República (epidemia).

Ministério da Saúde

Uma série de ocupantes e ex-ocupantes de cargos no Ministério da Saúde figuram no relatório: Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo, e Mayra Isabel Correia Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (ambos por prevaricação); Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística (suspeito de corrupção passiva, organização criminosa e improbidade administrativa); Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística, que teria tentado intermediar a compra da vacina AstraZeneca (corrupção ativa); e Airton Soligo, ex-assessor especial do Ministério (usurpação de função pública).

Parlamentares

Oito parlamentares aparecem no relatório, com a recomendação de indiciamento por incitação ao crime (artigo 286 do Código Penal): o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Carlos Jordy (PSL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Ricardo Barros (PP-PR) e Osmar Terra (MDB-RS); e o vereador da capital fluminense Carlos Bolsonaro. Ricardo Barros é acusado, ainda, de prevaricação, organização criminosa e improbidade administrativa, por suposta influência em irregularidades na negociação para a compra de vacinas.

Gabinete paralelo

A atuação do chamado "gabinete paralelo de aconselhamento" de Jair Bolsonaro, descrito no relatório como um "círculo íntimo de assessores" com "apego ideológico à cloroquina", levou ao pedido de indiciamento, por "epidemia com resultado morte", de Nise Yamaguchi e Luciano Dias Azevedo (médicos), Carlos Wizard (empresário) e Paolo Zanotto (biólogo). Pela mesma tipificação, foi incluído o presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Luiz de Brito Ribeiro.

Fake news

Outros dez nomes, suspeitos de disseminar fake news sobre o vírus e as vacinas na web e nas redes sociais, tiveram o indiciamento proposto, por incitação ao crime (artigo 286 do Código Penal): Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio (blogueiros), Paulo Eneas (editor do site Crítica Nacional), Luciano Hang e Otávio Fakhoury (empresários), Bernardo Kuster (diretor do site Brasil Sem Medo), Richards Pozzer (artista gráfico), Leandro Ruschel (jornalista), Roberto Goidanich (ex-presidente da Fundação Alexandre de Gusmão) e Roberto Jefferson (político).

Caso Davati

Mais quatro nomes na relação, cujo indiciamento por corrupção ativa (artigo 333 do Código Penal) é proposto, estão ligados ao caso da tentativa frustrada de intermediação da venda de vacinas da AstraZeneca ao Ministério da Saúde: duas pessoas que se apresentaram como representantes da empresa Davati no Brasil (Cristiano Carvalho e Luiz Dominguetti) e dois intermediadores (Rafael Alves e José Odilon Torres Jr.).

Caso Covaxin

Uma série de nomes citados no relatório tem relação com o caso da tentativa frustrada de vender ao Ministério da Saúde a vacina indiana Covaxin, com o envolvimento das empresas Precisa Medicamentos, VTCLog (empresa de logística) e FIB Bank (empresa de garantias bancárias).

Ligados à Precisa, recomendou-se o indiciamento de Francisco Maximiano, sócio (falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude em contrato); Danilo Trento, diretor de relações institucionais (fraude em contrato); Emanuela Batista de Souza Medrades, diretora-executiva e responsável técnica farmacêutica da Precisa, e Túlio Silveira, consultor jurídico (ambos por falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude processual).

Da VTCLog, são acusados os sócios Raimundo Nonato Brasil (corrupção ativa), Carlos Alberto de Sá e Teresa Reis de Sá; e a diretora-executiva Andreia Lima (corrupção ativa e improbidade administrativa).

Qualificado como "sócio oculto" da FIB Bank, Marcos Tolentino, figura por fraude em contrato e organização criminosa.

Também foram citados com relação ao caso Covaxin, acusados de organização criminosa, o ex-secretário da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) José Ricardo Santana e o lobista Marconny Albernaz de Faria.

A Precisa e a VTCLog foram as duas únicas pessoas jurídicas cujo indiciamento foi recomendado no relatório, com base na Lei Anticorrupção, por suposto "ato lesivo à administração pública".

Prevent Senior

As ações da empresa Prevent Senior (planos de saúde) na pandemia levaram à proposta de uma série de indiciamentos: dos donos da empresa, Fernando Parrillo e Eduardo Parrillo, e de seu diretor-executivo, Pedro Batista Jr., em quatro tipificações (perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade); e dos médicos Carla Guerra, Rodrigo Esper e Fernando Oikawa (perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade), Paola Werneck (perigo para a vida ou saúde de outrem), Daniel Garrido Baena, João Paulo Barros e Fernanda Igarashi (falsidade ideológica).

Daniella de Aguiar Moreira da Silva, outra médica da Prevent Senior, é a única pessoa que figura no relatório com recomendação de indiciamento pelo artigo 121 do Código Penal (homicídio), por "indícios" de "omissão do dever funcional" no tratamento de pacientes com covid.

O médico Flávio Adsuara Cadegiani, que fez em Manaus um estudo com proxalutamida que teria matado mais de 200 pessoas, é acusado de crime contra a humanidade.

*Da Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado disponibilizou, nesta quarta-feira (20), a íntegra do relatório elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O documento com 1.180 páginas pode ser conferido neste link

Antes de disponibilizar o documento, Renan Calheiros afirmou que o relatório tem 69 pessoas indiciadas e 29 tipos penais apontados.

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Em cerca de seis meses de trabalho, a CPI da Pandemia fez 66 reuniões — 58 delas destinadas a depoimentos. Foram ouvidas 61 pessoas, além das vítimas da Covid-19. Dos 1.582 requerimentos apresentados, 1.062 foram apreciados. O colegiado aprovou 251 transferências de sigilo (fiscal, bancário, telefônico e telamático). 

A CPI expediu 2.669 ofícios e recebeu 2.792 documentos, além de 71.957 arquivos contendo documentos ostensivos e 4.251.840 arquivos com documentos sigilosos. Os dados estão no relatório final.

Acompanhe ao vivo a sessão da CPI da Pandemia:

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*Com a Agência Senado

 

A Polícia Civil do Rio indiciou oito pessoas pelo incêndio no Hospital Badim, ocorrido em setembro do ano passado e que resultou na morte de 17 pacientes. Entre os indiciados estão diretores do hospital, engenheiros, arquiteto e diretores da empresa responsável pela construção e manutenção do gerador que pegou fogo.

Os indiciados irão responder 15 vezes por homicídio doloso qualificado e duas vezes por homicídio, além do crime de incêndio. Segundo as investigações, o Hospital Badim estava com obras irregulares, havia defeito no sistema de prevenção de incêndio e o plano de evacuação era falho.

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Perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) apontou que o fogo começou no gerador da unidade. O equipamento estava instalado em um lugar sem proteção e os tanques de armazenamento não seguiam as normas de instalação vigentes.

Laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontaram que a maioria das 17 vítimas morreu por inalação de fumaça e complicações pelo desligamento de aparelhos hospitalares.

Em nota, a assessoria do Hospital Badim informou que "sempre colaborou ativamente com as investigações" e que "está surpreso com a informação acerca da conclusão do inquérito e com o vazamento de seu conteúdo sem ter tido acesso ao mesmo".

A instituição reiterou ainda que "confia em uma melhor análise do Ministério Público e prestará todos os esclarecimentos após ter acesso aos autos". O Hospital também lamentou as mortes e informou já ter feito 13 acordos com familiares das vítimas.

Bonsucesso

Nesta sexta-feira, 30, a Defesa Civil do Rio interditou o Prédio 1 do Hospital Federal de Bonsucesso. Os técnicos do município identificaram risco à estrutura após o incêndio ocorrido na terça-feira. Os demais prédios que compõem o hospital, que não chegaram a ser atingidos pelas chamas, estão aptos a funcionar normalmente.

Três pessoas foram indiciadas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, pelo desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza, que deixou nove mortos e sete feridos em outubro de 2019. Segundo a Polícia Militar do Ceará, os indiciados são o engenheiro civil responsável pela obra de manutenção do prédio, José Andreson Gonzaga dos Santos, um segundo engenheiro, Carlos Alberto Loss de Oliveira, e o pedreiro Amauri Pereira de Souza.

Os três, que trabalhavam em obras de manutenção do edifício do desabamento, aguardam o julgamento em liberdade. A pena pode chegar a até cinco anos de prisão. A penalidade pode ser agravada conforme a avaliação da Justiça. No total, mais de 40 pessoas foram ouvidas, entre sobreviventes e testemunhas.

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O laudo técnico com o detalhadamente dos fatores que contribuíram para o colapso do prédio traz as seguintes constatações: falha da empresa responsável pela reforma e dos profissionais que prestavam serviço; técnica equivocada durante a obra, o que prejudicou a estabilidade da estrutura; ausência de relatório da reforma e do escoramento das estruturas dos pilares, conforme determina a Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT); acréscimo de carga (sobrecarga) inserida no pavimento da cobertura, que foi erguida após a construção do prédio; e a falta de manutenção adequada do edifício ao longo da existência.

"Após a intervenção sofrida, a estrutura do prédio encontrava-se em seu estado limite de esforços. Outra falha responsável pelo colapso, principalmente dos pilares, que eram restaurados sem a devida escora, foi a falta de recobrimento com concreto, que agiria na compreensão", explicou Fernando Viana, perito criminal do Núcleo de Perícia em Engenharia Legal e do Meio Ambiente da Perícia Forense do Ceará.

A construção na cobertura do prédio não era considerada um pavimento completo, mas possuía três quartos, dois banheiros e uma sala e estava localizada no mesmo lado das colunas que passavam por manutenção.

De acordo com a polícia, não há uma data exata de quando a cobertura foi construída. Como o morador comprou o imóvel já com essa extensão e também por esse não ter sido o fator determinante para a tragédia, ele não foi indiciado.

O laudo apontou ainda que, ao longo da vida útil do Edifício Andrea, não foram constatados registros de manutenções corretivas ou preventivas, conforme a Lei Municipal nº 9.913 de 16 de julho de 2012, que dispõe sobre a obrigatoriedade de vistoria técnica, manutenção preventiva e periódica das edificações e equipamentos públicos e privados.

A defesa dos indiciados afirma que não teve acesso ao inquérito. "O próximo passo, agora, é aguardar o delegado responsável enviar o relatório ao Ministério Público para, então, solicitarmos a habilitação do caso e, em seguida, dar seguimento ao processo", afirmou o advogado Brenno Almeida.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, recebeu nessa quarta (20) de parlamentares o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que apurou irregularidades no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O documento foi entregue pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), que presidiu a CPI, e por outros integrantes do colegiado. Segundo a PGR, o relatório será agora encaminhado aos setores competentes do Ministério Público Federal (MPF), que deverão analisar as medidas cabíveis.

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O relatório foi aprovado em 22 de outubro e pede o indiciamento de 52 pessoas, entre ex-ministros da Fazenda, como Guido Mantega e Antônio Palocci, ex-presidentes e ex-diretores do BNDES e executivos de empresas como Odebrecht e JBS, que teriam feito operações suspeitas com o banco.

A lista de indiciamentos chegou a contar com os nomes dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, mas a inclusão deles no rol de suspeitos acabou sendo derrotada na votação do relatório final da CPI. Outras nove pessoas também tiveram seus nomes retirados.

Segundo o documento, a comissão encontrou indícios de crimes de corrupção e formação de quadrilha no âmbito do banco, em operações para internacionalização e o financiamento de obras no exterior de grandes empresas como a JBS.

À época da aprovação do relatório, a holding J&F, controladora do frigorífico JBS, divulgou nota em que diz que "a empresa e seus acionistas colaboram com a Justiça”.

É a terceira CPI do BNDES realizada no Congresso – duas na Câmara e uma no Senado –, sendo que nas duas primeiras ninguém foi indiciado.

A Polícia Federal (PF) indiciou 96 pessoas, entre prefeitos, empresários e servidores públicos, por fraudes em licitações de merenda, uniforme e material escolar. Os indiciamentos foram apresentados no âmbito da Operação Prato Feito, deflagrada em maio de 2018 para investigar cinco organizações criminosas que atuaram em pelo menos trinta municípios do Estado de São Paulo.

A operação apurava o envolvimento de treze prefeitos em exercício. Mas foi constatado que um outro grupo de gestores, que não era alvo das investigações, participaram do desvio de recursos.

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A operação cumpriu 154 mandados de busca e apreensão para investigar 65 contratos, cujos valores totais ultrapassavam R$ 1,6 bilhão. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal Criminal da Capital e pelo TRF da 3ª Região, em razão do envolvimento de treze prefeitos em exercício.

Segundo a PF, as apurações em andamento no TRF, envolvendo prefeitos paulistas, foram desmembradas em treze inquéritos, já encerrados. Além disso, algumas das investigações já resultaram em denúncias da Procuradoria Regional da República, indicou a corporação.

A Polícia Federal indicou que dos treze prefeitos, quatro tiveram seus mandatos cassados pelas respectivas Câmaras dos Vereadores. A corporação pediu o afastamento de alguns gestores e agora aguarda manifestação do TRF da 3ª Região sobre as medidas cautelares.

Segundo balanço, a PF concluiu que haveria participação em crimes dos prefeitos de Mauá, Mongaguá, Embu das Artes, Cosmópolis, Laranjal Paulista, Registro, Pirassununga, Holambra, Barueri, Paulínia e Caconde.

Os policiais informaram que não viram participação dos gestores de Mogi Guaçu e de Hortolândia no esquema de fraudes.

Com relação às apurações da 1ª Vara Federal, a PF indicou que houve o indiciamento de prefeitos que não foram investigados, nem alvo de quaisquer medidas na Prato Feito, mas que diante das provas, concluiu-se que participaram do desvio de recursos.

É o caso de gestores e ex-gestores de Águas de Lindoia, Itaquaquecetuba, Mauá, São Bernardo do Campo.

Defesas

A prefeitura de São Bernardo do Campo se manifestou por meio de nota. "Em resposta aos questionamentos apontados, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, informa que não recebeu nenhum valor de pessoas ou empresas citadas em investigação. Lembrando que a prestação de contas da campanha eleitoral de 2016 foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral".

"Não há nenhuma prova de favorecimento na campanha eleitoral e, muito menos, depois. Os contratos feitos ao longo da gestão foram aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado, até porque geraram economia de milhões para o município. As mudanças nas contratações ofereceram vantagem ao município, comprovadas por decisão judicial, na qual a Justiça determinou a uma empresa, contratada na gestão do PT (Luiz Marinho), devolva R$ 5,2 milhões ao município de São Bernardo".

"Quando da operação, todos os envolvidos foram afastados e, por decreto do prefeito Orlando Morando, essas empresas foram proibidas de firmar contratos com o município", finaliza o texto

A reportagem tenta contato com as prefeituras. O espaço está aberto para as manifestações de defesa.

Ao concluir o inquérito da operação Cui Bono?, a Polícia Federal indiciou 15 pessoas, entre elas o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), o corretor Lúcio Funaro, o ex-vice-presidente da Caixa Fabio Cleto e os empresários Joesley Batista, do Grupo J&F, Henrique Constantino, da Gol, e Marcos Molina, da Marfrig. A lista dos indiciados foi revelada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Deflagrada em janeiro de 2017, a Cui Bono? investiga se Geddel, vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa de 2011 a 2013, cobrava propina para liberar empréstimos. Investigadores suspeitam que o emedebista fornecia informações privilegiadas para Cunha, Funaro e Cleto.

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Segundo a PF, foram identificados crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, formação de quadrilha e obstrução à investigação de crime praticado por organização criminosa.

No pedido que deu origem à operação, o procurador Anselmo Lopes disse que mensagens encontradas no celular de Cunha apontavam a solicitação de propina a empresas interessadas em empréstimos da Caixa. "Os diálogos não deixam dúvidas de que Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha buscavam contrapartidas indevidas nas diversas empresas, visando à liberação de créditos que estavam sob a gestão da vice-presidência de Geddel", disse Lopes.

Em uma das mensagens, de 30 de julho de 2012, Geddel diz a Cunha que o "voto sai hj' - sobre um empréstimo a Marfrig. No outro dia, Geddel envia novamente a Cunha informações sobre aprovações de crédito da Marfrig. Após informar que o voto foi favorável a duas operações da empresa, de R$ 300 milhões e R$ 50 milhões, Geddel sinaliza que estava feito o que lhe cabia. "Opinião de voto: favorável. Já foi, agora é vc", diz.

O advogado de Funaro, Bruno Espiñeira, afirmou que ele "segue colaborando com as autoridades, respeitando todas as cláusulas do seu acordo". Procurados, os outros indiciados não responderam até a publicação desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal (PF) indiciou 23 pessoas por desvios de verbas em cursos de Educação a Distância (EaD) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Decorrente da Operação Ouvidos Moucos, a investigação concluiu que professores e funcionários da instituição agiam no esquema. Eles devem ser indiciados pelos crimes de concussão, peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, além de outras tipificações.

As informações foram divulgadas pelo "Diário Catarinense" e confirmadas pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. A Ouvidos Moucos caiu em uma grande polêmica depois que o ex-reitor da universidade Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que chegou a ser preso por suspeitas de participação no esquema, se suicidou em um shopping de Florianópolis.

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O relatório parcial do inquérito, assinado pelo delegado Nelson Napp em 18 de abril, indica apenas a tipificação das condutas criminosas e à indicação dos respectivos autores. Após concluir o inquérito por inteiro, a peça será encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se denuncia ou não os indiciados pela PF.

O documento não indica o montante que teria sido desviado da UFSC, nem a materialidade das condutas e o nexo de casualidade, que, segundo o delegado, serão expostos em outro relatório a ser oferecido em outra ocasião. A operação foi deflagrada há sete meses e tinha como foco repasses oferecidos pelo programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) na UFSC que totalizam cerca de R$ 80 milhões.

Defesa

O chefe de gabinete da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, Áureo Moraes, afirmou ao Estado que a universidade não recebeu nenhuma notificação oficial e que a única informação que eles tem foi divulgada pela imprensa, de forma oficiosa. Moraes ressaltou a necessidade de se dar um tratamento institucional ao caso por parte da Polícia Federal.

A Polícia Federal informou que o inquérito da Operação Hashtag, que investiga suspeitas de terrorismo no Brasil, foi concluído nesta segunda-feira, 6.

Segundo a Federal, durante os dez meses de investigação, foram cumpridos 74 mandados judiciais, sendo 26 de busca e apreensão domiciliar, 40 de prisões temporárias e preventivas e oito de condução coercitiva, todos expedidos pela 14a Vara Federal de Curitiba/PR.

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Além dos oito investigados denunciados pelo Ministério Público Federal à Justiça Federal, a Polícia Federal indiciou mais oito investigados.

Os indiciados podem responder por crimes de associação criminosa e promoção de organização terrorista, cujas penas somadas podem chegar a 11 (onze) anos de reclusão.

A primeira fase da Hashtag foi deflagrada em julho do ano passado, semanas antes da Olimpíada do Rio. Na ocasião, dez brasileiros foram presos suspeitos de compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico, no País,que estaria preparando atentados durante os Jogos.

Num texto complementar ao relatório paralelo apresentado pela oposição na CPMI da Petrobras, nesta quarta-feira, 17, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) pedirá o indiciamento da presidente da estatal, Graça Foster, pelos crimes de peculato, corrupção passiva, prevaricação, condescendência criminosa e falso testemunho.

O documento seria lido na CPMI da Petrobras na tarde de hoje, mas a sessão foi interrompida para votações em plenário perto das 17 horas. O presidente da sessão, senador Gim Argelo (PTB-DF), informou que os trabalhos serão retomados às 20h ou, em último caso, amanhã às 10h30.

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Onyx também pede o indiciamento do diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Consenza. "Indícios apontam que Cosenza integrava o esquema de superfaturamento e lavagem de dinheiro dentro da Petrobras, dando continuidade aos negócios indiciados por Paulo Roberto Costa, seu antecessor", afirma o deputado no documento. Além dos crimes listados contra Graça Foster, no caso do diretor o deputado inclui no rol crimes de organização criminosa e contra licitação.

No documento, o parlamentar pede também o indiciamento do ex-gerente da estatal Pedro Barusco, dos ex-diretores Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Jorge Zelada e, Renato Duque e dos ex-presidentes da estatal José Eduardo Dutra e José Sérgio Gabrielli.

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