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A Caixa Econômica Federal anunciou na manhã desta segunda-feira um corte nos juros nas linhas de credito para pessoa física e micro e pequenas empresas. No cheque especial, por exemplo, a taxa baixou 67% para até 1,35% ao mês. No financiamento de veículos, caiu para 0,98%. Nas linhas em que os juros ficaram menores, o banco espera liberar R$ 71 bilhões entre abril e dezembro.

As medidas atingem 25 milhões de clientes do banco. Com o corte, a Caixa espera liberar R$ 10 bilhões em empréstimos para pequenas empresas. Ao todo, o banco prevê liberar no crédito R$ 300 bilhões este ano, numero 24% maior que em 2011.

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O presidente da Caixa, Jorge Hereda, destaca que é a maior redução de juros do banco e que a estratégia vai fazer o banco ganhar mercado. "É importante ser competitivo, tanto para não perder clientes como para ganhar", disse durante entrevista com a imprensa.

O executivo destacou que na época da crise financeira mundial, o banco tinha 6% do mercado, fatia que chegou a 12,6% no final de 2011. "Queremos aumentar essa participação e ter a terceira maior carteira de credito do mercado."

Desde a noite da última quinta-feira, o banco público vinha veiculando um comercial na TV com a atriz Camila Pitanga informando que hoje anunciaria uma redução nos juros.

O Banco do Brasil cortou suas taxas na última quarta-feira. Na media, a redução foi de 35%. O BB fez cortes em linhas como financiamento de veículos, cartões e para pequenas e médias empresas.

O corte nos juros do BB e da Caixa faz parte de uma estratégia do governo para estimular o consumo interno pelo aumento do credito. O objetivo também é fazer com que os bancos privados sigam os públicos e cortem juros, para não perderem mercado.

O aumento dos juros cobrados às pessoas físicas no mês passado aconteceu especialmente no crédito pessoal e no financiamento para a compra de veículos. Dados apresentados nesta terça-feira pelo Banco Central (BC) mostram que a taxa média do crédito pessoal, que inclui os empréstimos consignados, aumentou de 50,3% ao ano em janeiro para 50,6% anuais em fevereiro, taxa mais alta desde outubro do ano passado, quando estava em 52,2%.

Nos empréstimos para a compra de veículos, o juro médio avançou de 26,8% para 27% anuais. Nesse caso, a taxa paga pelos consumidores foi a mais alta desde novembro do ano passado, quando estava em 27,2%.

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Mas nem todas as operações para pessoas físicas tiveram aumento do juro. No cheque especial, a taxa média caiu de 185,9% anuais em janeiro para 182,8% em fevereiro. No financiamento de loja, a taxa também recuou, e passou de 62,1% para 58,3% ao ano, no mesmo período.

Pesquisa da Fundação Procon de São Paulo mostra que as taxas de juros cobradas por sete bancos consultados se mantiveram inalteradas para empréstimos pessoais em março, ante fevereiro, enquanto que para o cheque especial houve um leve aumento de 0,01 ponto porcentual. A taxa média para empréstimo pessoal seguiu em 5,87% ao mês. Já para os juros do cheque especial, a única alta verificada foi no HSBC, que ampliou sua taxa em 0,03 ponto porcentual, para 9,98% ao mês, resultado que levou a taxa média desse tipo de dívida para 9,54% mensais.

A pesquisa do Procon-SP, divulgada hoje, compara as taxas cobradas por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Safra e Santander, além do HSBC. O Itaú é a instituição pesquisada que cobra a maior taxa para empréstimo pessoal (6,76% ao mês) e o Banco do Brasil, a menor (5,23%). No caso do cheque especial, a maior taxa cobrada é do Banco Safra (12,30% ao mês), enquanto a menor fica com a Caixa (8,25%).

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De acordo com o Procon-SP, o resultado da pesquisa mostra que o mercado financeiro resiste em cortar seus juros mesmo com as sucessivas quedas na taxa básica (Selic) promovidas pelo Banco Central (BC).

"Apesar da redução da Selic, as taxas de juros do Brasil continuam as mais altas do mundo", afirma a entidade. "Portanto, o consumidor deve manter a cautela e verificar a real necessidade na contratação de um empréstimo."

O Procon-SP afirma que somente na pesquisa de juros do próximo mês será possível avaliar o reflexo da redução da Selic de 10,50% para 9,75% ao ano promovida pelo BC na semana passada.

Hoje (5) o Banco Central (BC) divulgou o boletim Focus, com projeções do mercado financeiro para os pri9ncipais indicadores da economia. Analistas e investidores mantiveram a projeção de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,24%, em 2012. A taxa de câmbio estimada para o final do ano também ficou estável, em R$ 1,75. Houve ainda a manutenção da projeção da taxa básica de juros para o final de 2012 em 9,5% ao ano. A estimativa de correção para os preços administrados permanece em 4%.

Os investidores e analistas projetam uma redução da dívida líquida do setor público de 36,2% para 36% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). Já a estimativa de crescimento da economia este ano, nas projeções do mercado financeiro, permanece em 3,3%. A projeção para a expansão da produção industrial subiu de 2,6% para 2,77%.

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Nas contas externas, há uma piora nas expectativas do setor. A estimativa para o déficit em conta-corrente passou de US$ 67,05 bilhões para US$ 67,8 bilhões, com queda no saldo da balança comercial de US$ 19,1 bilhões para US$ 19 bilhões. A perspectiva para os investimentos estrangeiros diretos permaneceu em US$ 55 bilhões.


O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) divulgou nota nesta sexta-feira, negando que o pagamento de verbas salariais atrasadas a desembargadores tenha sido feita com juros maiores que os estabelecidos em lei. Na nota, o TJ-SP esclarece ter utilizado a tabela prática da instituição e os índices aplicáveis aos débitos judiciais em geral. O caso, no entanto, ainda será decidido pelo Órgão Especial do tribunal.

Uma reportagem da edição desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo afirma que desembargadores receberam, nos últimos dez anos, verbas salariais atrasadas corrigidas por juros mensais de 1%, embora a taxa devesse ser de 0,5%, de acordo com a Comissão de Orçamento do tribunal. O pagamento de atrasados, segundo a reportagem, se refere principalmente ao auxílio-moradia do período entre 1994 e 1997.

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O questionamento que está sendo analisado é de "mera interpretação jurídica", afirma a nota. "A questão receberá parecer da Comissão Salarial e será encaminha ao Órgão Especial, responsável pela deliberação da correção adequada, decisão essa, seja qual for, que não trará prejuízo ao Erário. Na hipótese de serem reduzidos os juros, bastará o recálculo do saldo de cada magistrado e servidor", afirma a nota.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse, na noite desta terça-feira, que as tarifas e juros de empréstimos tendem a ser mais baixos nos municípios com forte presença de cooperativas de crédito.

"Esse é um segmento importante e que o Banco Central valoriza", afirmou Tombini durante o lançamento da Agenda Legislativa do Cooperativismo 2012, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

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Tombini defendeu ainda uma consolidação desse segmento, para que haja escala maior, "de forma a atender melhor".

Os números apresentados por Tombini mostram que há hoje 5.500 participantes do sistema, ante menos de 1.500 há dez anos, e que o número médio de filiados por cooperativa passou de 1.100 para 4.400.

O presidente do BC disse ainda que o sistema de cooperativismo passou bem pela crise de 2008 e 2009 e deu uma contribuição importante, principalmente para o crédito nos municípios no interior do País.

Disse ainda que o BC participou desse processo de crescimento, contribuindo, por exemplo, com uma regulação "adequada". "O cooperativismo está sujeito a uma regulação ampla e uma supervisão intensa", afirmou.

O governo aposta no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal em nova etapa do plano de aumento do crédito e incentivo à economia. Após turbinar a oferta de empréstimos no fim de 2011, a equipe econômica agora quer diminuir a margem que essas instituições cobram nas operações, o chamado spread bancário.

Com a aposta de que os bancos públicos podem liderar o movimento, o governo reforçou o pedido para que esses bancos diminuam o spread e, assim, incentivem concorrentes privados a realizarem o mesmo.

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Fontes do governo e dos bancos afirmam que a direção do BB e da Caixa tem se reunido com representantes do Ministério da Fazenda para tentar uma ação coordenada de redução dessa margem. A intenção é costurar plano semelhante ao executado na crise de 2008 e 2009, quando instituições públicas reduziram spreads e juros, ganharam clientes, impulsionaram a economia e, ainda, foram seguidos pelos concorrentes.

Um dos objetivos é reduzir as margens em operações que possam incentivar o consumo das famílias. No governo federal, há incômodo com o fato de que, apesar da queda da taxa básica de juro (Selic) desde agosto do ano passado, alguns spreads aumentaram expressivamente nesse período.

Entre essas linhas que sofreram com aumento das margens está o financiamento de loja - diretamente ligado ao consumo de eletrodomésticos e têxteis, por exemplo -, que apresentou elevação nos últimos meses de 2011. A piora da inadimplência nessas operações é a explicação dos bancos para o movimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil tem espaço para afrouxar mais a política de juros durante 2012 sem prejudicar a meta de inflação, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nos bastidores de uma conferência promovida pelo Banco da Reserva da Índia. "Nós temos espaço para implementar políticas sem colocar em risco nossa meta, que é levar a inflação em direção a 4,5% em 2012", disse.

Os preços ao consumidor brasileiro subiram 0,65% em meados de janeiro, na comparação com dezembro, a maior alta desde maio, enquanto a inflação anual, de 6,44%, permanece perto do teto de 6,5% da faixa determinada como meta pelo Banco Central. As informações são da Dow Jones.

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Avançar na liberalização das taxas de juros na China agora poderia provocar problemas em áreas que incluem os fluxos de capital em razão da diferença entre as taxas de juros chinesas e as de países desenvolvidos, afirmou o presidente do Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês), Zhou Xiaochuan, segundo a agência estatal de notícias Xinhua. "Não é um momento muito bom para avançar em direção a taxas de juros orientadas pelo mercado", disse Zhou.

A autoridade também afirmou que a China pode ampliar a banda de oscilação do yuan quando os fluxos de entrada e saída de capital do país estiverem mais equilibrados. Neste ano, a China enfrentará os riscos da economia internacional, apesar das perspectivas positivas para a economia doméstica, e deve estar preparada para combater choques externos com instrumentos de política adequados, disse Zhou.

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Segundo ele, os riscos das dívidas de governos locais e os empréstimos imobiliários na China são controláveis e a contenção da inflação é menos urgente do que era em 2011 por causa de uma desaceleração na alta dos preços. Um enfraquecimento econômico global provavelmente causaria uma grande onda de retirada de capital estrangeiro da China, observou Zhou. As informações são da Dow Jones.

O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) pretende inovar em 2012 nas formas de usar suas grandes reservas internacionais e quer tentar melhorar o gerenciamento dos recursos. Neste ano, o PBOC também vai explorar serviços internacionais em yuans para indivíduos, segundo um comunicado sobre os resultados de uma reunião de dois dias da instituição.

O PBOC informou também que fará mais preparativos para o lançamento de um sistema de seguro de depósitos e reiterou que manterá sua posição de política monetária prudente neste ano, ao mesmo tempo que a ajustará "em momentos adequados e em graus apropriados".

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O banco central chinês repetiu as promessas de avançar na liberalização das taxas de juros e na reforma do mecanismo de formação da taxa de câmbio do yuan. A China tinha US$ 3,2 trilhões em reservas internacionais no fim do terceiro trimestre de 2011, a maior do mundo. As informações são da Dow Jones.

O Banco Central da Colômbia manteve a taxa básica de juros em seu encontro de política monetária realizado nesta sexta-feira, observando que a inflação está sob controle e indicando que é possível ocorrer um esfriamento econômico local como resultado da crise financeira na Europa. O Banco Central colombiano manteve a taxa básica em 4,75%, confirmando a expectativa do mercado. A decisão do BC ocorre após a elevação da taxa básica em 0,25 ponto porcentual em novembro.

"O principal risco para as previsões centrais de crescimento é o de um ajuste desordenado na Europa", disse o presidente do BC, Jose Dario Uribe, referindo-se à crise de crédito na Europa e às preocupações com o futuro do euro. Uribe disse que a decisão dos sete membros do conselho do BC foi tomada de forma unânime.

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O BC colombiano começou o processo de aperto monetário no início deste ano, após ter mantido a taxa básica na mínima recorde de 3%. Mas as preocupações sobre o vigor da economia global, especialmente sobre as apreensões em relação ao endividamento soberano da Europa, levaram o banco a uma pausa no ciclo de alta dos juros de agosto até novembro.

O banco, porém, teve de equilibrar o temor de que a inflação superasse a meta de 2% a 4% no ano. Mas a inflação em novembro desacelerou para 0,14%, fazendo a taxa acumulada em 12 meses situar-se em 3,96%. O BC disse que é altamente provável que a inflação ao consumidor vai terminar abaixo de 4% neste ano. As informações são da Dow Jones.

Os preços dos Treasuries subiram, com respectivo movimento inverso dos juros, refletindo a cautela dos investidores com a próxima semana, que será repleta de reuniões de alto nível na Europa para determinar uma forma aumentar a integração fiscal da zona do euro. Rumores de que o rating da Espanha poderia ser rebaixado também contribuíram para a apreciação dos papéis.

No final da tarde em Nova York, o juro projetado pelos T-bonds de 30 anos estava em 3,020%, de 3,095% na quinta-feira; o juro das T-notes de 10 anos estava em 2,039%, de 2,099%; o juro das T-notes de 2 anos estava em 0,246%, de 0,257%.

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Ao longo da sessão, os juros dos Treasuries chegaram a subir depois de o Departamento de Trabalho dos EUA divulgar que a economia do país criou 120 mil empregos em novembro - pouco menos do que as 125 mil vagas esperadas por analistas - e que a taxa de desemprego norte-americana encolheu de 9,0% para 8,6%, ante previsão de estabilidade. O juro da T-note de 10 anos chegou a tocar 2,167%, maior nível desde o final de outubro.

Dos eventos previstos para a próxima semana, o mais importante provavelmente será a reunião de cúpula da União Europeia, na sexta-feira, durante a qual as autoridades discutirão a possibilidade de integrar fiscalmente a zona do euro. Analistas acreditam que, se os europeus concretizarem qualquer proposta nesse sentido, o Banco Central Europeu (BCE) aceitará aumentar o volume de compras de títulos soberanos dos membros do bloco monetário.

Segundo Nick Brophy, diretor de negócios com juros na América do Norte do Citigroup Global Markets, disse que se a reunião de cúpula "preparar o palco para que o BCE aja, os Treasuries vão cair". Caso contrário, pode acontecer uma nova rodada de compras dos títulos norte-americanos, acrescentou. As informações são da Dow Jones.

São Paulo – Entidades representativas da indústria e dos sindicatos de trabalhadores pediram maior ousadia na queda dos juros básicos da economia. Hoje o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central  promoveu a terceira redução consecutiva de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que baixou de 11,5% para 11% ao ano.

Em nota conjunta, representantes da indústria e dos sindicatos de trabalhadores do ramo metalúrgico pediram um corte maior nos juros, e fizeram um alerta sobre a queda da produção manufatureira no país. “A situação é grave e não há pressão inflacionária, e concordamos que o Copom deveria ter feito um corte mais agressivo na taxa de juros, para afastar de vez o risco de redução da produção e do emprego”, diz o texto da nota assinada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

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As entidades ressaltaram que a produção manufatureira do país teve queda de 2% em setembro ante agosto, e encerrou o terceiro trimestre com recuo de 0,8% em relação ao segundo – a maior queda desde o primeiro trimestre de 2009, quando foi registrada redução de 6,6%.

A nota destaca ainda que o comércio varejista apresentou contração de 0,7% no terceiro trimestre em relação ao segundo e que “o mercado de trabalho e o crédito também exibem sinais de esfriamento”.

Também para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), vinculada a Central Única dos Trabalhadores (CUT), faltou ousadia ao Copom. Segundo a entidade, o comitê acertou ao reduzir os juros básicos, mas errou ao diminuir apenas 0,5 ponto percentual.

“É preciso ter ousadia e acelerar o ritmo de queda da Selic. O Brasil é ainda campeão mundial dos juros altos, o que emperra a geração de empregos, o incremento da produção e o desenvolvimento econômico”, disse em nota.

As centrais sindicais Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical e União Geral dos Trabalhadores (UGT), em nota conjunta, também consideram tímida a queda de 0,5 ponto percentual na Selic.

“Entendemos que o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade de aproveitar-se do encolhimento da demanda mundial para fazer uma drástica redução na taxa de juros, que poderia funcionar como um estímulo para a criação de novos empregos e para o aumento da produção no país”.

As entidades ressaltam que a indústria tem piorado seu desempenho nos últimos meses e a geração de empregos mostra sinais de crescimento menor.

“Se apostar firmemente no nosso mercado interno por meio da redução da taxa de juros (Selic) e da adoção de políticas orientadas a ampliar a oferta de crédito aos consumidores e às empresas, o Brasil tem a possibilidade e a oportunidade de manter e dinamizar a atividade econômica interna, e de gerar mais empregos e renda”.

A crise da zona do euro deverá se agravar no primeiro semestre de 2012, forçando o Banco Central Europeu (BCE) a cortar os juros para 0,5% do nível atual de 1,25%. A economia da zona do euro entrará em recessão, o que tornará difícil o cumprimento de metas fiscais e a implementação de reformas estruturais acordadas. Já os investidores internacionais terão de aceitar um desconto (ou "haircut" no jargão em inglês do mercado) muito mais "severo" da dívida da Grécia do que os 50% já acordados com os líderes europeus no final de outubro. Portugal e Irlanda também deverão reestruturar suas dívidas. E os juros pagos pelos países periféricos deverão subir mais ainda nos próximos meses.

Esse é o cenário base que o banco norte-americano JPMorgan está trabalhando para a zona do euro em 2012. "Se 2010 foi o ano da erupção da crise soberana da União Europeia (UE), 2011 foi o ano em que a crise atingiu uma fase perigosa", disseram os analistas do JPMorgan, liderados por Pavan Wadhwa em Londres, num relatório a clientes. Eles estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) dos países que adotam a moeda comum registrará uma contração média de 0,6% em 2012, sendo que para os países periféricos da região essa contração do PIB será de 1,8%. "Dado o estresse no sistema financeiro, a recessão poderá facilmente ser mais profunda do que a nossa projeção base, especialmente se as autoridades não administrarem a situação bem", comentam no relatório.

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Com base numa deterioração econômica mais profunda e no risco de que Portugal e Irlanda sigam a Grécia e reestruturem também suas dívidas soberanas, os analistas do JPMorgan estimam que os bancos da zona do euro necessitarão de uma injeção de capital da ordem de € 254 bilhões - bem maior do que a estimativa de € 104 bilhões de necessidade de capital feita pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês). Segundo o JPMorgan, a exposição de bancos de países centrais da zona do euro aos ativos de países periféricos já ultrapassa € 1 trilhão, ou 90% do capital e das reservas desses bancos.

Além da magnitude do problema, isto é, uma dívida a vencer no mercado de € 2,5 trilhões de países como Itália, Espanha, Grécia, Portugal e Irlanda, os analistas do JPMorgan acreditam que a saída da crise do euro tem sido muito mais difícil de ser encontrada porque, entre outros motivos, a ação ou a resposta dos líderes da UE em termos de políticas necessárias está "atrás da curva", ou seja, retardada em demasia. "Os países centrais da zona do euro, com as finanças mais saudáveis, e o BCE têm relutado em apoiar os países em risco em toda a extensão necessária desse apoio por temerem uma socialização da dívida ou exacerbarem o 'moral hazard' (ou risco moral)", explicaram os analistas.

Para o JPMorgan, na "ausência de uma catástrofe" ao longo do primeiro semestre de 2011, o BCE deverá se abster de um papel mais relevante na estabilização dos mercados. "Ou o BCE eleva seu programa de compra de títulos da dívida significativamente, ou outro país poderá eventualmente perder seu acesso aos mercados de capitais", alertaram os analistas do banco americano. Contudo, com a escalada da crise, o JPMorgan prevê uma política conjunta do BCE, da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) já no segundo semestre de 2012, a qual poderá estabilizar em última instância as taxas de juros pagas pelos papéis soberanos da zona do euro.

Os analistas do JPMorgan projetam uma necessidade de financiamento de quase € 900 bilhões somente da Itália e da Espanha para os próximos três anos. Por outro lado, eles projetam que o máximo de fundos disponíveis de várias fontes de financiamento poderá chegar a apenas € 725 bilhões para fazer frentes às necessidades de financiamento dos governos italiano e espanhol nos próximos três anos.

 

A última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define a Selic, está marcada para amanhã e a próxima quarta-feira (30). O comitê eleva a Selic quando considera que a economia está muito aquecida, com trajetória de inflação em alta. Por outro lado, a taxa básica é reduzida quando o objetivo é estimular a atividade econômica.

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Neste ano, depois de subir 1,75 ponto percentual na taxa até julho, o BC mudou a estratégia em agosto, quando começou a reduzir a taxa, devido aos desdobramentos da crise da dívida na Europa e às dificuldades de recuperação dos Estados Unidos. Assim, apesar da inflação ainda em alta, o Copom acredita que o desaquecimento da economia global gera efeitos no Brasil, como a redução das pressões inflacionárias. Em agosto e em outubro, as reduções na taxa Selic foram de 0,5 ponto percentual em cada reunião.

A meta de inflação para 2011 e para o próximo ano é 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 6,5%. Diferentemente das estimativas de setembro, por exemplo, os analistas não esperam mais que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapasse o teto da meta este ano. Mas a expectativa é que o IPCA encerre 2011 próximo do limite superior, em 6,49%, ante 6,48% previstos no boletim Focus da semana passada. Para 2012, a expectativa é que a inflação caia para 5,56%, ante 5,55% previstos anteriormente.

A estimativa para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto - PIB) este ano caiu de 3,16% para 3,1%. Para 2012, a projeção passou de 3,5% para 3,46%.

 

Os mercados financeiros embutem nos preços dos ativos a possibilidade do rompimento da zona do euro, depois de o juro dos títulos do governo da Alemanha sinalizar que a crise está chegando na reta final, disse o UBS, terceiro maior banco estrangeiro do mundo, em nota divulgada hoje.

O juro dos bunds (título do Tesouro alemão) de 10 anos superou o nível que os investidores demandam para comprar títulos do governo do Reino Unido, da Suíça, dos Estados Unidos e do Japão, em um sinal de que os investidores estão cada vez mais nervosos em relação a crise soberana de dívida na Europa, disse o banco.

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"Os investidores de renda fixa apostam ou a Alemanha se move em direção à união fiscal com seus parceiros da zona do euro ou, sem que o BCE compre ilimitados montantes de bônus soberanos no mercado secundário, a zona do euro irá se desmontar", disse o estrategista sênior de câmbio do UBS, Mansoor Mohi-udin.

Os bunds alemães de 10 anos são considerados um dos ativos mais seguros em tempos de estresse, mas nesta semana o governo não conseguiu vender todo o lote de novos papéis de referência, em um sinal de que o estresse recente do mercado de bônus atingiu economias que anteriormente eram consideradas seguras.

O banco observou também que o yield de algumas das economias mais fracas da zona do euro são negociados em níveis insustentáveis, como dos papéis de dez anos da Itália que superam 7%.

"O mal sucedido leilão de bunds da Alemanha desta semana cristalizou preocupações sobre o futuro do euro", Dise Mohi-udin. Ele acrescentou que a menos que o Banco Central Europeu concorde em oferecer apoio ilimitado para os mercados, comprando bônus soberanos europeus, a zona do euro pode entrar em colapso antes de os políticos chegarem a uma solução. "Os mercados financeiros continuam a se mover mais rapidamente do que os políticos", acrescentou.

Ao mesmo tempo, o rebaixamento da classificação do crédito da Bélgica, de Portugal e da Hungria prejudicaram ainda mais a confiança dos investidores na união monetária. Ainda, Mohi-udin disse que outra explicação para a elevação do yield dos bunds deve ser a de que os mercados estão pessimistas em relação a posição fiscal da Alemanha se o país adotar uma união fiscal mais próxima de seu parceiros europeus de economias mais fracas.

"Se (uma união mais próxima) envolver transferências fiscais para dar sustentação à área da moeda única, então a posição fiscal da Alemanha irá se deteriorar", disse.

O UBS junta-se a outros grandes bancos que nas últimas semanas têm alertado para o risco de a união monetária se romper. O Barclays Capital divulgou nesta semana pesquisa mostrando que quase metade de seus 1 mil clientes esperam que pelo menos um país da zona do euro abandone a união monetária em 2012, o dobro do número de investidores que faziam a mesma previsão em setembro. As informações são da Dow Jones.

Na tarde de sexta-feira, o mercado futuro de juros indicava que a Selic, a taxa básica de juros, vai cair dos atuais 11,5% ao ano para pouco menos de 10% em abril. Desde outubro, à medida que a crise europeia ia se agravando, as taxas dos contratos futuros tiveram tendência de queda, refletindo projeção de cortes mais acentuados da Selic nos próximos meses. O contrato de janeiro de 2013, por exemplo, saiu de 10,39% em 27 de outubro para 9,97% no fim da tarde de sexta-feira.

A aposta do Banco Central (BC) no forte impacto da crise europeia na atividade econômica no Brasil parece ter sido plenamente aceita pelo mercado financeiro. Em 31 de agosto, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic de 12,5% para 12%, parte expressiva dos analistas reagiu com contrariedade, considerando a ação prematura diante do quadro internacional ainda incerto.

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Agora, a situação europeia deteriorou tanto que o mercado parece antever quedas da Selic ainda mais fortes do que a comunicação do BC, que tem reiterado a expressão "ajustes moderados".

"Os spreads dos bônus italianos foram subindo e a gente viu aqui os DIs (contratos futuros de juros) indo para baixo", diz Carlos Kawall, economista-chefe do banco de investimento J. Safra. Ele se refere ao fato de que, à medida que piorava a percepção de risco da Itália, os juros pagos pelo governo do país para colocar títulos públicos foram aumentando, chegando a se distanciar em mais de cinco pontos porcentuais do custo de captação da Alemanha no pior momento da crise.

No extremo, para quem já vê um cenário de ruptura da zona do euro como o mais provável, a Selic pode cair bem abaixo de 9% em 2012. Mas essa é uma aposta minoritária, que não se reflete até agora no mercado futuro. O fato de que o mercado financeiro agora projeta firme queda da Selic, acompanhando o agravamento da crise internacional, não quer dizer que há aprovação unânime da estratégia do BC.

"Uma coisa é dizer que o mercado está prevendo, outra é dizer que todo mundo concorda com isso", diz um ex-diretor do BC. Ele nota que, de fato, na última semana o mercado futuro começou a projetar aceleração dos cortes da Selic, inclusive indicando em alguns dias a possibilidade de que o corte da taxa básica nas reuniões do Copom de dezembro e janeiro seja de mais de 0,5 ponto porcentual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - A taxa média de juros das operações de crédito para pessoa física recuou pelo terceiro mês e fechou outubro em 6,6%. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), este índice é 0,09 ponto percentual (p.p.) mais baixo do que o apresentado no mês anterior, quando os juros médios ficaram em 6,69%, e representa a menor taxa registrada desde 1995.

Considerando a taxa anual, a redução foi de 1,86%. Os juros médios passaram de 117,51% ao ano em setembro, para 115,32% em outubro.

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Dos seis itens considerados para medição, o único que se manteve estável foi o cartão de crédito, com taxa de 10,69% ao mês. Todos os demais apresentaram redução. As maiores quedas foram encontradas nos juros cobrados em operações de crédito direto ao consumidor (CDC) e empréstimos pessoais em bancos, que caíram 3,57% e 3,58%, respectivamente, fechando em 2,16% e 4,31% ao mês.

Empréstimos por meio de financeiras tiveram redução de 2,01% e taxa média de 8,76%. A marca de 5,44%, encontrada nos juros no comércio, representou uma queda de 1,81%. A taxa do cheque especial caiu 0,24% e ficou em 8,21% ao mês.

Já a taxa média de juros que é oferecida para as empresas passou de 3,97%, em setembro, para 3,89% em outubro. A queda de 0,08 p.p. representa uma redução de 2,02% no mês e foi a menor taxa desde fevereiro deste ano. A taxa anual passou de 59,55% para 58,08% de um mês para o outro. Considerando os últimos doze meses, os juros médios para pessoas jurídicas caíram 2,47%.

Para o vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, as reduções podem ser atribuídas a quatro fatores: “bom momento por que passa a economia brasileira, mesmo com a pequena redução da atividade econômica; maior oferta de crédito, mesmo considerando uma redução no ritmo dos empréstimos; maior competição no sistema financeiro; e a queda da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central no último dia 19”.

Segundo a entidade, a perspectiva é de que as taxas de juros voltem a cair nos próximos meses por conta de prováveis novas reduções da Selic.

 

 

O Banco Central (BC) está testando o menor nível de juro real no Brasil desde que foi lançado o plano Real. A taxa real desconta a inflação esperada dos juros cobrados. Na média de outubro, o juro real caiu para 4,5%. Os juros prefixados de 360 dias entre grandes empresas e bancos ficaram em 10,5%. Deduzindo-se a expectativa de inflação do IPCA nos próximos 12 meses, de 5,7%, chega-se aos 4,5%.

Para o BC, a queda do juro real é compatível com a volta do IPCA para bem perto do centro da meta de inflação, de 4,5%, no final de 2012. A instituição conta com a desaceleração da economia pela alta anterior da Selic, a taxa básica de juros, pelas medidas macroprudenciais de contenção do crédito e pela política fiscal mais apertada.

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Além disso, o BC vê um gradual processo de declínio da chamada "taxa neutra" de juros, que é o juro real que não estimula nem desestimula a demanda. Quanto menor a taxa neutra, mais baixa pode ser a Selic que mantém a inflação sob controle. "O juro neutro é importante, as pessoas têm de prestar mais atenção nisso", diz uma fonte da equipe econômica.

No mercado, porém, há uma corrente bastante preocupada com a recente aceleração da queda do juro real. "Essa redução tem sido forçada, e é por isso que hoje temos uma combinação pior de inflação e crescimento", diz o economista Fernando Rocha, sócio da gestora de recursos JGP, que prevê crescimento de apenas 2,5% em 2012, com inflação de 5,6%. "Não há mudança estrutural nos últimos anos que possa ter aberto o caminho para uma queda sustentável desta magnitude do juro real", diz Silvio Campos, economista da consultoria Tendências. Um ex-diretor do BC observa que o atual nível do juro real está próximo, até um pouco abaixo, do recorde de baixa anterior, em 2009, quando havia uma clara política de estímulo à demanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O euro devolveu boa parte de seus ganhos ante o dólar e passou a operar em queda contra o iene após o Banco Central Europeu (BCE) cortar inesperadamente sua taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para 1,25%.

Logo após o anúncio do BCE, o euro caiu para US$ 1,3730, de US$ 1,3807 pouco antes da decisão. Já o dólar caiu para 77,89 ienes, mas se recuperou em seguida. "O corte de juros do BCE deveria ser ruim para o euro, porém, com as atuais turbulências e a situação política, este não deve ser o fator que vai dominar o euro hoje", comentou Steven Saywell, estrategista de câmbio do BNP Paribas.

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Às 11h13 (pelo horário de Brasília), o euro subia para US$ 1,3768, de US$ 1,3748 no fim da tarde de ontem em Nova York. Ante a moeda japonesa o euro caía para 107,19 ienes. O dólar recuava para 77,92 ienes, de 78,05 ienes. As informações são da Dow Jones.

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