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O Senado realizou nesta quarta-feira, 22, uma sessão especial para devolver simbolicamente o mandato do ex-senador e líder comunista Luís Carlos Prestes (1898-1990) e do suplente dele, Abel Chermont (1887-1962). A dupla foi eleita nas eleições de dezembro de 1945, mas ambos perderam o mandato em janeiro de 1948, com a cassação do registro pelo Partido Comunista do Brasil (PCB).

A cerimônia contou com a presença de familiares dos dois ex-políticos, como a viúva de Prestes, Maria do Carmo Ribeiro, e do filho, Luís Carlos Prestes Filho. No dia 16 de abril, o Senado já havia aprovado um projeto de resolução que anulou a extinção do mandato da chapa Prestes e Chermont.

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"Como presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, em nome da instituição, peço desculpas à família de Luiz Carlos Prestes pela atrocidade patrocinada pelo Estado contra um ilustre brasileiro, legitimamente escolhido pelo povo para representá-lo", afirmou Renan Calheiros, no início da sessão, ao destacar que ele "dedicou a vida para combater as injustiças sociais".

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), autor dos pedidos de anulação da perda de mandato e da cerimônia, destacou que o Parlamento fez "justiça" ao devolver o mandato do líder comunista. "A medida contra Prestes feriu as garantias constitucionais do direito adquirido e do ato jurídico perfeito", disse o senador do PCdoB.

Em discurso, a viúva de Prestes afirmou que ele "sempre lutou pelo social, como a educação e a saúde pública, moradia para os trabalhadores e salários dignos, para que os pais pudessem viver com dignidade junto de suas famílias". "O reconhecimento pelo Senado Federal do seu mandato é uma vitória do povo brasileiro. Prestes foi anistiado depois de ser perseguido neste País durante 70 anos. Foi um dos políticos de maior destaque não só no Brasil, mas em todo o mundo", declarou Maria do Carmo.

A derrubada da cassação de Prestes tem caráter eminentemente simbólico. Segundo o pedido apresentado por Inácio Arruda, não há previsão de pagamento de pensão, uma vez que o plano de previdência dos congressistas só foi criado em 1963. "Portanto, a aprovação do projeto não gerará efeitos financeiros aos sucessores do senador Luiz Carlos Prestes", dizia o parecer senador comunista. Entretanto, a viúva dele, Maria Prestes, passará a ter direito de usar a assistência médica vitalícia, assim como os dependentes.

Em março, a Câmara dos Deputados anulou a extinção dos mandatos de 14 deputados federais do PCB. Pelo mesmo motivo de Prestes, a cassação pelo Parlamento se deu após a Justiça Eleitoral proscrever o partido. Na ocasião, a Câmara anulou os mandatos do escritor Jorge Amado, morto em 2001, e do ex-guerrilheiro Carlos Mariguella, assassinado em 1969 durante a ditadura militar.

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, em votação simbólica, projeto de resolução que anula a cassação do mandato do ex-senador e líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990) e do suplente dele, Abel Chermont. A dupla foi eleita nas eleições de dezembro de 1945, mas perdeu o mandato em janeiro de 1948, com a cassação do registro pelo Partido Comunista do Brasil (PCB).

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), relator do projeto, lembrou que Prestes alcançara na ocasião a segunda maior votação do País, com 10% dos votos, ficando atrás apenas de Getúlio Vargas. "Faz-se com isso justiça à história e à nação brasileira e presta homenagem, ainda que tardiamente", afirmou Valadares.

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Prestes liderou duas décadas antes de chegar ao Senado um movimento político-militar, batizado de Coluna Prestes, com o intuito de cobrar reformas políticas e sociais ao governo de Arthur Bernardes e Washington Luís. Durante o périplo pelo País, ele ganhou o apelido de "Cavaleiro da Esperança".

A derrubada da cassação de Prestes tem caráter eminentemente simbólico. Pelo parecer apresentado ao projeto do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), não há previsão de pagamento de pensão, uma vez que o plano de previdência dos congressistas só foi criado em 1963. "Portanto, a aprovação do projeto não gerará efeitos financeiros aos sucessores do senador Luiz Carlos Prestes", disse o parecer do relator. Entretanto, a viúva dele, Maria Prestes, passará a ter direito de usar a assistência médica vitalícia, assim como os dependentes.

Em março, a Câmara dos Deputados anulou a extinção dos mandatos de 14 deputados federais do PCB. Pelo mesmo motivo de Prestes, a cassação pelo Parlamento se deu após a Justiça Eleitoral proscrever o partido. Na ocasião, a Câmara anulou os mandatos do escritor Jorge Amado, morto em 2001, e do ex-guerrilheiro Carlos Marighella, assassinado em 1969 durante a ditadura militar.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) faz na terça-feira (12) a 8ª Reunião Pública Ordinária da Diretoria. Será a última reunião tendo Nelson Hubner como diretor-geral, cujo mandato termina. Após quatro anos no comando da Aneel (chegou ao posto em 13 de março de 2009), o Planalto não optou pela recondução de Hubner, pelo menos até agora. Seria permitido um segundo mandato de mais quatro anos.

Na quarta-feira (13), a Aneel ficará com quatro diretores: André Pepitone, Edvaldo Santana, Julião Coelho e Romeu Rufino. Há expectativa de que o diretor Romeu Rufino seja indicado como diretor-geral interino mas, para isso, é necessário haver um decreto presidencial. Não há risco de a agência interromper a análise de processos, pois o quórum de quatro diretores é suficiente para dar andamento aos trabalhos.

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A definição do novo diretor-geral efetivo da Aneel começa com a indicação oficial do Palácio do Planalto. Depois disso, o nome proposto passa por uma sabatina na Comissão de Infraestrutura do Senado e, então, a indicação precisa ser aprovada em plenário.

O ex-presidente do PT José Genoino (PT-SP) assumiu uma vaga de deputado evitando fazer previsão futura sobre a permanência no mandato, reafirmando inocência no processo do mensalão e deixando claro que não afrontará os Poderes da República. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha a seis anos e onze meses de prisão, Genoino repetiu diversas vezes, durante 35 minutos de entrevista após a posse, o artigo da Constituição garantindo que "ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

E nesta condição Genoino afirmou estar cumprindo o seu dever de deputado federal. "Me sinto confortável, porque estou cumprindo as regras, a Constituição e as normas do País. Fui eleito com 92.326 votos e estou no dever legal, correto e justo de cumprir a Constituição brasileira", disse. "Tenho as condições políticas (de exercer o mandato), porque a Constituição me garante esse direito." Ele reafirmou sua inocência: "Eu tenho a consciência serena dos inocentes. Mais cedo ou mais tarde a verdade aparecerá".

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Genoino citou o mesmo dispositivo constitucional para rebater os que consideram a sua posse como deputado uma afronta ao Supremo. Ele evitou a polêmica sobre a quem cabe o poder de cassar o mandato dos condenados no processo: ao Supremo, como defendem alguns ministros do tribunal, ou ao plenário da Câmara, como argumenta o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). "Esse assunto compete aos Poderes constituídos e não ao deputado Genoino". Ele completou: "Não darei motivo nem serei motivo para qualquer crise entre os Poderes".

Sem saber por quanto tempo poderá ficar no exercício do mandato, Genoino disse que atuará na Câmara como sempre trabalhou nos seus seis mandatos anteriores. "Não tenho previsão de quanto tempo ficarei na Câmara. Exercerei o mandato a cada dia", disse. "Eu não trabalho sob pressão. Eu faço política sem rancor, sem revanchismo", continuou. "Serei um deputado de debates, de ideias, de plenário. Atuarei na defesa do PT e dos governos Lula e Dilma".

Genoino afirmou que a política tem dois lados. "Conheci os dois lados da política: o da poesia e o do sangue. O lado do sangue está devidamente exposto". E ainda comentou sobre o julgamento do mensalão: "As noites, às vezes, são longas. Mas a minha paciência é mais longa que os momentos de escuridão".

O petista transferiu para o advogado os questionamentos sobre o processo do mensalão e a possibilidade de sua prisão. "Sobre o processo, fala o meu advogado", disse Genoino. A entrevista com o recém-empossado deputado foi acompanhada pelo líder do PT na Câmara e irmão de Genoino, José Guimarães (CE), e pelos deputados petistas José Mentor (SP), Ricardo Berzoini (SP) e Sibá Machado (AC), e por funcionários da liderança do partido e alguns militantes petistas.

O mundo da política ferveu em 2012 com vários acontecimentos. Mensalão, CPI’s e as eleições que movimentaram o ano, assim como tantos outros fatos. Já, na Câmara Municipal do Recife, em meio às audiências e sessões, algumas vereadoras como Vera Lopes (PPS) se despedirá do mandato com a aprovação de projetos importantes para a cidade. 

Possuindo formação de medicina, na área de pediatria, a vereadora Vera Lopes apresentou alguns projetos para o Recife em 2012. Alguns deles já foram aprovados e atenderão, inclusive, às pessoas com deficiências mentais.

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Entre as propostas sugeridas pela vereadora, está o aumento de dias para a licença paternidade. A lei de nº 85/2012 prevê que os pais possam gozar de 30 dias consecutivo de folga, em caso de nascimento de filho, ou no ato de adoção, sem prejuízo do emprego ou do salário. 

Outra ementa da vereadora é o projeto de lei de nº 02/2012 que determina o atendimento pelo Samu aos portadores de transtornos mentais. “Antes da lei as pessoas com deficiência eram levadas às vezes, presas por policiais. Quem deve ser levado preso é bandido e não doentes”, justificou Vera.

A inclusão obrigatória da vacina contra a Varicela, no Programa de Vacinação Infantil do Município de Recife e também a exigência do cadastramento nas escolas públicas e privadas de veículos de transporte escolar, foram outras sugestões da vereadora. Hoje (01), a partir das 15h, os novos vereados eleitos e os reeleitos tomarão posse, na Casa José Mariano.

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Último dia do ano, do mandado e última obra entregue. Foi dessa forma que o prefeito do Recife, João da Costa (PT), finalizou sua gestão de quatro anos inaugurando as obras de requalificação, do Parque de Santana, localizado no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife. O petista percorreu o local, na manhã de hoje (31), e falou sobre as ações realizadas e as expectativas políticas para o futuro.

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João da Costa aproveitou o momento para descrever outras obras realizadas e disse que o local é a maior área de lazer da cidade. “Este é o maior parque do Recife, onde as pessoas poderão desfrutar de lazer com a família. O local tem quadra de tênis, duas quadras poliesportivas, um campo de futebol, um xadrez gigante, pista de skate, e ainda, temos uma Academia da Cidade”, declarou.

Questionado sobre a entrega do equipamento no último dia do mandato, ele disse estar cumprindo o que afirmou à população do Recife. “Trabalhando até o último dia como prometi ao povo do Recife e finalizando com a entrega desse espaço, me dar muita alegria, porque moro, aqui, na região e ao longo do tempo vou encontrar as pessoas usufruindo desse espaço”, relatou. Ele também afirmou estar terminando o mandato “com muita paz no coração e com alegria de ter procurado realizar o melhor durante esses 12 anos, contando os quatro de prefeito e os oito como secretário”, expôs o petista.

Apesar de término da gestão, João da Costa, frisou que ainda tem pretensões políticas de cargos futuros. “Como não tive a oportunidade de ser julgado pelo povo do Recife, neste ano, quem sabe poderá ser uma boa oportunidade de quem gostou do meu governo poder dizer isso em 2014”, anunciou Costa que também desejou sorte ao futuro prefeito. “Espero que Geraldo tenha mais sorte do que eu. Que ele possa governar com mais tranquilidade e tenha mais apoio que eu tive”, disse citando ter deixado recursos de R$ 4 bilhões em projetos aprovados.

Mesmo afirmando estar tranquilo, o prefeito demonstrou irritação quando foi indagado sobre a finalização do Parque de Santana. No local há quadra sem rede, piso inacabado entre outros detalhes não totalmente finalizados. “Vocês veem para um negócio desse que há 30 anos era lugar de matador e tráfico de drogas e preferem questionar se falta pintar uma barra? Quem vai julgar isso é o povo, estão procurando o cabelo que falta na peruca, paciência!”, falou aborrecido.

Parque Santana - o local foi expandido para cerca de 60 mil m² de área total. A intervenção integra o programa Capibaribe Melhor e recebeu R$ 9,2 milhões em investimentos da Prefeitura e Banco Mundial. A área possui brinquedos, quadra poliesportiva, campo de futebol com vestiários e arquibancadas, ciclovia, Academia das Cidades, entre outros equipamentos.

Mentora da homenagem feita nesta quinta-feira (6) pela Câmara aos 173 deputados federais que tiveram seus mandatos cassados durante o período do regime militar (1964-1985), a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) aproveitou a solenidade para pedir a revisão da Lei de Anistia. Diante de um plenário lotado, que contou com a presença de 18 ex-deputados que estão vivos e familiares de outros 60 ex-parlamentares, Erundina afirmou que o "processo de redemocratização do País permanecerá inconcluso" enquanto a Lei de Anistia não for revista.

"O Brasil é um dos poucos países do mundo, se não for o único, em que a Lei de Anistia beneficia os torturados e os torturadores, os criminosos e as vítimas", afirmou Erundina, que é presidente da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. "Esse é um capítulo da nossa história que precisa ser passado a limpo", defendeu.

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Um dos mais assediados na cerimônia foi Plínio de Arruda Sampaio, candidato derrotado pelo PSOL nas eleições presidenciais de 2010, que teve o mandato cassado pelo regime militar. "Essa cerimônia que a Erundina inventou é muito emocionante, muito bonita. Às vezes fico até tentado a voltar para a Câmara, mas dá muita mão de obra", disse Sampaio. Também emocionado, Alencar Furtado (PMDB-PR) lembrou que foi o último deputado a ser cassado pelo regime militar, em 1977. Ele contou que teve o mandato cassado depois de fazer um discurso na televisão criticando a tortura.

Dos 173 deputados que tiveram os mandatos cassados, 28 estão vivos. Destes, 18 compareceram à sessão desta quinta. Outros 60 ex-deputados foram representados pelos familiares. Foi o caso do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que recebeu o diploma simbólico de devolução do mandato de seu pai, Aluísio Alves, morto em 2006.

A homenagem aos ex-deputados não fez distinção entre os que tiveram o mandato cassado por oposição e os que perderam o mandato sob suspeita de corrupção.

A primeira lista de cidadãos que tiveram direitos políticos cassados foi anunciada em 1964 e tinha 102 nomes, dos quais 41 eram deputados federais. Faziam parte Rubens Paiva, Almino Affonso e Plínio de Arruda Sampaio, que apoiavam o governo deposto de João Goulart. A maior parte das cassações ocorreu por meio do Ato Institucional n.º 5, editado em dezembro de 1968. Da longa lista dos punidos também fizeram parte Mário Covas, Leonel Brizola, Ivete Vargas, Chico Pinto e Alencar Furtado.

O ex-presidente do PT e suplente de deputado José Genoino (SP) disse que tem respaldo legal para assumir o mandato na Câmara em 2013. Condenado a penas que somam 6 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha no processo do mensalão, Genoino é suplente do petista Carlinhos Almeida, eleito prefeito de São José dos Campos (SP).

Em entrevista divulgada nesta terça-feira (20) à noite pela TVT, emissora ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Genoino lembrou que recebeu 92 mil votos em 2010 - foram 92.362 - e que sua posse como deputado teria respaldo constitucional. Entretanto, o petista não disse de forma específica que quer retornar à Câmara ou se vai pedir para ser empossado.

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O Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu se os parlamentares condenados no julgamento do mensalão também devem perder os mandatos ou se essa decisão caberia à Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, tentou nesta quarta-feira, sem sucesso, levar à votação do plenário a questão sobre se os deputados federais condenados no processo do mensalão perdem ou não o mandato parlamentar. Antes mesmo de encerrar a aplicação das penas para o núcleo financeiro, Barbosa argumentou que seria interessante o colegiado decidir essa questão na última sessão com a participação do atual presidente do STF, Carlos Ayres Britto, que se aposenta compulsoriamente esta semana por completar 70 anos.

A discussão atingirá os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP), considerados culpados na ação penal. Outro condenado que pode perder o mandato é o ex-presidente do PT José Genoino, que deve assumir em breve uma cadeira na Câmara dos Deputados no lugar de Carlinhos Almeida (PT-SP), que se elegeu prefeito de São José dos Campos. A Câmara articula adiar a perda de mandato dos parlamentares condenados.

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Ao levantar a discussão, Joaquim Barbosa afirmou que iria deixar essa questão para o fim do julgamento, mas em razão da saída de Ayres Britto do tribunal, cogitou trazer a discussão para apreciação dos colegas. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação, protestou contra a proposta do relator. "Seria atropelar novamente o rito".

Diante do impasse e das discussões em plenário, o relator do processo disse ter imaginado que o presidente do STF gostaria de participar dessa discussão. Se Ayres Britto participasse, Barbosa se livraria do encargo de, como novo presidente do tribunal, decidir sobre a perda de mandato de parlamentares.

Lewandowski queixou-se mais uma vez, ressaltando que "essa questão não se coloca, não é possível". "Mais cedo ou mais tarde se colocará", rebateu o relator. Barbosa insistiu que seria interessante a participação de Ayres Britto, e o revisor ironizou: "É um democrata". O relator disse que estava fixando as penas com tranquilidade e que demorava apenas três minutos para votar, enquanto Lewandowksi uma hora.

Diante do bate-boca, os ministros preferiram adiar a discussão sobre o assunto, que será feita sem a participação de Ayres Britto.

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, afirmou que o Banco Central Europeu (BCE) não está excedendo seu mandato ao decidir comprar bônus do governo de países endividados da zona do euro no mercado aberto. Os comentários de Schäuble são o sinal mais claro até agora de que o governo alemão apoia o plano anunciado ontem pelo presidente do BCE, Mario Draghi.

"O mandato do BCE está claramente limitado à política monetária e às decisões que ele toma estão dentro da área de política monetária", afirmou o ministro após participar de um seminário junto com o ministro de Finanças da Suécia, Andres Borg. "Eles sabem muito bem o que precisam fazer. Não é o começo do financiamento monetário da dívida soberana", acrescentou, dizendo que isso seria inaceitável.

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O programa do BCE tem enfrentado resistência do banco central da Alemanha, o Bundesbank, pois é visto como potencialmente inflacionário e uma transgressão da política monetária para a área da política fiscal. As informações são da Dow Jones.

Para tentar reduzir os índices de rejeição entre os eleitores paulistanos, o candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, garantiu nesta quarta-feira em seu programa de rádio, que, se eleito em outubro, permanecerá no cargo pelos quatro anos de mandato. O tucano justificou sua saída em 2006, após menos de dois anos à frente da Prefeitura, dizendo que o governo estadual "corria o risco de cair nas mãos do PT". Serra enfatizou que a situação hoje em dia é diferente. "O momento é outro na minha vida e na da cidade. Quero ser prefeito para cumprir todo o meu mandato", garantiu.

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Os outros candidatos focaram seus programas, transmitidos entre 7h e 7h30, na elaboração de propostas. O programa do candidato do PT, Fernando Haddad, veiculou conversas dele com eleitores explicando suas promessas de campanha, como o Bilhete Único mensal. Além disso, ele ressaltou ter planos para levar cultura à periferia.

Celso Russomanno, do PRB, prometeu renovar a frota de ônibus e abrir mais corredores. O candidato do PMDB, Gabriel Chalita, propôs a criação do Expresso Zona Leste, um conjunto de corredores que saem de diversos pontos da zona leste até o centro da cidade. Soninha Francine (PPS) pregou uma São Paulo "mais humana e hospitaleira".

Paulinho da Força, do PDT, contou com a participação do seu vice, o médico do Corinthians Joaquim Grava, para apresentar projetos para a área de saúde. "A ideia é acabar com a diferença entre pobres e ricos (no atendimento)", ressaltou. O candidato do PSOL, Carlos Giannazi, disse que se eleito irá extinguir o Tribunal de Contas do Município.

O programa de Ana Luiza, do PSTU, veiculou música pedindo votos e não contou com a participação da candidata. Miguel Manso (PPL) defendeu a ideia de que o Brasil ainda não é um país livre. Anaí Caproni (PCO) chamou a administração de Gilberto Kassab (PSD) de despótica e Eymael (PSDC) defendeu a criação de programas para cuidar dos idosos. Levy Fidelix (PRTB) pregou a construção do aerotrem.

A evolução política do homem passou por uma série de transformações ao longo da história. Neste ínterim, engendrou-se experiências políticas, como a teoria aplicada no regime feudal, na monarquia, no parlamentarismo, enfim, em todos os regimes representativos. Entretanto, por mais que houvesse diversidade nas condições sociais e históricas de cada país ou Estado, sempre se considerou a premissa da representatividade como a viga fundamental de qualquer regime político.

O regime representativo, independentemente de sua diversidade, é um pressuposto da deliberação popular, que, por ordem natural de unanimidade política, elege ou depõe um presidente ou, até mesmo, um rei. Nesse sentido, o regime representativo possui a sua base propedêutica no “pacto social”, difundido por Jean-Jacques Rousseau, com a seguinte finalidade:

“Achar uma forma de sociedade que defenda e proteja com toda a força comum a pessoa e os bens de cada sócio, e pela qual, unindo-se cada um a todos, não obedeça, todavia senão a si mesmo e fique tão livre como antes”. 1

O contrato social induz à suprema direção da vontade geral, fazendo com que esta “associação” produza um corpo moral e coletivo. A pessoa pública formava-se pela união da vontade de todas as outras pessoas e o corpo político, o qual era por seus membros chamado de Estado, representava a soberania do povo.

Com o decorrer da história, como alhures explicitado, vários regimes representativos foram se sobrepondo, mas sempre com a ideia basilar da deliberação pública como forma de manutenção do pacto social. Hodiernamente os pilares políticos são os mesmos, com uma roupagem diferente, mas com a mesma ideologia representativa.

Na acepção política, a expressão “regime representativo” designa o sistema constitucional no qual o povo se governa por intermédio de seus eleitos. Esse regime implica, portanto, em certa participação dos cidadãos na gestão da coisa pública, participação que se exerce na forma e na medida da unanimidade política. O ponto de vista jurídico possui um paradigma semelhante, como ensina o Prof. Darcy Azambuja, verbis:

“Do ponto de vista rigorosamente jurídico, o regime representativo repousa na presunção legal de que as manifestações da vontade de certos indivíduos ou grupo de indivíduos têm a mesma força e produzem os mesmos efeitos como se emanassem diretamente da nação, em que reside a soberania”. 2

Os substratos gerais da representatividade pública estão na soberania nacional, na vontade geral e no “eu comum”, que seria a unidade da vontade geral, descrita por Rousseau. A nação delega o exercício do poder aos seus representantes, continuando, porém, como a fonte de toda autoridade.

A ideia de eleger representantes incide em um curioso conceito de mandato. Deve-se entender o termo “mandato” em sentido amplo, em que a nação seria o mandante e os indivíduos eleitos seriam os mandatários, englobando, inclusive, os representantes públicos que exercem cargos de confiança, os concursados e os que atuam em nome do “eu comum”.

Parafraseando o Professor Azambuja, passa-se para o Direito Público um instituto de Direito Privado, procurando afeiçoar às suas regras gerais os fenômenos de ordem política que integram a organização e o funcionamento do regime representativo.

Neste caso, o mandato seria o dever dos mandatários em suprir as aspirações dos mandantes, ou seja, um mandato representativo. É dever dos mandatários responder aos mandantes pela maneira como cumpre o mandato e pelo modo como exerce as funções legislativas. Tem-se, em tese, por um mandato representativo as características usuais de um mandato-contrato, o qual tem a mesma ideologia do contrato social.

Entretanto, como toda tese tem sua antítese, nas relações que se estabelecem entre a nação e os eleitos, juridicamente, não há vinculação entre mandante e mandatário, outorgante ou procurador. Primeiro porque o mandato pressupõe uma pessoa que outorga e outra que recebe para executar, assim, um deputado representa toda a nação e não somente aqueles que o elegeu.

Segundo, a revogabilidade pelo mandante, em que um representante (deputado ou senador) não pode ser destituído diretamente pelos seus eleitores, embora os eleitores possam encetar providências políticas para tal intento. E terceiro, no regime representativo o representante eleito não fica adstrito à vontade de seus eleitores, o que enseja, por exemplo, casos de improbidade administrativa sem que haja a devida punição.

Já o mandato advocatício tem uma característica bastante peculiar, pois envolve um tipo de mandato-contrato e de um mandato representativo de múnus público, sendo este uma atribuição peculiar inerente ao advogado. O mandato advocatício perpassa a simples barreira de uma relação contratual, incidindo também na responsabilidade adquirida pelo advogado perante a sociedade em virtude de seu múnus público adquirido. Surge, então, a função social do advogado como se derivasse da vontade da sociedade, formando um corpo moral e ético esperado na atuação advocatícia diante do foro.

Fazendo uma analogia ao mandato representativo popular, segundo a teoria de Montesquieu, logo que fossem escolhidos os representantes do povo para assumirem tão privilegiado múnus público, estariam prontos para governarem com inteira independência, tendo os seus atos e resoluções não dependentes de ratificação popular, pois são tidos como a própria expressão da soberania nacional.   

O mandato advocatício conota uma certa independência do Advogado em seus atos, tal como o mandato representativo popular, sendo os atos e procedimentos do Advogado uma expressão do seu representado perante os tribunais e demais esferas da justiça. A independência do advogado diante do processo transcende o âmbito forense, incidindo também no papel harmonizador das relações sociais. O art. 133 da Constituição Federal é bastante claro quando preconiza a indispensabilidade do Advogado à administração da Justiça, sendo esta um reflexo da função social do Advogado.   

Não há que se negar à procedência dos argumentos de Montesquieu aplicado na sociedade moderna, tendo-se em vista que o regime representativo é a organização da confiança pautada na soberania popular ou individual, sendo que o que reina hoje em dia é o abuso de confiança. Considerando que a atuação do advogado representará a vontade da sociedade na defesa dos mais diversos interesses, incide em abuso de confiança e desrespeito a função social o advogado que faltar com a ética no exercício da advocacia nos diversos âmbitos do judiciário. Portanto, a falta ética passa a ser um desrespeito à função social do advogado e à sociedade.

O que se pode notar é que a vida política e social dos povos, ao longo do tempo, desmentiram as ilusões do regime representativo (mandato) como forma moderna e aperfeiçoada da democracia, mas atualmente esta ganhou um novo ímpeto, com a irresignação popular e individual, incidindo na atuação de órgãos que veem o que os cidadãos leigos não veem, órgãos como a Ordem dos Advogados do Brasil. A OAB, por meio do Conselho de Ética e Disciplina, assumiu o papel norteador de toda forma de conduta do advogado, fazendo-o entender que ele representa muito mais do que um simples ente de uma relação contratual, mas que também faz parte de um corpo moral e coletivo esperado por toda sociedade.

A OAB, de certa maneira, abraça a teoria de Montesquieu quando pune o advogado que não segue o Código de Ética e Disciplina da OAB, sendo esta atribuição punitiva uma forma potencializada e melhorada que representa os anseios da sociedade. A OAB age no sentido de selecionar os mais capacitados e austeros profissionais diante da falta de ética que paira na advocacia. É uma benesse à sociedade perpetrada por uma instituição que representa os seus anseios, conforme pregava Montesquieu.

“O povo que possui o poder soberano deve fazer por si mesmo tudo o que pode realizar corretamente, e aquilo que não pode realizar corretamente cumpre que o faça por intermédio de seus ministros. (...) O povo é admirável para escolher aqueles a quem deve confiar parte de sua autoridade” (L. II, Cap. II). 3

A consciência roedora dos irresignados está representada atualmente na atuação da Ordem dos Advogados do Brasil como forma de coibir virtuais afrontas aos princípios democráticos. A OAB tem uma atribuição muito maior do que uma entidade representativa de classe ou um órgão estritamente jurídico, mas assume o papel de defensora do múnus público atribuído ao advogado, para que este saiba que a sua função social é essencial para a democracia e para a defesa do contrato social.

O conceito de mandato para o político e para o advogado guarda mais semelhança do que se imagina. Desta feita, a presente analogia busca evidenciar que a promoção do bem comum é objetivo indissociável na outorga de qualquer mandato, seja ele representativo popular ou mesmo um mandado advocatício, representando igual nobreza na busca de uma sociedade livre e justa.

Referência Bibliográfica:

1 - AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Editora Globo, 1996, pág. 266.

2 - MONTESQUIEU, Charles Louis de Secondat, baron de la Brède et de. O Espírito das Leis. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1995, págs. 9 e 10.

3 - ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. São Paulo: Editora Martin Claret, 2000, pág. 31.

Brasília - O ex-senador Demóstenes Torres (GO), que teve o mandato cassado nessa quarta-feira (11) pelo plenário do Senado, disse que vai recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). No Twitter, ele criticou os ex-colegas e prometeu recuperar o mandato. “Vou recuperar no STF o mandato que o povo de Goiás me concedeu”, disse.

Demóstenes Torres voltou a criticar o relatório apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que pedia sua cassação. “Onde estão as provas dessas relações promíscuas? São as mesmas que o sr. sofreu no escândalo dos sanguessugas?”, disse Demóstenes, se reportando a Costa.

Já o petista rebateu a crítica e defendeu, também por meio do Twitter, a decisão do plenário. “Certos comportamentos não são aceitos na atividade política. Demóstenes Torres tinha um discurso de austeridade, mas relações promíscuas”, disse. “Demóstenes não foi vitima de acusação leviana ou armação política. Fizemos um trabalho cuidadoso. Agora, caberá à justiça analisar o caso”.

O Senado aprovou a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres por 56 votos a 19. Ele foi acusado de usar o mandato a favor do empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Com a decisão, o goiano, que fica inelegível até 2027, se tornou o segundo senador cassado da história. O primeiro foi Luiz Estevão, que perdeu o mandato em 2000.

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