Depois que passou a compor a segunda fase ou fase única no vestibular das tradicionais universidades públicas do País, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vem ganhando cada vez mais espaço na vida dos estudantes, que desejam ingressar no ensino superior.
A estudante Mirela Dias,16, que ainda está cursando o terceiro ano do ensino médio, está ansiosa para fazer as provas do Enem. “Não vejo a hora de fazer o exame, sinto que vou tirar um peso de mim e também testar tudo a que venho me dedicando durante todo o ano. Além de que um bom desempenho no Enem, vai mudar toda a minha vida em relação ao próximo ano, considero-o como uma prova para o futuro”, afirma Mirela.
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O ano do vestibular, mesmo antes do Enem, sempre foi bastante conturbado na vida dos jovens. A dedicação para passar nas provas deve começar a partir do início do ano, e os alunos devem aliar os estudos à boa alimentação, prática de esportes e se possível a um acompanhamento psicológico. Mas a preocupação vai mais além dos quesitos da prova, os estudantes temem que aconteçam os erros e polêmicas que já fizeram parte das edições anteriores do exame.
“Todo ano repercute na imprensa histórias de alunos que obtiveram notas erradas na redação. Ano passado mesmo, tiveram erros de impressões no caderno amarelo da prova em algumas cidades, e tenho medo que o mesmo aconteça comigo e me prejudique”, acrescenta Raoni Xavier, 25, que vai tentar o vestibular para música na UFPE.
Nesta última semana, o Ministério de Educação (MEC) divulgou algumas mudanças no Enem, tanto no método de avaliação, como na forma de correção. De acordo com o MEC, entre as mudanças consta a de que os participantes vão poder receber a prova corrigida, mas não vão possuir o direito de recorrer da nota. Já na correção, o modelo designa que quando a divergência entre os dois corretores for superior a 200 pontos, em um total de 1 mil, um terceiro avaliador vai entrar na correção. Se a nota não coincidir com a dos outros dois, vai ser formada uma banca com três especialistas para analisar a prova em questão.
Sobre essas mudanças, o coordenador pedagógico do Colégio e Curso Bureau Jurídico (BJ), Eduardo Barbosa, afirma que foram necessárias e coerentes. “O Enem está sofrendo alguns ajustes e vai sofrê-los até chegar à perfeição. Este ano já temos mudanças melhores, sem contar que a elaboração conceitual do Enem é nota 10, além do método de avaliação por TRI (Teoria de Resposta de Item), sistema capaz de analisar as questões que o estudante respondeu corretamente e dar um peso específico para cada acerto, que acaba por dar privilégio a quem estuda”, completa.
“A elaboração conceitual é na qual os professores, que constroem as questões, buscam conteúdos significativos para todo Brasil, isso resulta na elaboração de perguntas que tem por finalidade, respostas que não alcançam apenas uma região, mas sim, todo o País”, acrescenta.’
De acordo com Eduardo Barbosa, o Enem está ganhando maturidade e vai gerar, aos poucos, credibilidade. Ele adiciona que os alunos não precisam se preocupar tanto com os defeitos do Enem e esperar uma boa prova, sem problemas, ajustadas em relação ao tamanho e tempo e com um tema de redação de domínio público.
Mas o Coordenador também aconselha que um diferencial a se buscar é a leitura“ O aluno que tem em sua rotina a leitura periódica de um jornal ou uma revista está no caminho certo, tanto para responder as questões e fazer a redação do Enem, quanto para a vida”, enfatiza.