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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello decidiu na noite desta sexta-feira (3) remeter o processo contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), para a corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na prática, a decisão tira o processo das mãos do relator no STJ, Herman Benjamin, e paralisa o trâmite da ação, que pode levar ao afastamento do cargo de governador, até que o plenário do tribunal decida se aceita ou não a denúncia contra Pimentel.

A decisão atende a um recurso apresentado pela defesa do governador. Pimentel foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Acrônimo. Segundo a PGR, o petista teria recebido R$ 2 milhões em propina da montadora de veículos Caoa quando foi ministro do Desenvolvimento no governo Dilma Rousseff.

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A ação caiu nas mãos do ministro Benjamin, no STJ, que determinou prazo de 15 dias para apresentação da defesa. Caso decidisse, ao término no prazo, pelo recebimento da denúncia, Pimentel seria imediatamente afastado do governo de Minas sem a necessidade de aprovação da Assembleia Legislativa.

A Constituição mineira não prevê a obrigatoriedade de a acusação passar pelo crivo do Legislativo estadual em caso de crime comum, que é o caso de Pimentel. Já a defesa do governador se baseia na Constituição Federal que, no artigo 86, a necessidade de aprovação de dois terços do Legislativo para a abertura de processo contra o chefe do Executivo. A decisão sobre a participação da ALMG no processo vai, agora, para o plenário do STJ.

O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, comemorou a decisão do STF. "A concessão da liminar no STF, suspendendo o processo contra Fernando Pimentel, já era a esperada diante da jurisprudência consolidada naquela corte sobre a matéria. Nenhuma pessoa pode ser afastada do cargo pelo simples recebimento da denúncia", disse ele, em nota.

A defesa do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), afirmou desconhecer a acusação do contador Roberto Trombeta. Delator da Operação Lava Jato, Trombeta afirmou aos procuradores da República que o governador estava na residência do dono do Grupo Caoa, numa reunião, em agosto de 2014, em que lhe foi solicitado a participação no repasse de R$ 3 milhões, em espécie, para o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono da Gráfica Brasil.

Bené, como é conhecido o amigo de Pimentel, é acusado de ser o operador de propinas do governador e está preso desde abril.

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"É fundamental registrar, antes de qualquer observação, que o referido Sr. Roberto Trombeta é acusado pelo Ministério Público Federal de mentir e ocultar documentos prometidos por ele na negociação do acordo de delação premiada no âmbito da assim chamada Operação Lava Jato. Por esta razão, a delação pode ser anulada. Como a defesa de Fernando Pimentel, que não é investigado na referida operação, desconhece por completo os assuntos narrados, só pode se basear nas informações repassadas pela reportagem, que não deixa sombra de dúvida: nada do que foi relatado liga Pimentel a essas supostas tratativas. Nada a não ser a palavra de alguém que é acusado de mentir em sua delação. Nada além de "ter avistado" alguém que poderia, em sua avaliação, ser Fernando Pimentel em um desses supostos encontros", diz o advogado Eugênio Pacelli.

Em nota, a Caoa negou as acusações. "A CAOA desconhece a existência e eventual conteúdo das delações premiadas de Roberto Trombeta e seu sócio Rodrigo Morales que lhe faça qualquer menção, sendo curioso que tal suposta informação, coberta por sigilo legal, venha parcialmente ao conhecimento público, sem possibilidade prévia da empresa saber e contrapor os seus termos", diz a nota.

"A CAOA sempre desenvolveu suas atividades com recursos de origem lícita e privada, dentro e fora do Brasil e, ademais, desconhece os negócios e as empresas de Trombeta e Morales no exterior, as quais não fazem ou fizeram parte dos negócios da CAOA. A CAOA repele com veemência qualquer irregularidade", conclui o texto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Delator da Operação Lava Jato, o contador Roberto Trombeta afirmou aos procuradores da República que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), estava na residência do dono do Grupo Caoa, numa reunião, em agosto de 2014, em que lhe foi solicitado a participação no repasse de R$ 3 milhões, em espécie, para o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono da Gráfica Brasil.

"Chamou a atenção do declarante Roberto Trombeta haver avistado no interior daquela residência a pessoa de Fernando Pimentel, então candidato ao Governo de Minas Gerais, não mantendo contato com o mesmo além do visual", contou Trombeta aos procuradores da República, em Curitiba, nos autos da Lava Jato.

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Bené, como é conhecido o amigo de Pimentel, está preso desde abril, como operador de propinas do petista. Os dois foram denunciados na Operação Acrônimo pelo recebimento de valores ilícitos do Grupo Caoa. Foi identificado o repasse de R$ 2 milhões para empresas de Bené, que teriam o governador e sua campanha como beneficiários - valor esse também citado por Trombeta como um "repasse oficial".

Repasses

Trombeta narrou três encontros com Bené e executivos da Caoa, entre julho e agosto de 2014, para tratar do repasse dos R$ 3 milhões ao amigo de Pimentel. Detalhou ainda as datas e as circunstâncias de entregas das notas na sede da empresa. "Em reunião na casa do controlador do Grupo Caoa, Dr. Carlos Alberto Oliveira Andrade, convocada pelo presidente Sr. Maciel Neto, soube o declarante Roberto que a Caoa pagaria, diretamente ao senhor Benedito Rodrigues de Oliveira, a importância de R$ 3 milhões em dinheiro", afirmou Trombeta. Essa reunião teria ocorrido em agosto de 2014. "Este pagamentos seriam feitos semanalmente na sede do Grupo Caoa."

O primeiro dos três encontros narrado pelo delator teria ocorrido em julho. "O declarante Roberto Trombeta foi chamado para uma reunião a pedido do presidente do Grupo Caoa, sr. Antonio Maciel Neto. Nesta reunião foi apresentado a Benedito Oliveira." O delator diz que o executivo da Caoa "solicitou ajuda" para uma "demanda que posteriormente lhe seria explicada".

O segundo encontro teria ocorrido em 6 de agosto no escritório de contabilidade de Trombeta, em São Paulo. Foi após esse encontro que Trombeta diz ter ocorrido a reunião na casa do controlador da Caoa, em que ele diz ter visto Fernando Pimentel. O delator conta que "por motivo de sigilo na empresa", ele e seu sócio Rodrigo Morales foram incumbidos de destacar um funcionário de seu escritório de contabilidade para "retirar certa 'encomenda' no departamento financeiro (da Caoa) e que a entregasse ao representante" indicado por Bené. Os valores teriam sido repassados para um emissário de Bené, que ia na sede da Caoa, e pegava o dinheiro das mãos de um funcionário do escritório de Trombeta - que se deslocava ao local com essa única função.

Segundo Trombeta, foram quatro repasses de R$ 500 mil nos dias 22 de agosto, 5, 19 e 25 de setembro. "O restante do valor acordado entre o presidente do Grupo Caoa Sr. Antonio Maciel Neto e o Sr. Benedito Oliveira não foram pagos em razão da prisão do Sr Bendito no dia 7 de outubro."

Em outubro de 2014, Bené foi detido com R$ 116 mil em espécie chegando no aeroporto de Brasília, em um jatinho particular. Ele acabou sendo liberado. O criminalista Antonio Figueiredo Basto, que defende Trombeta e seu sócio Morales, disse que não comentaria o caso.

Acrônimo

Bené já confessou que atuou em nome de Pimentel em delação premiada, no processo da Operação Acrônimo. Segundo ele, o Grupo Caoa teria feito ao todo o repasse de R$ 20 milhões para o governador, entre 2013 e 2014. Pelo menos R$ 7 milhões teriam ido para contas no exterior do petista e o restante abastecido campanhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, afirmou em delação premiada que o ex-ministro das Cidades do Governo Lula Marcio Fortes recebeu R$ 1 milhão de um esquema que resultou na contratação da agência de publicidade Propeg, em 2010.

Segundo o delator, outro ex-ministro da pasta, Mário Negromonte - hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia -, sucessor de Fortes, e o ex-deputado e ex-líder do PP na Câmara Pedro Corrêa teriam recebido valor equivalente a 10% do contrato de publicidade.

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A delação de Bené foi homologada na semana passada pelo Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da Operação Acrônimo - investigação da Polícia Federal que atribui crime de corrupção ao governador de Minas Fernando Pimentel (PT), ex-ministro do Desenvolvimento do governo Dilma.

Em sua delação, Bené afirmou que o Grupo Caoa, do setor automotivo, teria pago R$ 20 milhões a Pimentel. A Caoa nega categoricamente o repasse ilegal. A delação do empresário preenche 20 anexos. Um deles é dedicado aos ex-ministros Marcio Fortes e Mário Negromonte e ao ex-deputado Pedro Corrêa - este também delator, mas de outra operação, a Lava Jato.

Bené afirmou que por volta de 2010 Negromonte o procurou. Segundo o delator da Acrônimo, Negromonte pretendia "influenciar" em licitação da área de publicidade do Ministério das Cidades. O plano seria beneficiar a Propeg.

Negromonte e Pedro Corrêa - na época, réu do mensalão - iriam receber, segundo Bené, 10% do "resultado" da operação. O acordo previa que o ministro Márcio Fortes, que ocupou o cargo entre 2005 e 2011, e um assessor dele, conhecido por "Alcione", ficariam com uma parte do valor do contrato, desde que a Propeg fosse a escolhida.

Segundo Bené, Mário Negromonte e Pedro Corrêa receberam total de R$ 1 milhão cada. O ex-ministro Marcio Fortes também teria recebido R$ 1 milhão, valor pago, segundo ele, "durante mais de um ano"

Defesas

"É falso o enredo por meio do qual se tenta envolver a Propeg em assuntos que são inteiramente estranhos à agência. Jamais, em tempo algum, houve pagamento a políticos por meio da empresa", disse a assessoria da companhia.

"Em 2010 a Propeg e outras três agências de propaganda venceram licitação para atender ao Ministério das Cidades. O certame escolheu aquelas que apresentaram as melhores propostas nas modalidades técnica e preço - como rege a lei."

O criminalista Carlos Fauaze, que defende o ex-deputado Negromonte, informou que não vai se manifestar por não ter tido acesso à documentação constante nos autos do processo. Mário Negromonte afirmou que a empresa Propeg é da Bahia, seu Estado, e que ele não precisaria da intermediação de Bené para tratar de qualquer assunto envolvendo a empresa. "A Propeg é da Bahia. Eu ia precisar do Benedicto para fazer alguma intermediação de conversa?Não tem sentido. Jamais procurei ele para esse tipo de contato", afirmou.

O ex-ministro Marcio Fortes também se defendeu. "Nego veementemente as acusações, e me coloco à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos que eventualmente forem necessários."

O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, afirmou em delação premiada que o Grupo Caoa pagou R$ 20 milhões ao governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). Os pagamentos, segundo Bené, ocorreram entre 2013 e 2014, ano em que o petista deixou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para candidatar-se ao governo. Dos R$ 20 milhões, afirmou o delator, R$ 7 milhões foram repassados diretamente a Pimentel no exterior. O restante teria sido usado na campanha.

Bené está preso em Brasília desde 15 de abril e é apontado como "operador" de Pimentel. A ordem de prisão foi decretada pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relator da Operação Acrônimo na corte. O empresário teria falsificado provas para tentar "blindar" o governador.

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Bené assinou acordo de delação com o Ministério Público Federal. São 20 anexos, cada um correspondendo a uma suposta irregularidade envolvendo não apenas Pimentel, mas outros políticos. Um anexo é denominado "Evento Caoa".

Para os investigadores, o relato de Bené mostra que Pimentel teria transformado o ministério em "agência de negócios". Segundo o delator, ele alterava portarias para atender pleitos de segmentos empresariais desde que fizessem doações para sua campanha e cobrava para ele próprio.

Bené e o petista já foram denunciados criminalmente, no início do mês, pela Procuradoria da República. A Pimentel, o Ministério Público atribui corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Na mesma acusação foram incluídos outros seis investigados, entre eles o ex-ministro Mauro Borges - sucessor de Pimentel - e o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da Caoa.

Nessa denúncia, a Procuradoria indica que Pimentel foi beneficiário de propina de R$ 2 milhões para favorecer a Caoa quando era ministro, de 2011 a 2014, no primeiro mandato da presidente afastada Dilma Rousseff. O caso, revelado pelo Estado em outubro de 2015, foi investigado na Acrônimo.

Parcelas

Em sua delação, Bené afirmou aos investigadores que os R$ 20 milhões foram divididos em duas partes, acertadas na época em que Pimentel ainda era ministro. Ele citou como envolvidos no esquema o dono da Caoa e o presidente do grupo, Antonio dos Santos Maciel.

Segundo o delator, os primeiros R$ 10 milhões foram transferidos quando o então ministro atendeu a um pedido do grupo Caoa e promoveu alteração no mix de modelos de veículos autorizados pelo Programa de Importação Inovar Auto. Na denúncia levada ao STJ, a Procuradoria sustenta que Pimentel editou portarias do Programa Inovar Auto, que concederam incentivos fiscais de R$ 600 milhões por ano ao Grupo Caoa.

Segundo os investigadores, os primeiros atos de Pimentel habilitavam a empresa no programa até 31 de março de 2013, permissão que foi estendida até 31 de maio de 2014.

Os outros R$ 10 milhões ao petista foram acertados e pagos, de acordo com Bené, por Pimentel ter garantido um benefício no pagamento de Imposto de Importação e de IPI do modelo IX 35, utilitário fabricado pela Hyundai.

O delator disse que, como encarregado da pré-campanha e da campanha de Pimentel ao governo, operou esses pagamentos e, dessa forma, sabe dos detalhes. Do total, R$ 7 milhões pagos no exterior, segundo Bené, porque a Caoa tem facilidade para fazer repasses fora do País, por atuar com importações. Outra parte do dinheiro, segundo ele, passou por uma empresa sua, a BRO.

Defesas

As defesas de Pimentel e do Grupo Caoa negaram as acusações de Bené. Por meio de sua assessoria de imprensa, o Grupo Caoa disse desconhecer o conteúdo da delação de Bené.

O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, rechaçou as acusações. "A defesa de Fernando Pimentel esclarece que o governador não recebeu qualquer tipo de vantagem em qualquer tempo de quem quer que seja. Se existente, é falsa e absurda a acusação de pagamento no exterior", afirmou.

"Basta um elemento para desacreditar a suposta acusação: é atribuição da Receita Federal do Brasil, vinculada ao Ministério da Fazenda, a redução ou não de alíquotas de impostos cobrados em âmbito federal. Pimentel, como se sabe, não era ministro da Fazenda", disse Pacelli. "Quanto à modificação de modelos automobilísticos a serem importados, a decisão foi precedida de relatórios e pareceres técnicos e contou com parecer jurídico da Advocacia-Geral da União. Além disso, a definição do modelo de negócios, como se sabe, é decisão que cabe às empresas, não ao Poder Público."

Segundo o advogado, a defesa do governador pedirá "abertura de inquérito para apurar os reiterados vazamentos de supostas informações cujo objetivo óbvio é antecipar a condenação pública dos investigados".

O criminalista José Roberto Batochio, que defende a Caoa, reagiu enfaticamente às declarações de Bené. "Isso é um delírio, absolutamente não corresponde à verdade. Aliás, a própria conduta do cidadão delator já demonstra que isso não é verossímil. Primeiro, ele fala que recebeu R$ 2,2 milhões para fazer uma consultoria que ele diz que não existiu, que não era real, que foi fabricada de acordo com as notas fiscais que emitiu. Depois, passou a falar que eram R$ 10 milhões e não mais os R$ 2,2 milhões. Agora vem falar que eram R$ 20 milhões."

Batochio ironizou o delator. "Precisamos perguntar para ele qual das três cifras ele vai escolher. A partir do momento em que definir qual o valor então poderemos fazer um abordagem mais direta para que explique sua versão." Sobre os R$ 7 milhões que a Caoa teria pago a Pimentel no exterior, o advogado fez um desafio. "Já que o senhor delator sabe que foi pago no exterior, então tem que dizer de que conta saiu esse dinheiro e em qual conta entrou."

"A Caoa desconhece a existência e eventual conteúdo de qualquer delação premiada que lhe faça qualquer menção, sendo curioso que tal informação, coberta por sigilo legal, venha parcialmente ao conhecimento público, sem possibilidade prévia da empresa saber e contrapor os seus termos", diz nota da assessoria do grupo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Diretoria-Geral da Polícia Federal vai pleitear ao novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que cancele a cessão do superintendente da PF em Minas Gerais, Sérgio Menezes, para comandar a Secretaria de Defesa Social do Estado. O convite para ele ocupar a função foi feito pelo governo de Fernando Pimentel (PT), investigado pela própria PF na Operação Acrônimo.

A decisão de liberar Menezes repercutiu mal na cúpula da PF, que não foi consultada a respeito pelo Ministério da Justiça. O ato foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de quinta-feira, 12, nas últimas horas do governo Dilma Rousseff, quando o ministro Eugênio Aragão e todo o primeiro escalão da presidente estavam de saída.

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Conforme fontes da PF, a consulta deveria ter sido feita, já que a o órgão tem independência funcional e, não necessariamente, a cessão atende aos interesses da corporação. A reportagem apurou que o grupo de Pimentel trabalhava pela indicação de um novo chefe para a Superintendência em Minas. Um dos cotados era o delegado regional executivo no Estado, Rodrigo Teixeira. Qualquer decisão a respeito, no entanto, dependerá das tratativas com o governo interino de Michel Temer.

O Governo de Minas confirma a "indicação" do superintendente. Consultado pela reportagem, Menezes não respondeu, por ora, se vai aceitar ocupar a função de secretário.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), convidou o superintendente da Polícia Federal no Estado, Sérgio Menezes, para comandar a Secretaria Estadual de Defesa Social, que cuida da segurança pública. À frente da PF, Menezes é um dos responsáveis pelas ações da Operação Acrônimo, que investiga o petista por corrupção, lavagem de dinheiro e fraude eleitoral.

A indicação para o cargo vem depois de o governador nomear a própria mulher, Carolina Oliveira, para chefiar a Secretaria de Trabalho de Minas. Ela também é uma das investigadas na Acrônimo e, com a nomeação, passou a ter foro na segunda instância da Justiça. O ato foi suspenso em caráter liminar pela Justiça de Minas, sob a alegação de que pode ter servido para beneficiá-la indevidamente.

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A expectativa é de que o delegado tome posse nos próximos dias. A cessão dele para exercer as funções já foi publicada no Diário Oficial da União pelo Ministério da Justiça, pasta responsável pela PF.

Em nota, o Governo de Minas informou que a indicação de Menezes se baseia em sua "reconhecida experiência na área de segurança pública". "Além de ser especialista em direito penal, direito processual e gestão de segurança pública, Menezes já teve 'exitosa' atuação, em diversas funções públicas, em cinco estados do País."

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou à Justiça nesta sexta-feira, 6, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber propina para favorecer a montadora CAOA no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pasta que ele comandou de 2011 a 2014.

O caso foi investigado na Operação Acrônimo. Conforme o inquérito, entre 2013 e 2014, a CAOA pagou R$ 2,1 milhões a duas empresas de Benedito Oliveira Neto, o Bené, considerado operador de Pimentel. Conforme as investigações, os valores foram "vantagens indevidas" para que o empresário conseguisse, junto a Pimentel e Mauro Borges, sucessor do petista no ministério, a edição de portarias do Programa Inovar Auto, que concederam incentivos fiscais à montadora.

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Pimentel, Borges e a CAOA negam envolvimento em irregularidades.

A PF sustenta que as empresas de Bené, supostamente de fachada, não prestaram efetivamente serviços à CAOA, mas apenas foram usadas para emitir notas fiscais frias à montadora, o que é considerado lavagem de dinheiro, e ofertar propina aos envolvidos no esquema. Pimentel e sua mulher, Carolina Oliveira, teriam recebido "vantagens indevidas" de Bené, incluindo hospedagem num resort de luxo na Bahia, viagens de jatinho e aluguéis de carros.

A Polícia Federal indiciou criminalmente o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT) por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. O enquadramento penal de Pimentel ocorreu no inquérito da Operação Acrônimo.

Segundo a PF, o governador teria favorecido uma grande revendedora de veículos. A PF também indiciou Pimentel em outro inquérito - desmembramento da Acrônimo - por crime de falsidade ideológica eleitoral.

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Pimentel havia sido intimado para depor na sexta-feira, 8, mas não compareceu. O governador é alvo da Acrônimo por suposto recebimento de vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que ele comandou de 2011 a 2014.

O indiciamento do governador foi autorizado expressamente pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em decisão de fevereiro, o ministro argumentou que, se os policiais responsáveis pelo caso cumpriram as etapas necessárias à investigação, não havia motivo para impedir o indiciamento.

No inquérito policial, indiciar corresponde a imputar a algum suspeito a autoria de determinado ilícito penal. Não significa, contudo, que o Ministério Público Federal (MPF) concordará com os argumentos e denunciará o envolvido.

No início do ano, a PF pediu ao STJ o indiciamento de Pimentel por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas o Ministério Público Federal deu parecer contrário à medida. A PF havia solicitado também autorização para interrogar Pimentel, o que foi permitido por Benjamin.

Na Operação Acrônimo, em outra frente de investigação, a PF apura suposta "venda" de portarias que beneficiavam o setor automotivo durante a gestão do petista e de seu sucessor, Mauro Borges, na pasta. Ambos negam. Também há suspeitas de que houve financiamento irregular da campanha do ex-ministro ao governo de Minas, em 2014.

Quando o ministro Herman Benjamin autorizou o indiciamento de Pimentel, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro Kakay disse que não se pronunciaria sobre a decisão, pois ela era sigilosa. Ele afirmou que o petista sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações e não as teme.

A publicitária Danielle Fonteles, sócia da agência Pepper Comunicação Interativa, que prestava serviços ao PT, confirmou em depoimentos prestados a investigadores da Operação Acrônimo que o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, atuava como uma espécie de "provedor" da primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Conforme fonte com acesso ao caso relatou ao jornal O Estado de S. Paulo, ele providenciava recursos e estrutura para o QG montado em Brasília pela coligação da petista naquele ano.

Dono de uma gráfica e de empresas de eventos em Brasília, Bené é investigado por desvio de recursos de contratos com o governo federal. Nas gestões petistas, as empresas ligadas a ele faturaram mais de R$ 500 milhões por serviços supostamente superfaturados e não prestados.

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Em 2010, o empresário atuava como "colaborador" da campanha de Dilma, mas teve de deixar a função após a revelação de que participava da montagem de dossiês para atingir o candidato adversário de Dilma, o hoje senador José Serra (PSDB-SP). O escândalo também resultou no afastamento do atual governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), que era um dos coordenadores da campanha. Os dois são amigos e se tornaram, mais tarde, alvos da Acrônimo.

A delação premiada de Danielle, que aguarda homologação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deve ser levada em conta no relatório final da Acrônimo, que está em fase avançada. A Polícia Federal pretende interrogar os investigados, entre eles Pimentel, para depois indiciá-los. Os investigadores sustentam haver indícios de que o petista cometeu os crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Nos depoimentos, Danielle confirmou também ter recebido R$ 6,1 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, em 2010, para cobrir despesas da campanha de Dilma. O valor teria sido pago por meio de contrato simulado. Esse trecho, no entanto, por envolver a presidente da República, será investigado perante o Supremo Tribunal Federal.

A Acrônimo também se aprofundou sobre a atuação de Bené na campanha de Pimentel em 2014. A suspeita é de que ele tenta atuado como um "tesoureiro" informal do petista para obter recursos de caixa 2.

Emissário

Num depoimento prestado à Operação Lava Jato, revelado pelo Estado em junho do ano passado, o empresário Gerson Almada, da Engevix, disse ter recebido um emissário de Pimentel em 2013, que se identificou como "Bené" e lhe pediu dinheiro para a campanha do petista no ano seguinte. A defesa do governador afirma desconhecer o fato e sustenta que a única pessoa autorizada a tratar de arrecadação era o tesoureiro oficial da campanha.

O inquérito da Acrônimo, que corre em sigilo no STJ, sustenta que Pimentel recebeu "vantagens indevidas" de empresas que mantinham relações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que ele comandou de 2011 a 2014.

A investigação diz que Bené pagou despesas de Pimentel e teria atuado como operador do petista na obtenção de propina durante sua gestão como ministro do Desenvolvimento, entre 2011 e 2014, e na de seu sucessor no cargo, Mauro Borges. Duas empresas do empresário receberam recursos de uma montadora de veículos, supostamente em troca de portarias da pasta que lhe asseguravam benefícios fiscais. Pimentel e Borges negam irregularidades.

Defesa

O advogado de Bené, José Luís de Oliveira Lima, afirmou que não tem conhecimento da delação de Danielle, que não é oficial. Ele disse que não comentaria os depoimentos da empresária, pois os autos são sigilosos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Herman Benjamin, relator da Operação Acrônimo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou que a Polícia Federal indicie o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). A PF havia solicitado o indiciamento do petista por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas o Ministério Público Federal havia dado parecer contrário à medida.

Em despacho de fevereiro, o ministro autorizou que o governador seja interrogado. Caso Pimentel não compareça ao interrogatório ou caso a PF entenda necessário, ele poderá ser indiciado, pela decisão do STJ, segundo fontes com acesso à investigação. O despacho do ministro Herman Benjamin e toda a investigação são mantidos sob sigilo no STJ e no Ministério Público.

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Na prática, se indiciado, o governador passa a ser visto como investigado e não como testemunha pela Polícia Federal. A medida não vincula, no entanto, a avaliação do Ministério Público, que depende de seu próprio convencimento para eventualmente denunciar o petista.

A Acrônimo investiga recebimento de vantagens indevidas pelo governador quando o petista comandava o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A suspeita é de que Pimentel recebeu valores de empresas que mantinham contratos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), instituição subordinada à pasta.

A Operação também apura "venda" de portarias que beneficiaram o setor automotivo durante a gestão do petista no Ministério, além de financiamento irregular da campanha ao governo de Minas. Responsável pela defesa de Pimentel, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o governador está à disposição desde o início para contribuir com o andamento das investigações.

Dono da Caoa, companhia que monta veículos e possui uma rede de concessionárias em todo o País, o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, investigado na Operação Acrônimo, afirmou em depoimento à Polícia Federal não ter nenhuma conta bancária em seu nome. A explicação foi dada para justificar a guarda de R$ 2,5 milhões em dinheiro vivo em sua casa, apreendidos em outubro.

Oliveira Andrade é um dos alvos da Acrônimo, que apura suposta compra de portarias do governo federal que concederam incentivos fiscais à sua montadora, a Caoa, que fabrica modelos Hyundai no Brasil. Os benefícios foram concedidos na gestão do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges, que sucedeu no cargo o atual governador de Minas, Fernando Pimentel (PT).

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A Caoa pagou R$ 2,8 milhões a empresas de Benedito Rodrigues, o Bené, empresário que tratou dos benefícios com Borges e é apontado como operador de Pimentel. Conforme a PF, os repasses foram vantagens indevidas pagas indiretamente ao governador petista. Todos negam qualquer conduta irregular.

Outra operação da PF, a Zelotes, também apura suposto pagamento de propina a servidores públicos e autoridades do governo em troca de medidas provisórias que concederam incentivos fiscais a montadoras, entre elas a Caoa.

Os R$ 2,5 milhões em notas estavam num dos endereços de Oliveira Andrade em São Paulo, parte acondicionada em sacos plásticos. Ao depor à PF, o empresário disse ser acionista da Caoa e que "normalmente faz as retiradas da empresa em dinheiro, uma vez que não possui conta em banco". No depoimento, ele não esclareceu porque não tem conta bancária.

Durante a oitiva, o advogado de Oliveira Andrade, José Roberto Batochio, acrescentou que o expressivo montante em espécie se destinava a pagar funcionários, reforma e despesas de toda a família, além de bancar viagens em jatinhos.

Tanto que, segundo ele, o empresário declarou ao Imposto de Renda guardar R$ 5,2 milhões em casa em 2014. O total de bens e direitos informados ao Leão naquele ano era de R$ 833 milhões.

À Polícia Federal, o empresário disse ainda que recebia Pimentel em sua casa, assim como a Bené. Ele afirmou também que se encontrava com o petista em Brasília e costumava ouvi-lo sobre a "situação macroeconômica do País, a fim de tomar decisões sobre investimentos".

Oliveira Andrade negou ter pago qualquer quantia a Bené ou a Pimentel. Ele alegou não saber por que a Caoa repassou R$ 2,8 milhões às empresas de Bené, mas informou acreditar que se tratava de pagamentos por serviços de marketing prestados à montadora.

A Polícia Federal pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o indiciamento do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, mas o Ministério Público Federal deu parecer contrário à medida. Caberá ao ministro Herman Benjamin, relator do caso na corte, dar a palavra final a respeito do caso.

Pimentel é investigado na Operação Acrônimo por suposto recebimento de vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que ele comandou no período de 2011 a 2014.

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Em outra frente de investigação, a Polícia Federal apura suposta "venda" de portarias que beneficiavam o setor automotivo durante a gestão do petista e de seu sucessor, Mauro Borges, na pasta. Ambos negam irregularidades. Também há uma suspeitas de que houve financiamento irregular da campanha do ex-ministro ao governo de Minas Gerais, em 2014.

A PF pediu autorização para interrogar Pimentel e, se for o caso, indiciá-lo. Ao analisar a questão, no entanto, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, afirmou que a legislação não prevê o indiciamento, pela polícia, de autoridade com prerrogativa de função perante o Superior Tribunal de Justiça.

Segundo a vice-procuradora-geral da República, também não há previsão para que o Ministério Público Federal autorize esse tipo de "procedimento inquisitorial".

Prerrogativa

No parecer, de 11 de dezembro passado, a vice-procuradora-geral argumentou que cabe ao Ministério Público Federal decidir o momento oportuno para o interrogatório, e não à PF, pois os procuradores da República teriam prerrogativa exclusiva para investigar autoridades com o chamado foro privilegiado em inquéritos instaurados no STJ, bem como requerer diligências.

Procurada, a defesa de Pimentel não respondeu aos contatos da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Qualicorp, em fato relevante divulgado ao mercado, afirmou que não tem nenhuma relação com as operações conduzidas pelas autoridades nesta quarta-feira (16) e que não foi alvo de nenhum procedimento de busca e apreensão. "Como companhia de capital aberto, com milhares de acionistas no Brasil e no exterior, o grupo repudia veementemente rumores envolvendo o seu nome sem nenhum embasamento", declarou no comunicado.

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje uma nova etapa da Operação Acrônimo, em São Paulo e Brasília e um dos alvos de busca é o empresário Elon Gomes, sócio minoritário da Aliança Administradora de Benefícios de Saúde. A Qualicorp é detentora de 75% do Grupo Aliança.

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Em 2012, a companhia de planos de saúde por adesão havia comprado 60% da Aliança e aumentou a fatia detida na empresa em 2014. Elon Gomes de Almeida é o fundador da Aliança e, após as negociações com a Qualicorp, permaneceu comprometido com o negócio, detendo 25% da empresa e continuando a exercer as suas funções de diretor presidente, conforme notificou a própria Qualicorp em fato relevante na época.

Ainda no comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Qualicorp esclareceu que tanto o grupo quanto a Aliança "nunca pleitearam qualquer tipo de financiamento público ou obtiveram recursos públicos para a realização de suas atividades, uma vez que estas dependem diretamente de usuários contratantes de planos de saúde."

A operação hoje da PF não envolve a empresa, somente o executivo. Segundo o advogado Eduardo Toledo, as buscas foram feitas na residência do empresário em Brasília, onde foram recolhidos extratos bancários, computador e telefone celular. O criminalista afirmou ainda que não conhece os termos do mandado de busca e apreensão na casa de seu cliente, porque o STJ colocou sigilo por 24 horas.

A Acrônimo foi desencadeada em maio e investiga irregularidades de campanha e suposto recebimento de propina pelo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT-MG), quando ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Tem também como alvos a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira, e o empresário Benedito Rodrigues, colaborador de campanhas de Pimentel e suspeito de desviar recursos de contratos do governo federal com suas empresas.

Operadores lembraram que, na época do início da operação Acrônimo, a Qualicorp chegou a ser citada na imprensa, mas negou que tenha havido uma operação de busca e apreensão em seus escritórios ou na casa de seu principal acionista, José Seripieri Filho. Naquele dia, 29 de maio, as ações caíram 19,66%.

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (16) nova etapa da Operação Acrônimo em São Paulo e em Brasília. A ação corre em sigilo decretado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Não há informações sobre quais mandados estão sendo cumpridos.

A Acrônimo investiga irregularidades de campanha e suposto recebimento de propina pelo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT-MG), quando ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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A Acrônimo, desencadeada inicialmente em maio, tem também como alvos a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira, e o empresário Benedito Rodrigues, colaborador de campanhas de Pimentel e suspeito de desviar recursos de contratos do governo federal com suas empresas.

Pimentel é investigado por receber vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao ministério do desenvolvimento, que ele comandou de 2011 a 2014.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin determinou que a Polícia Federal investigue vazamento de informações da Operação Acrônimo para jornalistas. A operação apura suspeitas de pagamento de propina por empresas ao ex-ministro e governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), além de pessoas ligadas a ele.

A decisão foi tomada após o estadão.com.br publicar, na última quinta-feira reportagem sobre suposta compra de portarias do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), comandado por Pimentel de 2011 a 2014, para favorecer o Grupo CAOA, que fabrica veículos Hyundai e revende modelos das marcas Ford e Subaru. Além da matéria do jornal O Estado de S. Paulo, o magistrado cita notícia a respeito divulgada pelo site da revista "Época".

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No despacho, Benjamin sustenta que o inquérito corre em segredo de Justiça e que a divulgação de dados cuja publicidade deveria, a seu ver, ser restrita pode trazer prejuízo às investigações e ferir garantias dos investigados. Ele argumenta que "violar, a qualquer título, a obrigação de sigilo caracteriza crime e, portanto, demanda apuração rigorosa".

O ministro requer a instauração de inquérito para apurar quem teria fornecido "documentos aos veículos de comunicação", juntamente com as "conversações telefônicas".

"Determino que a Autoridade Policial destinatária da requisição envide os mais elevados esforços na elucidação da autoria, empregando todos os meios possíveis e à disposição na legislação processual penal, dando prioridade máxima ao andamento desta investigação", escreveu.

O magistrado registra que, além de inúmeros policiais federais e integrantes do Ministério Público Federal, 53 pessoas físicas, 79 empresas e 19 outros interessados, "com seus respectivos grupos de defensores", têm acesso ao material da investigação.

Ao justificar a decisão, ele alega que, sem o sigilo, a "presunção de inocência" dos investigados e o bom andamento das investigações, algumas ainda em curso, viram "letra morta e simples teatro formal, cobrindo de inutilidade algumas das garantias mais elementares e sagradas do cidadão".

A investigação de vazamentos é um pleito da defesa de investigados na Acrônimo, entre eles Pimentel. A operação busca provas para instruir a apuração de esquemas de desvio de recursos no governo federal e irregularidades na campanha do petista em 2014 - casos, portanto, de interesse público.

A Constituição assegura a jornalistas o direito de resguardar o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional, mesmo se chamado a depor em processos cíveis e criminais.

Benjamin pontua que não é seu objetivo investigar jornalistas ou veículos de comunicação. Ele se define como "pertinaz defensor da liberdade de imprensa", mas pondera ser necessário "encontrar formas de harmonizar o direito de informar e o direito ao resguardo da vida intima e privada, assim como de princípios da presunção de inocência, do devido processo legal e da ampla defesa".

"Não se trata, por certo, de pretender punir a pena e a boca que, no exercício de nobre profissão, revelam, mas a mão de quem, detentor de dever de preservação do sigilo de informações, a usa para reduzir a nada a autoridade da decisão judicial e as garantias constitucionais", argumenta.

Na última fase, em 1º de outubro, a Acrônimo teve como um dos alvos o ex-ministro e apadrinhado político de Pimentel Mauro Borges, que sucedeu o petista no Desenvolvimento e hoje preside a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), empresa controlada pelo Governo de Minas. Como mostrou o Estado, ele é suspeito de favorecer a CAOA com a assinatura de portarias que a habilitassem a receber incentivos fiscais do Programa Inovar-Auto.

Tratativas do então ministro para a assinatura de uma dessas portarias constam de mensagens trocadas por ele com outro investigado, o empresário Benedito Rodrigues Oliveira, o Bené, amigo e colaborador de Pimentel. Duas empresas de Bené, que a PF diz serem de fachada, receberam recursos da CAOA no mesmo período. A suspeita é de que os pagamentos sejam propina, cujo beneficiário final seja Pimentel.

As defesas dos investigados não quiseram se pronunciar sobre o conteúdo das investigações. A CAOA nega envolvimento em irregularidades. A empresa alega que as portarias foram concedidas, nas mesmas datas, para várias montadoras e que os pagamentos a empresas de Bené foram por serviços de consultoria.

Mauro Borges, presidente da Cemig e ex-ministro do Desenvolvimento, prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (1º). Além de ouvir o executivo, a PF também apreendeu mídias eletrônicas localizadas na residência de Borges, ação relacionada a mais uma fase da Operação Acrônimo deflagrada pela Polícia Federal em maio passado. Foram recolhidos tablets, notebooks e telefones celulares.

A Operação Acrônimo investiga irregularidades de campanha e acusações contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), sua esposa Caroline de Oliveira Pereira e o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené. Na nova fase deflagrada pela PF, foram feitas buscas em endereços de pessoas ligadas ao petista, incluindo o presidente da Cemig. Borges assumiu o comando da estatal mineira em janeiro passado, indicado por Pimentel.

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De acordo com nota publicada pelo advogado Marcelo Leonardo, que representa Mauro Borges, a ação da PF "não guarda nenhuma relação com a Cemig". Há pouco, as ações preferenciais da companhia apresentavam desvalorização de 1,86% e eram cotadas a R$ 6,86. Os papéis ordinários caíam 1,02% e eram negociados a R$ 6,80.

O presidente da estatal mineira atendeu uma determinação de ministro relator do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Corte onde a investigação está sendo conduzida em função do cargo de governador de Minas Gerais exercido por Pimentel. Borges prestou depoimento e deixou em seguida a Superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte, segundo o advogado.

A Marfrig comunicou que a Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (1°) mandado de busca e apreensão na empresa em São Paulo, como parte da nova fase da Operação Acrônimo, que investiga irregularidades de campanha e acusações de que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) teria recebido propina quando chefiava o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Em nota, a Marfrig "informa que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados" e que "está à disposição das autoridades competentes no sentido de colaborar com a investigação em curso". A companhia alimentícia também ressalta que já estava à disposição do Ministério Público e de autoridades judiciais a respeito da questão.

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Em junho, o grupo Marfrig já havia negado ter feito pagamentos à Oli Comunicações, antiga empresa de Carolina de Oliveira, mulher de Pimentel e um dos alvos da Acrônimo. A declaração foi dada após suspeitas de que a Oli Comunicações teria recebido R$ 3,7 milhões entre 2011 e 2014 do frigorífico, do grupo Casino e da Pepper Comunicação, empresa contratada para gerenciar redes sociais da presidente Dilma Rousseff. À época, a Marfrig disse desconhecer "as investigações mencionadas" e que não poderia "comentar um assunto sobre o qual não tem informação". Na ocasião, a Polícia Federal havia pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para realizar buscas na sede da Marfrig, mas a solicitação foi negada.

O atual governador de Minas Gerais é investigado por receber vantagens indevidas de companhias que mantinham relações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 1, mais uma fase da Operação Acrônimo, que investiga irregularidades de campanha e suposto recebimento de propina pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT-MG), quando ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os agentes fazem buscas em endereços de pessoas ligadas ao petista, entre elas o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o também ex-ministro do Desenvolvimento Mauro Borges. Ele é amigo de Pimentel e seu apadrinhado político.

A PF cumpre cerca de 40 mandados de busca e apreensão em cidades como Belo Horizonte e em Brasília. A ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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A Acrônimo, desencadeada inicialmente em maio, tem também como alvos a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira, e o empresário Benedito Rodrigues, colaborador de campanhas de Pimentel e suspeito de desviar recursos de contratos do governo federal com suas empresas.

Pimentel é investigado por receber vantagens indevidas de empresas que mantinham relações comerciais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculado ao ministério do desenvolvimento, que ele comandou de 2011 a 2014.

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O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), voltou a fazer críticas, mesmo de forma indireta, à gestão anterior do Estado. Em seu discurso nesta quinta-feira, 1, na solenidade em comemoração ao Dia Nacional do Bombeiro, na Cidade Administrativa, o petista ressaltou que, "mesmo com as dificuldades financeiras", sua gestão está conseguindo "mudar a atitude de governar Minas".

"Estamos muito comprometidos na recuperação do serviço público no Estado. As dificuldades financeiras do Estado são conhecidas, não preciso repetir. Mas, mesmo com esse quadro, temos nos dedicado a recuperar a capacidade operacional do governo", afirmou. "E o governo é para resolver problemas, não para criar problemas, sejam eles com o Legislativo ou o Judiciário. Para resolvê-los tem se superar barreiras, dialogar, ter paciência, regionalizar a administração e ter humildade para ouvir as pessoas e as críticas. Com certeza nesses seis primeiros meses de gestão temos conseguido mudar a atitude de governar Minas: ela está mais respeitosa com os servidores, com o Legislativo e o Judiciário", disse.

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Nos bastidores, a ala mais conservadora da equipe de Pimentel defende uma postura mais ativa do governador, com provocações à gestão tucana no Estado e ressaltando feitos no primeiro semestre de gestão, como o reajuste dos servidores da Educação. Para esse grupo, as suspeitas de envolvimento do governador e de sua esposa, levantadas pela Polícia Federal na Operação Acrônimo, teriam motivação política e, por isso, Pimentel também deveria fazer críticas ao processo de investigação sempre que possível, o que vem acontecendo nos últimos eventos.

Ainda em seu discurso, Pimentel fez uma menção indireta às dificuldades que tem sofrido. "Foi uma honra receber a comenda de bombeiro honorário. Espero que não seja convocado para apagar nenhum incêndio. Já bastam aqueles que eu apago a frente do governo do Estado", falou. Na última segunda-feira, 29, a defesa de Pimentel ingressou com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para obter acesso aos documentos da investigação da Operação Acrônimo e pedir a abertura de apuração sobre vazamento de conteúdo. Além disso, decidiu colocar à disposição do STJ os sigilos bancário e fiscal da primeira-dama de Minas e da sua empresa desde 2010.

Pimentel também aproveitou para anunciar a liberação de concurso público para a contratação de novos bombeiros militares, com autorização prevista para semana que vem, no qual aumentará entre 8,5% e 9% o efetivo atual. "Ainda não é o suficiente ainda. Queremos mais que isso. Mas é importante darmos o primeiro passo, além da compra de equipamento, como um helicóptero. Essas providências fazem parte do esforço de melhorar o serviço público mineiro", disse. O Corpo de Bombeiros mineiro, por sua vez, entregou o Plano de Comando 2015-2026, com a previsão de expansão de atendimento, criação de unidades, mobilidade urbana e proteção ao meio ambiente.

Ainda na solenidade, os bombeiros entregaram a Medalha da Ordem do Mérito Imperador Pedro II a 161 personalidades e entidades, como presidentes de estatais, secretários de Estado, prefeitos, policiais, bombeiros e profissionais da comunicação.

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