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O governo deve cortar tarifas portuárias e reduzir exigências para que os práticos (profissionais que manobram os navios) atuem nos portos do País. Essas medidas estão no centro do pacote que a presidente Dilma Rousseff pretende anunciar na próxima terça-feira (13). Ao mesmo tempo em que ataca custos, o pacote lista também um conjunto de investimentos emergenciais nos portos e nos acessos por rodovias e ferrovias a eles.

O objetivo da presidente Dilma é direto, e repetido por quase todos os técnicos do governo envolvidos com as medidas: igualar a operação dos portos brasileiros à dos principais do mundo, como Roterdã (Holanda).

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Isso deve acontecer em todos os sentidos - tributários, custos com mão de obra, infraestrutura básica e modelo gerencial.

Eliminar algumas taxas, como as cobradas pela utilização de faróis e canais, não é muito complicado. Já cortar aquelas cobradas pela Polícia Federal e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é algo mais delicado, pois indicaria pouca atenção à fiscalização. Esses temas estão em análise.

Técnicos estimam que a mão de obra representa 50% do custo portuário, por isso estão na mira as despesas vinculadas aos práticos.

Cabotagem

O pacote terá um programa de incentivo à navegação de cabotagem, batizado provisoriamente de Pró-Cabotagem. Ele envolverá investimentos nos portos de rio e sua interligação com os portos marítimos.

A gestão dos portos também será tratada no pacote. A ordem é uniformizar o funcionamento e evitar o que ocorre hoje: cada unidade tem um modelo singular de operar. Ao todo, o País conta com 18 portos ligados a sete Companhias Docas, 13 portos administrados por Estados, três de responsabilidade de municípios, um porto público privado (Imbituba-SC), além dos terminais privativos, que pertencem a companhias como Transpetro (da Petrobras) e Vale. Para melhorar e padronizar a gestão, a tendência é que seja criada uma Autoridade Portuária nos moldes da extinta Portobrás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, disse que é muito provável que o pacote de portos saia na próxima semana. "Acho que tem essa indicação de ser semana que vem", disse. Fonte do alto escalão do governo ouvida pela Agência Estado informou que o governo federal divulgará o pacote de investimentos para o setor portuário na próxima terça-feira, dia 13 de novembro.

Questionado sobre as novidades do pacote, ele reforçou que seguirá os mesmos moldes do pacote de concessões de rodovias e ferrovias e disse que é preciso esperar mais uma semana para ter as informações. Figueiredo também não conseguiu afirmar se o anúncio esperado para a próxima semana irá contemplar também aeroportos, o que era esperado em um primeiro momento. "Não posso afirmar, não estou acompanhando de perto o assunto". O presidente da EPL esteve em Porto Alegre em um evento de empresários da construção pesada.

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O desconto na tarifa de energia a partir da desoneração da conta de luz e renovação de contratos de geradoras e transmissoras, previsto na Medida Provisória 579, poderá superar os 20% estimados inicialmente, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner. Pelos cálculos da agência, além dos descontos previstos, o consumidor será beneficiado com a revisão tarifária cujo porcentual irá incorporar a exclusão de usinas térmicas leiloadas que não iniciaram operação no prazo determinado, como as usinas do Grupo Bertin.

Hubner explica que a tarifa dessas térmicas era considerada no cálculo do reajuste da tarifa cobrada do consumidor, embora a energia estimada para essas usinas não estivesse sendo alocada na rede de transmissão. Sem o peso dessas usinas, o custo de produção de todo o sistema nacional diminui e, proporcionalmente, o custo para o consumidor final. Hubner afastou ainda a hipótese de que a decisão da Cemig de não renovar a concessão de três usinas irá interferir nas projeções de redução tarifária.

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O diretor-geral da Aneel informou também que nesta sexta-feira (25) irá entregar ao Ministério de Minas e Energia (MME) o cálculo referente à depreciação dos investimentos realizados pelas empresas elétricas cujas renovações serão antecipadas. A previsão é que o valor da indenização seja divulgado pelo governo no dia 1º de novembro. Hubner adiantou, entretanto, que o valor total a ser pago ficará em torno de R$ 20 bilhões, como previa o mercado.

Após participar de palestra no XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), o diretor-geral da Aneel disse ainda ser democrática a posição do governo de São Paulo de recorrer à Justiça para garantir que os contratos de concessões de usinas da Cesp sigam as condições anteriores à MP 579. "Mas na Aneel não tem negociação", ressaltou.

O pacote de redução dos custos de energia elétrica, somado ao resultado do terceiro ciclo de revisão tarifária das distribuidoras, deve gerar queda média de aproximadamente 26% nas tarifas aos consumidores, segundo o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite.

Segundo estudo da Abradee, 20% da redução de custos deve vir das medidas que o governo anunciou no dia 11 de setembro, que incluem a diminuição de encargos setoriais e a renovação das concessões de geração e transmissão de energia. Outros 6% devem vir da redução da componente tarifária de distribuição, que também terá impacto nas tarifas finais dos consumidores.

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Concessões

Leite afirmou ainda que, dentro desse cenário, a tendência para as empresas de distribuição é aceitar as condições apresentadas pelo governo e renovar as concessões que vencem entre 2015 e 2017.

Entre as empresas de geração e transmissão, ainda há dúvidas sobre se a melhor alternativa é aceitar as condições para renovar as concessões ou deixar que os contratos vençam, aproveitando, até o prazo final, tarifas mais elevadas. "Mas entre as distribuidoras, não há maiores questionamentos", afirmou.

O pacote para investimentos em portos, que estava previsto para ser divulgado até o próximo dia 5 de outubro, deve ser apresentado pelo governo federal só na segunda quinzena de setembro, disse, nesta sexta-feira, Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL). "Não há uma data definida, mas o mais provável é na segunda quinzena", disse.

O programa será só de investimentos privados. Ele não citou valores, mas disse que, somando com os recursos públicos a serem aplicados no setor, deve girar entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões, o que representa a necessidade de investimentos para ampliar a capacidade portuária do País para atender o mercado nos próximos 20 anos.

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Bernardo Figueiredo informou que entre os novos portos que devem ser anunciados está um no sul da Bahia, na região de Ilhéus, chamado Porto Sul, e outro na região de Manaus. Eles estarão no pacote a ser divulgado. Os demais investimentos referem-se a concessões de terminais portuários.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira que um novo aumento no preço da gasolina não está no momento na pauta do governo. Ele disse, no entanto, que o Ministério da Fazenda deve examinar a ocasião mais apropriada para atender a essa demanda da Petrobras.

"A Petrobras tem suas necessidades próprias e a presidente Graça Foster tem de zelar pela saúde financeira da companhia. No próximo ano, vamos começar a explorar o pré-sal e os investimentos da empresa precisam ser feitos", completou Lobão.

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Embora o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não tenha concluído o julgamento sobre o erro na fórmula de reajuste nas contas de luz entre 2002 e 2009, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira que os valores pagos a mais pelos consumidores não deverão ser devolvidos.

"A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) diz que não há devolução a ser feita. Então esses recursos surgiram da imaginação de alguém e, na prática, não há o que ser devolvido", disse Lobão durante o programa de rádio "Bom Dia Ministro", na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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No mês passado, o ministro relator do caso no TCU, Valmir Campelo, disse que os consumidores têm direito de receber de volta esses valores, estimados em pelo menos R$ 7 bilhões. O ministro Raimundo Carreiro, porém, pediu vista do processo.

As empresas comercializadoras de energia ainda avaliam as consequências das medidas de redução tarifária anunciadas pela presidente Dilma Rousseff nessa terça-feira (11). A Energisa Comercializadora e a América Energia informaram que ainda irão analisar os detalhes da Medida Provisória publicada nesta quarta-feira (12) no Diário Oficial da União para contabilizar a vantagem do mercado cativo sobre o ambiente livre e os possíveis prejuízos às comercializadoras. Os representantes das duas empresas participaram pela manhã do evento Energy Summit 2012.

A previsão é que as comercializadoras tenham desvantagem de preço em relação às distribuidoras do ambiente cativo que adquirem energia das empresas cujas concessões foram renovadas. Essas concessionárias já possuem investimentos amortizados e, por isso, podem oferecer energia a um preço mais competitivo do que o das demais. A redução de preços da energia deste grupo de empresas beneficiará o mercado cativo de energia, do qual as comercializadoras e seus clientes não fazem parte.

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Para a diretora da Energisa Comercializadora, Alessandra Genu Dutra Amaral, há um nicho de mercado específico para as comercializadoras que garantirá a sobrevivência do segmento. Um exemplo são os consumidores especiais que consomem energia fora do horário de ponta e, por isso, conseguem tarifas diferenciadas no ambiente livre.

O diretor da América Energia, Luiz Alfredo Cava, ressalta que o desconto de 28% para o megawatt-hora (MWh) da energia será concedido apenas aos consumidores industriais eletrointensivos. Para a média da indústria, o porcentual será menor. Ele calcula um desconto médio de 10% a 15%, inferior ao alcançado pelo mercado livre em muitas situações, segundo Cava, que afirmou conseguir desconto de até 22% para clientes que migram do ambiente cativo para o livre. "Já passamos por várias ondas em que houve diferenciação entre os mercados livre e cativo e sobrevivemos a todas elas", disse.

Cava não acredita que haverá um movimento significativo de transferência de clientes livres para o cativo em sua empresa. Porém, ressalta que as fontes alternativas de energia, que também participam do ambiente livre de comercialização, poderão ser prejudicadas pelas medidas de redução tarifária anunciadas terça-feira. Em sua opinião, haverá dificuldade das unidades geradoras de energia renovável conseguirem vender o MWh a preços tão competitivos quanto o das empresas que tiveram as suas concessões renovadas e garantir a continuidade do investimento.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, disse nesta terça-feira que os consumidores não pagarão mais em suas contas de luz para remunerar os investimentos das concessões que serão renovadas. Para isso, o governo usará os recursos já depositados na Reserva Geral de Reversão (RGR) nas últimas décadas.

"Uma usina hidrelétrica tem vida útil muito grande, e boa parte das usinas já está totalmente amortizada. Mas outra parte ainda não está amortizada e é a RGR que vai pagar o que falta indenizar. A parte de remuneração do investimento vai sair da tarifa", explicou.

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Tolmasquim também explicou que a redução do custo da energia vai diminuir a arrecadação dos Estados com o ICMS. Embora o imposto não tenha sofrido qualquer alteração, como ele incide sobre a base, que será reduzida, sua arrecadação também vai cair. "O ICMS não foi alterado, mas haverá um efeito sobre a receita dos Estados, pois a base diminui e a arrecadação acaba baixando", afirmou.

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho, garantiu nesta terça-feira que a estatal conseguirá manter o nível de investimentos e de manutenção dos ativos com as novas regras determinadas pelo governo para o setor, na renovação das concessões de geração que vencem a partir de 2015. "Estamos tomando providências necessárias para nos adequarmos à nova realidade, atendendo tanto aos consumidores, com tarifas menores, quanto aos nossos acionistas. Para isso, continuamos projetando aumento de nossas receitas, trabalhando com redução de custos", disse Carvalho, após solenidade no Palácio do Planalto.

De acordo com ele, eventuais novos investimentos que a Eletrobras fizer em suas concessões serão notificados à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que possam ser amortizados nesse próximo período. Carvalho disse ainda não saber exatamente o impacto dessa redução de custo para grandes indústrias que compram energia diretamente da Eletrobras e de suas subsidiárias. "Para o mercado regulado, os porcentuais estão claros. Mas, para o mercado livre, algumas contas ainda precisam ser feitas. A redução dos encargos já incide diretamente também para esse segmento, já o restante do desconto é influenciado, mas ainda não sabemos quanto".

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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta terça-feira (11) que a redução média do custo de energia para todos os brasileiros será de 20,2%. Isso foi possível porque a eliminação ou redução de encargos setoriais nas contas de luz representará um desconto de 7%, enquanto a renovação das concessões equivalerá a um corte médio de 13,2% nas tarifas.

"O que ocorre hoje é uma verdadeira revolução, e não se trata de decisão voluntariosa ou ação improvisada", avaliou Lobão. "Isso só foi possível porque ainda em 2003 a presidente Dilma o propôs ao então presidente Lula. A reforma do MME (Ministério de Minas e Energia) foi fundamental para a segurança energética e a garantia de investimentos no setor", acrescentou o ministro.

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Segundo ele, a expressiva redução do custo da energia terá forte impacto na economia, dando competitividade à indústria e ao comércio, gerando empregos. "Essa corajosa decisão da presidente Dilma mostra que estamos no caminho certo", frisou, citando que as medidas vão garantir crescimento, inclusão social e competitividade.

Lobão lembrou que o Brasil é conhecido mundialmente pela oferta abundante de energia limpa e renovável e diversidade de fontes de geração. "É nossa obrigação transformar esse diferencial em uma vida melhor para os brasileiros", concluiu.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, salientou na manhã desta terça-feira (11) que, para obter prorrogação dos contratos vigentes, a empresa concessionária terá que se submeter à remuneração calculada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele fez a afirmação durante o anúncio de medidas de redução do custo de energia elétrica no País, realizado no Palácio do Planalto. "A prorrogação poderá ser feita por, no máximo, 30 anos", afirmou, acrescentando que a medida será antecipada para que os benefícios ao consumidor sejam alcançados já em 2013.

O ministro disse que as concessões incluídas na Medida Provisória assinada nesta manhã são de geração, de transmissão e de distribuição de energia elétrica não licitadas pela União. "São 20 contratos de concessão, com prazo de 2015 e 2017, e 22 mil megawatts, que representam 18% do parque gerador nacional", disse. Ele informou ainda que a distribuição conta com 44 contratos com vencimento entre 2015 e 2016 e que representam 35% do mercado nacional.

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Os líderes dos três partidos da coalizão do governo da Grécia não conseguiram, neste domingo, assinar um pacote final de cortes de gastos que o país precisa implementar para cumprir os termos do socorro internacional.

Ao falar para jornalistas, o líder do Partido Esquerda Democrática, Fotis Kouvelis, disse que "nada havia sido decidido" e afirmou que outro encontro com os líderes dos partidos iria ocorrer na quarta-feira.

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Depois da reunião com outros dois líderes, Kouvelis advertiu que "nada deve ser considerado resolvido", ao descrever tanto as conversas como a própria unidade do governo de coalizão.

Na sequência, o líder do Partido Socialista, Evangelos Venizelos, disse que o impacto de anos de medidas de austeridade têm pesado sobre a sociedade grega, mas negou que haja qualquer fissura entre os parceiros da coalizão.

Em um comunicado separado aos jornalistas, o porta-voz do governo, Simos Kedikoglou, disse que a coesão dos três partidos da base governista era "inquestionável".

Em jogo está um pacote de cerca de 13,5 bilhões de euros (US$ 17,1 bilhões) em cortes orçamentários demandados pelos credores do país, em troca para que Atenas receba parcela do mais recente pacote de resgate de 173 bilhões de euros.

A reunião entre os líderes ocorreu no momento em que o grupo de credores internacionais visita a Grécia para negociar os dolorosos cortes. As informações são da Dow Jones.

Portugal está determinado a continuar implementando o pacote de resgate elaborado para tirar o país de sua crise financeira, de acordo com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Segundo ele, o governo está trabalhando com determinação e audácia. Coelho falou para membros do Partido Democrático Social ao qual é afiliado. O plano inclui medidas de austeridades controversas, criadas para equilibrar o orçamento português e é uma contrapartida aos Us$ 98 bilhões oferecidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia.

Mas o déficit público de Portugal deve atingir de 6,7% a 7,1% da produção para o primeiro semestre de 2012, bem acima da meta do governo de 4,5%. E o desemprego atingiu um nível recorde de 15% da força de trabalho no segundo trimestre. Críticos do pacote temem que o aperto fiscal eleve o desemprego ainda mais.

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Coelho afirma que o pacote de resgate é muito exigente, especialmente em função do crescimento ds incertezas e da desaceleração econômica europeia. "Mas nós temos objetivos ambiciosos", disse. Segundo ele, o plano já deu frutos para reduzir os gastos do Estado.

Mas José Seguro, líder da oposição socialista, disse que a política do governo falhou em todos os níveis. Na quarta-feira (5), Seguro deverá se encontrar com representantes dos credores internacionais de Portugal: a União Europeia, o FMI e o Banco Central Europeu. Eles estão fazendo a quinta visita ao país para monitorar o progresso do governo em implementar as políticas acordadas.

As informações são da Dow Jones.

Na tentativa de acelerar a construção e concessão de rodovias e ferrovias anunciadas no último dia 15 de agosto, o governo foi nesta terça-feira ao Tribunal de Contas da União (TCU) apresentar os projetos aos ministros. Para a tarefa, o governo enviou a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o ministro dos Transportes, Paulo Passos, e o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.

"Foi uma exposição ao TCU detalhando o plano de concessões. Afinal de contas, o tribunal vai acompanhar o processo e é importante que as dúvidas sejam tiradas e que ele acompanhe de fato", afirmou a ministra. Segundo ela, a maior parte das dúvidas dos ministros do TCU se referiu ao modelo de concessão de ferrovias. "É um modelo diferenciado e que obviamente vai gerar uma dedicação maior do tribunal e também dos nossos estudos."

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A ministra não fez críticas ao TCU, órgão que precisa aprovar os modelos apresentados antes que o governo possa conceder os projetos. "Nós expusemos os prazos, falamos o quanto eles são importantes para nós entregarmos esse resultado à população e ao País. O TCU tem sempre colaborado conosco, tem sempre se esmerado muito para nos ajudar e obviamente vai fazer o trabalho dele", afirmou ela.

O presidente do TCU, Benjamin Zymler, cobrou boa qualidade nos projetos apresentados pelo governo. "O TCU colocou as suas demandas, basicamente a necessidade de bons projetos, para que a nossa análise possa ser feita da melhor forma possível e no tempo correto."

O modelo de construção e concessão das ferrovias deve ser acompanhado de perto pelo tribunal, afirmou o ministro. "Isso é algo totalmente novo que precisa ser bem detalhado, bem estudado, e o tribunal deve aprender e eventualmente sugerir e recomendar de forma que possa fazer um aperfeiçoamento do modelo."

Zymler negou que o órgão seja responsável por atrasos na construção e concessão de empreendimentos de infraestrutura no País. "Eu acho que isso é algo superado. O tribunal tem atuado de forma muito rápida na análise das diversões concessões hidrelétricas, trem de alta velocidade, nas concessões aeroportuárias, e o governo sabe do nosso esforço para realizar a análise das licitações, dos estudos, no menor tempo possível", afirmou.

Segundo ele, as recomendações do tribunal buscam aperfeiçoar os modelos oferecidos pelo governo. Zymler afirmou que o TCU possui duas unidades técnicas que se dedicam apenas a esse assunto. "As recomendações do TCU tem se mostrado valiosíssimas para o próprio governo e para o aperfeiçoamento do modelo de concessões no Brasil."

Apesar da decisão sobre a renovação das concessões no setor elétrico já estar praticamente fechada pelo governo, a questão da retirada de tributos e encargos das contas de luz ainda tem impedido a conclusão do pacote para o setor, que o governo pretende anunciar nas próximas semanas. A avaliação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Reginaldo Medeiros, após reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

"O ministro nos disse que essa questão dos encargos e dos impostos está sendo amplamente discutida com o Ministério da Fazenda e os Estados por meio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). Ou seja, a decisão não é mais restrita ao Ministério de Minas e Energia", revelou Medeiros. O executivo afirmou que ainda assim Lobão não deu nenhuma informação relevante ou nova sobre o teor das medidas em estudo.

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Na reunião, participaram dez associações ligadas ao mercado livre de energia. Um dos pleitos do segmento é a inclusão na Medida Provisória do pacote da possibilidade de venda do excedente da energia contratada nesse modelo. Segundo Medeiros, o ministro também não deu nenhuma sinalização de que o pedido possa ser incorporado às medidas. "Temos uma grande ansiedade porque o pacote que está para sair afeta diretamente os nossos negócios, mas não conseguimos avançar em termos de informação nesta quinta-feira. Nem mesmo a data (de anúncio do pacote para o setor) pode nos ser dita. O ministro disse que pode ser dia 5 ou de dia 12 (de setembro), ou ainda outro dia", disse.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) elogiou em um tom de ironia o pacote de estímulo aos investimentos para o setor de ferrovias e rodovias anunciado ontem, no total de R$ 133 bilhões. "Toda vez que Dilma se aproxima do ideário do PSDB, ela acerta", afirmou Aécio ao chegar a evento da revista IstoÉ Dinheiro, em São Paulo.

O senador afirmou que as medidas divergem da posição adotada pelo PT, que, segundo ele, foi contra ações como o próprio Plano Real e até contra a eleição de Tancredo Neves, seu avô. "Todas as vezes que o PT precisou optar pelo País, ele optou pelo próprio PT", criticou.

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Aécio afirmou ainda que tem dúvidas sobre a capacidade do governo de operacionalizar o pacote, mas avaliou que as medidas tomadas, caso implementadas, contribuirão para o crescimento do País.

Eleições

Indagado se uma possível vitória do candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, facilitaria o seu caminho para a disputa da eleição presidencial em 2014, Aécio desconversou: "Eu torço pela eleição do Serra não por conta de 2014, mas porque ele é o mais preparado para governar São Paulo".

Por fim, o senador voltou a criticar o PT pelo fato de o partido ter entrado na disputa da eleição municipal de Belo Horizonte, rompendo um acordo com o PSB para a reeleição de Mario Lacerda. "O PT criou uma candidatura na base da intervenção e terá dificuldade para se explicar, já que participou do governo de Lacerda", concluiu.

O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, também presente à cerimônia de lançamento do plano de logística do governo na manhã desta quarta-feira, elogiou o pacote, acrescentando que "a priorização dos projetos é perfeita", dando ênfase para o Ferroanel, em São Paulo, que ele considera um grande gargalo. Rodrigo Vilaça ressalvou, no entanto, que está preocupado e avisou que é preciso que se fique atento à burocracia do governo no desenvolvimento dos projetos. Ele citou que antes só precisava dialogar com a RFFSA e agora são nove instituições de governo tratando do tema.

"Tem uma coisa que me preocupa que é a burocracia do sistema do governo já que existem vários sucessores da antiga Rede Ferroviária Federal", disse. "Antes eu dialogava só com a Rede Ferroviária, hoje eu dialogo com nove entidades públicas, entre elas a ANTT, o DNIT, o Ministério dos Transportes, a Vale do Rio Doce, o Tesouro, entre outros", comentou, acentuando que o problema maior é que "essas nove instituições públicas não se comunicam". E acentuou: "precisamos resolver a malha existente, minimizando a burocracia para ajudar neste processo". Ele defendeu união destes órgãos para a realização de seus trabalhos e que se dê sequência ao entrosamento das ferrovias e rodovias, com hidrovias, portos e aeroportos.

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Depois de lembrar que as rodovias serão concessões e as ferrovias sairão por Parcerias Público-privadas (PPPs), o presidente da ANTF afirmou que "há um avanço muito significativo e estruturante porque está se apresentando hoje um novo marco, um novo momento na nossa história de infraestrutura". Segundo ele, o setor, a partir de agora, vai identificar oportunidades mais claras de atrair capital não especulativo, de investidores, que queiram, a médio prazo, obter resultados importantes para a infraestrutura do país. O que está sendo feito agora, na sua opinião, irá corrigir um erro de duas, três décadas passadas e representará um maior avanço na integração das diferentes áreas de transporte do país.

Após citar que novas ferrovias estão sendo construídas, Rodrigo Vilaça lembrou que já existe uma malha de 29 mil quilômetros e, apesar de ela ser centenária, ela tem uma operacionalidade, embora seja "não plena" por serem centenárias, mas que são produtivas. Ele informou ainda que, nos últimos 15 anos, foram realizados investimentos de R$ 45 bilhões, mas agora, avisou, "o momento é outro". "Agora precisamos dar novo salto e este novo salto vem com parceria com o governo. Nós nos associarmos ao governo em PPPs, para avançarmos em correções como é o Ferroanel em São Paulo e resolver grandes problemas, além de podermos participar do projeto de ampliação desta malha, em direção ao interior do Brasil, para desafogar as áreas de fronteiras agrícolas e minerais", comentou.

Para ele, "precisa corrigir o que tem de ruim e criar uma malha ampliando onde ainda não foi construído e a malha existente vai ser alimentadora desta nova malha nos principais corredores". Segundo ele, hoje existem 15 grandes artérias. Mas, ressaltou, é preciso que todos os setores de infraestrutura de transporte se comuniquem.

A presidente Dilma Rousseff informou nesta quarta-feira que o governo irá lançar, até a metade do mês de setembro, um pacote para reduzir o custo da energia elétrica no País. A medida, segundo Dilma, faz parte do conjunto de ações que inclui as concessões no setor de infraestrutura e divulgadas dentro do Programa de Investimentos em Logística: rodovias e ferrovias.

"Queremos que o Brasil cresça a taxas elevadas no curto, médio e longo prazos. Isso é fundamental para garantir emprego, mexe com importações e exportações e contribui com o ambiente de crescimento no curto, médio e longo prazos", disse a presidente durante entrevista coletiva. A presidente não deu detalhes, no entanto, sobre de que forma o custo da energia será reduzido.

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O ministro dos Transportes, Paulo Passos, disse nesta quarta-feira que as novas ferrovias previstas no Programa de Investimentos em Logística, anunciado nesta quarta-feira, poderão servir ao transporte de passageiros. Isso vai depender, no entanto, da demanda e do interesse de empresas em oferecer o serviço.

"Com as novas ferrovias, muda completamente o quadro e podemos dizer que começa a ser viável pensar na estruturação de linhas, onde houver demanda, para o transporte ferroviário de passageiros", afirmou o ministro. "As linhas de bitola larga, que são mais modernas, dão essa possibilidade."

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Passos afirmou que esses trens serão mais rápidos que os atuais, mas que não podem ser comparados ao trem bala, que é um projeto com linha específica e que terá outra tecnologia.

O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, informou também que os concessionários dos 10 mil quilômetros de ferrovias que serão concedidas pelo governo poderão realizar novas obras de ampliação da capacidade dessas linhas, caso a demanda seja maior que a contratada pelo governo. "Eles terão que aumentar a capacidade pelo mesmo preço acertado na concessão", completou.

Pelo modelo de PPP proposto hoje, os vencedores dos leilões irão construir, manter e operar as ferrovias, enquanto o governo comprará as capacidades de transporte de cada trecho para depois revendê-las aos usuários. Por outro lado, caso a demanda seja menor que a adquirida, o governo bancará a cota completa, afastando esse risco para o concessionário.

"Se o governo comprar a capacidade para 20 pares de trem e depois o mercado utilizar essa capacidade, a conta fecha. Se a demanda não alcançar esse total, o governo paga a diferença", reforçou Passos.

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