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O papa Francisco fez uma oração especial nesta segunda-feira (13), durante a missa realizada na Casa de Santa Marta, para que os governantes pensem em seus povos nas soluções para a vida pós-pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

"Rezemos hoje pelos governantes, os cientistas, os políticos, que começaram a estudar a saída, o pós-pandemia. Esse 'depois' já começou. Que eles encontrem a estrada correta, sempre em favor das pessoas", disse ao iniciar a missa.

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Durante a homilia, o Pontífice também fez menção ao mundo após a Covid-19 e destacou que as pessoas devem sempre ser favoráveis à vida. "Também hoje, perante ao fim próximo - esperamos que seja próximo mesmo - da pandemia há a mesma opção: ou a nossa aposta será pela vida, pela ressureição dos povos, ou será pelo deus dinheiro e a volta para o sepulcro da fome, da escravidão, das guerras das fábricas de armas, das crianças sem educação. Ali é o sepulcro", disse durante a cerimônia que foi transmitida por streaming.

O líder católico ainda pediu que o Senhor, "seja na vida pessoal ou na vida social, sempre nos ajude a escolher o anúncio, o anúncio de que o horizonte está aberto, sempre, que nos leve a escolher o bem das pessoas, e nunca descer ao sepulcro do deus dinheiro".

"Como sempre, quando não servimos Deus, o Senhor, servimos o outro deus, o dinheiro. Lembremos o que Jesus disse, que são dois senhores: o Senhor Deus e o senhor dinheiro, e não se pode servir a ambos", pontuou ainda. Durante as celebrações da Páscoa, os temas de proteção aos mais pobres e de esperança para o futuro foram repetidos por diversas vezes. Francisco tem se mostrado bastante preocupado com os mais vulneráveis durante a pandemia, que já matou mais de 114,3 mil pessoas no mundo e infectou mais de 1,8 milhão.

Da Ansa

O papa Francisco defendeu neste domingo (12) de Páscoa o afrouxamento de todas as sanções internacionais para permitir que países mais pobres combatam a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que já contaminou cerca de 1,8 milhão de pessoas em todo o mundo e deixou mais de 100 mil mortos.

Em sua mensagem "Urbi et Orbi" ("À cidade de Roma e ao mundo"), que acontece sempre nos dias de Páscoa e no Natal, o líder da Igreja Católica fez coro aos pedidos de nações como Cuba, Irã e Venezuela, que são alvos de sanções promovidas pelos Estados Unidos.

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"Em consideração das circunstâncias, que se afrouxem as sanções internacionais que inibem a possibilidade de países que são seus destinatários de fornecer apoio adequado aos próprios cidadãos", disse Francisco, em uma mensagem que se concentrou do início ao fim na pandemia.

Em sua bênção, Jorge Bergoglio também cobrou a redução ou o perdão das dívidas de países pobres, para permitir que todos os Estados tenham condições de "fazer frente às maiores necessidades do momento". "Não é o tempo do egoísmo, porque esse desafio une a todos e não faz distinções entre pessoas", acrescentou.

Europa

Francisco também dedicou uma mensagem à União Europeia, que está dividida a respeito dos instrumentos financeiros necessários para combater a pandemia, e se alinhou aos pedidos dos Estados-membros do sul, como Itália, Portugal e Grécia.

Segundo o Papa, a UE tem diante de si um "desafio histórico", do qual dependerá não apenas seu futuro, mas "de todo mundo". "Não se perca a ocasião de dar novas provas de solidariedade, inclusive recorrendo a soluções alternativas. A outra opção é apenas o egoísmo dos interesses particulares e a tentação de um retorno ao passado, com o risco de submeter a dura prova a convivência pacífica e o desenvolvimento das próximas gerações."

Os países do sul da Europa tentam emplacar uma proposta para criar títulos de dívida comum para os países da zona do euro, os chamados "eurobonds" ou "coronabonds", de forma a conseguir financiamento mais barato em um momento de crise.

As nações do norte, principalmente Países Baixos e Alemanha, rechaçam a ideia e defendem que os Estados-membros mais necessitados peguem empréstimos de um fundo europeu criado para situações emergenciais. O termo "soluções alternativas", empregado por Francisco em sua bênção, tem sido um dos principais lemas do governo italiano para apoiar os "eurobonds" na União Europeia.

"É urgente que todos se reconheçam como parte de uma única família e se apoiem", acrescentou o Pontífice.

Crises

O Papa aproveitou a ocasião para defender novamente um cessar-fogo global e imediato e pedir que o dinheiro gasto na fabricação e no comércio de armas seja revertido para tratar pessoas e salvar vidas.

Francisco cobrou o fim dos conflitos na "amada Síria", no Iêmen e na Ucrânia, bem como das tensões no Iraque e no Líbano, além de instar palestinos e israelenses a retomarem o diálogo. Também disse que a pandemia não pode encobrir outras crises pelo mundo, como emergências humanitárias na África e na Ásia e os milhões de refugiados e deslocados por guerras, secas e fome.

"Muitos dos quais são crianças que vivem em condições insuportáveis, especialmente na Líbia e na fronteira entre Grécia e Turquia", afirmou Bergoglio. Além disso, cobrou "soluções concretas e imediatas" para a crise na Venezuela.

"Indiferença, egoísmo, divisão e esquecimento não são palavras que queremos ouvir neste tempo. Queremos bani-las de todos os tempos", salientou.

Coronavírus

Sobre a pandemia, o Papa homenageou as vítimas e disse que a humanidade precisa de um "contágio da esperança".

"Meu pensamento hoje vai sobretudo aos que foram diretamente atingidos pelo coronavírus: aos doentes, àqueles que morreram e a seus familiares, que choram pelo falecimento de seus entes queridos, aos quais às vezes sequer conseguiram dar um último adeus", declarou.

Além disso, pediu que lideres políticos "se esforcem ativamente em favor do bem comum dos cidadãos, fornecendo os meios e os instrumentos necessários para permitir que todos tenham uma vida digna e ajudem, quando as circunstâncias permitirem, a retomada das atividades cotidianas".

Francisco também prestou homenagem a médicos, enfermeiros, forças de segurança, militares e pessoas que trabalham para garantir serviços essenciais durante as quarentenas mundo afora. Assim como todas as outras celebrações da Semana Santa, a bênção "Urbi et Orbi" ocorreu sem público por causa da pandemia.

Da Ansa

O papa Francisco homenageou nesta quinta-feira (9) os sacerdotes que morreram na Itália consolando doentes do coronavírus, aos quais qualificou de "santos da porta ao lado", assim como médicos e enfermeiros.

"Não posso deixar passar esta missa sem recordar os sacerdotes", comentou o papa argentino na homilia da Quinta-feira Santa na basílica de São Pedro, praticamente sem fiéis, exceto por um número reduzido de assistentes.

"Nestes dias mais de 60 padres morreram na Itália enquanto se ocupavam dos enfermos nos hospitais, juntamente com os médicos, enfermeiros, enfermeiras", declarou Francisco.

"Sacerdotes que oferecem suas vidas pelo Senhor, sacerdotes que são servidores", lembrou.

Um total de 96 sacerdotes italianos morreram pelo novo coronavírus, o deles em Nova York, segundo contagem realizada pelo jornal do episcopado italiano Avvenire, atualizado regularmente.

O papa também condenou, em sua homilia, que alguns sacerdotes lhe informam que são insultados pelos recentes escândalos de abusos sexuais envolvendo a Igreja católica.

"Alguns me disseram que não podem sair com o colarinho clerical porque são insultados", afirmou.

É preciso "pedir perdão" e "saber perdoar", explicou.

Por causa da pandemia, que afeta duramente a Itália, o papa teve que celebrar excepcionalmente uma missa com apenas dezenas de ajudantes, clérigos e religiosos, sentados espaçadamente na imensa basílica.

A missa da quinta-feira lembra a Última Ceia de Jesus na véspera de sua morte, durante a qual lavou os pés dos apóstolos e instituiu a Eucaristia.

Dois rituais que não puderam ser celebrados este ano.

No ano passado, o pontífice celebrou pela quinta vez a missa da Quinta-feira Santa, lavando os pés de doze detentos, nos arredores de Roma.

Um papa Francisco rezando sozinho em uma praça de São Pedro vazia e sob chuva chocou o mundo, há poucos dia. A pandemia do novo coronavírus o fará rezar sozinho novamente, durante o tríduo que leva a maior das festas católicas: a Páscoa. Pela primeira vez, começando hoje, se verá uma Semana Santa sem o povo na Itália - e em diversos lugares pelo mundo como no Brasil. E nas celebrações não haverá lava-pés, beijo da cruz ou outros rituais belos para o povo. E o papa, visivelmente abatido em suas últimas aparições, admite que vive hoje um momento de "incerteza".

Mas não deixa de cobrar coerência. "Esta crise nos toca a todos: ricos e pobres. É um apelo à atenção contra a hipocrisia. Preocupa-me a hipocrisia de alguns políticos que dizem que querem enfrentar a crise, que falam da fome no mundo, enquanto fabricam armas. É o momento de nos convertermos desta hipocrisia em ação. Este é um tempo de coerência. Ou sejamos coerentes ou perdemos tudo."

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Em entrevista ao jornalista e vaticanista inglês, Austen Ivereig, que já escreveu uma biografia dele, o pontífice conta como vive a pandemia: "A Cúria - explicou Francisco - busca trabalhar em continuação, viver normalmente, organizando-se em turnos para que nunca tenha muitas pessoas juntas. Muito bem pensado. Mantemos as medidas estabelecidas pelas autoridades sanitárias. Aqui na Casa Santa Marta temos dois horários para o almoço, para atenuar o afluxo dos residentes. Cada um trabalha no seu escritório ou em casa com instrumentos digitais. Todos trabalham, ninguém fica no ócio."

Em um segundo momento, admite o momento complexo em que vive uma Igreja sempre acostumada a lidar com a relação entre pastores e rebanhos e ainda não totalmente afeita à revolução digital. "Como eu vivo espiritualmente? Rezo mais ainda, porque acredito que devo fazer assim, e penso nas pessoas. Preocupa-me isso: as pessoas. Pensar nas pessoas me ajuda, me faz bem, me subtrai ao egoísmo."

"A minha maior preocupação - ao menos a que sinto na oração - é como acompanhar o povo de Deus e estar mais próximo dele", prossegue o líder da Igreja Católica. "Este é o significado da Missa das sete da manhã ao vivo em streaming, seguida por muitas pessoas que se sentem acompanhadas, assim como de algumas minhas intervenções e do rito de 27 de março na Praça São Pedro. Também de um trabalho bastante intenso de presença, por meio da Esmolaria Apostólica, para acompanhar as situações de fome e de doenças. Estou vivendo este momento com muita incerteza. É um momento de muita inventividade, de criatividade."

Ele também se mostra presente e já pensa no futuro. "O povo de Deus precisa do pastor ao seu lado, que não se proteja demais. Hoje o povo de Deus precisa do pastor muito próximo de si, com a abnegação daqueles capuchinhos, que faziam assim. A criatividade do cristão deve se manifestar em abrir novos horizontes, abrir novas janelas, abrir transcendência para com Deus e os homens, e deve se redimensionar em casa. Não é fácil ficar fechado em casa. Recordo-me de um verso da 'Eneida' que, no contexto de uma derrota, dá o conselho de não desistir. Preparem-se para tempos melhores, porque naquele momento isso nos ajudará a recordar as coisas que aconteceram agora. Cuidem-se bem para um futuro que virá. E quando este futuro chegar, fará muito bem recordar o que aconteceu agora."

E como será a Igreja Católica pós-pandemia. "Algumas semanas atrás me telefonou um bispo italiano. Aflito, dizia-me que ia de um hospital a outro para dar a absolvição a todos os que estavam internados, ficando na entrada do hospital. Mas que alguns canonistas tinham chamado sua atenção dizendo que não podia fazer assim, a absolvição é permitida apenas com um contato direto. "Padre, o que o senhor pode me dizer?", perguntou-me o bispo. Disse-lhe: "O senhor faça o seu dever sacerdotal". E o bispo me respondeu: "Obrigado, entendi". Depois soube que dava absolvições em vários lugares."

Governos

O governante do Estado do Vaticano também não se furtou a falar do papel atual dos políticos. "Alguns governos - disse o Papa - tomaram medidas exemplares, com prioridades bem definidas, para defender a população. Mas estamos nos dando conta de que todas as nossas preocupações, queira ou não, estão ligadas à economia. Dir-se-ia que no mundo financeiro sacrificar seja uma coisa normal. Uma política da cultura do descarte. Do início ao fim. Penso, por exemplo, à seletividade pré-natal. Hoje é muito difícil encontrar pela rua pessoas com a síndrome de Down. Quando são detectados nos exames de ultrassom, são renegados. Uma cultura da eutanásia, legalizada ou oculta, na qual são dados remédios ao idoso até um certo ponto."

Ele teme ainda a visão de alguns políticos europeus. "Hoje, na Europa, quando se começam a ouvir discursos populistas ou decisões políticas de tipo seletivo não é difícil recordar dos discursos de Hitler em 1933, mais ou menos os mesmos que alguns políticos fazem hoje."

Em outro momento, critica as políticas sobretudo para os mais fragilizados. "Os sem-teto, continuam sem-teto. Alguns dias atrás vimos uma fotografia de Las Vegas, na qual eles tinham sido colocados em quarentena em um estacionamento aberto. E os hotéis estavam vazios. Mas um sem-teto não pode ir a um hotel. Aqui pode-se ver a prática da teoria do descarte." (Com agências internacionais)

O papa Francisco afirmou que os discursos populistas que ganharam espaço em diversos países da Europa lembram os pronunciamentos de Adolfo Hitler no início da década de 1930.

A declaração foi dada em uma entrevista ao escritor e jornalista britânico Austen Ivereigh sobre a crise mundial provocada pela pandemia do novo coronavírus e publicada em italiano pela revista Civiltà Cattolica.

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"Hoje, na Europa, quando se começa a ouvir discursos populistas ou decisões políticas de tipo seletivo, não é difícil recordar os discursos de Hitler em 1933, mais ou menos iguais aos que alguns políticos fazem hoje", disse.

Francisco também afirmou que a atual crise é um "apelo contra a hipocrisia", especialmente de líderes internacionais.

"Preocupa-me a hipocrisia de certos personagens políticos que dizem querer enfrentar a crise, que falam de fome no mundo e, enquanto isso, fabricam armas. Essa é uma era de coerência. Ou somos coerentes, ou perdemos tudo", acrescentou.

Essa não é a primeira vez que o Papa compara populistas atuais a Hitler. Em outubro de 2018, durante o lançamento de um livro em Roma, Francisco afirmou que esse tipo de ideologia cresce "semeando o ódio", assim como o nazista fizera na Alemanha. 

Da Ansa

O papa Francisco instituiu nesta segunda-feira (6) um fundo de emergência para ajudar as áreas de missão atingidas pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e fez uma doação inicial de US$ 750 mil, o equivalente a R$ 4 milhões, pela cotação atual.

O fundo será administrado pelas Obras Missionárias Pontifícias e ajudará pessoas e comunidades das áreas mais desfavorecidas do mundo. "Em seu papel de evangelização, a Igreja sempre está na primeira linha contra as principais ameaças à dignidade humana", disse o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Luis Antonio Tagle.

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Segundo o presidente das Obras Missionárias Pontifícias, arcebispo Giampietro Dal Toso, o fundo tem o objetivo de "apoiar a presença da Igreja" nos territórios de missão que sofrem com a pandemia.

As Obras Missionárias Pontifícias são o canal oficial de apoio do Papa a mais de 1,1 mil dioceses, sobretudo na Ásia, na África, na Oceania e em parte da Amazônia. "Peço às nossas Obras Missionárias Pontifícias, presentes em cada diocese de todo o mundo, que façam o possível para apoiar essa importante iniciativa do Santo Padre", acrescentou o arcebispo Dal Toso.

Desde o início da pandemia, Francisco já fez diversas doações para ajudar doentes, incluindo 100 mil euros para a Cáritas, 60 mil euros para um hospital de Bergamo, um dos maiores focos de contágio na Itália, e 30 respiradores para estruturas sanitárias no país europeu.

O novo coronavírus já contaminou cerca de 1,3 milhão de pessoas no mundo e deixou mais de 70 mil mortos.

Da Ansa

 Durante uma missa realizada nesta quarta-feira (1º), na Casa de Santa Marta, o papa Francisco fez uma oração especial para todos os "operadores da mídia" ao redor do mundo que estão trabalhando em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

"Hoje, gostaria que rezássemos por todos aqueles que trabalham na mídia, que trabalham para comunicar para que as pessoas não fiquem tão isoladas, pela educação das crianças, pela informação, para nos ajudar suportar esse tempo de isolamento", disse Francisco durante a celebração.

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A cerimônia foi transmitida por streaming e com a presença apenas de religiosos e funcionários que trabalham na Casa de Santa Marta. A medida foi adotada em março para frear a disseminação do novo coronavírus. 

Da Ansa

O papa Francisco realizou nesta sexta-feira (27) a bênção extraordinária Urbi et Orbi, geralmente feita apenas no Natal e na Páscoa, para apelar pelo fim da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). Além disso, concedeu indulgência plenária, ou seja, o perdão dos pecados, aos fiéis.

Na praça de São Pedro vazia, já que o Vaticano fechou o local para conter a propagação do vírus, o Pontífice pediu para Deus "olhar a dolorosa situação" da humanidade.

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"Deus onipotente e misericordioso, olha a nossa dolorosa situação: conforta teus filhos e abre nossos corações à esperança, porque sentimos sua presença de Pai em nosso meio", afirmou, ao abrir a oração.

A bênção de Francisco reforça a gravidade da emergência global, principalmente na Itália, um dos países mais atingidos pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

Durante a oração, o argentino ressaltou que a emergência atual pode ser uma oportunidade para "redefinir o curso da vida", principalmente reaproximando as pessoas, já que todos estavam "muito preocupados com a sua imagem e não com os outros".

"Vamos adiante sentindo-nos fortes e capazes de tudo, com pressa. E não paramos diante dos chamados das guerras e das injustiças humanitárias. Não ouvimos o nosso mundo gravemente doente. É tempo de colocar a rota da vida na sua direção, Senhor", disse Francisco, também lembrando da importância daqueles que fazem trabalhos considerados mais simples na sociedade.

"Nossas vidas são tecidas e apoiadas por pessoas comuns, geralmente esquecidas, que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas ou nas grandes passarelas, mas, sem dúvida, escrevem hoje os eventos decisivos da nossa história", disse, citando médicos, enfermeiros, trabalhadores de supermercados, faxineiros, entre outros.

Em relação ao isolamento imposto à população pelo governo italiano, Francisco afirmou que, "há semanas, parece que as sombras da noite caíram" e "se adensaram sobre as nossas praças, estradas e cidades".

"[As sombras] Entraram dentro das nossas vidas, preenchendo tudo com um silêncio ensurdecedor e com uma face desolada", disse.

De acordo com o Santo Padre, todas as pessoas estão "com medo e desoladas". "Percebemos que estamos todos no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas, ao mesmo tempo, todos importantes e necessários, todos chamados a remarem juntos", acrescentou.

Por fim, Francisco disse que, mesmo a população tendo fé, ela é fraca, pois todos ainda têm medo. Sendo assim, ele pediu para não temerem, porque Deus "tem cuidado" de todos.

Logo depois da tradicional bênção, o Papa se dirigiu até as proximidades da porta central da Basílica de São Pedro, onde foi colocado o "crucifixo milagroso" de Roma. 

A peça fica exposta na Igreja de São Marcelo no Corso e foi visitada pelo Pontífice em 15 de março. Naquele dia, o líder católico também fez uma oração especial pelo fim da pandemia, tendo em vista que o objeto, que inspira profunda veneração pelos fiéis de Roma, é tido pelos católicos como responsável pelo fim da "peste negra" na cidade, em 1519. Por conta disso, ganhou fama entre os romanos de pôr fim a grandes epidemias.

Na sequência, Francisco fez uma meditação, e o Santíssimo Sacramento foi exposto no altar localizado no átrio da basílica.

Após a súplica, o Papa concedeu a indulgência plenária para todos os fiéis. "O Santo Padre Francisco, a todos aqueles que recebem a bênção eucarística também por meio da rádio, da televisão e de outras tecnologias de comunicação, concede a indulgência plenária na forma estabelecida pela Igreja", anunciou o cardeal Angelo Comastri.

Da Ansa

O papa Francisco, que celebrou nesta quinta-feira (26) a missa matinal em sua residência, testou negativo para o coronavírus, segundo dois jornais italianos.

De acordo com os jornais Messagero e Fatto Quotidiano, o pontífice foi submetido a um teste na quarta-feira (24), após a descoberta no mesmo dia de um caso de contaminação de um prelado que vive na mesma residência há anos.

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Todos os que trabalham na residência de Santa Marta, incluindo os secretários particulares do papa, foram testados. Todos deram negativo, escreveram os dois jornais, referindo-se a fontes internas do Vaticano.

Esta informação não foi oficialmente confirmada pelo Vaticano, que também não comentou um primeiro teste do papa realizado no início do mês. Francisco, por sua vez, presidiu a missa desta manhã na pequena capela da residência.

"Nestes dias de tanto sofrimento, há muito medo. Medo pelos idosos, que estão sozinhos, nos lares de idosos, nos hospitais, ou em suas casas, e não sabem o que pode acontecer", declarou o papa antes de sua homilia.

"O medo dos trabalhadores sem emprego estável que pensam em como alimentar seus filhos e veem a fome chegando. O medo de muitas pessoas a serviço da sociedade que, hoje, ajudam a manter a sociedade viva e podem pegar a doença. E também o medo - os medos - de cada um de nós: todos sabem qual é o seu. Oremos ao Senhor para nos ajudar a confiar, tolerar e superar nossos medos", acrescentou.

Desde sua eleição, o papa argentino evitou o isolamento dos suntuosos apartamentos do Palácio Apostólico, preferindo morar mais modestamente em um apartamento de 50 m2 da residência de Santa Marta, que também abriga prelados de passagem por Roma.

Segundo o site Vaticano Insider de La Stampa, o papa está cercado há algum tempo por um "cordão sanitário anti-contágio", que o segue aonde quer que vá. Ele não faz mais as refeições na sala comum da residência, mas em seu apartamento.

O "Crucifixo Milagroso" de Roma será levado para a Praça São Pedro, no Vaticano, nesta sexta-feira (27) para que o papa Francisco faça uma oração especial pelo fim da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). A celebração está marcada para às 18h (14h no horário de Brasília).

A peça religiosa fica exposta na Igreja de São Marcelo no Corso e foi visitada pelo Pontífice em 15 de março. Naquele dia, o líder católico também fez uma oração especial pelo fim dos casos da nova doença.

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Segundo a tradição, o "Crucifixo Milagroso" é objeto de profunda veneração pelos fiéis de Roma desde 1519, quando permaneceu ileso em um grande incêndio que destruiu a igreja no centro de Roma. Pouco tempo depois, em 1522, foi usado em uma procissão pelas ruas da capital italiana, que durou 16 dias, e a ele foi atribuída o fim da peste que atingia a cidade Por conta disso, ganhou fama entre os romanos de por fim a grandes epidemias e é muito venerado inclusive pelos Papas através dos tempos.

Até o momento, de acordo com o Centro de Estudos John Hopkins, já são 474.204 casos da Covid-19 no mundo, com 21.353 mortes registradas. A maior parte dos falecimentos está na Itália, com 7.503, e na Espanha, com 3.647. 

Da Ansa

Um monsenhor italiano, funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, foi testado positivo para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), elevando para cinco o número de casos registrados pelo menor país do mundo.

A informação foi revelada à ANSA nessa quarta-feira (25) por fontes do Vaticano, que afirmaram que o religioso foi hospitalizado. Ele mora há algum tempo na Casa Santa Marta, residência oficial do papa Francisco.

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Segundo o relato, todas as medidas preventivas previstas nos protocolos de combate ao vírus foram adotadas para o edifício e seus habitantes.

O primeiro caso da Covid-19 foi confirmado no último dia 6 de março e diz respeito a um participante de um congresso. Desde então, outras três pessoas foram infectadas, sendo dois funcionários dos Museus Vaticanos e um colaborador do Escritório de Mercadorias. 

Da Ansa

Com templos fechados no mundo todo, o papa Francisco convocou para quarta-feira (25) uma oração universal do pai-nosso, para a qual pediu apoio de todas as igrejas cristãs e confissões religiosas. Além disso, na sexta-feira (20), fará uma declaração universal em que destacará o perdão espiritual para as pessoas que combatem o coronavírus, para as que morreram em decorrência da doença e para as que rezam por todos.

"Na sexta, darei a Bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo, normalmente usada na Páscoa e no Natal), à qual será acompanhada a possibilidade de receber a indulgência plenária. Queremos responder à pandemia com a universalidade da oração, da compaixão, da ternura. Permaneçamos unidos. Façamos com que as pessoas mais sozinhas e em maiores provações sintam a nossa proximidade", afirmou Francisco neste domingo (22).

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Um Decreto da Penitenciaria Apostólica do Vaticano concedeu na sexta-feira a possibilidade da chamada indulgência plenária aos doentes de coronavírus, aos que cuidam deles e a todos os fiéis do mundo que rezam por eles. Na Igreja Católica, essas indulgências se referem às penas temporais a serem pagas em caso de desobediência a Deus. Há variadas formas de receber a indulgência, que vão de uma récita de pai-nosso, credo e uma oração a Maria até a leitura de meia hora da 'Bíblia', por exemplo.

O Vaticano também abriu a possibilidade de absolvição coletiva neste momento de grave necessidade. No catolicismo, o perdão é dado por meio de uma confissão individual com o padre. Com as dificuldades trazidas pelo coronavírus que levam ao isolamento social, o fechamento de templos e impossibilidade de cerimônias coletivas - só no Brasil metade das dioceses fechou templos, incluindo anteontem a Arquidiocese de São Paulo -, caberá a cada bispo estabelecer essa necessidade.

"Cabe a ele determinar, no território de sua circunscrição eclesiástica e em relação ao nível de contágio pandêmico, os casos de grave necessidade em que é permitido dar absolvição coletiva: por exemplo, na entrada das repartições hospitalares, onde se encontram internados os fiéis contagiados em perigo de morte, utilizando, na medida do possível e com as devidas precauções, os meios de amplificação da voz a fim de que a absolvição possa ser ouvida", explica o texto oficial.

A Penitenciaria também pede para avaliar "a necessidade e a oportunidade de criar, onde for necessário, e de acordo com as autoridades de saúde, grupos de 'capelães hospitalares extraordinários', também de forma voluntária e conforme as regras de proteção contra o contágio, para garantir a necessária assistência espiritual aos doentes e agonizantes".

O papa voltou a reiterar a necessidade de seguir as ordens das autoridades. "A nossa proximidade aos médicos, aos profissionais da saúde, enfermeiros e enfermeiras, voluntários... A nossa proximidade às autoridades que devem tomar medidas duras, mas para o nosso bem. Nossa proximidade aos policiais, aos soldados, que nas ruas procuram manter sempre a ordem, que se realizem as coisas que o governo pede para o bem de todos nós. Proximidade a todos."

Na última quarta-feira, o papa Francisco solicitou apoio a uma oração universal, incluindo todas as religiões. "Convido todos os chefes das igrejas e os líderes de todas as Comunidades cristãs, junto a todos os cristãos das várias confissões, a invocar o Altíssimo, Deus Todo-Poderoso, recitando simultaneamente a oração que Jesus Nosso Senhor nos ensinou. Portanto, convido todos a recitar o pai-nosso ao meio-dia da próxima quarta-feira", disse ele, voltando a abençoar ontem uma Praça de São Pedro vazia, sem fiéis, por causa do avanço da covid-19. (Com agências internacionais).

Um bispo francês que se encontrou com o papa Francisco no último dia 9 de março testou positivo para a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Emmanuel Delmas, chefe da Diocese de Angers, esteve no Vaticano para uma visita "ad Limina Apostolorum", a viagem que todos os bispos têm de fazer a cada cinco anos para se encontrar com o Papa e ir aos túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo.

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O boletim da Sala de Imprensa do Vaticano divulgado em 9 de março confirma que Francisco recebeu naquele dia uma série de bispos da Conferência Episcopal da França, incluindo o monsenhor Delmas.

Segundo a Diocese de Angers, o bispo sentiu os primeiros sintomas durante sua estadia em Roma, mas sua condição "não suscita preocupação no momento". Jorge Bergoglio chegou a cancelar audiências no fim de fevereiro e no início de março por causa de um resfriado, e o encontro com os prelados franceses marcou a retomada de sua agenda de reuniões.

Da Ansa

A pedido do Papa Francisco, algumas paróquias de Roma irão permanecer abertas para os fiéis, apesar da decisão anunciada ontem pela Conferência Episcopal italiana de respeitar o fechamento para lugares públicos exigido pela Itália para frear a pandemia de coronavírus.

As paróquias de bairro vão abrir suas portas e programarão missas para os fiéis, enquanto as basílicas e os templos mais visitados pelos turistas permanecerão fechados.

A ideia surgiu do papa Francisco, que manifestou, nesta sexta, preocupação com o lado negativo das "medidas draconianas". Em sua missa matutina no Vaticano, ele comentou que a medida corre o risco de mergulhar muitos fiéis "na solidão".

"Vamos deixar abertas apenas as paróquias", anunciou o cardeal e bispo vigário de Roma, Angelo De Donatis, em um comunicado.

A pandemia de coronavírus é motivo de preocupação para a Igreja italiana, assim como para o Vaticano e para o papa Francisco, que reconheceu sua gravidade várias vezes em suas missas.

Em algumas paróquias, os fiéis já começaram a surgir, respeitando a distância de mais de um metro entre os presentes, como pedem as autoridades.

País europeu mais afetado pela pandemia de COVID-19, a Itália registra, conforme balanço divulgado pela Defesa Civil na quinta-feira, ao menos 1.016 óbitos e 15.000 infectados.

O papa Francisco aceitou nesta quarta-feira (11) a renúncia do arcebispo metropolitano da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, Murilo Sebastião Ramos Krieger.

Aos 76 anos, o sacerdote atingiu em 19 de setembro de 2018 a idade de aposentadoria compulsória de bispos e arcebispos, que é de 75. Para o lugar de Krieger, o Papa nomeou o até então arcebispo metropolitano de Brasília, cardeal Sérgio da Rocha.

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A Arquidiocese de São Salvador da Bahia foi instituída em 1676 e é a mais antiga do Brasil. Por conta disso, seu responsável também recebe o título de primaz do país.

Por meio de uma nota, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) elogiou a dedicação de Krieger à Igreja e sua ação como missionário.

"Desejamos que este tempo de emeritude seja um momento de um renascimento diante da Igreja à qual continua sendo convidado a sempre servir com sua experiência e sabedoria", afirma o comunicado.

Da Ansa

O papa Francisco celebrou pela primeira vez na história sua tradicional audiência geral, que acontece todas as quartas-feiras, no Vaticano, sem a presença de fiéis.

Ao invés da Praça São Pedro, fechada por conta da epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Itália, o líder da Igreja Católica rezou a missa na Biblioteca do Palácio Apostólico, onde ele já havia celebrado o Angelus no último domingo (8).

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Transmitida online, a audiência contou com a presença apenas dos sacerdotes que leem a palavra e a catequese em diversos idiomas.

"Neste momento, gostaria de me dirigir a todos os doentes que contraíram o vírus e a todos que sofrem com as incertezas relativas às suas próprias doenças. Agradeço de coração aos médicos, enfermeiros, enfermeiras e voluntários. Estou ao lado das pessoas que sofrem", disse o Papa.

O novo coronavírus já contaminou mais de 10 mil pessoas na Itália e matou pelo menos 631. O Vaticano, por sua vez, contabiliza um caso de contágio confirmado.

Francisco, no entanto, fez um apelo para que a epidemia não leve a humanidade a se esquecer dos "pobres sírios que estão sofrendo na fronteira entre Grécia e Turquia". "Eles precisam fugir da guerra, da fome, da doença. Não esqueçamos os irmãos, as irmãs e as tantas crianças que sofrem ali", declarou.

A fronteira greco-turca é palco de uma nova crise humanitária após Ancara ter dado passagem para refugiados sírios como forma de pressionar a União Europeia a ajudar as forças da Turquia contra a ofensiva do regime de Bashar al Assad na província de Idlib, dominada por rebeldes.

Da Ansa

O papa Francisco pediu nesta terça-feira (10) aos padres que "tenham o valor de sair e visitar" os enfermos afetados pelo novo coronavírus, durante a missa matinal em sua residência, a casa Santa Marta.

"Peçamos ao Senhor também por nossos sacerdotes, para que tenham o valor de sair e visitar os enfermos, levando a força da palavra de Deus e da Eucaristia, e de acompanhar os médicos e voluntários no trabalho que realizam junto aos pacientes", disse Francisco.

O pedido do pontífice foi feito um dia depois do governo da Itália ter solicitado justamente que os italianos limitem seus deslocamentos e evitem contato com os pacientes. A praça São Pedro do Vaticano estava relativamente vazia nesta terça-feira, com dezenas de pessoas, a maioria sem máscara de proteção.

O governo italiano publicou na segunda-feira um novo decreto que amplia a todo o país as medidas excepcionais de confinamento adotadas no domingo para 15 milhões de pessoas na região norte. Todas as medidas permanecerão em vigor até 3 de abril.

O Vaticano anunciou que a tradicional audiência geral do papa Francisco, que será realizada nesta quarta-feira (11), será transmitida apenas por streaming como forma de evitar a propagação do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

A celebração também será transmitida por telões na Praça São Pedro, mas sem a disponibilização de cadeiras para evitar aglomerações.

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A medida segue o que já foi realizado no último domingo (8), quando o Pontífice rezou o Angelus da mesma forma - apenas acenando para os fiéis pela janela -, e também a decisão do governo italiano anunciada nessa segunda-feira (9), que colocou todo o país em quarentena.

Francisco, que se recuperou de uma gripe de cerca de 10 dias e retomou os compromissos nesta semana, voltou a se manifestar também sobre a propagação do coronavírus, fazendo um apelo por "responsabilidade" e "colaboração com as autoridades competentes".

"O sofrimento e a morte que, como em outras partes da Itália, vocês estão vivendo por causa do vírus são para mim motivo de oração e proximidade humana. E também a razão da sabedoria cristã: também nesses momentos Deus está falando. Espera o homem, saber colher dentro desta voz, um guia para continuar a construir um pedacinho do Reino de Deus", escreveu em uma carta para o jornal "Il Mattino di Padova" publicada nesta terça-feira (10).

O líder católico ainda afirmou que "essa situação de perigo é também uma ocasião para ver do que são capazes os homens e mulheres de boa vontade". "Penso naqueles que, nesses dias, estão comprometidos além da conta: as equipes médicas e paramédicas, especialmente. A boa vontade, sempre unida a um forte senso de responsabilidade e de colaboração com as autoridades competentes, torna-se um valor agregado do qual o mundo tem extrema necessidade", pontuou.

Da Ansa

Em uma medida extraordinária voltada a desencorajar aglomerações de pessoas por causa do surto de coronavírus, o papa Francisco não apareceu na sacada na Praça São Pedro para fazer sua bênção dominical e declarações. Em vez disso, um vídeo com uma leitura dele de comentários e também orações foi divulgado.

Os sinos da Basílica de São Pedro soaram e o pontífice apareceu por alguns segundos para saudar as pessoas que estavam na praça, mas ele não fez comentários da sacada. A medida - que já havia sido anunciada no sábado - teve como objetivo evitar grandes aglomerações na praça, que em dias de tempo bom pode receber até 40 mil pessoas à espera da mensagem do papa em um domingo. Fonte: Associated Press.

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O papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo de Lyon, o cardeal Philippe Barbarin, questionado por seu silêncio diante dos abusos sexuais de um ex-sacerdote de sua diocese, acusação da qual foi absolvido na Justiça - anunciou a Igreja Católica nesta sexta-feira (6).

"Essa renúncia não é uma surpresa. Ele anunciou, renunciou. De todo modo, sentimos que vivemos um momento muito importante para a diocese", declarou o monsenhor Michel Dubost, administrador apostólico que se ocupa da gestão diária da diocese de Lyon, no centro-oeste da França, desde que Barbarin se afastou.

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Em uma declaração divulgada ao mesmo tempo no canal católico KTO, Barbarin enfatizou que "esses quatro anos foram anos de grande, grande sofrimento".

"Acho que há um grande sofrimento que as vítimas sofreram primeiro, e é realmente por elas que precisamos rezar. Foram atos horríveis, e é importante que a página seja virada e que venha alguém que percorra um novo caminho com toda diocese de Lyon", afirmou.

Pouco depois de ser absolvido pelo Tribunal de Apelações de Lyon em 30 de janeiro, Barbarin disse estar colocando sua sua renúncia mais uma vez à disposição do papa, para permitir "virar a página" neste caso muito simbólico sobre pedofilia e seu acobertamento por parte da Igreja.

O papa Francisco havia se dado um tempo de reflexão para responder à nova demanda por demissão. Argumentando a presunção de inocência, o pontífice rejeitou sua renúncia em março. A renúncia de Francisco se deu após a sentença de seis meses em primeira instância, enquanto se aguardava a decisão da Corte de Apelação, que finalmente o absolveu.

O prelado de 69 anos foi acusado de não ter denunciado à Justiça as agressões cometidas por Bernard Preynat, um padre de sua diocese, contra jovens escoteiros, entre 1971 e 1991.

- "Adeus e obrigado" -

A designação do sucessor de Monsenhor Barbarin pode acontecer dentro de um período de "dois a quatro meses".

Por enquanto, Monsenhor Dubost continuará interino. No dia 15 de maio, uma assembleia solene será realizada em Lyon, na presença de Monsenhor Barbarin, para "dizer adeus e obrigado", anunciou o prelado.

Em entrevista à revista "Le Point" publicada em 5 de fevereiro, o cardeal Barbarin declarou que, apesar da absolvição que o "consolou", ele "mudou".

Assim como fez em seu julgamento, o cardeal repetiu que ignorou as ações do padre antes de encontrar uma vítima em 2014. Na origem do caso, o destino de Preynat, despojado de seu status de clérigo em julho passado, será definido em 16 de março.

Suas vítimas relataram os abusos sofridos, entre eles toque, beijos na boca e masturbações impostos pelo religioso.

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