Tópicos | papa

O papa Francisco voltou a cobrar que as vacinas devem ser sempre criadas para o bem comum e não apenas para o sucesso financeiro de um país específico em uma entrevista publicada nesta quarta-feira (7) pelo site "Vatican News".

"A vacina não pode ser propriedade do laboratório que a encontrou ou de um grupo de países aliados só por isso. A vacina é um patrimônio da humanidade, de toda a humanidade, é universal porque a saúde é um bem comum, como nos ensina a pandemia [do novo coronavírus]. É um patrimônio comum, pertence ao bem comum e esse deveria ser o critério", disse o líder católico.

##RECOMENDA##

Ao falar sobre a pandemia, Francisco voltou a dizer que a humanidade "não vai sair como antes" da crise sanitária e econômica, ressaltando que "ou vamos sair melhores ou piores".

"A maneira com que sairemos disso depende das decisões que tomamos durante toda a crise", acrescentou.

Essa não é a primeira vez que o Pontífice se manifesta sobre a vacina anti-Covid e sua posterior distribuição. Em agosto, o religioso afirmou que "seria triste" se a imunização fosse primeiro para os ricos e não para os mais vulneráveis. Cerca de um mês depois, o líder católico alertou para o "surgimento de interesses particulares [...] para se apropriar de possíveis soluções, como no caso das vacinas, para depois vendê-las aos outros".

O Papa também foi questionado sobre a realização das celebrações e audiências religiosas sem a presença do público por conta da segurança dos fiéis, no ápice da pandemia.

"Foi como falar com fantasmas. Mas, compensei essa ausência física com o telefone e com as cartas. Isso me ajudou muito a medir sobre como as famílias e as comunidades estavam vivendo", disse ainda.

Da Ansa

O papa Francisco assinou neste sábado (3) sua nova encíclica, dedicada à fraternidade. A cerimônia aconteceu na cidade italiana de Assis, em sua primeira saída de Roma em sete meses, devido à pandemia.

O papa latino-americano, que ficou praticamente trancado no Vaticano desde o início da crise de saúde, com algumas breves visitas a igrejas em Roma, celebrou pela primeira vez uma missa na modesta cripta da basílica onde está o túmulo de São Francisco de Assis (1182-1226).

Iluminado por uma lamparina a óleo, diante de um grupo de religiosos, todos usando máscaras cirúrgicas, Francisco assinou três exemplares de sua terceira encíclica, que será lançada no domingo.

No final da discreta cerimônia, o papa argentino agradeceu aos tradutores do texto, escrito em espanhol com o título "Fratelli tutti" (Todos Irmãos), que será mantido em italiano em todas as línguas, sem tradução.

Direcionado a todos os católicos, o novo documento do papa gerou polêmica justamente por seu título, uma citação de São Francisco, que foi rotulado de "machista", ao se dirigir apenas aos "irmãos" e discriminar as mulheres.

Antes de chegar a Assis, fora da programação, o papa visitou o mosteiro das freiras clarissas, em Spello, e depois a basílica de Santa Clara, para rezar junto ao túmulo da primeira discípula de São Francisco, fundadora da ordem e a primeira e única mulher a escrever uma regra de vida religiosa.

O gesto é uma espécie de resposta à crítica ao título da encíclica por parte de um grupo de teólogos, que acusava o papa de deixar de lado mais da metade dos membros da Igreja Católica, ou seja, as mulheres.

- Um guia em meio à pandemia -

Há duas semanas, o diretor editorial do Vaticano, Andrea Tornielli, afirmou em nota que era "absurdo" criticar o documento por machismo ou dizer que ele pretende excluir as mulheres, pois se trata de uma encíclica com mensagem universal, "que conversa realmente com o coração de todas as pessoas", escreveu ele.

Tornielli explicou que a frase do título é encontrada nas Admoestações de São Francisco e que, portanto, "o papa obviamente não a mudou".

A terceira encíclica do papa argentino é fruto de uma profunda reflexão após a grave emergência de saúde que assola o planeta devido ao novo coronavírus.

"Desta crise não poderemos sair iguais a antes. Está em nossas mãos sair melhor ou pior", declarou o papa, que aparentemente escreveu grande parte da encíclica, a terceira do seu pontificado, durante o longo confinamento.

A pandemia nos mostrou "a grande desigualdade que reina no mundo: a desigualdade de oportunidades, de bens, de acesso à saúde e à tecnologia", lamentou ele na semana passada em discurso enviado às Nações Unidas.

Francisco, cuja última viagem havia acontecido em 23 de fevereiro para visitar Bari, uma cidade portuária no sul da Itália onde participou de um encontro internacional de bispos do Mediterrâneo, foi obrigado a abandonar o contato com as multidões que tanto preza.

A dramática imagem da última Sexta-Feira Santa entrará para a história: o chefe da Igreja Católica rezou sozinho diante da imensa esplanada da Praça de São Pedro pelo fim da guerra contra um inimigo invisível.

Durante o rito sem precedentes, no qual concedeu indulgência plenária ao mundo inteiro, o papa fez um apelo pela união das pessoas.

"Estamos todos no mesmo barco e somos chamados a remar juntos", disse, convidando "a ativar a solidariedade, capaz de dar sentido nestas horas em que tudo parece naufragar", ressaltou.

É a mesma solidariedade que pediu ao retomar em setembro a tradicional audiência de quarta-feira com os fiéis, mas na ocasião em um pátio fechado dentro do Vaticano com capacidade para apenas 500 pessoas.

O novo documento papal, que pela primeira vez é assinado fora dos muros do Vaticano, deve servir como um guia espiritual para os católicos em face dos momentos inéditos enfrentados pela humanidade.

O texto será lançado oficialmente no domingo, no dia de São Francisco de Assis.

Em fevereiro de 2019, em viagem aos Emirados Árabes Unidos, o papa Francisco assinou conjuntamente com o grande imã de Al Aazhar, Ahmad Al-Tayyeb, uma histórica declaração de fraternidade, pedindo paz entre nações, religiões e raças. Um ano depois, com o mundo enfrentando a pandemia de Covid-19, o sumo pontífice viveu uma reclusão inédita e, portanto, teve tempo para observar os rumos do mundo e refletir. É o resultado disso que se espera quanto ao conteúdo da terceira encíclica de Francisco, Fratelli Tutti, que deve ser publicada no início de outubro.

Como sempre em termos de Vaticano, tudo é carregado de simbolismo. A carta será divulgada no dia de São Francisco de Assis (1182-1226), de quem o cardeal argentino Jorge Bergoglio emprestou o nome quando se tornou papa. Fratelli Tutti, ou "todos irmãos", é trecho de citação atribuída ao santo. Francisco, o papa, viajará até Assis no próximo dia 3, onde deve celebrar uma missa - com acesso restrito - e assinar a carta próximo ao túmulo de São Francisco. As expectativas, portanto, residem em um documento carregado da espiritualidade e do carisma franciscanos: fraternidade humana, tolerância entre todos, respeito à natureza.

##RECOMENDA##

Com o planeta aturdido pelo coronavírus, contudo, esse contexto deve estar presente no documento, apostam especialistas ouvidos pelo Estadão. "Em várias ocasiões, o papa Francisco tentou delinear como o mundo deve se repensar depois da pandemia e uma chave de leitura será a de um mundo mais fraterno", diz o vaticanista italiano Andrea Gagliarducci, do grupo ACI-EWTN. "A fraternidade será a chave da compreensão, o centro de um raciocínio que deve trazer a base de um mundo mais unido e mais próximo dos marginalizados."

O vaticanista acredita que a essência do texto assinado com o grande imã de Al Azhar deve estar na encíclica. E o papa incluirá expressões recorrentes de seus discursos sobre o mundo pós-pandêmico, como a gravidade do "vírus da desigualdade" e a necessidade da "globalização da solidariedade". "E haverá referências franciscanas, como inspiração."

"Ele vai abordar a solidariedade tão urgente no mundo de hoje, pós-pandêmico", diz frei Marcelo Toyansk Guimarães, da Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação dos Frades Capuchinhos do Brasil. "O modo como nós, franciscanos, entendemos a ecologia é muito forte no papa Francisco. Mas a fraternidade também é algo central na espiritualidade franciscana. O papa caminha na esteira de São Francisco, inspirado por São Francisco."

Importância

Na hierarquia dos documentos católicos, a encíclica é a mais importante. Dirigida aos bispos do mundo todo - e, por conseguinte, aos fiéis de todas as dioceses -, traz o chamado magistério de um papa, ou seja, os pontos basilares de sua doutrina. "Diferente de uma exortação apostólica, de uma carta pastoral, de um pronunciamento, de uma homilia ou de um tuíte, a encíclica, mesmo que não traga nada de novo sobre o tema, tem o peso de se tornar ensinamento oficial da Igreja", esclarece o vaticanista Filipe Domingues. "Trata-se de um documento que tem uma base teológica, é mais sólido e tem peso histórico."

É de se esperar a inclusão de ideias como a dita por Francisco naquela histórica celebração em que ele rezou solitário na Praça São Pedro, em 28 de março, sob chuva. "Ele disse que 'estamos todos no mesmo barco', 'Jesus é quem nos guia nessa tempestade', 'temos de nos unir para tratar desses problemas que são problemas da humanidade'", recorda Domingues. "A mensagem é que não adianta a gente achar que com soluções locais vai ser possível responder a problemas globais - e a pandemia é só um deles."

Isolamento

O isolamento social de 2020 não foi fácil para ninguém. Mas, para o historiador italiano Alberto Melloni, a pandemia deve marcar o "começo do fim" do pontificado de Francisco. A frase é controversa. Mas o que vaticanistas concordam, contudo, é que o período solitário dentre os muros do Vaticano realmente mexeu com um papa conhecido por gostar de estar rodeado de pessoas. "Não podemos saber se esta é a fase final do pontificado de Francisco. Mas, certamente, estamos em uma nova etapa, oriunda de uma circunstância: a pandemia que parou tudo, colocou o mundo em espera e portanto, também o pontificado", define o vaticanista italiano Andrea Gagliarducci.

"A pandemia obrigou uma 'parada', foi um baque no pontificado de Francisco, que vinha num ritmo intenso até o Sínodo da Amazônia. Ele tinha viagens previstas para este ano e precisou suspender muita coisa", comenta o vaticanista Filipe Domingues. "Era de se esperar que, no meio disso tudo, ele dedicasse um tempo para escrever."

Já Domingues prefere cautela sobre dizer que seja a reta final do papado de Francisco. "Historicamente, é verdade que muitos pontificados terminam depois de um susto - eles fazem com que o dinamismo diminua e haja uma decadência. Em geral, são homens idosos", analisa. "Alguns historiadores estão dizendo que a pandemia é o baque que Francisco está sofrendo. Ele é social, ativo, sai, quer encontrar as pessoas, e foi obrigado a ficar no escritório, preso no Vaticano, sozinho, isolado do povo e das pessoas que o informam sobre o que está ocorrendo do mundo - não tem mais o trânsito de bispos, de pessoas que ele conhece."

Segundo tal ponto de vista, a gestão de Francisco entrará em um declínio. "Eu não acredito nisso. Ainda não acho que é o golpe final dele. Acho que ainda tem muita coisa para oferecer", completa o vaticanista.

Para o Domingues, a nova encíclica pode novamente pautar sua voz pelo mundo. E, assim que condições tornarem a ser seguras, ele deve voltar a viajar. "Claro, o papa não é jovem (fará 84 anos em dezembro), mas só Deus sabe se esta é a fase final", pontua Gagliarducci. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma escultura incomum, que representa João Paulo II levantando um grande meteorito, foi apresentada nesta quinta-feira (24) em Varsóvia, uma resposta artística à criação do italiano Maurizio Cattelan, que mostrava o antigo papa sucumbindo sob um bloco de rocha.

A escultura de Jerzy Kalina, colocada na entrada do Museu Nacional, é intitulada "Fonte Envenenada" e mostra o papa polonês em meio a uma fonte de água manchada de vermelho, como o sangue, carregando uma rocha sobre a cabeça.

##RECOMENDA##

"Para Kalina, João Paulo II não é um velho indefeso esmagado por um meteorito, mas um titã dotado de uma força sobre-humana", indicou o museu em seu site.

A escultura imediatamente provocou piadas e inúmeros comentários online que a veem principalmente como um reflexo da posição ultracatólica assumida pelo governo populista polonês.

Um dia após o Vaticano ter divulgado uma carta na qual afirma que o aborto "corrompe a civilização humana", o papa Francisco cobrou nesta quarta-feira (23), durante sua audiência geral semanal, a aprovação de leis contra a interrupção voluntária da gravidez.

Dirigindo-se a fiéis poloneses, o líder católico disse que abençoaria uma campanha chamada "A voz dos não-nascidos", cujo objetivo é "recordar o valor da vida humana, da concepção à morte natural".

##RECOMENDA##

"Que a sua voz desperte as consciências dos legisladores e de todos os homens de boa vontade na Polônia e no mundo", afirmou o Papa. No dia anterior, a Congregação para a Doutrina da Fé já havia publicado uma carta relacionada a questões do fim da vida.

O texto é voltado às práticas de eutanásia e suicídio assistido, mas também condena o aborto como instrumento de "corrupção da civilização humana" e como "desonra" para aqueles que o realizam.

Da Ansa

O papa Francisco, de 83 anos, é "constantemente monitorado" a nível médico, afirmou o secretário de Estado Pietro Parolin, seu braço direito, para tranquilizar a opinião pública depois de um encontro entre o pontífice e um cardeal que testou positivo para o novo coronavírus.

O cardeal filipino Luis Antonio Tagle foi diagnosticado com a Covid-19 quando chegou a Manila em 10 de setembro. O religioso, de 63 anos, teve uma audiência privada com o pontífice em 29 de agosto.

De acordo com a agência italiana Ansa, o cardeal Parolin expressou preocupação com o estado de saúde do cardeal filipino, que faz parte da Cúria Romana (governo da Igreja) e que retornou a seu país para o aniversário de sua mãe". "Esperamos que não seja nada", disse.

"O papa é constantemente monitorado", repetiu, para tranquilizar os fiéis sobre o estado de saúde do pontífice. O pontífice se reúne sem máscara com os interlocutores, que o visitam no palácio episcopal.

A Santa Sé já havia confirmado que Francisco foi submetido a vários exames de diagnóstico do coronavírus, depois que um religioso que vive na mesma residência testou positivo em março.

O papa Francisco foi visto de máscara em público, pela primeira vez, nesta quarta-feira (9), acessório que ele removeu rapidamente antes de sair do carro que o transportava para a audiência geral.

Após seis meses das tradicionais audiências das quartas-feiras gravadas ao vivo de sua biblioteca privada, o sumo pontífice retomou este encontro na presença dos fiéis.

A sessão foi realizada para uma multidão de cerca de 500 pessoas, ao ar livre, mas em um pátio fechado do palácio apostólico.

Depois de tirar a máscara, o papa evitou apertar mãos e beijar as crianças, como fazia antes na imensa Praça de São Pedro.

Adepto do contato humano direto, porém, ele se aproximou dos fiéis, que se aglomeravam ao longa barreira de proteção instalada, em vez de permanecerem nas cadeiras espalhadas no local.

Alguns dos presentes baixavam a máscara para cumprimentá-lo melhor, enquanto outros colocavam um presente em suas mãos.

Antes de iniciar sua catequese e após apertar as mãos das autoridades religiosas que participaram da audiência, Francisco recomendou à multidão, sorrindo, que "cada um voltasse para sua cadeira" para "evitar o contágio".

Desde o início da pandemia da Covid-19, o papa parece pouco preocupado com a própria saúde. Aparecendo sistematicamente sem máscara ao recepcionar seus visitantes dentro do palácio apostólico, embora receba muito menos grupos do que antes.

O papa Francisco advertiu fiéis que se aglomeravam durante sua audiência geral semanal no Vaticano, nesta quarta-feira (9).

Ao chegar ao Pátio San Damaso, novo local da celebração, o líder católico convidou os peregrinos a manterem o distanciamento interpessoal.

##RECOMENDA##

"Não se aglomerem, tem cadeira para todos para evitar contágios", declarou o Pontífice antes do início da catequese.

As audiências semanais com público foram retomadas em 2 de setembro, após seis meses realizadas apenas via streaming devido à pandemia do novo coronavírus.

A celebração acontece agora no Pátio San Damaso, que tem capacidade menor que a da Praça São Pedro, palco costumeiro do evento. 

Da Ansa

Durante a celebração do Angelus neste domingo (6), o papa Francisco pediu que os fiéis "façam um esforço" e evitem ficar fazendo fofocas que destroem o senso de comunidade.

"As fofocas fecham o coração da comunidade. O grande fofoqueiro é o diabo, que sempre fica falando coisas ruins dos outros porque ele busca desunir a Igreja, afastar irmãos e não unir a comunidade. Façamos o esforço de não fofocar. As fofocas são uma peste pior que a Covid. Façamos esse esforço: nada de fofocas", disse aos fiéis na praça São Pedro.

##RECOMENDA##

Francisco convidou os fiéis a fazer sempre que necessário fazerem "uma correção fraterna", um "hábito saudável para que nas nossas comunidades possam sempre ser instauradas novas relações fraternas, fundadas no perdão recíproco e sobretudo na força invencível da misericórdia de Deus". 

Da Ansa

"Viva o papa!", em carne e osso. Os fiéis ou curiosos puderam trocar algumas palavras nesta quarta-feira (2) com o papa Francisco, privado de abraços, mas saboreando sua primeira audiência geral em público em seis meses.

"Depois de todos esses meses, estamos retomando nosso encontro cara a cara e não tela a tela", exultou o papa argentino, de 83 anos, obrigado desde março a transmitir por vídeo sua tradicional audiência de quarta-feira.

"É lindo!", disse ele, sorrindo para as 500 pessoas presentes.

Um retorno limitado e com máscara, longe das multidões jubilosas de uma movimentada Praça de São Pedro, onde o soberano pontífice fazia sua chegada triunfante de papamóvel, antes de apertar milhares de mãos e pegar nos braços uma multidão de crianças.

A última audiência geral do papa na Praça de São Pedro, rodeada pelos braços acolhedores das colunatas de Bernini, teve a presença de 12.000 pessoas no dia 26 de fevereiro.

"A atual epidemia demonstrou a nossa interdependência, estamos todos ligados", sublinhou o papa.

Após uma medição da temperatura, os participantes da audiência tiveram o privilégio de entrar nesta quarta-feira no pátio de São Dâmaso, que costuma receber chefes de Estado, passando por uma majestosa escadaria de mármore do palácio pontifício e cruzando guardas suíços imóveis e devidamente mascarados.

Cada um se sentou numa das 500 cadeiras instaladas distantes uma da outra, em duas zonas separadas por uma ampla área destinada ao papa.

- Insistência -

Depois, a chegada de Francisco agitou o rígido plano de segurança anticoronavírus, com uma corrida para as primeiras filas.

Mas o braço estendido com insistência por um fiel não encontrou o aperto papal. Sem dúvida, para grande alívio do serviço de segurança do papa.

Um aperto de mão excessivamente vigoroso de uma fiel quase o derrubou no dia 31 de dezembro. Ele conseguiu se livrar na ocasião com vários pequenos toques no braço da mulher e teve que se desculpar.

Como bom aluno, nesta quarta-feira, Francisco, ainda sem máscara, resistiu muito à tentação, com saudações e piadas à distância.

Antes de uma pequena recaída no final da audiência, abençoando de perto três casais, apertando as mãos de bispos ou abraçando um padre libanês muito comovido cuja bandeira nacional ele havia abençoado, antes de ler uma longa mensagem de apoio ao Líbano.

O irmão Luis Fernandez, com túnica franciscana preta e máscara branca, compareceu pela primeira vez à tradicional audiência, feliz por estar tão perto fisicamente do soberano pontífice.

O salvadorenho de 34 anos fez seus primeiros votos no domingo e agora exibe com orgulho a corda branca com três nós na cintura, simbolizando a pobreza, castidade e obediência. "Vim vê-lo e ouvi-lo", disse simplesmente.

Um velho religioso da congregação dos "passionistas", que se protegia dos raios do sol sob um guarda-chuva, assiste a audiências há 40 anos.

"Com essa história de vírus, não podemos mais nos aproximar", lamenta. "Mas precisamos da bênção direta!", disse o senhor, prevendo um retorno à normalidade na Praça de São Pedro em outubro, ignorando uma epidemia que parece estar ganhando força na Itália.

Alguns turistas simplesmente passam com suas mochilas. Mas muitos na multidão vibram de emoção como a napolitana Ana - uma estudante de 33 anos que veio com o noivo Carmine, um enfermeiro "preocupado com a situação da saúde". "Sozinha em casa na frente da televisão, não tem nada que se compare", diz ela.

O Líbano, que enfrenta um "perigo extremo", não pode ser "abandonado à própria sorte", afirmou nesta quarta-feira (2) o papa Francisco em uma longa mensagem dedicada ao país após sua audiência geral.

O pontífice pediu aos fiéis do mundo uma "jornada universal de jejum e oração pelo Líbano na próxima sexta-feira, 4 de setembro", quando completará um mês a grande explosão no porto de Beirute, que devastou a capital do país e matou 188 pessoas.

Para a data, Francisco enviará ao Líbano seu braço direito e secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin.

"Um mês depois da tragédia que castigou a cidade de Beirute, penso de novo no querido Líbano, em sua população particularmente colocada à prova", disse o papa, que segurava uma bandeira do país, entregue durante a audiência por um jovem padre maronita.

"Diante dos dramas repetidos que os habitantes desta terra vivem, temos consciência do extremo perigo que ameaça a própria existência do país. O Líbano não pode ser abandonado à própria sorte", insistiu o papa.

"Durante 100 anos, o Líbano foi um país de esperança. Nos períodos mais sombrios de sua história, os libaneses mantiveram sua fé em Deus e demonstraram a capacidade de fazer de sua terra um lugar de tolerância, respeito e coabitação único na região", elogiou Francisco.

"O Líbano hoje é mais que um Estado, é uma mensagem de liberdade e um exemplo de pluralismo tanto para o Oriente como para o Ocidente. E pelo bem do país, mas também do mundo, não podemos nos permitir perder este patrimônio", completou.

O papa fez um apelo aos políticos libaneses e aos líderes do país para que se envolvam "com sinceridade e transparência na reconstrução, deixando de lado os interesses partidários e tendo em mente o bem comum e o futuro da nação".

Paralelamente, a comunidade internacional deve apoiar o país e "ajudá-lo a sair desta grave crise".

Em uma mensagem aos habitantes do Líbano, Francisco afirmou: "Recuperem a coragem, irmãos, não abandonem vossas casas e vossa herança".

Esta foi a primeira audiência geral do papa Francisco ao ar livre e com público desde o início da pandemia de coronavírus. Quase 500 pessoas, com máscaras de proteção, compareceram à cerimônia, celebrada em um pátio do palácio episcopal, e não na imensa praça de São Pedro.

O papa Francisco se encontrou com um italiano natural da cidade de Bergamo, na região da Lombardia, que perdeu os pais na pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Carlo Chiodi relatou o caso em uma carta enviada ao líder da Igreja Católica. A história emocionou o Papa, que convidou o homem e sua família para um encontro em particular depois da missa na Casa Santa Marta, residência oficial de Francisco.

##RECOMENDA##

"Nesta mesma manhã, ouvi o testemunho de uma família que perdeu os avós sem poder se despedir deles. Vamos recordar das famílias que sofreram com isso", disse o Papa durante o Angelus.

De acordo com a imprensa local, Chiodi, que é caminhoneiro, visitou Francisco acompanhada da esposa e dos dois filhos. Ele entregou ao Pontífice o livro "Amamos Bergamo", que conta a história de algumas vítimas da Covid-19, bem como um pacote de vinagre balsâmico.

"O Papa me disse que o choro e a cólera são humanos, que é permitido ficar com raiva, pois ela representa uma forma de oração quando você está sozinho e com dor. Admitiu que sente a dor do mundo dentro de si e que roga a Deus todos os dias para compreender o significado deste sofrimento", declarou Chiodi.

Da Ansa

O papa Francisco retomará suas audiências gerais com presença de fiéis no próximo dia 2 de setembro, informou o Vaticano nesta quarta-feira (26). A celebração presidida pelo líder católico todas as quartas vem sendo realizada apenas via streaming desde o início de março, quando a Itália e o Vaticano entraram em quarentena para frear a disseminação do novo coronavírus.

"Seguindo as indicações sanitárias das autoridades, as audiências do mês de setembro acontecerão no Pátio San Damaso, no Palácio Apostólico, com início às 9h30", diz um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. "A participação será aberta a todos que desejarem, sem necessidade de bilhetes", acrescenta o comunicado.

##RECOMENDA##

Tradicionalmente, a audiência geral acontece na Praça São Pedro (com exceção de dias chuvosos) e é o principal ponto de encontro do Papa com fiéis. Além disso, as audiências incluem um giro do Pontífice de papamóvel pela praça, que pode receber um público maior que o Pátio San Damaso. 

Da Ansa

O papa Francisco recordou, neste domingo (23), o décimo aniversário do massacre no México de 72 migrantes, em sua maioria latino-americanos que tentavam chegar nos Estados Unidos, e expressou sua solidariedade aos familiares que ainda exigem justiça.

Após a tradicional oração do Angelus, o pontífice prestou homenagem a essas "pessoas de diferentes países que buscavam uma vida melhor", massacradas entre 22 e 23 de agosto de 2010 no município de São Fernando (estado Tamaulipas, nordeste).

"Expresso minha solidariedade às famílias das vítimas que ainda hoje pedem justiça e verdade sobre o ocorrido", disse.

"O Senhor nos pedirá contas de todos os migrantes deixados nos viagens da esperança. Foram vítimas da cultura do descarte", acrescentou o papa Francisco, grande defensor dos direitos dos migrantes no mundo.

Segundo a versão oficial, o crime ocorreu a menos de 150 km da fronteira com Estados Unidos, destino final dos 58 homens e 14 mulheres originários de Guatemala, Honduras, El Salvador, Equador, Brasil e Índia.

papa Francisco pediu neste sábado (22) que "todos parem de instrumentalizar as religiões para incitar ao ódio, à violência, ao extremismo e ao fanatismo cego".

Em uma publicação em sua conta oficial no Twitter pelo "Dia Internacional das Vítimas de Violência baseada na Crença ou Religião", o Pontífice afirmou que "Deus não precisa ser defendido por ninguém e não quer que o Seu nome seja usado para aterrorizar as pessoas".

##RECOMENDA##

"Peço a todos que parem de instrumentalizar as religiões para incitar ao ódio, à violência, ao extremismo e ao fanatismo cego", acrescentou o texto, acompanhado da hashtag #fraternidadehumana.

A mensagem repete claramente o conteúdo do documento sobre a fraternidade humana assinado por Jorge Bergoglio e pelo Grande Imã de Al-Azhar, em Abu Dhabi, em 2019, o qual condena "todas as formas de violência, especialmente aquela revestida de motivos religiosos".

Recentemente, Francisco já havia dito que a histórica assinatura era "um grande acontecimento humanitário", um sinal de esperança "por um futuro melhor para a humanidade, um futuro livre de ódio, do rancor, do extremismo e do terrorismo, em que prevalecem os valores da paz, do amor e da fraternidade".

As vítimas de violência baseada na crença ou religião são lembradas anualmente em todo dia 22 de agosto. A data foi aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 28 de maio de 2019.

Da Ansa

O papa Francisco voltou a falar nesta quarta-feira (19) sobre a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e afirmou que "seria triste" se a vacina contra a doença, quando descoberta, fosse dada prioritariamente para os ricos.

"Seria triste se, com a vacina para a Covid-19, se desse a prioridade para os mais ricos. Seria triste se essa vacina virasse propriedade dessa ou daquela nação, se não fosse universal para todos. E que escândalo seria se toda a assistência econômica que estamos observando se concentrasse a resgatar indústrias que não contribuem com a inclusão dos excluídos, à promoção dos últimos, ao bem comum ou ao cuidado com a criação", disse durante a audiência geral.

##RECOMENDA##

O Pontífice ainda destacou o avanço da Covid-19 nas populações mais vulneráveis e o aumento da desigualdade no mundo.

"A pandemia mostrou a difícil situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo. E o vírus, mesmo que não faça exceção entre as pessoas, encontrou, em seu caminho devastador, grandes desigualdades e discriminações. E ele as ampliou!", ressaltou.

Para o líder católico, a resposta para resolver a pandemia deve ser "dupla", sendo que "de um lado, é indispensável encontrar a cura para um vírus pequeno, mas tremendo, que colocou o mundo inteiro de joelhos" e "de outro, precisamos curar um outro grande vírus, o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção das populações mais frágeis".

Até o momento, são mais de 160 vacinas em estudos contra o novo coronavírus, sendo que seis delas - e a polêmica vacina russa Sputnik V - estão na última fase de testes. 

Da Ansa

O papa Francisco rezou pelos povos do Líbano e de Belarus, que vêm enfrentando graves problemas sociais e políticos nas últimas semanas, durante o Angelus deste domingo (16).

"Continuo a rezar pelo Líbano e pelas outras situações dramáticas no mundo que causam sofrimento nas pessoas. O meu pensamento vai também para a querida Belarus. Sigo com atenção a situação pós-eleitoral naquele país e faço um apelo pelo diálogo, pela rejeição da violência e pelo respeito à Justiça e ao direito. Confio todos os cidadãos deste país à proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz", disse aos presentes na Praça São Pedro.

##RECOMENDA##

O Líbano passa por um período de reconstrução tanto por conta das explosões do dia 4 de agosto, que deixaram mais de 200 mortos e 300 mil desabrigados, como pela renúncia coletiva de todo o governo, amplamente acusado de corrupção.

Já Belarus vem registrando, desde o dia 8 de agosto, protestos diários dos moradores por conta da polêmica reeleição de Aleksandr Lukashenko, a sexta consecutiva. Tanto opositores como eleitores denunciam fraudes no pleito e perseguição dos candidatos que tentaram concorrer à disputa. Quase sete mil pessoas foram presas durante as manifestações.

Da Ansa

O papa Francisco batizou as pequenas Ervina e Porfina, as gêmeas siamesas que passaram por um delicado tratamento para separação da nuca e do crânio no hospital Bambino Gesù, em Roma, informou a ex-ministra da Comunicação da República Centro-Africana Antoinette Montaigne nesta segunda-feira (10).

Montaigne, que atualmente atua na Igreja Católica de seu país, postou uma foto do encontro nas redes sociais.

##RECOMENDA##

O Bambino Gesù, também conhecido como o hospital do Papa (desde 1924 ele é gerido pela Santa Sé), fez um complexo tratamento para a separação das duas meninas do país africano. Elas chegaram à instituição em setembro de 2018, após uma missão da presidente Mariella Enoc na RCA, e passaram por três cirurgias para a separação.

A última delas foi realizada em 5 de junho deste ano e, cerca de um mês depois, o hospital informou sobre o sucesso do tratamento.

O processo é considerado um dos mais complexos já realizados no mundo porque a Ervina e Porfina, agora com dois anos, eram ligadas pela nuca e crânio e compartilhavam grande parte dos sistemas nervoso e vascular. 

Da Ansa

O papa Francisco fez um apelo neste domingo (5) para a adoção de um cessar-fogo global imediato "rápido e efetivo", em cumprimento do pedido da ONU, para facilitar a luta contra a pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2. "É louvável o apelo por um cessar-fogo global e imediato, que permitiria a paz e a segurança indispensáveis para fornecer a assistência humanitária, tão urgentemente necessária", afirmou o Pontífice, após a oração do Angelus, no Vaticano.

O apelo foi feito após o Conselho de Segurança da ONU aprovar, na última quarta-feira (1º), por unanimidade, uma resolução que pede um cessar-fogo global para facilitar a ajuda humanitária no combate à Covid-19. Em sua mensagem, o argentino recordou as "consequências devastadoras" da pandemia, principalmente em regiões já vulneráveis a conflitos, e disse esperar que a medida "seja implementada de maneira eficaz e rápida para o bem das pessoas que sofrem".

##RECOMENDA##

"Que esta resolução do Conselho de Segurança se torne um primeiro passo, corajoso, em direção a um futuro de paz", apelou. O pedido de Francisco reforça os apelos feitos pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pela Assembleia Geral da ONU. O texto da resolução, aprovado após mais de três meses de negociações, apoia uma "pausa humanitária de pelo menos 90 dias consecutivos" para facilitar a assistência internacional às populações. 

Da Ansa

O Papa Francisco anunciou nesta terça-feira (30) a nomeação de um comissário extraordinário para pôr ordem à Fábrica de São Pedro, uma instituição encarregada de preservar as obras artísticas e arquitetônicas da Basílica de São Pedro.

Esta decisão surge após informações internas que levaram o Vaticano a recuperar documentos e computadores nos escritórios da fábrica, disse um comunicado da Santa Sé divulgado hoje.

Em 1º de junho, a Santa Sé aprovou, pela primeira vez, uma lei que regula as licitações para suas despesas internas, na tentativa de evitar a corrupção e economizar, em meio à crise financeira causada pela pandemia do novo coronavírus.

O papa Francisco nomeou o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) Mario Giordana como comissário extraordinário.

Sua missão será "atualizar os estatutos, esclarecer a administração e reorganizar os escritórios técnicos e administrativos da fábrica", explica a nota.

Giordana contará com a assessoria de um comitê para cumprir essa "tarefa delicada".

A Fábrica de São Pedro, que hoje conta com vários funcionários, foi criada no século XVI, após a construção da nova Basílica de São Pedro. Dela participaram Bramante, Michelangelo, Rafael, entre outros.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando