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O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (9) que a tensão entre Estados Unidos e Irã arrisca criar um "conflito de grande escala". A declaração foi dada durante um encontro com embaixadores estrangeiros no Vaticano, um dia depois de o presidente Donald Trump ter dado sinais de arrefecimento na disputa com o país persa.

"São particularmente preocupantes os sinais que chegam da região [do Oriente Médio] após o aumento da tensão entre Irã e Estados Unidos, que arriscam colocar à prova o lento processo de reconstrução do Iraque, além de criar as bases de um conflito de grande escala que todos queremos evitar", disse.

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No discurso, Francisco também fez um apelo para que as partes envolvidas "mantenham acesa a chama do diálogo e do autocontrole". No fim da semana passada, um bombardeio ordenado por Trump matou o general Qassem Soleimani, militar mais poderoso do Irã, que reagiu com um ataque contra duas bases americanas no Iraque.

O bombardeio iraniano não deixou vítimas, e o presidente dos EUA fez um discurso na última quarta (8), no qual anunciou novas sanções contra Teerã, mas disse estar "pronto a abraçar a paz".

Da Ansa

O papa Francisco completará sete anos à frente da Igreja Católica no próximo dia 13 de março, mas 2020 pode ser o ano mais desafiador do seu Pontificado até agora. Nos próximos meses, a Igreja passará por uma série de acontecimentos capazes de redefinir tanto seu papel no mundo quanto suas estruturas internas.

O primeiro deles acontecerá nesta quinta-feira (9), quando Jorge Mario Bergoglio receberá em audiência o corpo diplomático junto à Santa Sé. Apesar do encontro ser anual, desta vez ocorrerá em meio a um clima de tensão política no Oriente Médio e episódios de incêndios florestais pelo mundo, temas que dizem respeito aos constantes apelos de paz e de preservação ambiental presentes na agenda de Francisco.

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Já em março, a Santa Sé pode concluir um projeto chamado de "A Economia de Francisco", no qual trabalha há dois anos. Trata-se de um evento de três dias em Assis, entre 26 e 28 de março, que contará com a participação de especialistas e entes civis para discutir os fundamentos da economia e sua dimensão ética e humanística. O objetivo é estimular a participação de jovens de até 35 anos como forma de renovar a sociedade.

Dois meses depois será a vez de Roma sediar mais um evento mundial idealizado pelo Papa: o chamado "Pacto Educativo", encontro que propõe um diálogo sobre o modo como a humanidade tem construído o futuro e sobre a necessidade de investir em talentos e em educação para criar uma sociedade mais solidária e acolhedora. De acordo com o próprio Papa, "nunca, como agora, houve necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna".

Assim como a imigração e o meio ambiente, a economia e a solidariedade são os outros pilares do Pontificado de Francisco, que idealiza uma Igreja missionária que chegue até as periferias. No entanto, um dos eventos mais aguardados para 2020 será a publicação, agendada para 29 de junho, do documento que está sendo preparado por um grupo de cardeais, o chamado C6, para a reforma da Cúria Romana.

"Constituição Apostólica Praedicate Evangelium" (Proclamar o Evangelho) deverá ser o título do documento, que substituirá a "Pastor Bonus", publicada por São João Paulo II, em 28 de junho de 1988. Parte do conteúdo chegou a ser veiculada na imprensa no ano passado, mas o texto final ainda está sendo trabalhado e promete trazer mudanças às estruturas da Igreja, a qual o próprio Papa disse estar "200 anos atrasada" durante seu discurso de fim de ano no Vaticano.

De acordo com especulações, é possível que a tradicional Congregação para a Doutrina da Fé perca espaço dentro das estruturas da Igreja e que um novo superorganismo seja criado com foco em evangelização. Ainda no primeiro semestre de 2020, deve ser publicado o documento de conclusão do Sínodo sobre a Amazônia, ocorrido em outubro na capital italiana e que terminou suscitando polêmicas.

O texto aprovado no Sínodo fala em ordenação de homens casados para suprir a falta de padres na Amazônia, assim como a de mulheres para o diaconato feminino. No documento, os participantes do Sínodo também deixaram claro que "apreciam o celibato como um dom de Deus", mas apontaram que seria possível estabelecer critérios para "ordenar sacerdotes homens idôneos e reconhecidos da comunidade, que tenham um diaconato permanente fecundo e recebam formação adequada para o presbiterado, podendo ter família legitimamente constituída e estável".

As propostas estão sendo analisadas por Francisco, quem decidirá quais, de fato serão adotadas, pela Igreja. Outro tema aguardado para 2020 e que pode afetar o Vaticano é a conclusão da investigação sobre Theodore McCarrick, antigo arcebispo da diocese de Washington, acusado de pedofilia.

O caso ganhou os holofotes quando o ex-núncio apostólico em Washington Carlo Maria Viganò acusou o Papa de se calar sobre as denúncias de abuso sexuais supostamente cometidos por McCarrick.

Ao longo de 2020, Francisco também deve fazer as viagens internacionais, apesar da agenda ainda não ter sido definida.  Isso porque alguns dos destinos enfrentam instabilidades políticas e conflitos, como o Sudão do Sul e o Iraque, países que Bergoglio já disse publicamente que gostaria de visitar. Ainda tem a possibilidade do Papa ir para a Indonésia, Timor-Leste, Papua-Nova Guiné, Montenegro, Etiópia, África do Sul, Hungria ou até Chipre.

Da Ansa

A reação que o papa Francisco teve na noite desta terça-feira (31) ao repreender com tapas na mão uma mulher que o puxou pelo braço virou um dos assuntos mais comentados no Twitter nesta quarta-feira (1º). Nos trending topics, o termo 'papa' chegou a ficar em segundo lugar nesta tarde.

Na rede social, as pessoas comentaram a atitude do pontífice, que se desculpou por ter perdido a paciência com a devota.

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"Muitas vezes perdemos a paciência. Isso acontece comigo também. Peço desculpas pelo mau exemplo dado ontem", disse o chefe da Igreja Católica, nesta quarta-feira, falando da janela do Palácio Apostólico na Praça de São Pedro.

Sobre a reação do pontífice, houve quem o criticou negativamente e quem o defendeu. Memes também foram criados e até o jornalista Marcio Gomes, da Globo, fez graça com a situação. "Se até o papa perde a paciência... segura 2020! Feliz Ano Novo!", comentou ele no Twitter.

Algumas pessoas consideraram a atitude do papa exagerada.

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Em sua primeira missa do ano de 2020, o Papa Francisco chamou a atenção para a violência contra as mulheres e a exploração de seus corpos através do "consumismo" e da "pornografia".

"As mulheres são uma fonte de vida. No entanto, são continuamente ofendidas, espancadas, violadas, induzidas a se prostituir e eliminar a vida que levam no útero", disse o pontífice em sua homilia, pronunciada na Basílica de São Pedro.

Enfatizando que "o renascimento da humanidade começou com as mulheres", o papa argentino considerou que "toda a violência infligida às mulheres é uma profanação de Deus, nascido de uma mulher".

"Como tratamos o corpo da mulher, entendemos nosso nível de humanidade", acrescentou, lamentando que esse corpo "se sacrifique nos altares profanos da publicidade, do lucro, da pornografia, explorados como uma terra a ser usada".

"Ele deve ser libertado do consumismo, deve ser respeitado e honrado. Ele é a carne mais nobre do mundo, porque ele concebeu e deu à luz o amor que nos salvou", continuou o pontífice.

Segundo a tradição católica, Jesus Cristo foi concebido e nasceu, embora sua mãe, Maria, fosse virgem. Para o papa, a maternidade costuma ser "humilhada, porque o único crescimento que interessa é econômico".

Francisco, comprometido com a situação dos migrantes, lembrou que muitas mães "correm o risco de embarcar em viagens embaraçosas para tentar desesperadamente dar um futuro melhor ao fruto de suas entranhas".

Essas mulheres e seus filhos são geralmente "considerados como números que excedem a cota por pessoas que têm o estômago cheio, mas com coisas e um coração vazio de amor".

O papa Francisco pediu desculpas nesta quarta-feira (1°), antes da tradicional oração do Angelus, por ter "perdido a paciência" na noite anterior com uma fiel asiática que apertou com uita força sua mão.

"Muitas vezes perdemos a paciência. Isso acontece comigo também. Peço desculpas pelo mau exemplo dado ontem", disse o chefe da Igreja Católica, falando da janela do Palácio Apostólico na Praça de São Pedro.

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O papa Francisco se irritou com uma peregrina que o puxou durante encontro com fiéis que se reuniam na Praça São Pedro, no Vaticano, na noite desta terça-feira (31). Após visitar o presépio montado no centro da praça, o líder da Igreja Católica caminhou para cumprimentar as pessoas e deu atenção especial às crianças. 

Em determinado momento, no entanto, uma mulher agarrou sua mão direita e o puxou para perto de uma grade que o separava dos fiéis. O Papa reclamou da abordagem e chegou a dar um leve tapa na mão da peregrina para se soltar, saindo visivelmente irritado.

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A visita à Praça São Pedro aconteceu após a liturgia do "Te Deum", hino cristão de agradecimento pelo ano que passou. A homilia é tradicionalmente dedicada à cidade de Roma, da qual o Pontífice também é bispo.

"Roma não é apenas uma cidade complicada, com tantos problemas, desigualdade, corrupção e tensões sociais. Roma é uma cidade à qual Deus envia sua palavra, que se aninha em meio ao coração de seus habitantes e os incentiva a acreditar, apesar de tudo, e a lutar pelo bem de todos", disse.

Segundo Francisco, o "coração pulsante" de Roma é formado pelo "povo dos menores e dos pobres que a habitam". "Penso nas tantas pessoas corajosas, crentes ou não crentes, que encontrei nestes anos", acrescentou.

No último dia de 2019, Jorge Bergoglio também participou, de forma privada, do funeral da professora e amiga Maria Grazia Mara, realizado na paróquia de San Giuseppe al Nomentano, também em Roma. A docente faleceu na última segunda-feira (30) e publicou diversos livros sobre a história do cristianismo.

Da Ansa

Em uma mensagem de boas-vindas aos imigrantes, o arcebispo de Palermo, Corrado Lorefice, celebrou nesta quarta-feira (25) uma missa na catedral da cidade com uma representação do menino Jesus na cor negra.

Na celebração, Lorefice mostrou a estátua para os fiéis que encheram a catedral. O religioso ainda beijou a representação e depois a entregou a um dos padres concelebrantes, que levou a obra em procissão.

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A estátua do menino Jesus veio da Tanzânia. Alguns missionários que foram ao país africano doaram ela ao pároco da catedral, monsenhor Filippo Sarullo. Já Lorefice desejou que a representação fosse levada em procissão e colocada em frente ao altar, como sinal de boas-vindas aos imigrantes e a toda comunidade de estrangeiros que vive em Palermo, no sul da Itália.

Em diversas ocasiões, Lorefice enfatiza os temas de acolhimentos e abertura aos imigrantes, que normalmente desembarcam na Sicília. O arcebispo também já foi receber, nas docas do porto, os navios que trouxeram centenas de refugiados resgatados no mar para Palermo.

*Foto: Reprodução/Facebook

Da Ansa

O papa Francisco completa nesta terça-feira (17) 83 anos de vida e, como de costume, preferiu evitar celebrações. Desde que iniciou seu pontificado, em 2013, Jorge Bergoglio só fez festa em seu primeiro ano no comando da Igreja, quando teve uma refeição com um grupo de moradores de rua.

"A incessante atividade pastoral de Sua Santidade continua a convidar os povos e as nações a superar as divisões, a preservar a paz, a se empenhar pelo diálogo e a tutelar o planeta, gerindo sabiamente seus recursos", diz uma mensagem assinada pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella.

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Já a prefeita de Roma, Virginia Raggi, usou o Twitter para felicitar Francisco. "Feliz aniversário, papa Francisco. Desejos de Roma e seus cidadãos. Suas palavras são um guia para tornar nossa cidade cada vez mais acolhedora e atenta aos últimos", escreveu.

O dia também marca a estreia na Itália do documentário "O nosso Papa", que narra a trajetória de Jorge Bergoglio desde sua infância.

Da Ansa

O papa Francisco celebra nesta sexta-feira (13) o aniversário de 50 anos de sua ordenação sacerdotal. Em 13 de dezembro de 1969, com apenas 33 anos de idade, Jorge Mario Bergoglio foi ordenado padre pelo então arcebispo de Córdoba, o monsenhor Ramón José Castellano, "marcando o início de uma longa história de dedicação, serviço e amor à Igreja". 

Nesta manhã, o Pontífice realizou uma missa na capela da Casa Santa Marta, sua residência oficial, concelebrada por cardeais, em decorrência das comemorações da data. Francisco é o primeiro papa latino-americano e jesuíta. Ele é o quinto Santo Padre a alcançar a meta de meio século de sacerdócio, depois de Pio XI, Pio XII, Paulo VI e João Paulo II.

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Sua vocação remonta a 21 de setembro de 1953, quando, durante uma confissão, teve uma profunda experiência da misericórdia de Deus. Na ocasião, ele tomou a decisão de tornar-se sacerdote. Ao longo de 50 anos, o argentino serviu por 27 em Buenos Aires e há quase sete como Papa, depois da renúncia de Bento XVI, em fevereiro de 2013.

Bergoglio foi nomeado arcebispo da capital argentina em 1998 e três anos depois tornou-se cardeal. Em homenagem ao líder da Igreja Católica, o Escritório Filatélico e Numismático do Vaticano emitiu dois selos postais nos quais são reproduzidas imagens de Francisco em pinturas do artista Raúl Berzosa.

No primeiro, é possível ver um jovem Francisco com a Maria Desatadora dos Nós à frente da igreja de San José, em Buenos Aires. Já no segundo, há a imagem de Bergoglio como Papa e a Basílica de São Pedro em segundo plano. 

Da Ansa

O papa Francisco culpou "governos fracos" pela tensão social que atinge diversos países da América Latina. A declaração foi dada nesta terça-feira (26), durante coletiva de imprensa em seu voo de retorno do Japão, em resposta aos jornalistas sobre os conflitos em países como Bolívia, Chile, Colômbia e Nicarágua.

"Há governos fracos, muito fracos, que não conseguiram promover ordem e paz, por isso se cria essa situação", disse o Papa, sem citar casos específicos, segundo o jornal argentino Clarín.

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A América Latina vive uma onda de agitação social que também já chacoalhou Venezuela, Equador, Peru e Haiti. Sobre o caso do Chile, tido como país mais estável da região, Francisco admitiu estar "assustado".

"O país acaba de sair do problema dos abusos, que nos fez sofrer tanto, e agora tem esse problema que não entendemos. O Chile está em chamas", acrescentou. As manifestações na nação andina já contabilizam mais de 20 mortos e mais de 200 pessoas que perderam a vista total ou parcialmente em disparos de balas de borracha e esferas de chumbo por parte das forças de segurança.

Jorge Bergoglio, primeiro Papa latino-americano, também recomendou "diálogo" e "análise" para acalmar as crises na região. "É preciso relativizar as coisas e convidar ao diálogo, à paz, para que se resolva os problemas", disse.

Da Ansa

O Papa Francisco retornou nesta terça-feira (26) à Roma, após uma viagem ao Japão onde fez críticas à bomba atômica e expressou dúvidas sobre o uso civil da energia nuclear. O principal momento da viagem de quatro dias foi o emotivo encontro em Nagasaki e Hiroshima com os sobreviventes das bombas atômicas lançadas sobre estas cidades em 1945.

Francisco chamou de "crime" o uso da energia atômica para fins militares e condenou a ideia de que a bomba atômica pode dissuadir os ataques.

O pontífice cumprimentou um por um os sobreviventes dos ataques a Hiroshima e Nagasaki, conhecidos como "hibakusha".

"Aqui, de tantos homens e mulheres, dos seus sonhos e esperanças, no meio de um clarão de relâmpago e fogo, nada mais ficou além de sombra e silêncio", afirmou o papa em Hiroshima, onde em 6 de agosto de 1945 foi lançada pelos Estados Unidos uma bomba atômica pela primeira vez na história.

A denúncia do horror da guerra e das armas é um discurso recorrente dos papas.

Mas uma rejeição clara à teoria da dissuasão nuclear constitui uma ruptura com o passado. Na ONU em 1982, João Paulo II definiu esta doutrina como um mal necessário "nas condições atuais".

Francisco critica de forma geral "a corrida armamentista, que desperdiça recursos preciosos". Durante a visita, o pontífice ouviu os depoimentos de sobreviventes das bombas atômicas, que falaram sobre as terríveis sequelas físicas e psicológicas.

Na segunda-feira, o papa consolou as vítimas da catástrofe de 11 de março de 2011 no nordeste do Japão, que chamou de "desastre triplo" (terremoto, tsunami, acidente nuclear).

Na data, um terremoto submarino provocou uma onda gigante que matou mais de 18.500 pessoas e atingiu a central de Fukushima, o que gerou o pior acidente nuclear da história depois de Chernobyl (Ucrânia) em 1986.

Francisco citou a preocupação com o uso da energia atômica e pediu uma mobilização maior para ajudar as 50.000 pessoas desabrigadas pela contaminação nuclear na região.

Na segunda-feira, ele teve um encontro com jovens, celebrou uma missa para 50.000 pessoas em Tóquio e se reuniu com o novo imperador do Japão, Naruhito, assim como o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

Apesar de sua oposição à pena de morte, Francisco não disse nada sobre o tema de forma pública, durante a viagem ao Japão, onde a pena capital ainda é praticada.

Na viagem pela Ásia, o líder da Igreja Católica também visitou a Tailândia, um país que, como o Japão, possui uma comunidade católica ultraminoritária (menos de 0,6% da população nas duas nações).

A viagem do papa Francisco ao Japão, país que ele sonhava visitar desde jovem, foi marcada pelas comoventes recordações dos bombardeios nucleares de 1945, mas também por momentos divertidos e algumas surpresas.

- Selfie da alma -

Diante dos jovens em Tóquio, o papa, 82 anos, que falou em espanhol, improvisou, brincou e em alguns momentos perguntou: "Estão ficando entediados com o discurso ou posso continuar?". Ele pediu às novas gerações que não olhem demais para o espelho e comentou que "já inventaram muitas coisas, mas graças a Deus as selfies da alma ainda não existem".

- Traje japonês -

Quando recebeu uma jaqueta colorida conhecida como "happi" no Japão, que costuma ser usada durante festividades públicas, com seu retrato nas costas entre flores de cerejeira e a mensagem "Te amamos" em espanhol, ele ficou tão feliz que a colocou sobre sua batina branca e levantou o polegar na direção ao público como gesto de aprovação.

- Sol e sombra -

O papa suportou todos os climas que o Japão pode oferecer. Ele foi recebido na chegada, no sábado, por um clima úmido e rajadas de vento que agitavam sua batina. Trovões e raios precederam seu discurso no domingo em Nagasaki. O pontífice foi protegido por um exército de guarda-chuvas e falou sob uma lona transparente.

Diante do monumento, Francisco rezou ao ar livre e sua cabeça inclinada, molhada pela chuva, foi uma das imagens do dia. Algumas horas mais tarde, o clima mudou por completo e a multidão que acompanhou a missa em um estádio de beisebol de Nagasaki teve de se proteger do sol.

- Emoção -

Na segunda-feira em Tóquio, um jovem de 17 anos contou a triste experiência de quando foi retirado com sua família de Fukushima e de como sofreu com o bullying de colegas adolescentes, a ponto de pensar em suicídio. Com voz forte, mas emocionado, Matsuki Kamoshita pediu aos adultos que nunca mais escondam de sua geração os horrores de uma catástrofe nuclear: "Não quero que morram sem reconhecer nada", disse. Ao final do discurso, o pontífice teve uma longa conversa com o jovem, que abraçou o papa de modo espontâneo.

- Como uma estrela de rock -

Ao entrar de papamóvel no estádio Tokio Dome, onde era esperado por 50.000 pessoas, o pontífice saudou a multidão, sorridente, e recebeu os bebês que os guarda-costas apresentavam para beijá-los na testa.

Ao descer do veículo, Francisco foi 'atacado' por fiéis que o cercaram. "Agenda pesada para o papa rock-star", escreveu em sua manchete o jornal Nikkan Sports.

O papa Francisco retornou nesta terça-feira para Roma após uma viagem ao Japão, onde fez críticas à bomba atômica e expressou dúvidas sobre o uso civil da energia nuclear.

O principal momento da viagem de quatro dias foi o emotivo encontro em Nagasaki e Hiroshima com os sobreviventes das bombas atômicas lançadas sobre estas cidades em 1945.

Francisco chamou de "crime" o uso da energia atômica para fins militares e condenou a ideia de que a bomba atômica pode dissuadir os ataques.

O pontífice cumprimentou um por um os sobreviventes dos ataques a Hiroshima e Nagasaki, conhecidos como "hibakusha".

"Aqui, de tantos homens e mulheres, dos seus sonhos e esperanças, no meio de um clarão de relâmpago e fogo, nada mais ficou além de sombra e silêncio", afirmou o papa em Hiroshima, onde em 6 de agosto de 1945 foi lançada pelos Estados Unidos uma bomba atômica pela primeira vez na história.

A denúncia do horror da guerra e das armas é um discurso recorrente dos papas.

Mas uma rejeição clara à teoria da dissuasão nuclear constitui uma ruptura com o passado. Na ONU em 1982, João Paulo II definiu esta doutrina como um mal necessário "nas condições atuais".

Francisco critica de forma geral "a corrida armamentista, que desperdiça recursos preciosos".

Durante a visita, o pontífice ouviu os depoimentos de sobreviventes das bombas atômicas, que falaram sobre as terríveis sequelas físicas e psicológicas.

Na segunda-feira, o papa consolou as vítimas da catástrofe de 11 de março de 2011 no nordeste do Japão, que chamou de "desastre triplo" (terremoto, tsunami, acidente nuclear).

Na data, um terremoto submarino provocou uma onda gigante que matou mais de 18.500 pessoas e atingiu a central de Fukushima, o que gerou o pior acidente nuclear da história depois de Chernobyl (Ucrânia) em 1986.

Francisco citou a preocupação com o uso da energia atômica e pediu uma mobilização maior para ajudar as 50.000 pessoas desabrigadas pela contaminação nuclear na região.

Na segunda-feira, ele teve um encontro com jovens, celebrou uma missa para 50.000 pessoas em Tóquio e se reuniu com o novo imperador do Japão, Naruhito, assim como o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

Apesar de sua oposição à pena de morte, Francisco não disse nada sobre o tema de forma pública, durante a viagem ao Japão, onde a pena capital ainda é praticada.

Na viagem pela Ásia, o líder da Igreja Católica também visitou a Tailândia, um país que, como o Japão, possui uma comunidade católica ultraminoritária (menos de 0,6% da população nas duas nações).

O papa Francisco ressaltou nesta segunda-feira (25) que o uso da energia atômica gera "preocupação" e pediu uma mobilização maior para as vítimas do terremoto, tsunami e da catástrofe nuclear de 2011 no Japão.

No terceiro dia da viagem ao país asiático, Francisco ouviu os depoimentos das vítimas do terremoto submarino de 9,0 graus de magnitude de 11 de março de 2011 que provocou uma onda gigante no nordeste do Japão, o que matou mais de 18.500 pessoas.

A onda atingiu a central nuclear de Fukushima e provocou o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986. O pontífice agradeceu a todas as pessoas que "se mobilizaram imediatamente depois dos desastres, para apoiar as vítimas".

"Uma ação que não pode ser perdida no tempo e desaparecer depois do choque inicial, e sim que devemos perpetuar e sustentar", declarou, ao recordar as "mais de 50.000 pessoas que foram retiradas, atualmente em casas temporárias, ainda sem condições de retornar para seus lares".

Quase 470.000 habitantes tiveram que abandonar suas casas nos primeiros dias da catástrofe, incluindo 160.000 na área das duas centrais nucleares em Fukushima. Além das vítimas do tsunami, as autoridades reconhecem mais de 3.700 mortes em consequência da deterioração das condições de vida dos afetados.

"A situação implica, com bem destacaram meus irmãos bispos no Japão, a preocupação pelo uso contínuo da energia nuclear", declarou o papa.

Os bispos japoneses "pediram a abolição das centrais nucleares", ressaltou.

Em 2016, a Conferência Episcopal do Japão fez um apelo ao mundo para o fim da produção de energia nuclear.

"O que o Japão viveu após a catástrofe de Fukushima nos mostra que devemos informar ao mundo sobre os perigos da produção de energia nuclear e pedir sua abolição", escreveram na época os bispos japoneses.

"Nossa era sente a tentação de fazer do progresso tecnológico a medida do progresso humano", disse Francisco.

"É importante, em momentos como este, fazer uma pausa e refletir sobre que somos e, talvez de maneira mais crítica, sobre quem queremos ser", completou.

O sumo pontífice também pediu a tomada de decisões corajosas sobre a exploração dos recursos naturais, sobretudo das futuras fontes de energia.

Depois do encontro com as vítimas de Fukushima, o papa se reuniu novamente com o imperador Naruhito no palácio imperial. Em seguida teve um encontro com jovens na catedral de Santa Maria de Tóquio.

Ainda nesta segunda-feira celebrará uma missa e terá uma reunião com o primeiro-ministro Shinzo Abe.

Os sobreviventes do primeiro ataque nuclear da história, em 6 de agosto de 1945, em Hiroshima, descreveram neste domingo as "cenas do inferno" que haviam testemunhado diante do papa Francisco, que veio ao Japão para pregar o desarmamento nuclear.

Yoshiko Kajimoto era um estudante de 14 anos, a 2,3 km do hipocentro (o ponto zero da explosão), trabalhando ao amanhecer em uma fábrica de motores de aeronaves, quando a bomba caiu sobre Hiroshima, às 08H15. Ele viu uma luz azul através da janela, depois a escuridão na fábrica destruída e depois desmaiou.

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Em meio a um cenário de desolação que recupera a consciência, numa noite em plena luz do dia e "um cheiro de peixe podre".

"Comecei a andar e vi pessoas andando ao meu lado como fantasmas, pessoas cujo corpo todo estava tão queimado que eu não conseguia distinguir entre homens e mulheres. Com cabelos desarrumados, rosto inchado que parecia ter o dobro do tamanho normal e lábios pendurados, levavam nas pedaços de pele queimada. Ninguém neste mundo pode imaginar uma cena tão infernal ", disse ao papa.

"Nos dias seguintes a fumaça branca reinava em todas partes. Hiroshima havia se transformado num crematório". Cerca de 140 mil pessoas morreram no ato e nos meses seguintes.

Felizmente, a adolescente encontrará seu pai que a procurou incansavelmente por três dias, mas um ano e meio depois vomita sangue e morre, uma consequência dos efeitos da radiação. Sua mãe terá que suportar a "doença da bomba atômica" por 20 anos e até sua morte prematura.

Sem a maioria de seus amigos, que morreram devido aos efeitos das armas nucleares, Yoshiko Kajimoto sofre de leucemia e câncer, que lhe custou a remoção de dois terços do estômago.

"Estou trabalhando duro para testemunhar que não devemos usar essas bombas atômicas aterrorizantes ou permitir que alguém sofra tais sofrimentos", explicou ao pontífice.

Já Koji Hosokawa, que tinha 17 anos em 1945 e estava a 1,3 km do hipocentro, não teve como comparecer à cerimônia. Em sua mensagem lida diante do Papa, ele se referia aos sofrimentos físicos de pessoas que como ele sobreviveram e também aos "preconceitos" que os isolam.

"Acho que todos deveriam estar cientes de que bombas atômicas foram lançadas não em Hiroshima e Nagasaki, mas em toda a humanidade", escreveu este sobrevivente.

No início deste domingo, Francisco viajou para Nagasaki, atingida por uma segunda bomba nuclear americana três dias após Hiroshima. Lá, ele também conheceu os "Hibakusha", os sobreviventes da esplosão, e mencionou o "horror indescritível" vivenciado pelas vítimas.

O papa Francisco chamou, neste domingo (24), de "crime" o uso da energia atômica para fins militares e denunciou a lógica da dissuasão nuclear, durante visitas a Nagasaki e Hiroshima, cidades japonesas atingidas pela bomba atômica.

"O uso da energia atômica para fins militares é hoje, mais do que nunca, um crime, não apenas contra o homem e sua dignidade, mas também contra qualquer possibilidade de futuro em nossa casa comum", declarou Francisco em uma mensagem pronunciada no Memorial da Paz de Hiroshima, não muito longe de onde a bomba americana caiu em 6 de agosto de 1945.

Mais cedo esta manhã, ele rejeitou em Nagasaki, atingida três dias depois por uma segunda bomba A, a doutrina segundo a qual possuir armas nucleares para dissuadir ataques é o caminho para garantir a paz.

Uma "falsa segurança" que envenena as relações entre os povos, lançou na cidade da ilha de Kyushu, no sudoeste do Japão, onde suas palavras foram ouvidas por sobreviventes do bombardeio em que ao menos 74.000 pessoas morreram.

"A verdadeira paz só pode ser uma paz desarmada", declarou ele mais tarde em seu discurso em Hiroshima, onde pelo menos 140.000 pessoas morreram na manhã do ataque e nos meses seguintes.

- "Viver, morrer de forma humana" -

O horror da guerra e das armas, um grito recorrente do argentino Jorge Bergoglio, é uma continuação dos papas que o precederam.

Mas uma clara rejeição à teoria da dissuasão nuclear é uma ruptura com o passado. Diante das Nações Unidas em 1982, João Paulo II definiu essa doutrina como um mal necessário "nas condições presentes".

A Santa Sé ratificou em 2017 o Tratado de Proibição de Armas Nucleares (TIAN). Dois anos atrás, em um simpósio no Vaticano, Francisco havia condenado a "posse" de armas nucleares e a "ameaça de seu uso". Porque, para ele, as relações internacionais não podem se basear em intimidações militares.

O papa também se revoltou neste domingo contra toda a cadeia de armas: "A fabricação, modernização, manutenção e venda de armas cada vez mais destrutivas são um ultraje contínuo para o céu".

Ele se encontrou com sobreviventes, chamados "hibakusha" no Japão, e prestou homenagem à "força e dignidade" daqueles que sofreram em seus corpos "os sofrimentos mais atrozes" e "em seus espíritos, os germes da morte".

"Minha mãe e minha irmã mais velha foram mortas, carbonizadas. E, mesmo que você sobrevivesse, não poderia mais viver ou morrer como ser humano (...) Esse é o horror das armas nucleares", explicou à imprensa Sakue Shimohira, de 85 anos, que entregou ao papa um buquê de flores brancas em Nagasaki, em frente ao principal monumento do "parque da paz", local central do impacto da bomba atômica.

- 440.000 católicos -

"Este país conheceu como poucos o nível de destruição que o ser humano é capaz", disse o papa em sua homilia durante uma missa ao ar livre celebrada diante de 35.000 pessoas em um estádio de beisebol em Nagasaki.

O Japão, dotado de uma Constituição pacifista ditada pelos ocupantes americanos após a Segunda Guerra Mundial, também adotou em 1967 os princípios de "não produzir, deter ou introduzir em seu território armas nucleares".

Ainda assim, o país depende do guarda-chuva nuclear dos Estados Unidos para sua segurança.

Em um segundo discurso em Nagasaki, antes da missa, Francisco prestou homenagem aos primeiros missionários japoneses e "mártires" dos séculos XVI e XVII, "uma fonte profunda de inspiração e renovação" para ele em sua juventude, e recordou a necessidade de garantir a liberdade religiosa para todos.

Apenas 440.000 japoneses são católicos, de uma população total de 126 milhões. ​Francisco também se encontrará na segunda-feira com vítimas do terremoto de magnitude 9 no nordeste do Japão e do tsunami, que matou 18.500 pessoas em 11 de março de 2011, um desastre natural seguido pelo desastre nuclear de Fukushima.

Depois de passar pela Tailândia, o Papa Francisco chegou ao Japão no sábado (23), onde planeja enviar uma forte mensagem no domingo (24) aos mártires de Nagasaki e Hiroshima em favor da eliminação de armas nucleares.

O avião papal pousou no aeroporto de Tóquio procedente de Bangkok. O pontífice argentino de 82 anos expressou repetidamente seu fascínio pelo Japão, um país onde ele queria ser como missionário quando jovem, embora uma operação no pulmão tenha feito desistir de seu sonho.

O ponto forte de sua agenda de quatro dias no país será um dia de maratona no domingo em Nagasaki (sudoeste) e Hiroshima (oeste), onde em 1945 duas bombas atômicas dos Estados Unidos deixaram 74.000 e 140.000 mortos, respectivamente.

O papa planeja lançar um apelo vigoroso a favor da eliminação total de armas químicas.

"Rezo com vocês para que o poder destrutivo das armas nucleares nunca mais seja liberado na história da humanidade. O uso de armas nucleares é imoral", disse o papa em um vídeo dirigido aos japoneses e divulgado poucas horas antes de sua viagem.

"O Japão está ciente do sofrimento causado pela guerra", disse o líder de 1,3 bilhão de católicos, que alegou a necessidade de "respeito mútuo para defender a paz".

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O papa Francisco fez um apelo contra a escravidão e a manipulação cultural dos jovens, ao discursar nesta sexta-feira (22) na Tailândia. Em uma conferência religiosa em Bangcoc, o argentino Jorge Mario Bergoglio disse que existe "uma tendência crescente de desacreditar os valores e as culturas locais para a imposição de um modelo único".

"Assistimos a uma 'homogeneização' dos jovens, a uma tentativa de dissolver as próprias diferenças dos locais de origem e a transformá-los em sujeitos manipulados produzidos em série", criticou. "Assim, produz-se uma destruição cultural que é tão grave quanto a extinção das espécies animais e vegetais".

    Em outro compromisso, na Universidade de Chulalongkorn, também na capital tailandesa, o Papa focou seu discurso no combate à escravidão. "É preciso colocar fim a tantos tipos de escravidão que persistem nos dias atuais. Penso principalmente no flagelo do tráfico humano", destacou. Francisco cumpriu nesta sexta-feira (22) o seu segundo dia de agenda na Tailândia.

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O líder católico está em uma viagem oficial de uma semana pela Ásia, que será concluída no Japão. Pela manhã, ele também visitou o santuário do beato Nicholas Bunkerd Kitbamrung, considerado o primeiro mártir da Tailândia, no vilarejo católico de Wat Roman em Tha Kham. No local, Bergoglio se reuniu com sacerdotes, seminaristas e bispos, e falou sobre desigualdade econômica e social.

    "Desejo apoiar e encorajar tantos de vocês que, diariamente, gastam a própria vida servindo Jesus através dos seus irmãos, e a tantos de vocês que veem beleza onde outros veem somente desprezo, abandono e um objeto sexual para explorar", afirmou o Papa. "Vocês vivem em um continente multicultural e religioso, dotado de grande beleza e prosperidade, mas provado pela pobreza e pela exploração em vários níveis", disse Francisco.

"Os rápidos progressos tecnológicos podem abrir imensas possibilidades para facilitar a vida, mas também dão espaço para um crescente consumismo e materialismo, especialmente entre os jovens", destacou. A agenda de Francisco foi encerrada com uma missa em Bangcoc que reuniu cerca de 10 mil pessoas, de acordo com as autoridades locais.

Da Ansa

O papa Francisco lamentou nesta quinta-feira (21)os estragos da prostituição de mulheres e crianças em uma missa na Tailândia para 60.000 fiéis, após uma série de encontros com o rei e o patriarca dos budistas. O pontífice, sorridente mas visivelmente cansado, cumprimentou os católicos a bordo do papamóvel, sendo aclamado pela multidão.

A comunidade católica da Tailândia, que representa apenas 0,6% da população (menos de 400.000 pessoas), nasceu no século XVI com a chegada de missionários jesuítas. A última vez que um papa visitou o país foi em 1984, com João Paulo II.

"Penso especialmente nos meninos, meninas e mulheres, expostos à prostituição e ao tráfico, desfigurados em sua dignidade mais autêntica; naqueles jovens escravos das drogas", disse Francisco em sua homilia.

O papa, que usava um casaco dourado feito em um convento de Bangcoc, também recordou os "migrantes despojados de sua casa" e pediu que fossem tratados com misericórdia, porque "eles fazem parte de nossa família".

Na parte da manhã, ele já havia feito um apelo por proteção à dignidade das crianças, vítimas de exploração sexual em vários pontos do sudeste asiático.

"É necessário garantir a nossos filhos um futuro digno", disse o pontífice, em referência aos mais "vulneráveis, maltratados e expostos a todas as forças de exploração, escravidão, violência e abuso".

As declarações foram feitas no momento em que a assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e Adolescente completa 30 anos.

Três décadas depois, o sudeste asiático ainda tem muitos casos de exploração sexual dos mais jovens. Na região, quase 70% das vítimas de maus-tratos com objetivo de exploração sexual são menores de idade, afirma o relatório mais recente do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.

Dezenas de milhares de crianças são exploradas por sistemas de câmeras de vídeo on-line, especialmente nas Filipinas, mas também na Indonésia, Camboja e Tailândia.

Diante do primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha, o papa elogiou os esforços da Tailândia para tentar "eliminar este flagelo".

A posse de pornografia infantil é considerada um delito desde 2015 no reino. No mesmo ano, o país criou uma unidade especial para investigar a exploração de crianças na internet.

- Ampla maioria budista -

O pontífice também abordou um de seus temas favoritos, o desafio migratório, que considera "um dos principais problemas morais que nossa geração enfrenta".

Francisco deseja ainda incluir na agenda da viagem a bandeira do diálogo inter-religioso. Ele elogiou uma "nação multicultural e diversa, que mostra respeito e estima pelas diferentes culturas e grupos religiosos".

O papa, 82 anos, fervoroso defensor do diálogo entre religiões, se reuniu com o 20º patriarca supremo, Somdej Phra Maha Muneewong, em um dos locais mais simbólicos do budismo, religião praticada por mais de 95% dos habitantes do reino.

Antes de entrar no templo histórico do patriarca de Bangcoc, Francisco tirou os sapatos.

Descalço e envolvido em um tradicional manto "jee worn", o papa ouviu atentamente as palavras do patriarca.

"Desde a chegada do cristianismo à Tailândia, há quatro séculos e meio, os católicos, mesmo sendo um grupo minoritário, desfrutam de liberdade na prática religiosa e por muitos anos vivem em harmonia com seus irmãos e irmãs budistas", disse o papa.

Depois do encontro com o primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha, o pontífice se reuniu com o rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, que assumiu o trono após a morte de seu pai, Bhumibol Adulyadej, em 2016.

O monarca - um dos homens mais ricos do mundo e protegido por uma draconiana lei que pune severamente qualquer crítica a seu respeito - é o responsável por garantir a unidade do reino, cenário de 12 golpes de Estado desde 1932.

Durante a visita, Francisco também terá um encontro em um hospital com cinco crianças de Khlong Toei, o maior bairro pobre de Bangcoc, onde vivem 100.000 pessoas.

Ele permanecerá no país até sábado, quando viajará ao Japão, a segunda etapa da visita ao continente, com elevado peso político e simbólico, pois visitará Nagasaki e Hiroshima, onde há 74 anos as bombas atômicas americanas provocaram 74.000 e 140.000 mortes, respectivamente.

O papa Francisco fez um apelo nesta quinta-feira (21) na Tailândia por proteção à dignidade das crianças, vítimas de exploração sexual em vários pontos do sudeste asiático, antes de uma reunião com o rei do país e da celebração de uma missa para dezenas de milhares de fiéis.

"É necessário garantir a nossos filhos um futuro digno", disse o pontífice, em referência aos mais "vulneráveis, maltratados e expostos a todas as forças de exploração, escravidão, violência e abuso".

As declarações foram feitas no momento em que a assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e Adolescente completa 30 anos.

Três décadas depois, o sudeste asiático ainda tem muitos casos de exploração sexual dos mais jovens. Na região, quase 70% das vítimas de maus-tratos com objetivo de exploração sexual são menores de idade, afirma o relatório mais recente do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.

Dezenas de milhares de crianças são exploradas por sistemas de câmeras de vídeo on-line, especialmente nas Filipinas, mas também na Indonésia, Camboja e Tailândia.

Diante do primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha, o papa elogiou os esforços da Tailândia para tentar "eliminar este flagelo".

A posse de pornografia infantil é considerada um delito desde 2015 no reino. No mesmo ano, o país criou uma unidade especial para investigar a exploração de crianças na internet.

- Ampla maioria budista -

O pontífice também abordou um de seus temas favoritos, o desafio migratório, que considera "um dos principais problemas morais que nossa geração enfrenta".

Francisco deseja ainda incluir na agenda da viagem a bandeira do diálogo inter-religioso. Ele elogiou uma "nação multicultural e diversa, que mostra respeito e estima pelas diferentes culturas e grupos religiosos".

O papa, 82 anos, fervoroso defensor do diálogo entre religiões, se reuniu com o 20º patriarca supremo, Somdej Phra Maha Muneewong, em um dos locais mais simbólicos do budismo, religião praticada por mais de 95% dos habitantes do reino.

Antes de entrar no templo histórico do patriarca de Bangcoc, Francisco tirou os sapatos.

Descalço e envolvido em um tradicional manto "jee worn", o papa ouviu atentamente as palavras do patriarca.

"Desde a chegada do cristianismo à Tailândia, há quatro séculos e meio, os católicos, mesmo sendo um grupo minoritário, desfrutam de liberdade na prática religiosa e por muitos anos vivem em harmonia com seus irmãos e irmãs budistas", disse o papa.

"Neste caminho de confiança e fraternidade mútuas, desejo reiterar meu compromisso pessoal e o de toda a Igreja pelo fortalecimento do diálogo aberto e respeitoso a serviço da paz e do bem-estar deste povo", acrescentou o Francisco, que pediu o desenvolvimento de iniciativas comuns de caridade em relação aos pobres.

A Tailândia tem quase 300.000 monges em 40.000 templos. Evangelizados por missionários jesuítas em meados do século XVI, os 400.000 católicos são minoritários.

O papa também se reuniu nesta quinta-feira com o primeiro-ministro do país. Prayut Chan-O-Cha passou cinco anos à frente de uma junta militar, mas foi nomeado chefe de Governo civil depois das polêmicas eleições parlamentares de março.

O pontífice se reunirá ainda com o rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, que assumiu o trono após a morte de seu pai, Bhumibol Adulyadej, em 2016.

O monarca - um dos homens mais ricos do mundo e protegido por uma draconiana lei que pune severamente qualquer crítica a seu respeito - é o responsável por garantir a unidade do reino, cenário de 12 golpes de Estado desde 1932.

Durante a visita, Francisco também terá um encontro em um hospital com cinco crianças de Khlong Toei, o maior bairro pobre de Bangcoc, onde vivem 100.000 pessoas.

Francisco, o primeiro pontífice a visitar a Tailândia em 35 anos, presidirá uma missa em um estádio da capital para milhares de pessoas.

Ele permanecerá no país até sábado, quando viajará ao Japão, a segunda etapa da visita ao continente, com elevado peso político e simbólico, pois visitará Nagasaki e Hiroshima, onde há 74 anos as bombas atômicas americanas provocaram 74.000 e 140.000 mortes, respectivamente.

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