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O brasileiro Clodoaldo Silva encerrou sua trajetória nos Jogos Paralímpicos com uma homenagem no último dia da natação no Rio-2016. Ele ganhou os cumprimentos de Daniel Dias, a maior estrela da delegação brasileira, dos outros atletas e de todo o público presente ao Estádio Aquático neste sábado. "Foi uma competição emocionante", afirmou o nadador, com lágrimas nos olhos.

O Tubarão, como Clodoaldo é conhecido, inspirou toda essa geração de bons nadadores do Brasil e teve uma Paralimpíada inesquecível. "Eu acendi a pira e sabia que tinha um prazo de validade para acabar. Saio com uma medalha (prata no revezamento 4 x 50 metros livre 20 pontos) e é uma sensação inexplicável."

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Cada palavra demorava a sair tamanha a emoção que o atleta estava sentindo. Ele festejou o fato de poder nadar com Daniel Dias em sua última prova, os 100 metros livre classe S5, quando chegou em oitava lugar e viu o amigo conquistar mais um ouro para sua coleção. "Agora quero tirar férias e descansar. Foi um ciclo paralímpico muito complicado. Minha irmã está doente, estou com dificuldades em casa", confessou.

Aos 37 anos, ele sabe que deixou um legado para a natação brasileira. "Eu pude contribuir com o esporte paralímpico. Agora ainda não decidi o que vou fazer, mas pretendo continuar participando de projetos", concluiu o atleta, ciente de que marcou presença na história do esporte brasileiro quando conquistou seis medalhas de ouro nos Jogos de Atenas, em 2004.

O Brasil ganhou três medalhas de prata no atletismo na noite deste sábado (17) nos Jogos Paralímpicos do Rio, no Engenhão. Shirlene Coelho ficou em segundo lugar no lançamento de disco F38 (paralisados cerebrais andantes), Petrucio Ferreira nos 400 metros T47 (amputados) e Felipe Gomes nos 400 metros T11 (cegos).

Em sua primeira Paralimpíada, Petrucio, que foi considerado uma das grandes revelações do Rio-2016, conquistou sua terceira medalha (também ganhou ouro nos 100 metros e prata no revezamento 4x100m). Ele alcançou a marca de 48s87 em uma prova que não era sua especialidade. O brasileiro estava em último colocado e, na reta final da corrida, acelerou e conseguiu ficar na segunda posição, atrás apenas do cubano Ernesto Blanco, com 48s79. O austríaco Gunther Matzinger foi o terceiro colocado, com 48s95.

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"Deixei todos que estavam me assistindo com friozinho no coração, mas utilizei uma técnica de acelerar quando faltassem 100 metros. Saí desta Paralimpíada com a sensação de dever cumprido, pois ganhei três medalhas. Entro na pista, não para trabalhar, mas para brincar. Quem nunca brincou de apostar corrida? Assim, eu fico descontraído e dou o meu melhor", disse o atleta de 19 anos, que só começou a treinar profissionalmente há dois anos.

Já Shirlene bateu o recorde das Américas no lançamento de disco, com 33,91 metros. Ela havia faturado a medalha de ouro no lançamento de dardo. Em entrevista para a imprensa, a atleta falou de sua versatilidade em ganhar medalhas em diferentes provas.

"Treino de segunda a sábado, de quatro a oito horas por dia. Eu alterno as provas durante a semana porque são técnicas diferentes. Mas o lançamento de dardo é a minha melhor prova", disse a atleta brasileira, que foi superada pela chinesa Na Mi, com 37,60 metros. O bronze foi a irlandesa Noelle Lenihan, com 31,71m.

Já Felipe Gomes conquistou sua quarta medalha, sendo a terceira de prata - também levou um ouro - ao marcar 50s38. O espanhol Gerard Puigdeval venceu a prova em 50s22. Ananias Shikongo, da Namíbia, levou o bronze com 50s63 e uma vantagem de 0s3 para o brasileiro Daniel Silva.

Joana Neves, a Joaninha, nadadora da classe S5 e que tem 1,23m de altura, foi gigante na piscina do Estádio Aquático nos Jogos Paralímpicos e conquistou neste sábado (17) o bronze nos 100m livre, sua terceira medalha na competição - ela ganhou duas pratas, nos 50m livre e no revezamento 4x50m 20 pontos. "Tive um aproveitamento de 100%. Saio da competição como a única mulher do Brasil na natação com duas medalhas individuais", disse.

Bastante emocionada, ela vibrou com o carinho do público, que nas arquibancadas gritou "Joana, Joana" e a empurrou durante toda a prova. "Eu ouvia os gritos, mas não sabia se estava ganhando ou perdendo. Só pensei em nadar cada vez mais forte", afirmou a atleta, que nos Jogos de Londres, em 2012, conquistou um bronze nos 50m borboleta.

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Aos 29 anos, ela já mira um novo ciclo olímpico e começa a apostar suas fichas no Mundial do próximo ano. Mas sabe que não terá a mesma força da torcida. "Aqui no Rio foi incrível. As pessoas ficavam gritando meu nome e parecia que eram da minha família. É gratificante poder competir assim", confessou. "Fechei a Paralimpíada com um bronze, mas com chave de ouro."

O Brasil conquistou neste sábado (17) duas medalhas de bronze no tênis de mesa dos Jogos Paralímpicos do Rio. A equipe feminina das classes 6-10 superou a Austrália e o time masculino das classes 1-2 bateu a Eslováquia para garantir o lugar no pódio.

No Pavilhão 3 do Riocentro, a equipe feminina venceu os dois primeiros jogos da série melhor de três e não precisou fazer a última partida. O primeiro duelo, de duplas, foi o mais difícil. Bruna Alexandre e Danielle Rauen superaram Andrea McDonell e Melissa Tapper por 3 sets a 2, com parciais de 11/13, 11/9, 11/4, 11/13 e 11/2.

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Em seguida, Bruna, medalhista de bronze no individual, foi para o duelo individual contra Melissa e venceu com facilidade por 3 sets a 0, com parciais de 11/7, 11/9 e 11/8, garantindo a medalha e eliminando a necessidade do confronto entre Danielle e Andrea. O Brasil ainda contava com a reserva Jennyfer Marques Parinos na equipe.

Já na competição masculina, a equipe formada por Aloisio Lima, o reserva, Guilherme da Costa e Iranildo Espíndola teve de jogar as três partidas para sair do Pavilhão 3 com a medalha de bronze.

A primeira vitória aconteceu nas duplas, quando os brasileiros Guilherme e Iranildo precisaram suar para buscar a virada após perderem o primeiro set para os eslovacos, que ainda conseguiram empatar em 2 a 2. Ao final, 3 sets a 2 para o Brasil, com parciais de 9/11, 11/8, 11/6, 4/11 e 11/5.

No segundo jogo, Guilherme encarou Jan Riapos, dono de quatro medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos, sendo duas individuais. O eslovaco se saiu melhor e empatou a série melhor de três com o resultado de 3 sets a 1, com parciais de 11/3, 11/9, 8/11 e 11/9.

A decisão da medalha aconteceu de maneira emocionante. Iranildo encarou Martin Ludrovsky e saiu com a vitória do primeiro set por 11/6. No entanto, o eslovaco respondeu com um sonoro 11/3 e emendou com mais uma parcial vencida, mas com menos facilidade: 11/9.

Mesmo em desvantagem, Iranildo foi empurrado pelas arquibancadas à vitória. No set que poderia significar a vitória do adversário, o brasileiro fez 11/7 e empatou o jogo. Já a última parcial ficou marcada pela expulsão do técnico adversário e os 11/8 que levaram a torcida à loucura com o bronze para o Brasil.

O tênis de mesa do Brasil fecha a Paralimpíada do Rio com quatro medalhas. Além das conquistas por equipes deste sábado e do bronze de Bruna Alexandre no individual na classe 10, Israel Stroh já havia garantido a prata na classe 7.

Maior medalhista brasileiro na história dos Jogos Paralímpicos, Daniel Dias continua sua saga em busca de recordes. Neste sábado (17), no último dia da natação no Rio, ele conquistou mais um ouro e agora acumula 23 medalhas em sua carreira, o mesmo número do australiano Matthew Cowdrey.

Com o feito na prova dos 100m livre classe S5, ele se igualou ao maior nadador paralímpico em número de medalhas. Acima deles só estão mulheres da natação, como Claudia Hengst, da Alemanha, com 25, Béatrice Hess, da França, com o mesmo número, e a inalcançável Trischa Zorn, dos Estados Unidos, que subiu 55 vezes ao pódio paralímpico em sua carreira.

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Na prova, Daniel saiu na frente, ocupando a dianteira do começo ao fim, completando a prova em 1min10s11. O norte-americano Roy Perkins foi o segundo colocado, com 1min14s55, enquanto o britânico Andrew Muller levou o bronze com o tempo de 1min15s93.

Quem também participou, chegando na oitava colocação, foi Clodoaldo Silva, que nadou pela última vez numa Paralimpíada, com 1min20s80. "Estou feliz da vida, mas com aquela dor no coração de saber que acabou. Fiz o meu melhor e tenho a sensação de dever cumprido", disse o dono de 14 medalhas paralímpicas.

Em outras finais do dia, os brasileiros ficaram fora do pódio. Thomaz Matera nadou os 50m livre classe S12 e chegou na oitava posição. Já Patrícia Ferreira competiu nos 50m livre feminino S4 e chegou na sexta posição.

A seleção brasileira feminina de vôlei sentado bateu a Ucrânia por 3 sets a 0, em partida realizada no Pavilhão 6 do Riocentro, e garantiu a medalha de bronze inédita nos Jogos Paralímpicos do Rio. A vitória foi assegurada com certa facilidade, pois o Brasil definiu as parciais em 25/12, 25/22 e 25/20.

O grande destaque da partida foi Janaína, ex-jogadora profissional, que marcou 22 pontos na partida. Neste sábado, o Brasil se redimiu dos erros da semifinal contra os Estados Unidos e repetiu o resultado aplicado sobre a Ucrânia ainda na primeira fase da Paralimpíada.

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No início da partida, a Ucrânia tentou jogar de igual para igual, mas logo o Brasil conseguiu assumir o protagonismo esperado. Empurrada pela torcida, a seleção mostrou total superioridade e fechou o primeiro set em 25/12, após 20 minutos.

Já a segunda parcial teve um pouco mais de emoção. O Brasil saiu na frente, levou a virada e se recuperou algumas vezes até empatar por 20/20 e não deixar mais a Ucrânia crescer.

Relaxadas e com a festa da torcida nas arquibancadas, as meninas da seleção brasileira conseguiram manter o ritmo superior e logo finalizaram a partida com o 25/20 no terceiro set e após pouco mais de uma hora e meia de jogo.

Pela competição masculina de vôlei sentado, que também caiu nas semifinais, mas diante do Irã, o Brasil enfrenta o Egito neste domingo, às 9h30, na disputa pela medalha de bronze.

O time que não perde é tetracampeão paralímpico. A seleção brasileira de futebol de 5 (para deficientes visuais) venceu o Irã no fim da tarde deste sábado (17) por 1 a 0, na decisão dos Jogos do Rio, e ficou com o ouro pela quarta vez consecutiva. Desde que a modalidade entrou no programa paralímpico, nos Jogos de Atenas, em 2004, o Brasil nunca perdeu uma partida.

Nas arquibancadas, bandeiras de Corinthians, Internacional, Ponte Preta, Remo, Santa Cruz, Vasco e Goiás. Vestindo os torcedores, camisetas de Flamengo, Fluminense e, claro, seleção brasileira. Com essa torcida típica de futebol, difícil era não gritar na hora da finalização, após uma boa defesa ou quando a bola sobrava limpa para o arremate de Jefinho ou Ricardinho. O problema é que no futebol de 5 o silêncio é fundamental. O som dos guizos internos da bola é a principal referência para os atletas em campo.

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Quando o silêncio imperava, o Brasil jogava fácil. No primeiro tempo, Jefinho ficava aberto pela direita e Ricardinho pela esquerda. As jogadas de ataque do time brasileiro - que atua de verde, não de amarelo - eram invariavelmente entre os dois. Ricardinho foi o mais acionado.

O atacante que carrega nas costas da camisa o número 10 foi o principal nome da partida. Na primeira etapa, ele teve quatro chances de marcar, quase sempre conduzindo a bola pela esquerda e arrematando na diagonal. Na terceira tentativa, aos 12, fez 1 a 0. Na quarta, na única vez em que esteve de frente para o gol, mandou no travessão.

No segundo tempo, Ricardinho foi poupado na maior parte e o Brasil praticamente administrou a partida. Foram poucas as chances de gol, e quase todas da seleção brasileira. No único chute perigoso dos iranianos, Luan segurou firme no centro do gol.

A vitória do Brasil no futebol de 5, além de manter a hegemonia na modalidade, representou a 13ª medalha de ouro do País nos Jogos Paralímpicos do Rio-2016. O grupo campeão contou com o time-base formado por Luan; Cássio, Damião, Ricardinho e Jefinho, além de Tiago, Nonato, Felipe, Dumbo e Vinícius. O técnico foi Fábio Vasconcelos, com Luis Felipe de guia.

O ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, de 48 anos, sofreu um grave acidente na manhã deste sábado na prova de ciclismo de estrada C4-5 dos Jogos Paralímpicos, disputada no Pontal, na zona oeste do Rio, e faleceu pouco depois. Ele caiu durante uma descida na primeira volta. Na queda, ele bateu forte a cabeça. Foi atendido, mas não suportou os ferimentos e acabou morrendo pouco depois.

Golbarnezhad já havia participado de outra prova do ciclismo de estrada nessa edição da Paralimpíada, a de contrarrelógio, na mesma categoria, na quarta-feira, ficando em 14º lugar. O iraniano também disputou os Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012. O Comitê Organizador Rio-2016, o Comitê Paralímpico Internacional e o Comitê Paralímpico do Irã devem dar mais detalhes da sua morte ainda neste sábado.

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Em agosto, durante os Jogos Olímpicos do Rio, a ciclista holandesa Annemiek van Vleuten também sofreu um grave acidente durante uma descida na prova de ciclismo de estrada. Na ocasião, contudo, o circuito era outro - ela se acidentou no local conhecido como Vista Chinesa. Annemiek chegou a ficar na UTI, mas três dias depois recebeu alta hospitalar.

PRATA PARA O BRASIL - Na mesma prova, o brasileiro Lauro Chaman conquistou sua segunda medalha no ciclismo da Paralimpíada do Rio. No circuito montado no Pontal do Recreio dos Bandeirantes, ele completou o percurso de estrada da classe C 4-5 em 2h14min46, atrás apenas do holandês Daniel Gebru, com 2h13min08. O italiano Andrea Tarlao ficou com o bronze.

Para garantir a prata, Lauro Chaman se aproveitou da queda de Yehor Dementyev, da Ucrânia, e Alistair Donohoe, da Austrália, quando eles lideravam a prova. Essa foi a segunda medalha do brasileiro no Rio-2016, pois anteriormente ele havia levado o bronze no contrarrelógio C5.

A brasileira Terezinha Guilhermina enfim conquistou sua primeira medalha individual nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira, ela faturou a medalha de bronze nos 400 metros na classe T11, com o tempo de 57s97, na final que contou com apenas quatro atletas.

A chinesa Cuiqing Liu conquistou o ouro, com o tempo de 56s71. A medalha de prata foi para a venezuelana Sol Rojas, com 57s64. O Brasil contou com outra representante local na disputa, mas Thalita Simplício foi desclassificada após terminar a prova na quarta e última posição.

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Antes de subir ao pódio pela primeira vez em prova individual no Rio-2016, Terezinha protagonizou polêmica com a britânica Libby Clegg nos 100 metros. A rival foi desclassificada na semifinal porque teria sido supostamente puxada por seu guia, o que é proibido. Porém, a punição não durou muito e Clegg pôde disputar a final e levou o ouro.

Terezinha reclamou publicamente da decisão. E acabou também sendo desclassificada pelo mesmo motivo, na final da prova. Em outra disputa individual, nos 200 metros, a brasileira se destacou com o melhor tempo das eliminatórias. Porém, queimou a largada na decisão.

A brasileira se reabilitou na sequência ao faturar a medalha de prata no revezamento 4x100 metros nas classes T11-13. Thalita Simplício, Lorena Spoladore e Alice Corrêa também fizeram parte da equipe.

Ainda nesta sexta, a seleção brasileira masculina de vôlei sentado foi derrotada pelo Irã por 3 sets a 0, com parciais de 25/20, 25/19 e 25/17. Com a derrota, o Brasil perde a chance de brigar pelo ouro e agora terá que disputar o bronze, contra o Egito.

No tênis de mesa, o Brasil perdeu o bronze para a Tailândia na disputa por equipes masculino na classe 3. Welder Knaf e David Andrade de Freitas foram derrotados por Yuttajak Glinbancheun e Anurak Laowong por 2 a 0 e deixaram escapar a vaga no pódio.

QUADRO DE MEDALHAS - A delegação brasileira conquistou mais duas medalhas de ouro nesta sexta-feira mas mesmo assim sofreu nova queda no quadro de medalhas. Caiu do sétimo para o oitavo lugar, agora com 60 medalhas, sendo 12 de ouro, 25 de prata e 23 de bronze. O Brasil foi superado pela Holanda desta vez, após perder espaço para Austrália e Alemanha na quinta.

A China segue esbanjando folga na liderança do quadro, com 217 medalhas, sendo 94 douradas. A Grã-Bretanha continua em segundo, com 126 medalhas (58 de ouro). Ucrânia e Estados Unidos seguem logo atrás, com 106 (38 de ouro) e 103 (36), respectivamente.

A brasileira Silvânia Costa sofreu, mas conquistou nesta sexta-feira a medalha de ouro do salto em distância na categoria T11, para atletas cegas. O título paralímpico no Rio veio somente no último salto da atleta, que superou a marfinense Fatimata Brigitte Diasso, medalha de prata. O bronze também foi do Brasil, com Lorena Spoladore.

Recordista mundial da prova, com os 5,46 metros obtidos esse ano em São Paulo, Silvânia era a principal candidata ao ouro nesta sexta. Até conseguiu bons saltos no início, mas foi rapidamente superada por Diasso. A brasileira, então, esperou até o último salto do dia para superar a adversária e garantir o ouro.

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No sexto e último salto, Silvânia conseguiu a marca de 4,98 metros, nove centímetros a mais do que a marfinense. Também em sua última tentativa, Lorena conseguiu sua melhor marca, alcançou os 4,71 metros e garantiu a medalha de bronze. Este foi seu melhor salto nesta temporada.

A medalha de Silvânia serviu para completar a festa de sua família. Seu irmão, Ricardo Costa, já havia faturado o ouro na mesma prova entre os homens nesta edição dos Jogos Paralímpicos.

Além disso, a conquista encerrou um curto jejum de medalhas de ouro do Brasil no Rio, uma vez que o País não havia subido no lugar mais alto do pódio na última quarta e quinta-feira. Por isso, caiu para a sétima colocação, onde continua, com 11 ouros e 55 medalhas no total.

Ainda nesta sexta-feira, o Brasil lutará por mais medalhas no atletismo. Na categoria T11 dos 400m feminino, o País será representado por duas atletas na decisão. Terezinha Guilhermina e Thais Simplício registraram o terceiro e quarto melhores tempos das eliminatórias, respectivamente, e avançaram à disputa do pódio à noite.

A cada tackle parece que vai sair faísca nas trombadas das cadeiras de rodas. O público se levanta nessa hora e também quando os atletas marcam o try, o famoso gol do rúgbi. O campo de jogo é menor que no esporte tradicional, mas a emoção do rúgbi de cadeira de rodas é parecida. Só que nesta modalidade dos Jogos Paralímpicos existe uma figura central: o mecânico.

À beira do campo, este profissional observa a partida quase sem piscar. Presta atenção nos jogadores de sua equipe e está pronto para entrar em ação caso algum pedaço da cadeira de rodas fique danificado. Ao seu lado estão diversas peças para serem trocadas quando há necessidade, como proteções, rodas, parafusos e por aí vai.

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Por sorte dos profissionais que lidam com isso, as cadeiras de rodas mais parecem tanques de guerra. Elas têm uma armadura externa, frente reforçada, rodas com ar dentro e só quebram porque o impacto durante as partidas é muito grande. O barulho das trombadas dá para ouvir das arquibancadas. Quem atua na defesa tem até um tipo de equipamento diferente.

A cada intervenção, as mãos hábeis dos mecânicos trocam as rodas tão rapidamente quanto os pit stops dos carros de Fórmula 1. "Às vezes levo 20 segundos para reparar um pneu furado", diz Marco Aurélio Pereira, que também é auxiliar da equipe. "Aprendi a mexer na roda, fazer solda, ajustar o eixo. Tem de fazer de tudo", continua o profissional, que é formado em Educação Física.

Há dez anos na função, Kei Miyama cuida dos equipamentos da seleção japonesa. Na vitória da equipe sobre a França, ele entrou em ação dez vezes. "Não posso tirar o olho do jogo. Se acontece algo, tenho dois minutos para consertar", afirma o mecânico, lembrando que são as rodas os itens que mais dão problema. "Tenho sempre que estar me aperfeiçoando nisso."

Ele aponta Shinichi Shimakawa como o atleta que mais quebra peças de sua cadeira de rodas. O jogador reconhece que sofre muitas batidas durante os jogos e confessa que em algumas oportunidades já chegou a trocar mais de duas vezes o pneu. "Eu sofro o impacto, mas não machuca. Acho que esse é o lado legal do esporte. É muito divertido", diz, rindo.

Em duas rodadas da competição paralímpica, Estados Unidos e Japão, pelo Grupo A, e Canadá e Austrália, pelo B, possuem duas vitórias cada e estão invictos. O Brasil foi derrotado em seus dois duelos, contra o Canadá na estreia por 62 a 48, e nesta quinta-feira contra a Austrália, por 72 a 45. O tipo de jogo faz com que um atleta rápido e habilidoso na cadeira de rodas faça toda a diferença nos confrontos. Nesta sexta, às 12h45, o Brasil encerra sua participação na primeira fase contra a forte Grã-Bretanha.

A seleção brasileira feminina de goalball levantou a torcida na Arena do Futuro, mas acabou ficando sem vaga na final dos Jogos Paralímpicos do Rio ao cair para a China por 4 a 3 em duelo definido na prorrogação. Agora, a equipe espera o perdedor do jogo entre Turquia e Estados Unidos, que será realizado nesta quinta-feira (15), às 20 horas, para saber quem enfrenta na disputa da medalha de bronze nesta sexta-feira.

O Brasil chegou até o confronto com a China com uma boa campanha. O time estreou vencendo os Estados Unidos por 7 a 3 e depois perdeu para o Japão por 2 a 1. Mas, na sequência, ganhou de Israel por 7 a 2, goleou a Argélia no seguinte por 10 a 0 e repetiu o placar nas quartas de final diante da Ucrânia.

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Nas semifinais, o primeiro tempo do duelo foi bastante equilibrado. As chinesas saíram em vantagem com um gol de Zhang Wei, numa falha de defesa de Ana Carolina Custódio - a bola escorregou pelas mãos dela e entrou. Mas depois Victoria Amorim empatou e poderia ter virado caso não desperdiçasse um pênalti. Mas logo depois Ana Carolina marcou e virou para o Brasil.

No segundo tempo, o Brasil começou com boas chances e logo fez o terceiro, mais uma vez com Ana Carolina. Pouco depois, Chen Fengqing descontou, deixando a torcida apreensiva. Só que a chinesa fez mais um, empatando o duelo. O resultado permaneceu e a partida foi para o tempo extra.

Na prorrogação, que tem dois tempos de três minutos cada, vence quem fizer o primeiro gol, o chamado gol de ouro. A tensão tomou conta das duas equipes, que sabiam que era uma momento que não se podia errar. E antes do final do período, Chen marcou e acabou com o sonho do Brasil de chegar à decisão da Paralimpíada.

No aniversário dos 15 anos do mais grave acidente da sua vida, Alessandro Zanardi teve motivos para sorrir. Nesta quinta-feira, o italiano conquistou a sua segunda medalha na disputa do ciclismo nos Jogos Paralímpicos do Rio ao ficar na segunda posição, o que lhe rendeu a prata, na prova de estrada da classe H5 (bicicletas adaptadas, usadas com os braços).

Ex-piloto de Fórmula 1 e dono de dois títulos da Champ Car, uma das categorias em que a Fórmula Indy se dividiu durante um período, conquistados em 1997 e 1998, Zanardi sofreu um brutal acidente em 15 de setembro de 2001, na etapa alemã da categoria, disputada em um circuito oval, com o seu carro sendo atingido em cheio pelo do canadense Alex Tagliani.

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Com o impacto da batida, Zanardi perdeu as duas pernas e precisou se afastar do automobilismo, depois voltando a competir com carros adaptados. Posteriormente, o italiano ingressou no esporte paralímpico e já havia brilhado em Londres-2012, tendo faturado duas medalhas de ouro e uma de prata.

No Rio, Zanardi já havia vencido a prova do contrarrelógio H5, na última quarta-feira. Nesta quinta, então, ele voltou a competir, dessa vez na prova de estrada e garantiu mais uma medalha, dessa vez a de prata, na competição realizada no Pontal, passando a acumular cinco medalhas paralímpicas na sua carreira.

A prova de estrada teve um final emocionante, sendo definida apenas na linha de chegada. A medalha de ouro acabou sendo conquistada pelo sul-africano Ernst van Dik, que conseguiu ficar à frente de Zanardi. Já o bronze foi para o holandês Jetze Plat.

Zanardi ainda tem uma prova a disputar na Paralimpíada do Rio. Nesta sexta-feira, a partir das 15h30, o italiano vai competir na prova de revezamento por equipes misto, das classes H2 até H5.

O Brasil conquistou nessa quarta-feira (14) mais duas medalhas de prata na natação - no revezamento 4x100m livre/34 pontos e nos 50m livre S13 - dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Nos 4x100m livre/34 pontos, a equipe formada pelo fenômeno Daniel Dias, Andre Brasil, Ruiter Silva e Phelipe Melo chegou na segunda-posição, atrás dos ucranianos Oleksandr Komarov, Maksym Krypak, Bohdan Hrynenko e Denys Dubrov. O bronze ficou com a China, que nadou com Maodang Song, Haijiao Xu, Furong Lin e Yinan Wang.

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Nos 50 metros livre S13 - para deficientes visuais - o brasileiro Carlos Farrenberg ficou com a prata, sendo superado pelo bielorrusso Ihar Boki. A medalha de bronze foi para o uzbeque Muzaffar Tursunkhujaev.

Por enquanto, a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) de o País terminar no Top 5 do quadro de medalhas vem se mantendo, mas terminar a competição com o quinto lugar vai depender de um aproveitamento muito bom até este domingo (18), provavelmente com a conquista de mais de um ouro por dia. Nessa quarta-feira, pela primeira vez o Brasil não subiu ao lugar mais alto do pódio nesta edição - ganhou três pratas e dois bronzes.

Diferentemente da Olimpíada, quando o Comitê Olímpico do Brasil definiu que iria considerar o número total de medalhas, na Paralimpíada o CPB estimulou a sua meta a partir da contagem tradicional, que leva em conta o número de ouros. Por enquanto, o Brasil é quinto colocado com 10 medalhas douradas.

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O problema é que a Austrália já igualou no número de ouros e a Alemanha vem logo atrás no quadro de medalhas com apenas um ouro a menos. A previsão inicial era de que o Brasil precisasse subir ao lugar mais alto do pódio 31 vezes para se garantir no quinto posto, mas o número deve baixar. Caso se mantenha, é improvável que o País alcance a meta, já que, em quatro dias, teria que dobrar o aproveitamento alcançado em uma semana de disputas.

As maiores esperanças de ouro estão sobre as modalidades coletivas - o futebol de 5, por exemplo, é favorito. Nas individuais, as apostas recaem na natação e no atletismo, que deram nove das 10 medalhas de ouro para o País até aqui. Mas o aproveitamento do Brasil nas duas modalidades, especialmente nas piscinas, também está aquém do esperado.

Mesmo que o País tenha ganhado medalha no estádio Aquático em todos os dias de disputa até aqui, foram apenas duas de ouro, ambas com Daniel Dias. "Fomos surpreendidos por atletas que não conhecíamos", admitiu Leonardo Tomasello, técnico da seleção paralímpica de natação.

Ele apontou ainda o fato de que cada vez mais os atletas estrangeiros estão competindo em menos provas a fim de se especializarem em disputas específicas. Isso acaba baixando as marcas e aumentando a exigência dos atletas. "Acho que estamos vivendo a última geração dos multimedalhistas. Vai ser cada vez mais difícil você ter um Daniel Dias ou um André Brasil, que ganha todas as provas. O treinamento está cada vez mais específico", avaliou Tomasello.

PÓDIOS - Apesar de ter a maior delegação paralímpica de sua história - são 279 atletas -, o Brasil não está conseguindo manter o aproveitamento de ouros dos dois últimos Jogos. Em Pequim-2008 e em Londres-2012, o número de ouros foi superior ao de pratas e de bronzes.

Há quatro anos, das 43 medalhas conquistadas, quase metade (21) foram de ouro. Com 48 pódios até o momento no Rio, o Brasil já superou o número de medalhas da última Paralimpíada. Por outro lado, apenas 1/4 delas são de ouro.

Mesmo assim, Mizael Conrado, vice-presidente do CPB, está otimista na reta final dos Jogos Paralímpicos. "Há muitas medalhas a serem disputadas. Vejo como positiva a campanha. Claro que algumas medalhas de ouro que a gente esperava acabaram não acontecendo, mas em compensação outras vieram. Está dentro da normalidade", apontou.

Ele também acredita que o número de ouros para se manter no Top 5 ficará abaixo dos 31 projetados. "Esse prognóstico foi realmente equivocado. O cenário está diferente daquilo que a gente imaginava antes dos Jogos. Muitos atletas da China não estiveram nos Mundiais no último ciclo e isso faz com que você crie expectativa em torno de um resultado que não é de fato real". (colaborou Nathalia Garcia, de São Paulo)

A delegação brasileira na Paralimpíada teve uma quarta-feira de altos e baixos nas modalidades coletivas no Rio de Janeiro. Os brasileiros avançaram tanto no masculino quanto no feminino do goalball, mas perderam no futebol de 7 e no basquete masculino em cadeira de rodas.

No goalball, o Brasil avançou às semifinais pela primeira vez com as duas seleções. No feminino, a equipe anfitriã arrasou a Ucrânia pelo placar de 10 a 0. Victoria foi o grande destaque do jogo ao anotar sete dos dez gols brasileiros, na Arena do Futuro. No masculino, o Brasil venceu a China por 10 a 3, com destaque para Leomon, com oito gol.

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As duas seleções voltam à quadra nesta quinta. Às 13h30, o time masculino vai enfrentar os Estados Unidos, que eliminaram os alemães. Mais tarde, às 15 horas, a equipe feminina encara a China, responsável por despachar o Japão.

No futebol de 7, o Brasil foi goleado pelo Irã por 5 a 0, no Estádio de Deodoro, pela semifinal. Assim, terá que disputar a medalha de bronze. O rival na briga pelo pódio será a Holanda, às 14 horas de sexta-feira.

A seleção brasileira também sofreu revés nesta quarta no basquete masculino em cadeira de rodas. O time nacional foi derrotado pela Turquia por 65 a 49. Com a queda nas quartas de final, o Brasil está fora da briga por medalhas na modalidade.

Em outras disputas nesta quarta, os três representantes do Brasil que competiram na esgrima em cadeira de rodas foram derrotados. Jovane Guissone e Vanderson Chaves, no masculino, e Mônica Santos, no feminino, não passaram às quartas de final nas provas individuais do florete.

Na disputa do tênis de mesa por equipes, o Brasil venceu a Coreia do Sul na classe 3 masculina e avançou à semifinal. O time nacional contou com Welder Knaf e David Freitas. Para chegar à decisão, eles vão enfrentar nesta quinta a Alemanha, às 19h30.

QUADRO DE MEDALHAS - Ao fim do sétimo dia de competições na Paralimpíada, o Brasil se manteve na quinta colocação no quadro de medalhas, cumprindo provisoriamente a meta estabelecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Com cinco medalhas conquistadas nesta quarta-feira, o Brasil soma agora 48.

Com este número, a delegação brasileira supera a campanha registrada em Pequim-2008, quando somou 47 pódios. E registra a melhor campanha da história do Brasil em número de medalhas nas Paralimpíadas. No total, o Brasil tem agora 10 ouros, 24 pratas e 14 bronzes.

A liderança no quadro geral segue com a China, com 172 medalhas, sendo 75 de ouro. A Grã-Bretanha continua na segunda posição, com 95 medalhas (43 de ouro). A Ucrânia é a terceira colocada, com 81 (31 de ouro) e os Estados Unidos estão em quarto lugar, com 80 medalhas (26 de ouro).

O primeiro dia do ciclismo de estrada na Paralimpíada do Rio teve um brasileiro no pódio. Nesta quarta-feira (14), na estreia da modalidade nos Jogos, Lauro César Chaman superou as expectativas e conquistou a medalha de bronze na classe C5, na prova de contrarrelógio.

Chaman completou o percurso no tempo de 37min37s43, pouco mais de quatro segundos atrás do australiano Alistair Donohoe, que fez 37min33s36 e ficou com a prata. A vitória e a medalha de ouro ficaram com o ucraniano Yehor Dementyev, que cravou a marca de 36min53s23.

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A prova de contrarrelógio da Paralimpíada é dividida em duas partes de 15 quilômetros. Na primeira, Lauro César cravou a terceira marca, com 19min16s03. Na segunda, fez o segundo melhor tempo, com 18min21s40, mas no resultado final, acabou mesmo com o bronze.

Nas outras classes com participação de brasileiros, nenhuma medalha. Na categoria H1-2-3, entre as mulheres, Jady Martins Malavazzi terminou na sexta posição, com o ouro indo para a britânica Karen Darke. Já na categoria B, Marcia Fanhani foi somente a penúltima colocada entre as 17 competidoras. A irlandesa Katie George Dunlevy ficou com o ouro.

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O Brasil não recebeu o título de país do futebol à toa. Não bastasse ser o maior vencedor de Copas do Mundo, estar no topo no futsal e futebol de areia, a seleção canarinho também sai na frente quando o assunto é esporte paralímpico.

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Nas Paralimpíadas, a seleção brasileira de Futebol de 5 é uma verdadeira potência. Maior campeão dos jogos, o time do craque Ricardinho vai tentar o tetracampeonato no Rio-2016. Desde que a modalidade estreou em Atenas-2004, só o Brasil conseguiu vencer. O Futebol de 5 é uma modalidade adaptada do futebol para pessoas com deficiência visual. Mais curta, uma partida dura 50 minutos, divididos em dois tempos, com um intervalo de 10 minutos. Diferente do esporte tradicional, a versão adaptada tem placas nas laterais, guizo na bola, e a torcida precisa acompanhar em silêncio.

Existem diferentes classes de cegueira no Futebol de 5, mas na Paralimpíada apenas os que fazem parte da 'B1', onde ambos os olhos não captam luz alguma, participam da disputa. Vale frisar que o goleiro é o único dos jogadores que enxerga normalmente. Como é de esperar, cada time tem 5 atletas, mais um treinador que fica dando instruções de direção do lado de fora. 

A modalidade que começou em Atenas teve três finais diferentes, todas vencidas pelo Brasil:

Atenas (2004) - Brasil 3x2 Argentina

Pequim (2008) - Brasil 2x1 China

Londres (2012) - Brasil 2x0 França

Só falta o ouro

O Futebol de 7 não tem nada a ver com cegueira. Nessa modalidade, os atletas, todos homens, tem de paralisia cerebral ou outros distúrbios neurológicos. As regras são bem parecidas com o futebol comum, mas não existe impedimento e o lateral pode ser feito com uma mão só. As partidas são disputadas em dois tempos de 30 minutos e é obrigatório que cada time tenha entre os titulares um jogador classe 5 ou 6, nível de disfunção mais alto, e, no máximo, dois da 8, na qual os atletas tem menos restrições e normalmente são os goleiros.

Diferente do Futebol de 5, o Futebol de 7 já faz parte das Paralimpíadas desde 1984. O Brasil nunca ganhou o ouro, mas ficou com a prata em Atenas-2004 e o bronze em Sidney-2000. Na última disputa, em Londres, 2012, a seleção canarinho parou nas semifinais, quando perdeu para o Irã por 5x0. Ucrânia, Rússia, Irã e Brasil foram os semifinalistas nas paralimpíadas de Pequim e Londres, logo, são os favoritos para levar as medalhas no Rio de Janeiro.

Veio do atletismo a primeira medalha do Brasil no sétimo dia de competições dos Jogos Paralímpicos do Rio. Nesta quarta-feira, Verônica Hipólito faturou o bronze na disputa dos 400 metros rasos T38 (paralisados cerebrais andantes), realizada no Engenhão, levando o País a já alcançar uma marca histórica.

O bronze assegurado por Veronica Hipólito faz com o que o Brasil supere o número de medalhas faturadas na Paralimpíada de Londres, em 2012, quando os competidores do País subiram 43 vezes ao pódio. Agora, a equipe brasileira já acumula 44 medalhas, sendo dez de ouro, 21 de prata e 13 de bronze, em quinto lugar na classificação geral do evento.

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Verônica Hipólito marcou o tempo 1min03s14, em uma prova disputada em alto nível, que registrou o novo recorde mundial, assegurado pela britânica Kadeena Cox, com 1min00s71. Quem veio logo atrás e garantiu a prata foi a chinesa Junfei Chein, que completou a distância em 1min01s34.

A medalha conquistada nesta quarta-feira foi a segunda de Verônica nesta edição da Paralimpíada. Antes, a brasileira, de 20 anos, já havia faturado a prata nos 100m T38. No Rio, ela também participou da disputa do salto em distância T38 e chegou apenas na oitava colocação.

Agora, após superar o número de conquistas de Londres-2012, o Brasil tentará bater a marca alcançada em Pequim-2008, quando faturou o seu número recorde de medalhas na história da Paralimpíada, com 47.

O número de ouros do Brasil, porém, ainda é inferior ao das últimas três edições do evento. Foram 21 em Londres-2012, o recorde do País, 16 em Pequim-2008, e 14 em Atenas-2004.

Confirmando todas as expectativas, o italiano Alessandro Zanardi conquistou a medalha de ouro na prova de ciclismo de estrada contrarrelógio H5 dos Jogos Paralímpicos. O ex-piloto das Fórmulas 1 e Indy concluiu a prova na manhã quente do Rio de Janeiro com o tempo de 28min36s81.

Ao final da disputa, Zanardi, que chegou a sua quarta medalha paralímpica, sendo a terceira de ouro, afirmou que vencer no Rio era especial. "Foi aqui que conquistei minha primeira pole na Indy", lembrou, nesta terça-feira.

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Zanardi fechou a primeira das duas voltas no circuito do Pontal em terceiro lugar, mais de 18 segundos atrás do australiano Stuart Tripp, mas conseguiu fazer os últimos cinco quilômetros em ritmo ainda mais intenso e recuperou a diferença, fechando a disputa em 28min36s81. Tripp ficou com a prata (28min39s55), e o americano Oscar Sanchez (28min51s73) com o bronze.

Ao final da prova, Zanardi dedicou a vitória à família. "É simplesmente fantástico. Eu só tenho que agradecer. Eu sinto que sou um cara de muita sorte", disse o ex-piloto, que teve as duas pernas amputadas em 2001, quando sofreu um grave acidente na Indy.

O paraciclista afirmou que a vitória no Rio teve um gosto especial. "É uma coisa mágica vencer no Rio. Eu amo muito o Brasil, tenho muitos amigos brasileiros, como o Tony Kanaan. Te saúdo, Tony, te quero bem! Meu ídolo é Ayrton Senna", disse.

"Para mim o Rio é especial. Em 1996 vim ao Rio de Janeiro com a Indy e conquistei minha primeira pole. Foi num circuito belíssimo, e sempre andei muito rápido naquela pista. Cheguei em segundo, mas foi porque sempre é preciso um pouco de sorte", lembrou, referindo-se ao Autódromo de Jacarepaguá. A pista foi demolida para a construção do Parque Olímpico da Barra.

"Quando me disseram que o estádio (Parque Olímpico) foi construído em cima daquela pista, do circuito da Indy, finalmente eu tive a chance de vencer uma competição no Rio", comentou, dizendo ainda que isso era importante para ele por se considerar "um tipo romântico".

Sobre a escolha pelo paraciclismo, Zanardi declarou que a questão da velocidade fica em segundo plano. "Não é pela velocidade. Eu queria andar de bicicleta, mas para vencer a prova eu preciso ser veloz, como com o carro", comparou.

Ele também destacou a importância dos Jogos Paralímpicos na conscientização das pessoas. "O esporte paralímpico é num nível altíssimo. Hoje fiz 43km/h, 44km/h de velocidade média. Eu podia andar um pouco mais veloz, mas é difícil. Precisa muita força nos braços. O esporte está num nível muito alto. Tem que trabalhar muito. Se outro deficiente vê os ídolos no esporte paralímpico, isso os incentiva", afirmou. Depois, o italiano fez pose com os braços e brincou. "Ele vê 'olha como está bem o Zanardi, com quase 50 anos! Braço de Ferro!'"

Nesta quinta-feira, Zanardi buscará o bicampeonato paralímpico na corrida de estrada, e na sexta compete no revezamento, na qual levou a prata em Londres-2012.

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