Mais um caso de violência ligado à facção identificada como "Sindicato do Crime" - que desde o final do mês de julho vem coordenando ataques e ações de vandalismo no Rio Grande do Norte - foi registrada. Na noite da última quinta-feira, 11, um grupo de adolescentes infratores ateou fogo em colchões no interior do Centro Educacional de Nazaré, na zona oeste de Natal. A ação foi confirmada pela Secretaria de Justiça e Cidadania no final da manhã desta sexta, 12. Não há registros de feridos.
Segundo funcionários do Ceduc, os próprios menores informaram que haviam recebido a ordem de integrantes da facção. O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público. Desde o início da onda de violência, no último dia 28 de julho, já foram registrados 113 ataques, em 40 cidades. Pelo menos 110 pessoas já teriam sido presas sob suspeita de participar das ações.
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De acordo com o diretor Fundação da Criança e do Adolescente do RN, Ricardo Cabral, existe a possibilidade de um dos internos ter recebido algum tipo de ordem pessoalmente. "Não há acesso a celulares dentro do Ceduc, mas parte dos menores tem autorização para circular, durante o dia, fora da instituição, seja para estudar ou exercer alguma atividade como menor aprendiz. Por isso não descartamos um contato pessoal. O que sabemos é que não houve motim e sim uma desobediência pontual", destacou Cabral.
Pelo menos três jovens participaram da ação. Segundo relatos da administração da unidade, eles queimaram um colchão e meio. O fogo foi controlado pela segurança do local em poucos minutos. O grupo foi levado para uma delegacia. Dois retornaram à unidade horas depois, mas o terceiro, que completou 18 anos há pouco, permanecia na delegacia até o início da noite desta sexta.
Prorrogação
Nesta tarde, o governador Robinson Farias formalizou o pedido de prorrogação da permanência das forças armadas no Estado. O documento foi encaminhado ao Ministério da Defesa. A força-tarefa formada por mais de 1,2 mil homens do Exército, Marinha e Aeronáutica começou a atuar na semana passada no patrulhamento de ruas, corredores de transporte e pontos turísticos de Natal, região metropolitana e interior.
A previsão inicial era de que os militares ficariam no RN até o próximo dia 16. A nova solicitação é para que a permanência dos militares seja autorizada por pelo menos mais um mês.