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O Departamento de Comércio dos Estados Unidos avaliou como subsídios irregulares programas de incentivo dado pelo governo brasileiro à indústria, como a redução do IPI para máquinas e equipamentos, financiamentos subsidiados do BNDES e o Reintegra, que devolve parte dos tributos pagos na cadeia de produção a exportadores. O entendimento é que os programas geraram competição desleal para a indústria americana de aço e podem embasar medidas compensatórias aos EUA.

A avaliação consta da decisão de sobretaxar em 7,42% as importações de aço laminado a quente, divulgada anteontem. A taxação não é final, mas terá aplicação imediata e atingirá principalmente CSN e Usiminas.

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Na decisão, o departamento de comércio acusa o governo brasileiro de não ter cooperado "o melhor que podia" e não fornecer todas as informações requisitadas, impedindo as investigações "significativamente".

"O departamento considerou as informações fornecidas pelo governo do Brasil deficientes e inadequadas para amparar a alegação de que a redução de IPI é apenas o estabelecimento dos porcentuais do tributo", afirma o documento.

Também foram considerados subsídios irregulares o programa ex-tarifário (redução temporária da alíquota do imposto de importação de bens de capital), o drawback (que restitui impostos alfandegários pagos na importação de matéria-prima usada na fabricação de produtos exportados) e o programa de incentivos Desenvolve, do governo da Bahia.

No parecer, o departamento afirma que serão necessárias mais informações sobre o programa de desoneração da folha de pagamentos para determinar se também constitui subsídio.

A investigação considera incentivos concedidos em 2014. Na definição da sobretaxa de 7,42%, o governo americano entendeu que o principal benefício recebido pela indústria do aço foi a redução do IPI sobre bens de capital, que representou subsídio de 3,21%. Em seguida está o Reintegra, que representou incentivo de 3%, e o Drawback, de 1,13%.

O governo brasileiro prepara sua defesa. Antes do prazo final, em 24 de maio, representantes dos EUA virão ao Brasil para conversar com autoridades e investigar as empresas envolvidas. O Ministério do Desenvolvimento disse que o governo acompanha todas as investigações de defesa comercial contra exportações brasileiras e fornece apoio necessário às empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta noite de terça-feira (14) o texto base da Medida Provisória 651, que trata da criação do Reintegra, torna a desoneração da folha de salários permanente e reabre o prazo para adesão ao Refis, além de trazer medidas voltadas para o mercado de capitais.

A aprovação foi feita com base num acordo entre oposição e governo para que não houvesse verificação de quórum. Os deputados iniciam, agora, a votação dos destaques apresentados ao texto da MP.

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O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), afirmou nesta terça-feira (14) que o partido não irá obstruir ou pedir verificação de quórum para a votação da Medida Provisória 651, marcada para esta tarde no plenário da Casa. A MP recria o Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), abre novo prazo para o Refis (Programa de Recuperação Fiscal), torna permanente a desoneração da folha de salários e traz medidas que buscam facilitar a entrada de pequenas e médias empresas no mercado de capitais.

O líder do DEM, no entanto, afirmou que apresentará um destaque para suprimir artigos que tratam da renegociação da dívida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o Tesouro Nacional. Mendonça Filho explicou que ainda não decidiu se pedirá destaque de todo o capítulo que trata do BNDES ou somente de alguns artigos. Ele informou também que deve apresentar uma emenda para desonerar de PIS e Cofins operações subsidiadas no setor de etanol.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira, 29, que temas relativos ao Reintegra e crédito às empresas de 3% sobre o faturamento exportado foram discutidos com os empresários da indústria no encontro de hoje. "Ampliamos para 3% para que já comece em outubro", disse o ministro ao explicar que o crédito era de 0,3% e vigoraria a partir de janeiro.

Segundo o presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch, a taxa foi ampliada para 3% para vigorar em outubro e ajudar a reduzir os estoques do setor.

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Mantega disse também, depois de se reunir com empresários da indústria na Fiesp, que o governo melhorou o drawback, que desonera a importação de insumos para a produção de produtos acabados para ser exportado.

"Estamos diminuindo a burocracia e criando corredores de exportação quase que automáticos", disse o ministro.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se na tarde desta sexta-feira (19) na capital paulista, com representantes da Indústria Brasileira de Árvores (IBA) e comunicou que a partir de 2015 o setor vai contar com um crédito de 3% sobre as receitas com exportação no âmbito do programa Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras). O Ministério da Fazenda já havia concedido esse benefício para o setor de etanol.

Lançada em abril, a IBA é uma associação que representa 62 empresas e 8 entidades estaduais de produtos originários do cultivo de árvores plantadas, com destaque para painéis e pisos de madeira, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa, além dos produtores independentes de árvores plantadas.

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Uma fonte do governo ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, informou que o crédito de 3% entra em vigor em 2015 e, a partir de 2016, o benefício será negociado ano a ano entre o governo e o setor.

Além de Mantega, participou da reunião o secretário de Acompanhamento Econômico, Márcio Holland. Já o grupo da IBA foi liderado pela presidente da instituição, Elizabeth Carvalhais.

O ministro a Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira (15) a implantação do Reintegra permanente com redução de alíquota a cada ano para as empresas exportadoras. Para 2015, a alíquota será de um crédito de 3% sobre o faturamento das exportações. "Isso vai baratear o custo das empresas", disse o ministro. O anúncio foi feito após quase 2h30 de reunião com um grupo de grandes empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do qual participaram também o presidente da CNI, Robson Andrade, e o presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch., após se reunir com empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.

Mantega ressaltou que discutiu com os empresários estratégias para a indústria nos próximos anos. Ele disse que no cenário de crise é preciso habilitar as empresas para disputar mercados externos e serem competitivas, mesmo num ambiente adverso. No entanto, de acordo com o ministro, este ambiente vai se dissipar. Outra demanda é a redução da taxa de juros para que as empresas possam adquirir máquinas e equipamentos a um custo mais baixo.

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Crédito sobre tributação de lucros

Mantega anunciou também que o governo vai estender a todas as empresas brasileiras do setor manufatureiro que atuam no exterior um benefício de 9% em crédito sobre a tributação dos lucros obtidos no exterior.

Segundo Mantega, o benefício já valia para empresas dos setores de construção, serviços e alimentos e bebidas, mas após um estudo do governo foi concluído que era possível ampliá-lo para todas as companhias manufatureiras. "Na prática, elas vão pagar menos impostos porque poderão usar o crédito de 9%. É uma forma de equilibrar as condições das empresas brasileiras com as estrangeiras", afirmou.

A regulamentação do Reintegra, publicada nesta segunda-feira (15), no Diário Oficial, inclui no programa os setores de celulose, açúcar e etanol, além dos produtos que já eram contemplados, segundo esclareceu o coordenador-geral de Tributação da Receita Federal, Fernando Mombelli.

Para o benefício começar a valer, entretanto, ainda é necessária a publicação de uma portaria do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que definirá os porcentuais de aplicação para 2015. "O Regime vai vigorar a partir da data da publicação da portaria do ministro. A intenção é publicar de maneira mais rápida possível", afirmou Mombelli. A lei permite uma alíquota que varia de 0,1% a 3%, admitindo a diferenciação por bem desse porcentual.

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O representante da Receita Federal não quis confirmar os valores das alíquotas, mas disse que há previsão de uma alíquota única. No futuro, segundo ele, poderá haver diferenciação entre os produtos.

Mantega já disse que o porcentual seria de 0,3% para 2014 e de 3% para 2015. "Tem renúncia envolvida, a partir de 2015, mas essa renúncia dependerá do porcentual. Enquanto não houver a publicação oficial, não posso falar esses dados", disse Mombelli. Segundo a Receita Federal, houve demora na regulamentação do Reintegra porque havia discussão com os setores.

A Receita esclareceu que os pedidos de restituição referentes ao período de setembro a dezembro poderão ser feitos a partir de janeiro de 2015. Desta vez, o Reintegra não tem data para terminar e só será encerrado se houver revogação da lei. No período anterior, o Reintegra tinha prazo determinado.

Na semana passada, Mantega havia adiantado que o etanol e o açúcar entrariam "imediatamente" no Reintegra.

O secretário-executivo adjunto do ministério da Fazenda, Dyogo de Oliveira, informou nesta terça-feira (5) que o governo deve regulamentar esta semana a reconstituição do Reintegra, que concede ressarcimento parcial ou integral dos tributos que incidem sobre as exportações de manufaturados.

A Medida Provisória 651 prevê que a alíquota pode variar de 0,1% a 3% da receita auferida com a exportação de bens industrializados. Oliveira reiterou que a regulamentação definirá uma alíquota para este ano de 0,3%. A renúncia fiscal esperada para 2014 é de R$ 200 milhões.

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No momento, não há espaço fiscal para prorrogar o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) para 2014, afirmou, nesta sexta-feira, 23, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. Ele participou do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), realizado no Rio de Janeiro.

O secretário também destacou que, quando o Reintegra foi pensado, o cenário para o comércio exterior era outro. "Quando o programa foi pensado, a questão era a apreciação do real", disse Barreto, referindo-se à recente alta do dólar.

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Na quinta-feira, 22, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, aproveitou o Enaex 2013 para defender a prorrogação do Reintegra, como medida essencial para garantir competitividade para as exportações brasileiras, "para além do câmbio".

O Reintegra devolve parte do faturamento das exportações de manufaturados às empresas. No último dia 14, o governo publicou decreto com modificações no programa e com extensão do prazo de vigência até 31 de dezembro deste ano. O Congresso Nacional havia prorrogado o programa até o fim de 2014, quando da aprovação da Medida Provisória 610. A presidente Dilma Rousseff vetou esse dispositivo da MP e há uma articulação de deputados para derrubar o veto.

Também na quinta-feira, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, defendeu o Reintegra, mas frisou que "há agora uma dificuldade conhecida e verdadeira que se relaciona ao espaço fiscal" para a prorrogação do programa para 2014.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dyogo de Oliveira, afirmou que a o governo não tem espaço fiscal para prorrogar o Reintegra, que devolve às empresas 3% do valor exportado em manufaturados. "O programa não é tão bom agora porque é caro e, então, as nossas limitações não permitem manter o programa para 2014", disse. Segundo ele, o programa perderá a validade no fim deste ano, conforme prevê o decreto 8.073 publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 15.

Oliveira informou que o impacto do Reintegra este ano será de R$ 2,2 bilhões, mas deve atingir R$ 4,5 bilhões em cinco anos. Isso porque as empresas têm até cinco anos para solicitarem o crédito tributário gerado com as exportações de manufaturados realizadas em 2013. "As empresas não pedem de imediato", explicou.

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O secretário admitiu que é ruim o fim do programa, mas alegou que é preciso manter o esforço fiscal. "Quando tem que manter a disciplina fiscal, a gente tem que tomar algumas medidas que não são as desejadas. Não faltou planejamento, faltou ter orçamento ilimitado."

Ele acredita que o novo patamar de dólar deve ajudar os exportadores. "A situação dos exportadores hoje não é tão difícil quanto no momento que tomamos a medida (em 2011). O câmbio melhorou consideravelmente daquele momento para cá", disse Oliveira.

O Congresso Nacional havia prorrogado o Reintegra para o final de 2014, mas a medida foi vetada pela presidente Dilma Rousseff. O secretário disse que se o Congresso derrubar o veto, o governo terá que fazer novos cortes no orçamento.

O decreto publicado nesta quinta-feira também define o porcentual de crédito de PIS e Cofins que pode ser gerado com o Reintegra. "É outro elemento burocrático do decreto: a distribuição desse crédito. Também é uma adaptação da lei 12.844, como distribuir o crédito para PIS e para Cofins", explicou. O decreto prevê que 17,84% corresponderão a crédito de PIS/Pasep e 82,16%, de Cofins.

Esta distribuição é proporcional à alíquota de cada tributo. As empresas podem usar esses créditos para abater o pagamento de outros tributos ou pode pedir o ressarcimento em dinheiro.

Para uma plateia de representantes da indústria, deputados se mobilizaram nesta quarta-feira, 14, pela derrubada de dois vetos presidenciais que oneram o setor produtivo. Liderados pelo PSD, os parlamentares defenderam a rejeição dos vetos ao projeto de lei que extinguiu a multa rescisória adicional de 10% sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e à prorrogação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) até o final de 2014.

Os dois pontos foram aprovados pelo Congresso antes do recesso parlamentar informal. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, vetou os dois dispositivos, mas sua decisão deverá passar pelo crivo do Parlamento. Segundo um novo rito para apreciação de vetos presidenciais estabelecido neste ano, as duas matérias devem ser analisadas em sessão conjunta do Congresso Nacional no dia 20 de agosto.

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Na articulação pela derrubada dos dois vetos, os deputados preveem que a maior resistência deve vir do Senado, em que a base de apoio ao governo é mais sólida. "A gente sabe que o governo está concentrando a resistência à derrubada do veto no Senado Federal", resumiu o líder do PSD na Câmara, Eduardo Sciarra (PR).

Parlamentares e empresários alegaram que, caso a cobrança extra sobre o FGTS nos casos da demissão sem justa causa não seja extinta, será criado um novo imposto no Brasil. "É um imposto cuja finalidade já foi cumprida. Falo em nome da liderança do PSD que o nosso partido está fechado em relação a essa questão", disse Sciarra.

A multa adicional foi criada em 2001 como uma forma de zerar o rombo decorrente de decisões judiciais que obrigaram o governo a compensar o fundo pelas perdas relativas aos Planos Verão, no governo Sarney, e Collor I. O déficit foi coberto em julho de 2012 e, desde então, os recursos seguiam para o cofre da União, contribuindo para o superávit primário.

Reintegra

Já o regime especial de reintegração de tributos, o Reintegra, havia sido prorrogado pelos parlamentares até o final de 2014, quando da aprovação da Medida Provisória 610. A presidente Dilma Rousseff vetou um dispositivo da MP e, com isso, o Reintegra deve valer só até o final de 2013. Hoje, na Câmara, deputados e representantes da indústria alegaram que o regime especial é importante para o planejamento das empresas exportadoras.

"Se não perenizarmos (o Reintegra), vamos ficar exportando imposto. O Reintegra não é para um ajuste cambial, ele foi criado para compensar impostos não recuperáveis, afirmou Marcio Ribaldo, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). "Temos que perenizar esse Reintegra e, se possível, brigar por um apoio um pouco maior", concluiu.

Enquanto o governo discute um novo corte nas despesas do Orçamento e ameaça congelar a política de redução de tributos, o Congresso Nacional aumentou o custo das desonerações para o caixa do Tesouro Nacional. De última hora, os parlamentares ampliaram por mais um ano o Reintegra, programa que devolve às empresas exportadoras 3% do faturamento com as vendas externas de produtos manufaturados.

A benesse foi embutida na Medida Provisória 610, aprovada na semana passada. Outra alteração no texto da MP estendeu a desoneração da folha de pagamento para empresas varejistas de comércio eletrônico e para as redes de lojas cujas vendas de alimentos superem 10% da sua receita.

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As mudanças não tinham aval do governo, que começa agora a fazer as contas do impacto nas contas públicas. Não é a única conta. O governo está preparando um corte de gastos para aliviar a pressão sobre a inflação e dar um sinal ao mercado financeiro que as contas públicas não vão sair do controle.

MP da Seca

A princípio, a MP 610, conhecida como MP da Seca, tratava do crédito rural a agricultores da região do semiárido atingidos pela estiagem, mas acabou incorporando itens da já caducada MP 601, que tinha como objetivo desonerar setores da construção civil e do comércio varejista.

O custo anual da ampliação do Reintegra pode superar os R$ 2,23 bilhões previstos inicialmente, porque as empresas têm prazo de cinco anos para pedir ao governo o ressarcimento do crédito.

Prorrogação

Conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o governo analisa a possibilidade de ampliar o prazo do Reintegra, mas uma decisão nessa direção é considerada complexa porque envolve a situação atual da indústria e um cenário de aperto fiscal.

Segundo o deputado Manoel Junior (PMDB-PB), responsável pela inclusão de setores na desoneração da folha, o objetivo era reduzir o chamado custo Brasil. Possibilitar a troca de regime tributário para as lojas de alimentos, disse o deputado, beneficiaria sobretudo pequenos e médios mercados.

A desoneração desses dois segmentos surpreendeu o Ministério da Fazenda. A Pasta atuava para excluir as empresas que negociam unicamente pela internet e por telefone. Por ter muitas vezes um quadro de funcionários reduzido, o setor não estaria interessado em ser enquadrado no regime tributário diferenciado.

"No comércio eletrônico, as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), que trabalham de forma enxuta e que estejam contribuindo pelo lucro presumido, ficarão bem insatisfeitas, devendo rever seu planejamento tributário", avalia André Jacob, da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Exclusão

A Fazenda havia pedido que fosse incluído na MP 610 um dispositivo que excluísse esses dois setores da desoneração. O deputado Manoel Junior, no entanto, solicitou a supressão deste trecho. Por se tratar de um item que foi removido do texto, não há possibilidade de alterar a situação com um veto presidencial, por exemplo. Uma alternativa seria excluir esses dois setores da desoneração por meio de uma nova Medida Provisória. A desoneração desses setores vigora, pela MP 610, até o final de 2014.

Não foram só as inclusões na MP que surpreenderam. De última hora também, as farmácias foram retiradas da lista dos setores desonerados pela folha de pagamentos. Segundo um parlamentar, que participou das negociações, as redes de farmácias não tiveram força política para negociar a sua permanência na lista diante da resistência de outros setores da economia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo tentará incluir na Medida Provisória 615, em tramitação no Congresso Nacional, a criação do Reintegra (programa que devolve ao exportador 3% do faturamento com vendas de manufaturados) e a desoneração da folha de salários para os setores do varejo e construção civil. O relator da MP, senador Eduardo Amorim (PSC-SE), deverá apresentar um emenda com estas mudanças. Esta foi a solução encontrada para evitar que as medidas percam eficácia depois que a Medida Provisória 601 caducou nesta segunda-feira, 3, com a decisão do Senado Federal de não votar a MP a tempo.

O governo tentará agora correr contra o tempo e irá pressionar a sua base no Congresso para aprovar a MP 615 antes do recesso parlamentar de julho. Fontes dizem que o governo também quer que a emenda do relator para o Reintegra seja retroativa a 4 de julho, para que as empresas não percam o direito de receberem este crédito.

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No caso da desoneração da folha, a situação é mais complicada. A avaliação é que os dois setores voltarão ao sistema antigo de pagamento da contribuição patronal ao INSS e terão que esperar o período de noventena após a sanção da MP 615 pela presidente Dilma Rousseff para voltarem a ter a folha de salários desonerada. Varejo e construção civil estavam desonerados desde 1º de abril. As empresas já estavam com o novo sistema de contribuição operando.

A MP 615 foi publicada no final de maio e trata, entre outros assuntos, o pagamento de subvenção econômica a produtores de cana-de-açúcar do Nordeste. A medida também regulamenta o pagamento por meio de dispositivos móveis.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o texto-base da Medida Provisória 601, que estende a vigência do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), até o final de 2017. Esse regime devolve às empresas parte dos tributos com base no faturamento com exportação. Além disso, a MP 601 amplia a desoneração da folha de pagamentos para os setores da construção civil e do varejo.

Nesta tarde, os parlamentares começam a analisar os destaques apresentados. A MP 601 perde a validade na próxima segunda-feira, 3 de junho, e ainda precisa ir a votação no Plenário do Senado.

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Nesta terça, mais cedo, a Casa já aprovou a MP 605, que permite a transferência de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para o pagamento das usinas térmicas e que também caduca na segunda-feira. Sem esse repasse, fica praticamente inviabilizada a redução da tarifa de energia elétrica, em vigor desde janeiro deste ano.

Apenas uma emenda, proposta pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ), foi aceita na votação da MP 605. Essa emenda determina que as concessões anteriores ao decreto 5.163, de 2004, terão seu prazo de vigência contado a partir da emissão de licença ambiental prévia. Os outros destaques foram rejeitados. Aprovada a redação final, a medida provisória segue agora para o Senado.

A votação foi rápida. A Casa atingiu o quórum mínimo de 257 parlamentares por volta das 11h30. Em seguida, os deputados aprovaram um requerimento de preferência que fez a medida provisória 605 ser apreciada antes da 601. Minutos depois, por volta do meio-dia, o texto-base da MP já estava aprovado e os deputados começaram a discutir os destaques.

Prazo de sete dias

No Senado ainda não se sabe se haverá tempo hábil para votar as MPs em razão da promessa feita pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), há cerca de duas semanas, que não mais aceitaria medidas provisórias que chegassem da Câmara com menos de sete dias de validade.

O parecer do senador Armando Monteiro (PTB-PE) sobre a Medida Provisória (MP) 601 foi aprovado nesta quarta-feira, integralmente, pela comissão mista que analisa a matéria. A MP dispõe sobre a desoneração da folha de pagamento para vários setores da economia e sobre o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), que devolve às empresas parte dos tributos com base no faturamento com exportação.

O relatório aprovado prevê que o Reintegra seja prorrogado até dezembro de 2017. O texto original do governo determinava a extensão do regime especial até o final deste ano, mas o senador considerou que esse prazo era "demasiadamente curto". "A prorrogação por apenas mais um ano retira do empresário brasileiro a previsibilidade que se espera do regime", escreveu Monteiro em seu relatório.

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Armando Monteiro também propôs isenção tributária dos valores restituídos no Reintegra e incluiu novos setores entre os que recebem os benefícios fiscais da desoneração da folha de pagamento. O benefício permite que os setores atendidos troquem a contribuição previdenciária de 20% por um recolhimento de 1% a 2% do faturamento.

No parecer aprovado, foram incluídos entre os produtos e serviços com alíquota a 1% os setores: montagem e desmontagem industrial e do setor de refratários; comércio varejista de artigos de óptica; castanha de caju; comércio varejista de produtos farmacêuticos; os setores de adesivos, triciclos, patinetes, carros de pedais e outros brinquedos semelhantes com rodas, bonecos com mecanismo a corda ou elétrico, e suas partes e acessórios; pescados salgados; preparações de produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes das plantas; gorduras do porco e gorduras de aves; pedras preciosas; equipamentos médicos ainda não contemplados; pré-moldados de gesso; balas, confeitos e gomas de mascar, chocolate branco; armas não letais; produtos do setor gráfico; e computadores portáteis (notebooks). Segundo o relatório, empresas de segurança privada, agências de publicidade e de comunicação e empresas de promoção de vendas, marketing direto e consultoria em publicidade também serão atendidas com a medida a partir de 2014, mas com alíquota de 2%.

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