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Cotado para comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o coordenador dos grupos de trabalho do governo de transição, Aloizio Mercadante, procurou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, para dizer que não há mais espaço fiscal para a política de subsídios adotada em governos passados do PT para o banco público. O recado foi dado em um contexto de reação do mercado a seu nome. O dólar fechou nesta segunda (12) em alta de 1,26%, a R$ 5,3116, e o Ibovespa caiu 2,02%, aos 105.343,33 pontos.

Os dois se encontraram após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Ao Estadão, o presidente da Febraban relatou que o ex-ministro o procurou para falar sobre temas afeitos ao setor bancário, incluindo o BNDES. Como antecipou o Estadão na sexta-feira, 9, Mercadante é um dos nomes fortes para a instituição. Há um temor no mercado de uma reedição do governo Dilma Rousseff e de concessão de empréstimos subsidiados pelo Tesouro para alavancar as operações de crédito.

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O mercado também teme a volta da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), substituída pela Taxa de Longo Prazo (TLP) no governo Michel Temer. A nova taxa passou a balizar o custo dos financiamentos pelo banco de fomento com menos subsídios do Tesouro. Sobre a taxa atual, o ex-ministro e ex-senador do PT reforçou que o BNDES não tem competência para promover alterações na TLP, que decorre de lei aprovada pelo Congresso.

Há também receio de que sejam retomadas as operações de crédito para o exterior, como Cuba e Venezuela, criticadas em razão dos calotes. Mercadante também disse que não haverá financiamentos para o exterior nos moldes anteriores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O setor de telecomunicações defende que o próximo governo crie um programa com subsídios para as famílias de renda mais baixa se conectarem à internet e terem acesso a celulares e tablets.

O programa, chamado provisoriamente de "Internet Cidadã", seria uma espécie de Auxílio-Brasil (como foi rebatizado o antigo Bolsa-Família), com foco específico em massificar a conexão de famílias que ainda hoje não têm acesso.

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A proposta foi elaborada pela Conexis, sindicato que reúne as grandes teles (Vivo, TIM, Claro, Oi, Algar e Sercomtel) e faz parte de uma carta entregue aos candidatos à Presidência da República, conforme divulgado pela própria associação.

O documento não detalha a quantidade de famílias que precisam ser atendidas com a "Internet Cidadã" nem traz estimativa de orçamento para execução do programa.

Outra proposta presente do documento é a criação de uma Secretaria Especial de Transformação Digital, vinculada à Presidência da República, para trabalhar na implantação de um ecossistema competitivo e equilibrado para a criação e promoção de novas tecnologias.

A pasta ficaria responsável pelo desenvolvimento de uma política econômica e industrial de incentivo ao financiamento, produção e comercialização de bens e serviços na área de conectividade, tecnologia e inovação.

Também ajudaria a articular uma solução equilibrada para o fim das concessões de telefonia fixa - tema que é alvo de processos de arbitragem de todas as concessionárias contra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Só a Oi pede R$ 16 bilhões em compensações.

A Conexis dividiu o documento em quatro frentes: incentivo ao investimento; ecossistema competitivo; implantação da infraestrutura; e equilíbrio tributário.

O setor defende a adequação de leis municipais de antenas à legislação federal para facilitar a instalação dessa infraestrutura. Aqui também pede a criação de políticas de combate ao roubo, furto e vandalismo de cabos e equipamentos.

As empresas ainda apontam necessidade de redução dos custos associados ao aluguel de postes e espaços para instalação de infraestruturas de telecomunicações.

Entre outros pontos, é defendida a redução da carga tributária do setor. Para isso, algumas das propostas defendidas pelo setor incluem a aprovação de uma reforma tributária ampla que considere o PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI; redução da carga tributária dos fundos setoriais com foco na eficiência setorial; e isenção de PIS/Cofins para toda a cadeia de infraestrutura e serviços do 5G.

Um relatório do Ministério da Economia que aponta aumento nos subsídios em 2019 está parado nas gavetas do órgão desde meados de março, segundo apurou o 'Estadão/Broadcast'. Trata-se da 4.ª edição do Orçamento de Subsídios da União (OSU), que está pronta, mas ainda não foi divulgada.

O documento apontará que os subsídios subiram de 4,6% do PIB em 2018 para 4,8% do PIB no ano passado, mostrando que o governo Jair Bolsonaro registrou, em seu início, a primeira alta nesses incentivos desde 2015, ainda no governo Dilma Rousseff. A gestão da petista foi marcada por uma explosão nos subsídios, que saíram de 4,2% do PIB, em 2010, para 6,7% do PIB, no fim de 2015.

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O Orçamento de Subsídios da União é uma publicação anual, iniciada em 2017 após a realização de um seminário com técnicos do governo e do Tribunal de Contas da União (TCU). A retomada do documento foi considerada uma vitória internamente diante da necessidade de jogar luz sobre o problema do crescimento dos subsídios, que colaborou para a deterioração das contas públicas sem dar a devida transparência a quem foi beneficiado.

Em 2018, a segunda edição foi publicada em maio, e no ano passado, a terceira edição foi divulgada em abril. A publicação já foi alvo de elogios do TCU em documentos oficiais por dar transparência a esse tipo de incentivo.

Questionado sobre por que o documento com os dados de 2019 não foi publicado e se o motivo seria o aumento nos subsídios, o Ministério da Economia disse que o OSU "está em elaboração" e que "quando concluído será divulgado".

O Estadão/Broadcast então insistiu no início da tarde da última sexta-feira com a pasta, com a informação de que o documento está pronto desde meados de março, e questionou se o Ministério mantinha o posicionamento. Não houve resposta.

Segundo apurou a reportagem, a alta veio dos subsídios financeiros e creditícios, que apresentaram um aumento de 0,3 ponto porcentual do PIB. Houve grandes variações nos subsídios do FAT (com crescimento de R$ 30 bilhões) e outras menores nos empréstimos feitos pela União ao BNDES, devido à liquidação antecipada de saldos devedores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Empréstimos subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) custaram ao Tesouro Nacional R$ 4,6 bilhões em 2019. O dado consta de boletim divulgado ontem pelo órgão.

O valor é o menor desde 2008 e praticamente a metade do que foi desembolsado em 2018 (R$ 9,3 bilhões). Desde 2008, o impacto dos subsídios soma R$ 257,375 bilhões.

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As subvenções e os subsídios para o BNDES ocorrem porque o banco empresta recursos com juros mais baixos que os de mercado. O Tesouro precisa cobrir a diferença entre as taxas mais baratas que o tomador dos empréstimos subsidiados paga e os juros que o governo paga no sistema financeiro.

Os subsídios dividem-se em dois tipos. O primeiro é o explícito, também chamado de financeiro, quando o governo usa recursos do Orçamento Geral da União, aprovados pelo Congresso. Esse tipo de subsídio cobre a diferença entre as taxas usadas nos financiamentos do BNDES e as taxas cobradas do tomador.

Os subsídios implícitos ou creditícios não são cobertos com recursos do Orçamento, mas por meio da emissão de títulos da dívida pública. Esses subsídios cobrem a diferença entre a taxa Selic (juros básicos da economia) e a Taxa de Longo Prazo (TLP).

Até 2017, a taxa dos financiamentos do BNDES era a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), fixada a cada três meses pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Há dois anos, a TJLP começou a ser progressivamente substituída pela TLP.

O boletim do Tesouro destaca que a queda é uma tendência, já que, desde 2015, não há mais novas contratações no Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), que financiava a compra de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção), exportações e investimentos em inovação. O PSI cobrava taxas inferiores à TJLP, portanto, sendo parcialmente bancado com subsídios explícitos. 

As tensões entre a ala política e a equipe econômica têm aumentado no governo Jair Bolsonaro. O pedido do presidente para que seja concedido subsídio nas contas de luz de templos religiosos expôs um racha cada vez mais frequente e, até então, mantido nos bastidores.

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou ontem, embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida. A "bancada da Bíblia" é hoje a principal base de sustentação do governo e Bolsonaro tem atendido suas reivindicações desde que assumiu a Presidência. A influência de líderes evangélicos sobre o Planalto é cada vez maior e o próprio presidente já disse que quer tê-los por perto na administração.

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As divergências também ocorreram na política de reformulação do programa Bolsa Família, nas discussões sobre o fim do subsídio para painéis solares e no reajuste salarial de policiais do Distrito Federal. A aliados, Bolsonaro admitiu estar "entalado" com as restrições impostas pela área econômica a esses planos.

O Ministério da Economia confirmou ontem que o desconto para as tarifas de energia das igrejas está sendo analisado pelas áreas técnicas. Com o ministro Paulo Guedes fora de Brasília desde o fim de dezembro, a orientação de seus assessores foi a de esperar o seu retorno para administrar o problema.

Nos bastidores, a equipe econômica se posicionou contra a concessão do que vem sendo chamado de "dízimo elétrico", que vai contra a agenda de redução do custo da energia, insumo fundamental para a retomada do crescimento. A edição de um decreto para permitir o benefício já foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Em busca da recuperação de sua popularidade, Bolsonaro tem privilegiado os grupos mais identificados com sua base de apoio, como evangélicos e policiais, e tenta, agora, avançar na direção da população dependente de programas sociais criados durante governos petistas. A prioridade ao atendimento de demandas dos religiosos já tem causado ciumeira entre aliados.

O presidente deixou clara sua insatisfação com Guedes nesta semana, ao reclamar publicamente do fato de que o ministro da Economia não o atendeu quando ligou para falar sobre a alta do petróleo. Observadores consideram não ser coincidência que Bolsonaro tenha dado ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a tarefa de criar um fundo de compensação para amortecer os preços dos combustíveis - ideia rejeitada pela equipe econômica.

Na avaliação da equipe econômica, o maior fator de risco para o governo tem sido o próprio governo. Se atender os religiosos, técnicos preveem que a tentativa de barrar ou acabar com benefícios de outros grupos de interesse será ainda mais desafiadora. No início da semana, Bolsonaro desautorizou declarações sobre o fim do subsídio a painéis solares e ameaçou demitir quem o contrariasse.

Policiais

Articulado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, o reajuste para as polícias civil e militar do Distrito Federal de até 25% pegou a área econômica de surpresa. Por meio de notas técnicas contrárias à proposta, o ministério conseguiu barrar a publicação de uma medida provisória pronta, mas o tema ainda será tratado no Congresso por meio de projeto de lei.

O Ministério da Economia também resiste aos planos do ministro da Cidadania, Osmar Terra, de ampliar o alcance do Bolsa Família e ampliar o gasto público em mais R$ 16,5 bilhões, além dos R$ 29,5 bilhões já previstos no Orçamento. Para a equipe econômica, há disponibilidade para apenas mais R$ 4 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta quarta-feira (21) a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 85/11, que impede o pagamento de aposentadoria vitalícia a prefeitos, governadores e presidentes da República. O texto será agora analisado por uma comissão especial.

Relator no colegiado, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) lembrou que a iniciativa está de acordo com a jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI 3.853-2/MS.

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Moreira lembrou que alguns entes federados mantêm, em suas respectivas Constituições, dispositivos que autorizam o pagamento de subsídios aos ex-chefes do Executivo. “Cabe ao Congresso Nacional valer-se de suas prerrogativas e afastar definitivamente do ordenamento jurídico tal possibilidade”, disse Moreira, que concorda com a tese do autor da PEC 85/11, ex-deputado Lelo Coimbra (ES).

O deputado Gilson Marques (NOVO-SC) comemorou a aprovação da PEC. “Não faz sentido nenhum pagar subsídio, pensão ou aposentadoria integral, para alguém só porque teve um cargo que, na verdade, já conta com uma série de benefícios”, disse Marques. “Espero que a aprovação da admissibilidade seja o início de um trâmite rápido, para acabarmos de vez com esse subsídio. Uma pena que não possa retroagir”, completou.

O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), citou o exemplo do Paraná, onde o subsídio existia até o início do ano, quando foi vetado pela Assembleia Legislativa. “Vários governadores, viúvas dos governadores, ganhavam R$ 33 mil por mês. Para alguns, bastava assumir o cargo por 6 meses”, disse Francischini, destacando que diversos estados ainda mantêm a previsão do subsídio vitalício em suas constituições estaduais.

Precedente

O Supremo Tribunal Federal, em medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI nº 3771, concedida pelo ministro Carlos Ayres Britto, já suspendeu a eficácia de dispositivo da Constituição do Estado de Rondônia que previa justamente a remuneração vitalícia para os ex-chefes do Poder Executivo local.

Ayres Brito entendeu que o dispositivo contraria o artigo 39, parágrafo 4º, da Constituição Federal, que contém os princípios norteadores da administração pública: igualdade, impessoalidade, moralidade e responsabilidade dos gastos públicos (eficiência).

Tramitação

Com a aprovação da admissibilidade, as PECs 85/11 e 269/13 (apensada) serão examinadas por comissão especial e, em seguida, votadas em dois turnos pelo Plenário da Câmara.

*Da Agência Câmara Notícias

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira, 17, benefícios concedidos ao setor privado do País. Para uma plateia de empresários do setor sucroenergético, Maia criticou subsídios dados sem que haja a contrapartida do aumento de produtividade. "Há muita crítica ao setor público, mas temos problemas grandes no setor privado, que tem e quer preservar os benefícios", disse Maia.

Segundo ele o setor privado tem R$ 380 bilhões de renúncia tributária por ano, R$ 80 bilhões em incentivos fiscais somente com o Simples. "O governo federal nem tem ideia de como é a forma de incentivo no caso do Simples e isso precisa ser discutido", afirmou.

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Outro exemplo de distorção, segundo Maia, são incentivos dados à Zona Franca de Manaus. "Um grande debate do ano passado foi alíquota aumentada do xarope de refrigerante na Zona Franca. Defendi porque apoio a bancada da Amazônia, mas é plausível que xarope saia de lá e abasteça até a Colômbia?", indagou.

O Tesouro Nacional ainda tem que arcar com uma conta de R$ 90 bilhões em subsídios de operações de crédito com o BNDES pelos próximos anos até a duração final desses empréstimos. De 2008 até agosto de 2018, o governo já gastou R$ 190 bilhões de subsídios - R$ 19 bilhões por ano, de acordo com dados do Tesouro divulgados pelo Ministério da Fazenda.

O custo total da política de empréstimos ao BNDES para acelerar o crescimento econômico durante o governo dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff atingiu R$ 280 bilhões, a preços desta terça-feira, 02.

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O gasto com subsídio é maior do que o orçamento de investimentos do Ministério dos Transportes, que somou R$ 145,6 bilhões entre janeiro de 2008 a dezembro de 2017. Ou seja, o governo poderia ter dobrado o investimento no Ministério dos Transportes e, mesmo assim, ainda sobrariam R$ 45 bilhões.

Os dados do Tesouro mostram que os pagamentos antecipados do BNDES ao Tesouro Nacional reduziram o custo dos subsídios desses empréstimos em R$ 20 bilhões. Como houve recentemente uma renegociação para que o BNDES pague integralmente a sua dívida com o Tesouro até 2040 e não mais em 2060, esse custo dos subsídios deve ter uma nova redução. Mas a queda será pequena, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Fatura

O diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Gabriel Leal de Barros, afirma que a fatura deixada pela política de incentivo à tomada de empréstimos junto ao BNDES ainda é significativa e deveria servir de alerta para que a prática não seja repetida no futuro. "Vamos conviver por muitos anos com esse custo sem ter tido o benefício sobre o investimento", diz.

Segundo ele, estudos já mostraram que a injeção de recursos do Tesouro no banco de fomento acabou tendo efeito nulo sobre a taxa de investimento no País, pois as empresas apenas substituíram o financiamento privado pelo crédito mais barato do BNDES.

"O que os estudos mostram é que não tem sentido econômico retomar essa política que não teve efeito, num momento em que ainda temos custo elevado com subsídio. Temos que fazer o oposto, reduzir subsídio para acelerar o processo de ajuste fiscal", afirma Barros.

O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não julgou o mérito do processo que investiga as emissões feitas pelo Tesouro ao BNDES, operações realizadas por fora do Orçamento. Em relatórios preliminares, a área técnica da corte de contas alertou para o elevado custo da política e recomendou a devolução dos recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Coca-cola estaria disposta a encerrar as atividades de fabricação de concentrado para refrigerante no Brasil. Os responsáveis pela empresa demonstraram insatisfação com a diminuição de subsídios fiscais na Zona Franca de Manaus.

Segundo a Folha de São Paulo, o presidente da Coca-cola no Brasil, Henrique Braun, apresentou as demandas da empresa a Jorge Rachid, secretário da Receita Federal. A principal reclamação é a alteração da incidência de IPI, realizada após a greve dos caminhoneiros.

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A empresa estaria disposta a transferir a fabricação do xarope de seu famoso refrigerante a algum país vizinho que ofereça vantagens fiscais. Segundo a Folha, o governo, por sua vez, acusa a Coca-cola de superfaturar produtos produzidos na Zona Franca para ampliar ganhos usando os subsídios.

O governo tem pronto decreto para exigir que cada programa de subsídio federal seja avaliado por um órgão responsável. Em 2018, o custo dos incentivos para as contas públicas está previsto em R$ 370,8 bilhões. A maior parte não tem prazo para acabar. E, ao longo dos anos, não foi adotado nenhum tipo de monitoramento sobre sua eficiência.

No ano passado, os subsídios custaram 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) - o equivalente a R$ 354,7 bilhões. O volume é tão grande que daria para zerar o rombo das contas públicas do ano passado e ainda gerar superávit de R$ 230 bilhões.

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O decreto prevê a formação de um comitê interministerial (com Fazenda, Planejamento e Casa Civil) para apontar os órgãos responsáveis pelo acompanhamento dos programas subvencionados nos segmentos tributário, creditício ou financeiro.

Os órgãos apontados pelo comitê terão de preparar uma avaliação sobre a necessidade de continuidade ou extinção da política. Subsídio é a assistência que o governo dá, seja pelo lado das receitas ou das despesas, para reduzir o preço ao consumidor ou o custo ao produtor, como aconteceu com o "bolsa caminhoneiro", desenhado para reduzir em R$ 0,46 o litro do diesel nas bombas.

Para conceder esse subsídio, o governo cortou benefícios de outros setores, o que alimentou o debate sobre os gastos da União com incentivos.

A exigência de um responsável para cada programa foi feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que avalia que essas subvenções são concedidas sem estudos para comprovar se os benefícios sociais ou econômicos justificam o programa, frente à perda de arrecadação.

"O gestor vai dizer para a sociedade se o subsídio está ou não está funcionado. Se vai ou não acabar, é uma decisão política", disse ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) Alexandre Manoel Angelo da Silva, secretário de Acompanhamento Fiscal e de Loterias do Ministério da Fazenda.

Para ele, é importante manter os esforços para aperfeiçoar a política de subsídios da União, com a reformulação dos programas, como ocorreu com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e implementar maior rigor na concessão dos gastos. Relatório da Fazenda mostra que os subsídios passaram de 3% para 6,7% do PIB entre 2003 e 2015. A partir daí, os gastos começaram a cair. Nos anos de 2016 e 2017, a queda chegou a 1,2 ponto porcentual.

Segundo Silva, o decreto está em fase final para ser publicado. A Escola de Administração Fazendária (Esaf) publicou edital chamando acadêmicos da área para fazerem as avaliações.

"É o primeiro passo para fazer alguma coisa", afirmou Marcos Mendes, assessor especial do ministro da Fazenda que trabalhou na elaboração do subsídio ao diesel.

Um dos criadores da nova taxa de juros do BNDES, que teve como objetivo eliminar o subsídio implícito bancado pela União nos empréstimos do banco, o economista Vinicius Carrasco avalia que a iniciativa vai tornar mais difícil o lobby no Congresso por iniciativas que não deem o retorno esperado à sociedade.

"É difícil defender um subsídio, a despeito dos seus interesses, se você aprende que foi ineficaz, só gerou custos e não benefícios. Então, a discussão fica um pouco mais iluminada", diz Carrasco, ex-diretor do BNDES e hoje professor na PUC-Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo brasileiro denuncia mais de US$ 2,2 bilhões em subsídios dados pelo Canadá à principal rival da Embraer, a empresa Bombardier, e exige uma resposta do governo de Ottawa. O Itamaraty apresentou nesta terça-feira (25) na Organização Mundial do Comércio, uma série de perguntas aos canadenses e, com base nessas respostas, o governo de Michel Temer pode abrir sua primeira disputa internacional, acionando o país nos tribunais da OMC antes do fim do ano.

A pressão brasileira ganhou um apoio de peso. Durante o encontro em Genebra, o governo americano declarou simpatia à queixa brasileira, indicando que cabe ao Canadá trazer respostas às suspeitas de um financiamento ilegal de suas vendas.

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De acordo com os diplomatas americanos, a Casa Branca está "preocupada" com o apoio dado pelas autoridades canadenses para as exportações de seus jatos da Bombardier e para o desenvolvimento de novos modelos. Washington também indicou estar apreensiva com declarações de Ottawa de que novos aportes públicos serão feitos. Para os EUA, o Canadá precisa garantir que o envolvimento do governo não signifique a distorção dos mercados e que estejam de acordo com as regras da OMC.

Disputa

Nos últimos anos, as quatro maiores empresas globais têm travado uma batalha sem precedentes pelo mercado internacional de jatos. Airbus, Boeing, Bombardier e Embraer disputam, em alguns dos casos, contratos que dependem de financiamento de bancos oficiais.

Mas é a disputa entre a Embraer e a Bombardier que volta a dominar o debate, uma década depois que ambas já se enfrentaram nos tribunais da OMC. Os dois países foram condenados e prometeram reformar seus programas.

Agora, é o Brasil quem questiona e alega que subsídios bilionários não têm sequer sido alvo de notificações oficiais por parte do Canadá. Pelas regras, o governo é obrigado a dizer à OMC o que tem feito em relação ao financiamento de produção e exportação. "Por que o Canadá não notificou US$ 350 milhões em subsídios para lançamento, US$ 1,8 bilhão em subsídios do Quebec e outros apoios para os jatos C-Series da Bombardier ao Comitê de Subsídios da OMC ?", questionou o Brasil durante o encontro desta terça-feira, 25.

O Itamaraty ainda pressionou o Canadá a dar uma resposta sobre recentes comentários do governo federal de que mais um aporte de US $ 750 milhões estaria sendo considerado.

Durante o debate, o governo canadense limitou-se a dizer que estava estudando como responder às perguntas feitas pelo Brasil e que parte das respostas caberia ao governo da província do Quebec. Apesar disso, disse que o Canadá não viola as regras internacionais do comércio e que está "totalmente comprometido" em seguir suas obrigações As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A chefe para negociação agrícola dos Estados Unidos, Darci Vetter, acredita que o comércio mundial só vai avançar quando todas as políticas de subsídios forem transparentes. A seguir, os principais trechos da entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Como a sra. avalia o futuro da Organização Mundial do Comércio (OMC)?

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Tomamos importantes decisões em Nairóbi (Quênia) no ano passado, inclusive com a ajuda do Brasil. A questão é como podemos encontrar uma fórmula para resolver o que não terminamos, como reduzir tarifas para o acesso a mercados. Desde que começamos a Rodada Doha, os países que mais concedem subsídios passaram de EUA, União Europeia e Japão para China e Índia. Os subsídios têm um efeito de distorção, não importa qual país faça uso dele. Se quisermos criar disciplinas aceitáveis, precisamos fazer com que todos os subsídios estejam em cima da mesa.

Os EUA anunciaram um novo subsídio para o algodão. Isso poderá desencadear uma nova disputa com o Brasil?

Fui parte ativa dessa negociação (finalizada em 2014), e chegamos a uma conclusão de sucesso. Recentemente anunciamos um novo programa, que é pequeno e pontual. Está dentro de nossos compromissos com a OMC. O Brasil nos perguntou sobre esse programa, mas reconheceu que está dentro dos limites. Tudo relacionado ao setor, dado o nosso histórico, será observado de perto, mas foi uma medida emergencial.

Em quais áreas é possível avançar em acordos com o Brasil?

Somos ambos exportadores de milho, soja, etanol, carne, mas muitas das nossas exportações vão para mercados terceiros. E esses mercados nem sempre jogam seguindo as regras. Temos uma oportunidade de trabalhar para encorajá-los a usar padrões internacionais. Os países recebem esse tipo de mensagem de forma diferente se elas vêm de parceiros como o Brasil e a Argentina, que enfrentam as mesmas barreiras.

O fato de o Brasil enfrentar uma crise política muda a visão sobre o País?

Independentemente do que acontecer no Brasil, ele continuará um grande parceiro comercial. Estamos confiantes de que o País vai achar seu caminho e estaremos aqui quando isso acontecer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O setor da construção propôs ao governo do presidente em exercício Michel Temer que os subsídios bancados pela União no Minha Casa Minha Vida fiquem restritos ao público que ganha até R$ 1,8 mil por mês, a chamada faixa 1. Para evitar a dependência do programa de habitação popular ao comportamento das receitas federais, o segmento quer que os subsídios das chamadas faixas 2 e 3 (famílias com renda mensal de até R$ 3,6 mil e R$ 6,5 mil, respectivamente) saiam exclusivamente do lucro do FGTS.

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou, para deslanchar a terceira fase do programa, a parcela de recursos públicos como contrapartida aos subsídios cairia para 10%. Para compensar a queda, a parcela do FGTS subiria para 90%. Quando foi criado, em 2009, o Tesouro Nacional cobria 25% dos subsídios e o FGTS, os outros 75%.

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A proposta das construtoras e incorporadoras foi entregue aos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Bruno Araújo (Cidades) e também à nova secretária nacional de Habitação, Maria Henriqueta Arantes Ferreira Alves.

O ministro das Cidades confirmou ao setor que revisaria a meta da presidente afastada Dilma Rousseff de contratar 2 milhões de moradias até 2018. Aos empresários, Araújo estimou em 500 mil contratações por ano, incluindo 2016, nas faixas 2 e 3 do programa.

No encontro com o setor, Araújo também recebeu o pedido para reavaliar a grande novidade da terceira etapa do programa: a criação de uma nova faixa, batizada de 1,5. Ela seria destinada a famílias com renda mensal de até R$ 2.350, com subsídios de até R$ 45 mil na aquisição de um imóvel, de acordo com a localidade e a renda.

Além do subsídio, que é uma espécie de desconto, o financiamento da faixa 1,5 teria juros de 5% ao ano. Para o setor, a forma como foi desenhada essa faixa - cuja escolha dos beneficiários seria feita por meio de um sorteio, depois do cadastro dos interessados em um site criado para o programa - inviabiliza comercialmente os empreendimentos destinados a esse público.

Os subsídios do faixa 1,5 seriam bancados pelo FGTS, mas o setor acredita que é preferível que a União assuma essa conta, caso a faixa realmente venha a sair do papel.

Ajustes

As construtoras e incorporadoras defendem que é possível ajustar o faixa 2 para atender ao mesmo público do faixa 1,5. A solução seria diminuir as taxas de juros e aumentar o subsídio. No lançamento da terceira etapa do programa, o governo de Dilma anunciou juros maiores para a faixa 2.

Famílias com renda de até R$ 2,7 mil passariam a pagar 6% ao ano e as com renda de até R$ 3,6 mil, 7%. O teto do subsídio dessa faixa é de R$ 27,5 mil.

"Se redistribuir o total de subsídios entre as faixas, é possível atender mais pessoas com o mesmo orçamento do programa", disse Ronaldo Cury de Capua, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP). Segundo ele, o governo garantiu a continuidade das contratações das moradias classificadas nas faixas 2 e 3.

A suspensão ficaria restrita às novas contratações das faixas 1 e 1,5 - essa última nem foi retirada do papel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos avaliou como subsídios irregulares programas de incentivo dado pelo governo brasileiro à indústria, como a redução do IPI para máquinas e equipamentos, financiamentos subsidiados do BNDES e o Reintegra, que devolve parte dos tributos pagos na cadeia de produção a exportadores. O entendimento é que os programas geraram competição desleal para a indústria americana de aço e podem embasar medidas compensatórias aos EUA.

A avaliação consta da decisão de sobretaxar em 7,42% as importações de aço laminado a quente, divulgada anteontem. A taxação não é final, mas terá aplicação imediata e atingirá principalmente CSN e Usiminas.

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Na decisão, o departamento de comércio acusa o governo brasileiro de não ter cooperado "o melhor que podia" e não fornecer todas as informações requisitadas, impedindo as investigações "significativamente".

"O departamento considerou as informações fornecidas pelo governo do Brasil deficientes e inadequadas para amparar a alegação de que a redução de IPI é apenas o estabelecimento dos porcentuais do tributo", afirma o documento.

Também foram considerados subsídios irregulares o programa ex-tarifário (redução temporária da alíquota do imposto de importação de bens de capital), o drawback (que restitui impostos alfandegários pagos na importação de matéria-prima usada na fabricação de produtos exportados) e o programa de incentivos Desenvolve, do governo da Bahia.

No parecer, o departamento afirma que serão necessárias mais informações sobre o programa de desoneração da folha de pagamentos para determinar se também constitui subsídio.

A investigação considera incentivos concedidos em 2014. Na definição da sobretaxa de 7,42%, o governo americano entendeu que o principal benefício recebido pela indústria do aço foi a redução do IPI sobre bens de capital, que representou subsídio de 3,21%. Em seguida está o Reintegra, que representou incentivo de 3%, e o Drawback, de 1,13%.

O governo brasileiro prepara sua defesa. Antes do prazo final, em 24 de maio, representantes dos EUA virão ao Brasil para conversar com autoridades e investigar as empresas envolvidas. O Ministério do Desenvolvimento disse que o governo acompanha todas as investigações de defesa comercial contra exportações brasileiras e fornece apoio necessário às empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Bahrein e Omã reduziram os subsídios estatais sobre a gasolina, no momento em que o preço global do petróleo atinge seu patamar mais baixo desde 2003. Nesta terça-feira (12), os preços da gasolina subiram até US$ 0,60 no Bahrein, para US$ 1,25 o galão para a gasolina comum e US$ 1,60 para a premium.

Omã disse que iria reduzir os subsídios a partir da sexta-feira e aumentar os preços da gasolina em 33% para o combustível premium e em 23% para o comum.

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A queda nos preços do petróleo reduziu a receita dos países exportadores da commodity, entre eles muitos Estados do Golfo. Para economizar, os Emirados Árabes e a Arábia Saudita reduziram os subsídios ao combustível no ano passado. Fonte: Associated Press.

Logo após a posse como novo secretário das Cidades, André de Paula (PSD), reconheceu que “não há como fugir” do reajuste na tarifa do transporte público estadual. Segundo ele, a medida deverá acontecer logo nos primeiros meses de 2015. A cerimônia de posse do primeiro escalão do governo de Paulo Câmara (PSB) foi realizada no Palácio do Campo das Princesas, nesta sexta-feira (2).

“Apesar de não ser um tema simpático é uma pauta urgente que vai ocorrer o mais rápido possível. Vamos conversar, essa conversa ainda não ocorreu, mas vai ocorrer muito rapidamente”, garantiu o novo secretário. De Paula lembrou que as passagens no Grande Recife não têm reajuste há três anos. “O sistema tem se qualificado e isso traz custo”, observou, fazendo referência à instalação dos BRTs e de outras ações de mobilidade. 

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De acordo com o social democrata, o aumento também será dado em outras capitais e vai reduzir a carga dos subsídios direcionados aos Estados. “É uma pauta nacional. Então, não há muito como fugir. Ou o governo subsidia ou eleva a tarifa. A solução intermediária é a que é possível. O subsídio já existe. Então, essa discussão será iniciada agora”, explicou.

Atualmente as tarifas de ônibus na Região Metropolitana do Recife (RMR) são divididas em quatro grupos: R$ 2,15 para o Anel A; R$ 3,35 para o Anel B; R$ 2,65 para o Anel D; e R$ 1,40 para o Anel G.

A comissão mista do Congresso criada para analisar a Medida Provisória 652 aprovou nesta terça-feira (11) a proposta de plano de aviação regional que concede subsídios para até 50% dos assentos em aviões, sendo no máximo 60 passageiros. O texto aprovado pelos parlamentares também libera o capital estrangeiro nas companhias aéreas que operam no Brasil.

O novo texto revoga parte do Código Brasileiro de Aeronáutica, de dezembro de 1986, ao liberar o capital estrangeiro nas empresas aéreas que atuam no Brasil. A legislação atualmente vigente determina que pelo menos quatro quintos do capital votante nas empresas aéreas seja nacional. Pela proposta, porém, não existirá mais essa limitação. Ou seja, companhias aéreas internacionais poderão se estabelecer no País e operar voos comerciais dentro do território nacional.

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"A liberdade de investimento estrangeiro não deve ser confundida com a abertura total do mercado brasileiro de aviação civil. Em outras palavras, não é uma permissão para que empresas estrangeiras realizem operações de cabotagem em nosso País. Assim, o que se busca incentivar é o investimento externo direto, ou seja, que empresas venham a se instalar no Brasil, recolhendo tributos e gerando empregos, submetidas integralmente à legislação nacional", afirmou, em seu parecer, o relator da MP, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).

Quanto à questão dos assentos, a Azul chegou a ameaçar desistir de uma encomenda de 30 aeronaves da Embraer caso o limite de lugares nas aeronaves fosse retirado do texto, como inicialmente queria o relator. Sem um limite de assentos nos voos subsidiados, companhias que operam aviões maiores ameaçariam a posição da Azul no mercado regional de aviação civil.

Mas após reunião hoje com a liderança do governo no Senado e com representantes dos ministérios da Fazenda, Casa Civil e da Secretaria de Aviação Civil (SAC), o senador voltou atrás e decidiu manter a proposta original de teto do subsídio para metade dos assentos em aeronaves, ou no máximo 60 passageiros. Isso vale para os voos com origem ou destino em aeroportos com movimento de até 600 mil passageiros por ano.

No caso de voos com origem ou destino na Amazônia Legal o limite de 50% do assentos não existe e os subsídios podem ser aplicados em frequências que partam ou cheguem a aeroportos com movimentação anual de até 800 mil passageiros.

Também foi suprimida do texto a emenda que isentava as empresas aéreas beneficiadas de tributação sobre os subsídios. Esse instrumento estava em desacordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e foi excluído do relatório a pedido do Ministério da Fazenda. Como contrapartida, Flexa Ribeiro conseguiu elevar os recursos para os subsídios, que originalmente era de 20% do FNAC, para 30%. A estimativa é de que o fundo acumule um total R$ 4,3 bilhões já em 2015.

A proposta segue agora para o plenário da Câmara dos Deputados e ainda retornará ao plenário do Senado, onde precisa ser aprovada até o próximo dia 24, quando a MP perde validade.

Brasil e Estados Unidos fecharam nesta quarta-feira, 01, em Washington, acordo para colocar fim à disputa em torno dos subsídios americanos à produção de algodão, que se arrasta há quase uma década. Nos termos do pacto, o Brasil se comprometeu a não apresentar novas queixas contra programas de apoio aos produtores americanos previstos na atual Lei Agrícola e descartou a aplicação de retaliações contra os EUA com base nos contenciosos que o País venceu na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A política do governo de garantir crédito barato para as empresas por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES) acarretará custo adicional de R$ 79,75 bilhões às contas públicas no período de 2012 a 2015.

O cálculo do custo fiscal dos subsídios diretos e indiretos embutidos na estratégia do BNDES de estímulo aos investimentos foi feito pelo próprio Ministério da Fazenda. Os dados foram encaminhados ao Congresso Nacional como informação complementar à proposta orçamentária de 2015.

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Despacho da presidente Dilma Rousseff, informando sobre o envio dos demonstrativos aos parlamentares, foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Foi uma mensagem sucinta, citando apenas que os dados foram enviados em meio magnético.

No primeiro ano do próximo governo, o impacto dos empréstimos do Tesouro ao BNDES e dos subsídios bancados pela União no Programa de Sustentação do Investimento (PSI) atingirá o recorde de R$ 30,57 bilhões. É um terço de todos os benefícios financeiros e de crédito programados pelo governo Dilma Rousseff para 2015, projetados em R$ 90,6 bilhões.

Pelos dados enviados ao Congresso, o custo dos subsídios dos empréstimos ao BNDES ficará em R$ 24,33 bilhões em 2015 - o triplo de 2013, quando chegou a R$ 10,62 bilhões. O impacto nas contas públicas do custo do PSI será de R$ 6,24 bilhões no próximo ano - mais um fator de pressão para a política fiscal no ano que vem.

Na semana passada, o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, revelou que o governo revisaria de R$ 15,6 bilhões para R$ 23 bilhões o custo dos empréstimos do BNDES em 2014. A projeção aumentou por causa do impacto da alta da taxa básica de juros (Selic). O aumento tem impacto direto, pois fica mais caro para o Tesouro se financiar no mercado. Já o BNDES pagará os empréstimos pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5% ao ano.

Críticas

Por exigência do Tribunal de Contas da União (TCU), os subsídios têm de ser obrigatoriamente calculados pelo governo, que resistiu por mais de dois anos à pressão do tribunal. Até então, os dados oficiais só mostravam o valor dos subsídios do PSI.

O Tesouro era contra a divulgação dos dados e resistia à publicação, principalmente neste momento de acirramento das críticas da oposição à política econômica. A ajuda do BNDES às empresas entrou na pauta eleitoral, e os críticos do governo apelidaram o apoio do banco de "bolsa empresário" ou "bolsa BNDES".

Em resposta às críticas, o ministro do Fazenda, Guido Mantega, chegou a trocar farpas com o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, na segunda-feira, 15, em evento em São Paulo. O empresário voltou a criticar a política econômica, desta vez na frente do ministro, falando sobre a angústia com "a perspectiva de recessão, desemprego e falta de investimento".

Mantega perguntou se ele estava pronto para ser "desmamado" do apoio do governo à indústria. Steinbruch disse também que tinha medo de um "desmonte" do BNDES.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, defendeu a política de subsídios do governo para os empréstimos do BNDES. Os benefícios, segundo ele, são imensamente superiores aos gastos do governo com esses subsídios por meio do aumento da arrecadação de impostos das cadeias produtivas, formalização do emprego, sustentação da produção, promoção dos investimentos, da inovação e desenvolvimento regional e apoio a micro e pequenas empresas.

Ele informou, por exemplo, que 90% dos investimentos em energia eólica e 32% do setor de etanol têm o apoio do banco. Além disso, 34% dos recursos do BNDES são destinados a 270 mil micro, pequenas e médias empresas em todo o País. Holland disse, ainda, tratar-se de uma distorção afirmar que os empréstimos do BNDES são uma "bolsa empresário". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 20% das rotas operadas atualmente pelas companhias aéreas brasileiras poderão receber subsídios do plano de aviação regional, segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Azul deve receber mais da metade do valor destinado ao subsídio de rotas existentes e ser a companhia mais beneficiada.

O governo publicou na segunda-feira (28) uma medida provisória que autoriza a União a transferir recursos a empresas para a realização de voos regionais. Segundo o texto, poderão ser contemplados voos com origem ou destino em aeroportos de pequeno ou médio porte. A Secretaria de Aviação Civil (SAC) considera como regionais aeroportos com movimentação anual de até 800 mil passageiros por ano - há 122 aeroportos com essas características no País, de acordo com a Anac.

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Dos 18,9 mil voos semanais nacionais, 3.740 chegam ou partem desses aeroportos e podem receber subsídio, aponta levantamento feito pela reportagem com base na malha aérea vigente. A estimativa da SAC é transferir R$ 1 bilhão às empresas ao ano.

A Azul é a empresa que voa para o maior número de cidades brasileiras, com mais de 100 destinos atendidos. A companhia tem 36% dos seus voos enquadrados no programa de estímulo ao setor, segundo o levantamento. Com o incentivo do governo, a Azul planeja comprar aviões e ampliar o número de destinos atendidos, disse anteontem o presidente da Azul, Antonoaldo Neves.

As líderes no mercado brasileiro TAM e Gol voam com aviões maiores e são focadas em rotas entre cidades grandes. Mas alguns de seus destinos atuais, como Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Santarém (PA), têm movimento inferior a 800 mil passageiros por ano. A Gol tem 11,8% dos seus voos em aeroportos regionais e deve receber quase 19% do subsídio pago aos voos existentes. Já a TAM tem aproximadamente 7% das suas rotas enquadradas no programa e deve receber quase 10% do valor. O programa também pode beneficiar empresas menores, como Passaredo, Sete e MAP, que têm, respectivamente, 49%, 90% e 100% dos voos em aeroportos pequenos.

Para o professor Elones Ribeiro, diretor da faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, o plano pode trazer novas empresas ao setor. "Antigamente muitas empresas faziam voo regional porque havia subsídio. Acho que o plano pode estimular o surgimento de novas empresas." Colaborou Nayara Fraga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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