Após 17 dias dos ataques a coletivos praticados por criminosos ligados a facção criminosa "Bonde dos 40" terem incendiado cinco ônibus e ferido cinco pessoas nas ações, o Ministério Público do Maranhão ofereceu denuncia contra sete pessoas pela morte da menina Ana Clara Santos Souza, 6 anos, que na ocasião sofreu queimaduras em 95% do corpo depois de ser atingida por uma coquetel molotov, feito com gasolina e atirado pelos acusados depois de abordar o coletivo onde a criança estava.
Foram indicados Jorge Henrique Amorim Santos (Dragão), Wlderley Moraes (Paiakan), Hilton John Alves Araújo (Praguinha), Giheliton de Jesus Santos Silva (Gil), Samuel Rodrigues Alves (Anel), Thallyson Vitor Santos Pinto e Larravadiere Silva Rodrigues de Sousa Júnior (Júnior Black) pelo assassinato da menina. Os três primeiros acusados estão entre os detentos transferidos na manhã desta segunda-feira, 20, para um presídio federal em Mato Grosso do Sul.
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Os sete acusados também responderão pela tentativa de homicídio de Lohanny Beatriz Santos Costa e Juliane Carvalho Santos, irmã e mãe de Ana Clara, respectivamente, e de Abianci Silva dos Santos e Márcio Ronney da Cruz Nunes. Abianci e Lohanny já receberam alta, mas Marcio Ronney permanece internado em um hospital de Goiânia ainda em estado grave e Juliane este em Brasília, e ambos não tem previsão de alta.
Na denúncia, a titular da 1ª Promotoria de Justiça de São José de Ribamar, Geraulides Mendonça Castro, destaca que as lesões provocadas pelo fogo em Ana Clara causaram grande sofrimento na vítima e, mesmo assim, nenhum dos denunciados desistiu de consumar o crime ou minimizar o sofrimento da garota ou das outras vítimas.
"As cenas da câmera instalada no veículo são chocantes e demonstram a presença dos mesmos no local, totalmente indiferentes quanto às vítimas que padeciam cruelmente em meio ao fogo ardente, demonstrando um desvalor acentuado de suas condutas, com total ausência de limites", destacou a promotora de justiça.
De acordo com a denuncia protocola da pelo MP-MA, o grupo teria organizado o atentado em uma reunião na Vila Sarney Filho, local onde o crime foi executado. Na ocasião, foram divididas as tarefas que cada um faria em cumprimento a ordem partiu de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas para queimar coletivos como uma forma de pressionar as autoridades para retirar o batalhão de Choque da Polícia Militar de dentro da prisão .
A execução do crime ocorreu instantes depois e teve a participação de quatro adolescentes. Um deles entrou no ônibus e ameaçou o motorista com um revólver, forçando a parada do veículo. Em seguida, os demais acusados, que estavam escondidos, com a participação dos adolescentes, atearam fogo no ônibus e ameaçavam os passageiros.
Dois dos que foram originalmente presos e apresentados pela polícia como participantes do crime - Sansão dos Santos Sales e Julian Jeferson Sousa da Silva - deixaram de ser denunciados por não ter identificado qualquer participação deles nos crimes. A Promotoria de Justiça pediu a liberdade imediata dos dois.