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O descalabro na penitenciária de Pedrinhas, a cadeia da capital maranhense onde foram registradas 60 mortes de presos no ano passado, inclusive com decapitações de detentos, já dava sinais de que poderia degringolar desde 2008. Após visitar o estabelecimento, deputados federais relataram, no relatório final da CPI do Sistema Carcerário, uma série de problemas, como superlotação, presos sem receber cuidados médicos e com "marcas de espancamentos".

A visita à penitenciária explicitou a superlotação. Havia na ocasião 692 detentos para 350 vagas. Somente 10 agentes penitenciários no plantão guarneciam a população carcerária, o que deixava cada agente responsável por 69 presos. "Poucos (presos) estudam e apenas 72 trabalham. A arquitetura é antiga e inadequada e o prédio é velho, sem manutenção. As paredes são sujas, os corredores escuros e há lixo em abundância", anotou o relatório.

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A comitiva de cinco deputados também constatou que doentes presos com AIDS e tuberculose estavam em celas coletivas, o que revela "ausência de assistência médica". Os parlamentares encontraram detentos com gangrena na perna e banheiros com péssimas condições de higiene.

Os congressistas identificaram vários internos com "marcas de espancamentos, denunciando práticas constantes de tortura". "Uma reclamação geral foi a de penas cumpridas e excesso de prazo na concessão de benefícios", relatou a comissão. Quando da ida dos parlamentares, o Maranhão era comandado pelo governador Jackson Lago (PDT), adversário da família Sarney que posteriormente foi cassado por decisão judicial. Desde então o Estado é governado por Roseana Sarney (PMDB).

Mesmo com esses relatos, o presídio de Pedrinhas não foi sequer incluído na ocasião entre as dez piores unidades prisionais do País. Após visitar 62 estabelecimentos em 17 estados e no Distrito Federal, o campeão foi o Presídio Central de Porto Alegre (RS). Por causa dessa penitenciária gaúcha, o governo brasileiro está sendo cobrado desde o final de dezembro na Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA). O tribunal cobra providências para garantir, entre outras mudanças, o fim da superlotação no local.

Do Maranhão, apenas a Casa de Detenção Masculina consta da lista, em décimo lugar. A CPI sugeriu a responsabilização do Estado maranhense "pela omissão no cumprimento da legislação aplicável à espécie, pelas históricas e continuadas violações aos direitos humanos dos encarcerados e pela precariedade do sistema prisional brasileiro".

O Ministério da Justiça manterá a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) por mais dois meses no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. O pedido para estender o período da ajuda até 23 de fevereiro partiu da governadora Roseana Sarney (PMDB) e foi autorizada pelo ministro José Eduardo Martins Cardozo. A decisão foi publicada nesta quarta-feira, 8, no Diário Oficial da União (DOU).

De acordo com nota publicada pela assessoria do ministério, "o objetivo é evitar ao máximo os confrontos entre integrantes de facções criminosas". "A tarefa é fazer a intervenção necessária e dar apoio à direção dos presídios na manutenção da rotina do sistema prisional por conta de recentes rebeliões."

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A missão enviada ao Maranhão é composta por policiais militares e bombeiros. Eles ajudam na contenção dos presos e nas frequentes revistas nos prédios da cadeia.

O complexo penitenciário passa por uma onda de barbárie generalizada, com dezenas de mortes por decapitações, estrangulamentos - foram 62 assassinatos desde 2013.

Transferências

Roseana aceitou a oferta da pasta para transferir presos do sistema prisional estadual para o federal. Ainda não foram indicados os nomes nem quantos detentos seguirão para os presídios de segurança máxima. Antes dessa recente onda de mortes no presídio, o governo do Maranhão já havia transferido 22 presos para penitenciárias federais.

Surpreendido com a denúncia do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos contra o "estado terrível" das prisões no Brasil, o governo brasileiro evitou se posicionar sobre as atrocidades ocorridas no presídio de Pedrinhas, no Maranhão. Oficialmente, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou há pouco que sequer há previsão de uma "resposta pública" ao órgão multilateral e ressaltou que tem um "diálogo natural" com a ONU.

A Presidência da República, procurada pelo Broadcast, também se negou a dar uma resposta, transferindo a responsabilidade para o Ministério da Justiça. A Pasta, comandada pelo petista José Eduardo Cardozo, informou que tampouco tinha uma resposta. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência também evitou se pronunciar sobre a cobrança da ONU.

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A ONU exige que o governo abra investigações para determinar o que ocorreu no Maranhão nas cenas divulgadas com decapitações em Pedrinhas, processando os responsáveis. "Apelamos às autoridades para realizarem uma investigação imediata, imparcial e efetiva dos fatos e processar as pessoas consideradas como responsáveis", indicou Rupert Colville, porta-voz da Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Plilay.

Em um comunicado divulgado em Genebra e como forma de constranger internacionalmente o governo brasileiro, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos insistiu em atacar a situação das prisões no Brasil. "Lamentamos ter que, mais uma vez, expressar preocupação com o terrível estado das prisões no Brasil e apelar às autoridades a tomar medidas imediatas para restaurar a ordem na prisão de Pedrinhas e em outras prisões do país", indicou Colville.

O secretário-adjunto de Segurança Pública do Maranhão, Laércio Mendes, admitiu nesta quarta-feira (8), que o número efetivo de polícia do Estado - que tem média de um policial para cada 890 habitantes - é insuficiente. "Nós temos o menor efetivo do Brasil. Enquanto a ONU recomenda um policial para cada 300 habitantes, nós temos aqui um para 890", disse Mendes. Em entrevista à Rádio Estadão, ele fez questão de ressaltar que o Maranhão já fez concurso público para a polícia e que os novos homens estarão nas ruas até fevereiro.

O secretário-adjunto negou que a situação da violência no Estado tenha piorado nos últimos 7 anos, período de governo de Roseana Sarney (PMDB). Ele colocou a culpa pela piora de índices no cenário de poucos policiais encontrado pela administração de Roseana.

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Questionado sobre a necessidade do envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública para o Estado, o secretário-adjunto afirmou que a ajuda seria bem-vinda. A Força Nacional está no Maranhão há cerca de 60 dias, mas atua apenas no sistema prisional. "A presença da Força Nacional é bem-vinda, vai nos ajudar muito", disse.

A opinião de Martins é diferente da exposta nesta terça-feira (7), pelo subcomandante Geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel João Alfredo Nepomuceno, que disse ontem que o reforço federal não é necessário. Os dois, porém, concordam ao afirmar que a violência na região metropolitana de São Luís está sob controle. Até o momento, 20 pessoas que participaram dos ataques foram presas.

A recente onda de violência no Estado começou dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde somente este ano duas pessoas morreram. A crise no sistema carcerário ganhou as ruas da capital na semana passada. Presidiários deram ordens para que bandidos queimassem quatro ônibus e atirassem em uma delegacia de polícia.

Após as recentes cenas de violência no presídio de Pedrinhas, no Maranhão, 22 presos foram transferidos de lá para penitenciárias federais. Segundo informou nesta quarta-feira, 08, o Ministério da Justiça, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) analisa ainda abrir outras vagas para isolamento de mais detentos envolvidos nos casos. O Ministério ainda não detalhou para quais penitenciárias federais esses presos foram mandados, nem quantos ainda precisam ser transferidos. Depois da divulgação de vídeos que mostram presos decapitados dentro do presídio de Pedrinhas, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu investigação do caso.

A Organização das Nações Unidas denuncia o "estado terrível" das prisões no Brasil e exige que o governo abra investigações para determinar o que ocorreu no Maranhão diante das imagens divulgadas, inclusive com decapitações de presos, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, e processe os responsáveis. "Apelamos às autoridades para realizarem uma investigação imediata, imparcial e efetiva dos fatos e processar as pessoas consideradas como responsáveis", disse Rupert Colville, porta-voz da Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay.

Em um comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira, 08, em Genebra, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos insistiu em atacar a situação das prisões no Brasil. "Lamentamos ter que, mais uma vez, expressar preocupação com o terrível estado das prisões no Brasil e apelar às autoridades a tomar medidas imediatas para restaurar a ordem na prisão de Pedrinhas e em outras prisões do País", indicou Colville.

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A ONU ainda pede que a "superlotação seja reduzida e que condições dignas sejam oferecidas para pessoas privadas de liberdade".

Não é a primeira vez que o Brasil é atacado pela ONU por causa das condições carcerárias. Desde 2003, informes e inspeções ao País realizadas pela entidade mostram que as prisões representam violações aos direitos humanos. Nesse período, a ONU alerta que pouco mudou.

"Estamos incomodados por saber das conclusões do recente relatório do Conselho Nacional de Justiça, revelando que 59 detentos foram mortos em 2013 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, assim como as últimas imagens de violência explícita entre os presos", diz Colville.

São Luís, a capital maranhense, estava deserta na noite dessa terça-feira (7). Apesar da decisão de os ônibus voltarem a circular com frota total na cidade, o clima ainda é de insegurança e muito medo. O comandante da PM, coronel Zanoni Porto, reuniu-se com o secretário municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Carlos Rogério; com Gilson Coimbra, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Maranhão (STTREM); e com o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET), José Luis Medeiros e, além do acerto do retorno da frota, também ficou decidido que, a partir de agora, postos de combustíveis em São Luís estão proibidos de vender gasolina, diesel ou álcool em garrafas pets.

A decisão de retorno da frota não foi totalmente cumprida. No começo da noite, a maioria dos coletivos foi recolhida para as garagens. Segundo a direção do SET, menos de 40% da frota continuou rodando pelas avenidas da capital. Gilson Coimbra, presidente do STTREM, informou que os ônibus estavam circulando, no entanto, a cidade estava vazia e, como não haviam passageiros, os empresários recolheram seus veículos. Por volta de 18h, os pontos de ônibus e os terminais de integração da capital estavam completamente desertos.

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Durante a manhã de ontem, uma reunião na SMTT traçou os argumentos a serem discutidos com os representantes da segurança pública. "Estamos dando um voto de confiança para o comandante da PM", declarou Gilson Coimbra. O comandante da PM garantiu que será intensificado o policiamento ostensivo com novas estratégias, especialmente em áreas onde o registro de assaltos a ônibus é grande.

Além disso, ainda esta semana, será iniciada uma fiscalização nos postos de combustíveis e haverá reunião com os representantes da Agência Nacional de petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para oficializar a decisão dos representantes. "Essa medida é uma forma de dificultar as ações de criminosos e proporcionar mais segurança à população", declarou o coronel Zanoni.

Insegurança continua

Uma das medidas anunciadas pela governadora do Estado, Roseana Sarney, era a criação de uma Delegacia Especial para combate a crimes dentro da Unidade Prisional de Pedrinhas. O prazo para início das atividades era ontem, porém, até o fim do dia, o local destinado à delegacia continuava deserto.

Ontem, a Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República (SDH/PR) declarou que há claras violações dos direitos humanos da população carcerária do Maranhão. Segundo a SDH, a ministra da pasta, Maria do Rosário, volta para Brasília hoje, após interromper suas férias, para tomar providências quanto a situação que considera gravíssima registrada no sistema penitenciário do estado. "A SDH/PR repudia com veemência a barbárie e a banalização da vida que afrontam as garantias estabelecidas pelo Estado Democrático de Direito", diz a nota enviada à imprensa.

Segundo o Secretário de Administração Penitenciária, Sebastião Uchoa, está sendo feita uma análise criteriosa em parceria com a secretaria de segurança para analisar a transferência de presos para presídios federais. "Estamos verificando critérios técnicos e jurídicos para definir o que será feito", esclareceu Uchôa. Segundo ele, já há previsão de construção, pelo governo do Estado, de sete unidades prisionais e mais uma com recursos federais, o que possibilitará a criação de mais de duas mil vagas. Essa ação diminuirá a superlotação e oferecerá espaços mais adequados para o cumprimento das penas.

Enquanto isso, em meio ao caos nos presídios e o colapso da segurança pública no estado, está marcado para amanhã o primeiro pregão para escolher as empresas que abastecerão as geladeiras do governo. Dentre as iguarias solicitadas, estão 80kg de lagosta fresca, uma tonelada e meia de camarão e oito sabores de sorvete. A lista também inclui 750kg de patinha de caranguejo, custando R$39 mil; duas toneladas de peixe e cinco toneladas de carne bovina e suína. O Estado prevê, com isso, gastar R$1 milhão para alimentar a família Sarney e seus convidados até o fim de 2014.

No edital, ainda estão a compra de 2.500 garrafas de 1 litro do guaraná Jesus, 50 caixas de bombom e 30 pacotes de biscoito champagne. Um dos itens mais curiosos da lista é o gasto de R$ 108 mil em ração para peixes. O segundo pregão para a licitação de fornecedores está marcado para esta sexta-feira (11).

O Complexo Prisional de Pedrinhas, em São Luís, passou a ser comparado a um açougue. É que a morte por ali virou rotina. Em 2013, foram 60 homicídios. O índice supera o de várias cidades do País, como Diadema, na Grande São Paulo, que registrou 49 mortes em 2012.

A reportagem foi até lá e conseguiu entrar em uma das oito unidades prisionais do complexo, de onde saem as ordens para queimar ônibus e atacar policiais na capital maranhense.

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Na porta das unidades, as mulheres dos presos se aglomeram para saber se seus maridos e filhos continuam vivos. O medo é que virem mais um dos corpos exibidos em carnificinas filmadas com celular pelos presos e repassadas desde o ano passado para boa parte da cidade.

Hoje, o complexo tem 2.196 detentos, 426 a mais do que sua capacidade permite. "Isso aqui vai explodir logo, logo", diz J., de 40 anos, mulher de um dos detentos. "Ele não é de facção nenhuma, como muitos aí dentro, mas pode morrer a qualquer momento."

Do outro lado da rua, em outra penitenciária do sistema, a Tropa de Choque é um sinal de que J. pode ter razão. A força policial passou a atuar no local desde que a crise da segurança estourou novamente, logo no começo do mês.

"Nós estamos fazendo revistas e o trabalho de polícia. O resto continua com os agentes penitenciários", explica o tenente-coronel Raimundo Sá, da Tropa de Choque.

Celulares

Apesar das revistas constantes, a polícia sempre acaba encontrando armas e celulares em posse de criminosos das duas facções rivais, o Primeiro Comando do Maranhão (PCM) e o Bonde dos 40.

A reportagem esteve em uma das unidades do complexo que é dominada por presos do Bonde dos 40, a Penitenciária São Luís 1. Logo na entrada, é possível ouvir presos batendo nas celas.

Com a ajuda de um funcionário, a reportagem fez um tour pelo local. A entrada começa pela chamada "ala de Jesus", que concentra presos evangélicos. Depois, vêm a ala para visita íntima, a escola e o campo de futebol, onde os presos jogam sem camisa. "Ali no fundo fica o tal do Bonde dos 40", diz o agente, apontando para um local mais fechado do que os demais. Diferentemente das celas dos evangélicos e dos presos que não pertencem a facções, a parte reservada aos criminosos mais perigosos tem mais de um portão para que se chegue até eles.

Trabalho

Quem sempre continua, apesar das más condições de trabalho, são os agentes penitenciários. "Somos só 400 no Estado. É muito pouco", reclama um deles, que diz temer pela segurança. Para ele, os monitores colocados pelo governo do Estado para substituí-los não são capacitados para fazer a função dos agentes. "Você pode colocar um agente para dez presos que ele é respeitado. Esses monitores não são."

No ano passado, os presos fizeram uma das rebeliões mais violentas da história do complexo. Vários foram decapitados.

"Neste ano já foram dois mortos lá. Se continuar desse jeito, vamos superar o ano passado", avisa José Maria Ribeiro Jr., presidente da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos.

Nesta terça-feira, 07, o grupo se reuniu com várias entidades com o objetivo de saber o que está acontecendo lá dentro. Seja o que for, o reflexo está nas ruas de São Luís, onde a população especula se ainda pode acontecer alguma coisa pior depois de criminosos incendiarem ônibus com crianças dentro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No meio do caos vigente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, presos se reuniram para tentar se legitimar como autoridades para controlar a desordem. Foi quando detentos do Primeiro Comando do Maranhão (PCM) fizeram uma grande rebelião, no dia 8 de novembro de 2010, com 18 mortos - três deles decapitados.

Em janeiro do ano seguinte, a Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - seção do Maranhão (OAB-MA) fez uma vistoria em Pedrinhas. Achou o estatuto do grupo com princípios semelhantes aos da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) - "um por todos e todos por um". Ainda informava que a facção havia sido criada em 2003, mas se expandira em janeiro de 2011.

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"Foi quando teve início o ciclo de assassinatos que viriam a ocorrer nos anos que se seguiram", diz o advogado Luiz Antonio Pedrosa, da Comissão.

Diferentemente do que ocorreu em São Paulo, onde o PCC se tornou uma força praticamente hegemônica nos presídios, no Maranhão houve o surgimento de uma facção rival, com força parelha ao PCM. O Bonde dos 40 foi criado em seguida para proteger os presos que se sentiam ameaçados.

A rivalidade foi estimulada pelo próprio modelo do sistema penitenciário maranhense. Com 2.196 detentos em oito unidades (4 penitenciárias, uma casa de detenção, um centro de custódia, um centro de triagem e um centro de detenção provisória), o Complexo Penitenciário de Pedrinhas é uma espécie de Complexo do Carandiru Maranhense, concentrando mais da metade dos 4.2 mil presos do Estado. "O atual governo optou por concentrar os presos do sistema na capital", diz o vice-presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão, Cezar Castro Lopes.

O PCM foi criado por presos do interior justamente para lutar por espaço nas penitenciárias de São Luís. O rival Bonde dos 40 foi formado por detentos da capital e da região metropolitana. A rivalidade provocou o ciclo de mortes e vinganças.

A situação se agravou no ano passado, quando 60 presos foram assassinados no complexo. O ápice da crise ocorreu em outubro na Casa de Detenção. Nos dois primeiros dias do mês, uma rebelião causou a morte de cinco detentos. A resposta veio no dia 9, com a morte de mais 9 pessoas. Os 18 mortos em outubro superaram os 12 assassinatos do ano anterior.

Novas mortes ocorreram em dezembro. Um vídeo divulgado pelo jornal "Folha de S.Paulo", gravado pelos detentos em 17 de dezembro, mostrou três presos decapitados. Não foram as piores ocorrências. Um presidiário morto nessas rebeliões teve o coração retirado e um pé decepado colocado em seu peito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A barbárie nos presídios do Maranhão é o ponto alto de uma crise cujos sintomas já se revelavam desde a década passada nos dados de segurança do Estado. Entre o ano de 2000 e 2013, os homicídios em São Luís e na região metropolitana cresceram 460%. Foram 807 mortes em 2013. Contribuiu para a epidemia de violência o fato de o Maranhão ter a menor relação de policiais por habitante no Brasil. Há um policial para cada 710 moradores, proporção que em Brasília, a mais alta, é de 1 para 135 pessoas.

O descaso, a falta de vagas e de investimento no sistema penitenciário também já vinham sendo apontados pelas autoridades, como nos mutirões feitos pelo Conselho Nacional de Justiça. As penitenciárias são precárias e superlotadas. Há 1,9 preso por vaga no sistema maranhense, proporção que coloca as prisões do Estado no 7º lugar entre as mais lotadas do País, índice semelhante ao de São Paulo.

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Apesar da superlotação do sistema maranhense, contudo, o Estado tem 100,6 presos por 100 mil habitantes, a menor proporção do Brasil. "O modelo de segurança pública no Estado está falido", diz o advogado Luiz Antonio Pedrosa, da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Maranhão. "As facções criminosas se formaram e conseguiram um amplo espaço para avançar em um Estado com problemas sociais dramáticos."

O problema da violência no Maranhão dentro e fora dos presídios se agravou a partir de 2010, quando foi anunciada pelos presos a criação do Primeiro Comando do Maranhão (PCM). A facção rival, Bonde dos 40, surgiu logo na sequência. O enfrentamento entre os grupos se acentuou nos meses seguintes, em um ambiente penitenciário sem controle, com uma frágil política de segurança pública.

Erro

A secretária estadual de Direitos Humanos e Assistência Social, Luiza de Fátima Amorim Oliveira, admite o que o governo errou. "Infelizmente, nós falhamos, houve um erro de gestão nesse sentido", disse ela, que foi ao enterro ontem da menina Ana Clara de Sousa, de 6 anos, que estava em um ônibus incendiado por criminosos e teve 95% do corpo queimado.

Luiza afirma que, nesse momento, a ajuda do governo federal e de outros órgãos é fundamental. "Não tem como resolver sozinho essa situação. É preciso conjugar esforços, para que não aconteça mais", disse. O governo estadual tenta mostrar que faz a sua parte prendendo suspeitos de participar dos ataques a delegacias e a ônibus. "A repressão já está sendo feita. Os adolescentes (envolvidos nos crimes) foram presos."

Agora, segundo Luiza, é preciso cuidado para que não seja alimentada a espiral de violência, tanto nas prisões quanto nas unidades socioeducativas, onde o modelo de facções também se repete. "Quando eles (presos) ficaram cientes de que a Ana Clara morreu, começou uma retaliação, uma pressão interna contra esses adolescentes que estão lá. Então, nós tivemos de separá-los", diz.

Críticas

Nas prisões, parentes de suspeitos de participar da nova onda de ataques acusam o governo do Estado de fazer prisões arbitrárias só para dar uma resposta à sociedade. A cozinheira Lucicleide Melônio do Nascimento, de 39 anos, afirma que o filho dela, Luís Gustavo Melônio, 18, foi preso injustamente. Ele foi detido sob suspeita de atirar em uma delegacia no bairro São Francisco, em São Luís. "Ele já tinha carteira assinada, ia prestar concurso. Agora, apareceu em rede nacional, já foi condenado", disse. "E pode ser mais um morto, porque nós sabemos, o País todo sabe, o que acontece nos presídios do Maranhão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Maria do Rosário, disse nessa terça-feira (7) que cabe ao Governo do Maranhão solucionar a violência dentro e fora dos presídios do Estado. Para ela, as medidas de autoridades locais foram "insuficientes para preservar a vida" dos presos, apesar de sucessivos alertas do governo federal, e cabe a elas a "retomada adequada do controle".

O Complexo Penitenciário de Pedrinhas, com 2,5 mil detentos, registra episódios de barbárie com 62 mortes desde o ano passado, fruto da guerra entre facções de presos. Dali, partiram ordens para ataques que aterrorizam a capital, São Luís. Conforme a ministra, a SDH recebeu desde 2011 relatos de 31 situações graves em Pedrinhas, repassando todas elas ao Estado. "Lamentavelmente, nós nem sempre encontramos encaminhamento para aquilo que buscamos realizar", comentou.

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A ministra disse que o governo federal está disponível para ajudar, mas o restabelecimento de uma situação de normalidade é das autoridades do Estado, comandado pela governadora Roseana Sarney (PMDB). "É uma situação gravíssima, dentro das penitenciárias e fora. Estamos, em tudo o que diz respeito ao governo, dispostos a contribuir. Mas não somos os gestores do sistema", afirmou. "As medidas que foram tomadas, no âmbito do Estado, não foram suficientes e é preciso, sim, uma retomada adequada do controle, para que redes criminosas não permaneçam aterrorizando a população e os presos."

A ministra disse que, além dos alertas do governo federal, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos indicou, no fim de dezembro, uma série de medidas emergenciais para o caso de Pedrinhas. "Depois das medidas cautelares, nós tivemos sete mortes. Não houve resposta, então, não é?", questionou.

A ministra se disse chocada com fotografias que registram a selvageria dentro da prisão, onde presos tiveram as cabeças cortadas por rivais. "Estão entre as piores imagens que eu já vi. O que me incomoda é que não é a primeira vez. Essas decapitações ocorreram em 2011. São continuadas. Não se deve admitir."

A ministra disse que, nas conversas com o governo federal, autoridades maranhenses pediram ao Ministério da Justiça a permanência da Força Nacional de Segurança no Estado. "Em relação a esse sistema, medidas adequadas devem ser tomadas sempre preventivamente. Não se pode deixar o sistema explodir. Essas vidas não voltam."

A Anistia Internacional Brasil, organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, divulgou nota em que expõe preocupação com a situação no Maranhão. "É inaceitável que uma situação como esta se prolongue por tanto tempo sem nenhuma atitude efetiva das autoridades responsáveis", afirma a entidade.

"A Anistia Internacional Brasil vê com grande preocupação a escalada da violência e a falta de soluções concretas para os problemas do sistema penitenciário do Estado do Maranhão. Desde 2007, mais de 150 pessoas foram mortas, sendo 60 somente no ano passado. Neste período, graves episódios de violações de direitos humanos foram registrados nos presídios do Estado, como rebeliões com mortes, superlotação e condições precárias", diz a nota.

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O secretário de Estado de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, Sebastião Uchôa, se referiu nesta terça-feira, 7, aos efeitos provocados pela onda de atentados contra ônibus e delegacias de São Luís como "um mal que vinha pra o bem". A onda de violência deixou uma criança de 6 anos morta e quatro pessoas feridas por queimaduras, o que levou o governo federal a oferecer ajuda.

"O governo está fazendo o que está ao alcance dele. O esforço para construção de presídios já estava em mandamento. Agora, a alta-burocracia de legalidade estava impedindo e tem até males que vêm para o bem. Porque, por conta dos acontecimentos, olha o encadeamento de investimentos que está sendo feito", disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

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Uchôa afirmou ainda que a transferência de presos do Estado para cadeias federais é uma ação provisória, mas que tem pouca eficácia. "Transferir presos, simplesmente, é enxugar gelo e adia o problema porque o preso vai voltar uma hora e volta pior do que foi. Ele volta com um título de que puxou cadeia federal e isso é perigoso e, em outras ocasiões, não se mostrou bom nem estrategicamente", afirmou.

Ao comentar o processo de escolha dos presidiários que serão transferidos para prisões federais, Uchôa afirmou ainda que não há uma data prevista e que é feito um estudo e levantamento de documentos para enviar os detentos para Mato Grosso do Sul. "A decisão política já foi tomada, mas a decisão técnica está sendo arregimentada. A burocracia é necessária. Determinar o tempo agora é prematuro", afirmou.

A menina Ana Clara de Sousa, de 6 anos, foi enterrada nesta terça-feira (7), sob clima de revolta no Cemitério Jardim da Paz, em São José de Ribamar, no Maranhão. "Acabei de enterrar minha filha e é uma dor muito grande", disse Wenderson de Sousa, pai da menina queimada com a mãe e uma irmã de 1 ano num ônibus. "Não tem lógica. Aonde vai a crueldade do ser humano?"

Centenas de pessoas acompanharam o velório da criança, que teve 95% do corpo queimado. A mãe de Ana Clara, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, e a irmã Lorane Beatriz Santos continuam internadas. O enterro atraiu moradores de toda a região de São Luís, que vive uma onda de terror desde o início do mês, quando criminosos presos ordenaram ataques à polícia e ao transporte coletivo. "O Maranhão precisa de intervenção federal já", disse a doméstica Luciana Pereira, 55, que ficou comovida com o caso e foi ao enterro de Ana Clara.

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Crise - No fim de dezembro, a crise dos presídios do Maranhão ganhou as ruas. Foram mais de 60 assassinatos desde 2013 - 2 em 2014. Ana Clara foi operada, mas não resistiu. Ela foi uma das cinco vítimas dos atentados a ônibus e a delegacias na capital maranhense.

A Polícia Militar do Maranhão anunciou na manhã desta segunda-feira (6) que prendeu mais seis acusados de participar dos atentados à ônibus e delegacias em São Luís, capital do estado. Com estas novas detenções sobe para 17 o número de acusados de participar das ações criminosas. Também foi confirmada, nesta manhã, a morte da menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que com 95% do corpo queimado, estava em ventilação mecânica na UTI Pediátrica, e em leito de isolamento do Hospital Estadual Juvêncio Matos e havia sido submetida a cirurgia.

Dois dos acusados presos são adolescentes. Os seis detidos durante uma operação policial na Vila Sarney estavam escondidos em um matagal e são apontados como os criminosos que organizaram e executaram o único ataque que deixou cinco vítimas, entre elas duas irmãs, uma criança de seis anos e outra de 1 ano e cinco meses, e a mãe das duas meninas.

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A versão da polícia é corroborada pelo fato de um dos detidos apresentar queimaduras pelo corpo. Os nomes destes seis acusados não foi divulgado e deverão ser apresentados junto com outro homem preso acusado de participar do atentado à 8ª Delegacia de Polícia, localizado no bairro da Liberdade, apontado com uma das áreas disputadas por facções criminosas ligado ao tráfico de drogas.

Vítimas

Segundo os últimos boletins médicos divulgado pelos hospitais Lorane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, apresenta queimaduras em 20% do corpo, nas pernas e no braço esquerdo. O quadro clínico, divulgado pelo Hospital Estadual Infantil Juvêncio Matos, é estável e encontra-se em leito de isolamento da enfermaria pediátrica.

A mãe das duas crianças, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, está com 40% de área queimada, permanece internada em unidade intermediária de outro hospital e foi submetida a curativo cirúrgico neste domingo (5). Ela e os outros adultos estão internados em outro hospital da capital, Tarquínio Lopes, que é a unidade hospitalar de referência para tratamento de queimados na capital.

Abiancy Silva dos Santos, de 35 anos, está internada na enfermaria, com queimadura segundo grau em membro superior direito e abdômen, quadro clínico estável e também passou por procedimentos cirúrgicos no ontem.

Já Márcio Ronny da Cruz Nunes, de 37anos, tem queimaduras em 72% de seu corpo e está internado em UTI em estado grave. Márcio é apontado como um herói por ter sido ele quem retirou a menina de seis anos de dentro do ônibus incendiado na Vila Sarney.

Segundo as testemunhas e parentes da vítima, Márcio Ronny, que é pai de cinco filhos, voltava do trabalho, onde atuava como entregador de frango abatido, quando o ônibus em que estava foi parado pelos bandidos. Ele teria tido tempo de sair do coletivo antes dos bandidos atearem fogo ao veículo, porém ficou para ajudar Juliene e as filhas a sair do coletivo.

"A calça que ele vestia estava encharcada de gasolina. Ele me falou que só demorou a sair porque estava tentando salvar as crianças. Uma delas ele retirou do ônibus. Acho que foi a menina de 6 anos. Ele sempre cuidou bem dos filhos e acho que, por isso, agiu assim. Se não tivessem as crianças, ele teria saído logo", conta a irmã, Maria da Conceição Nunes, que é cobradora de ônibus.

Operação

Ontem a polícia maranhense montou uma grande operação na cidade, envolvendo 400 PMs e 150 policiais civis, para conter a onda de ataques e atentados. Segundo a Polícia Militar, as ações também são uma resposta aos argumentos do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, que, alegando falta de segurança, impediu a circulação de ônibus em São Luís na noite de sábado (4) e ontem, o que deixou a cidade sem transporte coletivo desde as 18h nos dois dias.

Na manhã desta segunda-feira,  apesar dos coletivos retornarem ás ruas a partir das 6h da manhã , a volta ao trabalho não foi fácil. Muitos ônibus passaram fora do horário e houve briga entre passageiros para conseguir um lugar entre os ônibus que passavam.

"Todas as vezes que ônibus atrasado é uma disputa para quem precisa bater ponto. É uma guerra para embarcar. Tem gente que puxa outros passageiros, tem empurra-empurra na hora de embarcar. Muito difícil. No retorno para casa será a mesma coisa, porque os cobradores e motoristas disseram na viagem que vão parar as 18h hoje também", cotou a doméstica Cláudia Nascimento, que precisa tomar duas conduções para chegar ao trabalho.

Nesta terça-feira (7), uma reunião entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Maranhão (STTREM), Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET) deve avaliar a possibilidade de retorno da circulação da frota à noite.

Houve uma tentativa de reunião organizada pela cúpula da PM, ainda no sábado, porém os rodoviários não enviaram representantes para negociar.

Um novo ataque a delegacia foi registrado na noite deste sábado (4) em São Luís, capital do Maranhão. A fachada do 8ª Delegacia de Polícia (8º DP), localizada no bairro da Liberdade, historicamente apontado como um dos mais violentos da capital, foi atingida por disparos de pistola de homens que estavam dentro de um GM Celta. Na sexta (3), uma outra delegacia, no bairro do São Francisco, também foi alvo de cerca de oito tiros de 9 mm.

Ainda na noite de sexta-feira, cinco ônibus foram incendiados em bairros pobres da capital e em um município vizinho. Em um destes atentados a coletivos cinco pessoas ficaram feridas. Duas delas, uma criança de seis anos que teve 90% do corpo atingido pelas chamas e um homem de 35 anos com 80% do corpo queimado, continuam internados em estado grave e correm risco de morte. As outras três vítimas, entre elas uma outra criança de um ano e quatro meses, também continuam internadas, mas estão fora de perigo.

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Quanto ao estado de saúde das crianças, da mãe e do rapaz Marcos Renan e de uma moça que não foi identificada, ainda é muito grave, mas sob controle, e só com o passar dos dias é que se terá um diagnóstico melhor. A menina de seis anos que teve o corpo 90% queimado, e a irmã, são os pacientes que exigem mais cuidados no Hospital Infantil Juvêncio Matos.

Apresentação

Na manhã deste domingo (5), a Secretária de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) apresentou oito acusados de planejar, coordenar e executar os ataques registrados neste final de semana.

Hilton Araújo, de 27 anos, coordenou as ações de fora do presídio. Ele era foragido da Justiça e tinha uma condenação por 20 anos por homicídio. Também foi apresentado Jorge Henrique Amorim, de 21 anos de idade e conhecido como "Dragão", que estava preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e é acusado de ser o mandante dos ataques.

Também foram apresentados Hilderlei Moraes (25), Diogo da Silva do Carmo (20), Francisco Antonio Lobato Junior (18), Hogenilson Souza, Luiz Gustavo do Nascimento e Ismael Caldas de Souza, todos acusados de envolvimento com os ataques.

O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluízio Mendes, anunciou a criação de uma delegacia que atuará dentro do sistema penitenciário maranhense para investigar os crimes dentro das prisões no Estado e afirmou que um homem que teria participado do ataque a delegacia da Liberdade foi preso na manhã deste domingo. "Já sabemos a identidade de outros envolvidos e devemos prender mais envolvidos nas próximas horas", garantiu.

Ônibus parados

Ainda na noite desse sábado, os ônibus rodoviários da capital pararam de circular na cidade a partir das 18h, o que deve se repetir neste domingo e na segunda-feira (6). Uma reunião está marcada na Secretaria Municipal Trânsito e Transportes (SMTT) para discutir a situação.

A nova onde de ataques que a capital maranhense viveu neste fim de semana é reflexo da reação à crise que os sistema penitenciário maranhense está passando. Este ano já foram registradas duas mortes de presos, além da fuga de um detento.

Os mortos foram Josivaldo Pinheiro Lindoso, de 35 anos, encontrado em uma cela de triagem com sinais de estrangulamento, e Sildener Pinheiro Martins, de 19 anos, que foi vítima de golpes de chuço - instrumentos perfurantes com ponta de ferro e podem ser fabricados pelos próprios detentos - durante briga de integrantes de uma facção criminosa.

No ano passado, 59 detentos foram assassinados dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, um recorde que supera o número de mortes registradas nesta prisão entre 2009 e 2012.

A Polícia Militar assumiu logo nos primeiros dias do ano a segurança de Pedrinhas, com apoio de um destacamento da Força Nacional de Segurança, e nas revistas que tem feito desde então apreendeu um arma de fogo, 300 armas brancas, 42 celulares, carregadores de celular, drogas e até listas presos com dívidas com traficantes dentro da penitenciária.

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, tem até esta segunda-feira, para prestar informações ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre as providências tomadas para evitar novas mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

As respostas da governadora poderão subsidiar um eventual pedido de intervenção federal no Estado devido à situação dos presídios. O possível pedido também levará em conta o relatório do Conselho nacional de Justiça (CNJ), que destaca a necessidade de se intensificar a cobrança, para que as autoridades maranhenses cumpram as recomendações feitas pelo próprio Conselho, pelo Conselho nacional do ministério público (CNMP) e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A polícia maranhense prendeu neste sábado (4) três suspeitos de participar de ataques a ônibus em São Luís na noite desta sexta-feira (3). Segundo informações do governo do Estado do Maranhão, o número de policiais nas ruas foi aumentado na tentativa de evitar novos ataques.

"Temos informações comprovadas do Setor de Inteligência Policial de que esses ataques são uma resposta ao sistema de moralização e de retomada da disciplina do sistema penitenciário", declarou ao portal do governo estadual o secretário de Segurança, Aluisio Mendes. De acordo com ele, a "retomada da disciplina" não vai parar por conta dos ataques.

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A crise no sistema carcerário do Maranhão ganhou as ruas da capital na noite de sexta-feira após uma ordem partida de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas fazer com que bandidos queimassem quatro ônibus e atirassem em uma delegacia de polícia. Os policiais maranhenses ainda investigam se a execução do policial militar reformado Antônio César Cerejo, ocorrida durante a ação, tem ligação com a onda de terror promovida pelos membros de duas facções criminosas que lutam pelo controle do tráfico de drogas em São Luís.

O estado de saúde de uma das crianças feridas durante os ataques é gravíssimo, segundo o Hospital Municipal Clementino de Moura. Ela tem seis anos, está com 90% do corpo queimado e segue entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Outras quatro pessoas estão feridas. Três em estado grave, sendo uma também criança.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu explicações à governadora Roseana Sarney sobre as providências que serão tomadas para controlar a situação penitenciária do Estado. Somente em 2014, dois detentos foram mortos dentro do presídio de Pedrinhas. Com informações do site do governo do Maranhão e da Agência Brasil.

O estado de saúde de uma das crianças feridas durante ataque de criminosos em São Luís é gravíssimo, segundo o Hospital Municipal Clementino de Moura. Ela tem seis anos, está com 90% do corpo queimado e segue entubada na Unidade de Terapia Intensiva.

Outras quatro pessoas estão feridas. Três em estado grave, sendo uma também criança. A ação dos criminosos ocorreu na noite desta sexta-feira (3). Eles jogaram gasolina e atearam fogo aos coletivos enquanto os passageiros ainda estavam nos veículos.

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A ordem para os ataques partiu dos bandidos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Em nota, o governo do Maranhão informou que os mandantes dos ataques já foram identificados e que está reforçando o policiamento na capital do Estado.

A polícia maranhense ainda investiga se a execução do policial militar reformado Antônio César Cerejo tem ligação com a onda de terror promovida pelos membros de duas facções criminosas que lutam pelo controle do tráfico de drogas em São Luís.

Quatro ônibus foram queimados e uma delegacia foi atacada pelos criminosos na noite desta sexta-feira (3), em São Luís. Eles jogaram gasolina e atearam fogo aos coletivos enquanto os passageiros ainda estavam nos veículos. A ação deixou cinco pessoas feridas, quatro delas em estado grave. Entre as vítimas estão duas crianças.

A ordem para os ataques partiu dos bandidos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Em nota, o governo do Maranhão informou que os mandantes dos ataques já foram identificados e que está reforçando o policiamento na capital do Estado.

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A governadora Roseana Sarney (PMDB) terá de prestar informações ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, até a próxima segunda-feira (6) para dizer quais providências estão sendo tomadas para controlar a violência no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e evitar mortes no Estado. Somente nesse início de 2014, duas pessoas morreram dentro do presídio. Em 2013, 59 detentos foram mortos no complexo.

A crise no sistema carcerário do Maranhão ganhou as ruas da capital na noite desta sexta-feira (3). Uma ordem partida de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas fez com que bandidos queimassem quatro ônibus e atirassem em uma delegacia de polícia.

A polícia maranhense ainda investiga se a execução do policial militar reformado Antônio César Cerejo tem ligação com a onda de terror promovida pelos membros de duas facções criminosas que lutam pelo controle do tráfico de drogas em São Luís.

PMs estão atuando no presídio em Pedrinhas e, na primeira revista feita no lugar, apreenderam 300 armas brancas, dezenas de celulares, drogas e listas com o fluxo de negociação de drogas na cadeia. Uma das listas estava em uma bíblia. Com informações da Agência Brasil.

A crise no sistema carcerário do Maranhão ganhou as ruas da capital na noite desta sexta-feira (3). Uma ordem partida de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas fez com que bandidos queimassem quatro ônibus e atirassem em uma delegacia de polícia. A polícia maranhense ainda investiga se a execução do policial militar reformado Antônio César Cerejo, ocorrido no bairro do Maracanã, zona rural da capital tem ligação com a onda de terror promovida pelos membros de duas facções criminosas que lutam pelo controle do tráfico de drogas em São Luís.

A insegurança vem tomando conta das ruas da capital desde o ano passado. Em 2013, foram registrados 807 homicídios dolosos, o que indica um crescimento de mais de 300% nos registros deste tipo de crime nos últimos 10 anos. Grande parte destes crimes estão ligados ao tráfico de drogas. A nova onda de ataques de bandidos é considerada uma reação ao fato dos policiais militares, com apoio da Força Nacional, terem assumido o controle da segurança em Pedrinhas, como uma reação do governo estadual aos assassinatos ocorridos dentro da cadeia.

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Segundo dados levantados pelo Conselho nacional de Justiça (CNJ) que esteve na capital no fim do ano passado, 59 presos foram assassinados dentro do complexo Penitenciário de Pedrinhas em 2013, o que seria mais do que as mortes anotadas nesta prisão desde 2009. O número levou a uma denúncia de caos dentro do sistema penitenciário do Estado na Organização dos Estados Americanos (OEA), que cobra uma resposta do governo brasileiro.

Assim que assumiram o controle da segurança do presídio, os PMs fizeram uma revista e apreenderam cerca de 300 armas brancas, dezenas de celulares, drogas e listas com o fluxo de negociação de drogas dentro da cadeia. Uma das listas apreendidas estava dentro de uma Bíblia. E a ordem para os novos ataques seria uma reação a esta revista.

Apesar das denúncias e de uma quase intervenção, mal começou o ano e presos continuam morrendo na principal penitenciária do Maranhão: um homem, identificado como Josivaldo Pinheiro Lindoso, de 35 anos, foi encontrado estrangulado dentro de uma cela do Complexo Penitenciário de Pedrinhas logo no primeiro dia do ano. Ele tinha sido preso no dia 31 de dezembro por causa de um mandado de prisão em seu nome que estava em aberto por roubo. Em nota, distribuída na manhã deste sábado (4) informando que os mandantes dos ataques já foram identificados e que está reforçando o policiamento em São Luís. A nota diz ainda que o governo voltará a investir em vídeo monitoramento para tentar conter a onda de criminalidade que a cidade vive hoje.

"Várias diligências estão sendo feitas neste momento, com reforço das operações, blitz e incursões do Sistema de Segurança em conjunto com as equipes de inteligência para localizar e prender os participantes destes atos criminosos. Imagens captadas pelo Sistema de vídeomonitoramento também estão sendo analisadas pelas polícias e alguns envolvidos já foram identificados. A Polícia Militar já está adotando providências complementares nas unidades prisionais de São Luís, como no Centro de Detenção Provisória (CDP), do Complexo Prisional de Pedrinhas. Entre elas, estão a ampliação da vigilância com vídeomonitoramento; a intensificação das revistas nas celas; o aumento da fiscalização interna com o Batalhão de Choque e da fiscalização externa com rondas", diz a nota.

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