Um afro-americano condenado à morte por um duplo homicídio recebeu nesta quinta-feira (27) a injeção letal em Oklahoma, tornando-se o primeiro preso executado em 2022 nos Estados Unidos.
O estado sulista "realizou a execução de Donald Grant sem complicações às 10H16 desta manhã" (13h16 de Brasília), escreveu a procuradora-geral estadual, John O'Connor, em um comunicado publicado no Facebook.
O homem de mais de 40 anos, cujas últimas palavras foram apenas inteligíveis, morreu após a aplicação de três substâncias no presídio de McAlester.
Este coquetel tem sido denunciado por causar um sofrimento insuportável aos condenados, o que é proibido pela Constituição dos Estados Unidos.
No fim de outubro, um detendo sofreu convulsões e vômitos repetidamente após a primeira injeção. Nada disso ocorreu nesta quinta, informaram testemunhas da execução em uma rápida coletiva de imprensa.
Em 2001, Grant, então com 25 anos, roubou um hotel para pagar a fiança da namorada, que estava presa. Durante a ação, ele abriu fogo contra dois funcionários do estabelecimento, matando um instantaneamente e executando outro com uma faca, segundo documentos judiciais. Em 2005, um júri o condenou à morte pelo duplo homicídio. Desde então, ele apresentou vários recursos para que sua sentença fosse anulada, alegando em particular ser portador de deficiências intelectuais.
Em uma petição publicada na internet, seus advogados afirmaram que ele sofria de síndrome alcoólica fetal e trauma crânio-encefálico pela violência sofrida na infância por um pai alcoólatra. Sua última apelação, relativa ao método de execução escolhido por Oklahoma, tinha sido rejeitada na quarta-feira pela Suprema Corte.
A aplicação da pena capital continua em queda nos Estados Unidos, onde em 2021 foram realizadas onze execuções, o número mais baixo em décadas.