Em resposta à reportagem “A Copa como ela é”, publicada nesta terça-feira (15), na Folha de São Paulo, o Secretário Extraordinário da Copa em Pernambuco, Ricardo Leitão, concedeu entrevista coletiva na tarde da terça(15), na sede da Secopa, para esclarecer a situação.
A matéria do jornal apresenta dados vazados de um relatório da Fifa sobre o andamento das obras da Copa de 2014. De acordo com a Folha de São Paulo, o documento revela a preocupação da entidade máxima com algumas sedes, principalmente para a Copa das Confederações, e o Recife seria uma delas.
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No entanto, em resposta, o secretário apresentou à imprensa uma nota oficial enviada pela Fifa/COL sobre o ocorrido. O texto explica que o documento vazado trata-se de “subsídio para o trabalho de monitoramento interno desenvolvido no final de abril pelo Comitê Organizador Local (COL) e pela Arena, em colaboração com o consultor especial de estádios da FIFA”. Leitão leu o texto na íntegra (disponível em abaixo em PDF) e, baseado nele, esclareceu o imbróglio.
O trecho utilizado pela reportagem faz parte do relatório (que possui 83 páginas em sua totalidade), mas não é conclusivo. Se analisado de forma isolada e por pessoas não especialistas em estádios, o documento poderia gerar várias interpretações. Além disso, esse acúmulo de informações muda constantemente, dependendo das evoluções.
Ricardo Leitão lembrou as declarações de José Maria Marin, presidente da CBF e do COL, e de Aldo Rebelo, Ministro do Esporte, que foram positivas sobre a participação de Pernambuco na Copa das Confederações. “Será realizado um congresso da Fifa em Budapeste, na Hungria, no final deste mês. Não sabemos se o anúncio será lá ou aqui no Brasil”, explicou – acrescentando ainda que a Arena chegará aos 50% de conclusão no final do mês de junho.
O secretário ainda falou alguns pontos do Plano de Aceleração apresentado à Fifa e ao COL (documento em PDF no final da matéria), durante a vistoria do dia 27 de abril. Ricardo esclareceu que apenas a confirmação do Recife como sede da Copa das Confederações não é suficiente e o trabalho continuará intenso. “A confirmação, à princípio, não garante a participação. Será uma corrida de obstáculos. Estamos correndo, trabalhando em conjunto para que tudo isso aconteça”. Ele ainda completou: “Nunca dissemos que seria fácil. Tínhamos uma obra prevista para dezembro de 2013 e tivemos que antecipar o prazo em 10 meses. Isso é uma das tarefas mais difíceis do Governo do Estado. A Odebrecht disse que é possível após avaliações e relatórios técnicos e acreditamos nas informações. Se não conseguirmos, estamos cientes de que fizemos o máximo”, afirmou.
A cautela de Leitão se justifica por uma série de fatores, como ele mesmo listou. “Pernambuco é a única sede que vai construir o estádio totalmente novo, do chão mesmo, sem ter nada pronto. Isso é uma diferença brutal. Além disso, aqui, a arena está fora do centro, diferentemente das outras, mas o governo se comprometeu. Teremos o desafio de concluir em oito meses”, disse.
Mesmo em caso de negativa sobre a participação de Pernambuco como sede, o secretário declarou que todo o esforço e gasto será válido. “Todo investimento feito agora não se perderá se a Copa das Confederações não vier porque tudo vai ser antecipado. O maior beneficiado será a população”, analisou, afirmando ainda que o orçamento não está estourado e que se houver despesas extras, elas serão devidamente auditadas.
Sobre a Copa das Confederações, o gestor explicou que a considera muito mais que apenas um torneio-teste para o mundial de 2014. “É um evento de importância. Se não vier, perderemos visibilidade, fluxo de turismo antecipado. Além disso, das seleções participantes, ao menos quatro estarão lutando pelo título de 2014”, explicou.
Ricardo também reforça o otimismo com o momento que vive a Arena Pernambuco em relação ao futuro. “O desafio é maior, mas não vamos entregar a toalha. O fato de oficializar aumenta nossa necessidade de cumprir. Mantemos a nossa convicção sobre a participação do Recife”, ratificou.
Leitão ainda falou sobre as principais ações para a Copa das Confederações, que incluem 14 obras do sistema viário (documento anexado ao fim da reportagem). O terminal integrado do Aeroporto é uma delas, já foi concluído e está em funcionamento. Já para a Copa do Mundo, outras construções ainda serão necessárias, entre elas os corredores norte-sul e leste-oeste, além da Via Mangue, única obra que compete à gestão municipal. Juntas, elas somam um investimento de R$ 550 milhões.
Incluindo todas as ações, desde o estádio ao sistema viário, o custo para sediar o mundial será de, aproximadamente, R$ 2,7 bilhões, com recursos públicos e privados.
Balanço da obra
Até o momento, a obra apresenta 40% de conclusão, com o 1º setor de arquibandas inferiores pronto, e um contingente de trabalho de 3.015 operários. 100% das fundações e dos 44 hectares de terraplanagem também estão finalizadas. A jornada de trabalho começa a partir das 7h e segue até às 4h25 do dia seguinte, apresentando apenas um pequeno intervalo nas construções de 2h35, que são utilizados para limpeza e manutenção de equipamentos. Caso Pernambuco seja confirmado como sede, o número de trabalhadores no local chegará ao número de cinco mil até novembro desde ano, já que o prazo final de entrega é de fevereiro de 2013.