A seleção brasileira poderá ter nesta quarta-feira (26) uma noção mais exata do estágio em que se encontra desde que voltou ao comando de Luiz Felipe Scolari, no final de novembro. Embalada por três vitórias seguidas na primeira fase (contra Japão, México e Itália), encara o sempre perigoso Uruguai, a partir das 16 horas, no Mineirão, por um lugar na decisão da Copa das Confederações.
É a chance de se habilitar a uma tão sonhada final com a Espanha - desde que os campeões do mundo superem a Itália na outra semifinal, quinta-feira, em Fortaleza - e também de aferir se a equipe do Brasil já adquiriu o nível técnico e tático e o equilíbrio emocional necessários para jogar partidas decisivas. Em caso de empate no tempo normal, haverá prorrogação e, se for preciso, pênaltis.
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O volante Paulinho, recuperado de lesão no tornozelo esquerdo, volta após ser poupado contra a Itália. Assim, Felipão escala mais uma vez a seleção considerada ideal por ele. Time que, disse o treinador, está lhe dando retorno até maior do que esperava após cinco jogos - antes da Copa das Confederações, empatou com a Inglaterra por 2 a 2 e fez 3 a 0 na França em amistosos - e ainda em formação.
"Avançamos alguns passos, em ter uma equipe quase formada e uma tática de jogo praticamente definida", avaliou Felipão, em entrevista coletiva na terça-feira em Belo Horizonte. Ou seja, mesmo em caso de um tropeço nesta quarta, ele não vai mudar radicalmente os rumos da seleção, cujo objetivo principal é a disputa da Copa do Mundo de 2014, que também acontecerá no Brasil.
Um tropeço, no entanto, não passa pela cabeça do treinador, que até se espantou quando um jornalista uruguaio mais uma vez repetiu a ladainha do "Maracanazo" na Copa de 1950, questionando se o ocorrido 53 anos atrás não poderia causar, nesta quarta-feira, alguma influência sobre os jogadores brasileiros. "Não há lado psicológico que influencie por causa disso", rebateu Felipão.
Mas o entrosamento de uma seleção que está se mantendo praticamente a mesma desde antes da Copa de 2010 - o Uruguai ficou em quarto lugar no Mundial da África do Sul - e é composta por jogadores velozes, técnicos e ousados pode fazer diferença. Por isso, no treino de reconhecimento do gramado do Mineirão, Felipão aproveitou para aprimorar a forma como quer ver o time do Brasil.
Ele treinou em espaço reduzido, com clara intenção de deixar a equipe mais compactada, marcando forte a saída de bola do adversário e também a partir do meio do campo defensivo - entende que os armadores e o trio ofensivo uruguaio, formado por Cavani, Diego Forlán e Luiz Suárez, não podem ter espaço. "São atacantes que num piscar de olhos decidem um jogo", alertou o goleiro Julio Cesar.
No treino, Felipão também pediu aos jogadores do time reserva que ficassem em cima dos zagueiros brasileiros. A intenção é que Thiago Silva, David Luiz e os laterais tenham tranquilidade e saibam o que fazer quando forem pressionados pelos uruguaios. Evidentemente, a seleção brasileira também vai se preocupar em fazer seu jogo, com velocidade e movimentação constante no ataque.
Fred é considerado peça fundamental, fazendo o pivô ou concluindo as jogadas. "Vai ser o jogo mais difícil até aqui, por causa da rivalidade que se criou", disse o atacante, que ganhou confiança após marcar seus dois primeiros gols na Copa das Confederações, durante a vitória por 4 a 2 sobre a Itália, sábado passado, em Salvador. "O clima é de decisão", completou.
Também nesta quarta-feira, a seleção volta ao estádio onde foi vaiada pela última vez, num amistoso contra o Chile, em 24 de abril, que terminou 2 a 2. Naquela ocasião, o time, formado por jogadores que atuam em clubes brasileiros, jogou muito mal no Mineirão. Agora, a situação é outra. O Brasil vem jogando bem e tem recebido o apoio da torcida por onde passa. Assim, tenta ir à final.