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O Governo de Pernambuco acaba de formalizar novas atribuições a algumas das pastas de administração do Estado. Uma novidade é a criação da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, prometida no lançamento do Juntos Pela Segurança. A nova pasta será responsável por gerir e administrar as unidades prisionais e por controlar o sistema penitenciário. A informação foi registrada na edição desta quarta-feira (10), no Diário Oficial do Estado. 

A secretaria deve “controlar e manter em funcionamento o sistema penitenciário do Estado, mediante guarda e administração dos estabelecimentos prisionais, buscando a ressocialização; prestar assistência jurídica e social aos apenados e egressos do sistema prisional, assim como aos seus familiares; fiscalizar o cumprimento de regras impostas como condição à liberdade vigiada, ao livramento condicional e ao regime aberto de egressos dos estabelecimentos prisionais; desenvolver política pública estadual de medidas e penas alternativas visando sempre à reeducação social do apenado”, descreve o texto do diário, assinado pela governadora Raquel Lyra (PSDB). 

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Antes, a administração penitenciária do Estado era vinculada à Secretaria de Defesa Social e funcionava como a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). 

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Outras mudanças 

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) agora será a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção a Violência. Nas atribuições, há reforço nas políticas afirmativas para a população idosa, com deficiência, comunidade LGBTQIAPN+ (lésbicas, gays, bi, trans, queer/questionando, intersexo, assexuais/arromânticas/agênero, pan/poli, não-binárias e mais) e comunidades tradicionais. 

As ações de Transformação Digital, antes na Secretaria de Comunicação, agora serão incorporadas à Secretaria de Administração, e a assessoria especial do governo passará a ser Secretaria da Assessoria Especial à Governadora e Relações Internacionais. 

Haverá também a divisão da então Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção à Violência e às Drogas (SDSCJPVD) em duas: a Secretaria de Assistência Social, Combate à Fome e Políticas Sobre Drogas, e a Secretaria da Criança e da Juventude. 

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o prazo de seis meses para apresentar plano de melhoria no sistema prisional será cumprido. Dino e o presidente Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, falaram com jornalistas após se reunirem na sede do Supremo.

"Foi uma ótima conversa. É um trabalho construtivo e colaborativo que será feito pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Ministério da Justiça. Portanto, foi uma reunião em que nós deixamos claro que não é posição adversária do Supremo em relação ao Executivo, antes pelo contrário, é um projeto comum que vamos procurar desenvolver", disse Barroso.

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Neste mês, o STF determinou que o governo federal elabore plano para resolver a situação de violação de direitos fundamentais no sistema prisional. Depois, os Estados também terão seis meses para apresentar planos locais.

Contra a portaria do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o Sindicato dos Policiais Penais de Pernambuco (Sinpolpen) elencou os pontos negativos da Força-Tarefa proposta para o sistema prisional do estado. A categoria alertou para a possibilidade de rebeliões e cobrou a nomeação dos concursados para qualificar os presídios. 

O art. 1º da Portaria nº 360, publicada no Diário Oficial da União (DOU) dessa terça (25), autoriza o emprego da Força-Tarefa nos próximos 45 dias, no período de 26 de abril a 9 de junho. Conforme o texto, serão executavas atividades de instrução, adestramento, nivelamento de procedimentos e apoio nos serviços de guarda, vigilância e custódia de presos. 

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O Sinpolpen questionou a motivação e disse que a superlotação das cadeias no estado e o déficit de 2.542 policiais penais não são suficientes para a intervenção. Em nota, a categoria afirmou que a medida do governo federal parte da omissão do Governo de Pernambuco, que ainda não contratou concursados que realizaram o curso de formação. 

De acordo com o sindicato, 350 candidatos estão prontos para serem distribuídos nas 23 unidades prisionais e 44 cadeias públicas de Pernambuco, e outros 1004 vão terminar o curso de formação em junho.   

A organização dos policiais penais antecipou a possibilidade de rebeliões e uma crise deixada em todo o sistema após o prazo da força-tarefa. Ainda de acordo com o comunicado, representantes procuraram o Governo do Estado e foram informados sobre uma reunião ainda nesta quarta (26) para debater sobre assunto. 

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Em publicação realizada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (7), a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) anunciou a abertura de seleção simplificada para a contratação temporária 46 professores que irão ministrar aulas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) do Sistema Prisional. As inscrições seguirão abertas até o dia 28 de julho, por meio do site da banca organizadora do certame.

A seleção diz respeito à admissão de docentes para atuação na Educação Profissional para jovens e adultos em situação de privação de liberdade, no regime semiaberto de estabelecimentos penais e para os egressos os cursos serão realizados nas Unidades Escolares Estaduais.

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As oportunidades são para a docência nos cursos de assistente administrativo, operador de computadores, assistente de costura, confeccionador de bijuterias,  recepcionista, desenhista da construção civil e jardineiro. Os profissionais receberão remuneração de R$ 3.900,00 para uma jornada de  200 h/a mensais.

Para concorrer às vagas, é preciso ter diploma ou declaração, certidão ou certificado de conclusão ou histórico escolar em curso técnico de nível médio ou tecnólogo, ou graduação, pós-graduação nas respectivas áreas de atuação. A seleção será realizada por meio de uma única etapa de avaliação de experiência profissional e de títulos, de caráter eliminatório e classificatório.

Além da escolaridade, será exigido que o candidato tenha idade mínima de 18 anos,  que preencha os requisitos de formação e experiência exigidos, obrigações eleitorais, não acumular funções, empregos ou cargo público e não ter antecedentes criminais.

Para confirmar a inscrição, será preciso pagar, até o dia 29 de julho, uma taxa no valor de R$ 24,00 para o nível superior ou de R$ 23,00 para o nível médio. A isenção da cobrança poderá ser solicitada até esta sexta-feira (8).

Foi inaugurada pela nesta quarta-feira (16), a primeira escola do Presídio de Itaquitinga (PIT), a escola Estadual Professor Paulo Freire, na Mata Norte de Pernambuco.

A escola terá capacidade de 200 alunos, e no máximo 40 pessoas por sala. Além disso, a escola iniciará com  turmas do Ensino Fundamental I (da alfabetização até o módulo 6). No espaço terá 5 salas de aula, sendo quatro de ensino formal e uma sala de informática, e uma sala de leitura. A equipe educacional terá um diretor, secretário, coordenador pedagógico, professores, merendeira e auxiliar de serviços gerais. 

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A gestora de Gerência Regional de Educação (GRE) Mata Norte, Edivania Arcanjo, estave presente no evento e destacou. “É um projeto que vem se desenhando há algum tempo. É um elemento importante de transformação, de diálogo, de cidadania e de dignidade porque a educação tem um poder transformador, especialmente em um ambiente prisional".  

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), por meio da Executiva de Ressocialização (Seres), fará, nesta quinta-feira (13), às 9h, a entrega de 24 caminhonetes S10 xadrez para o sistema prisional. Até o final deste mês, mais dez viaturas serão entregues à Seres.

As viaturas serão utilizadas para transportar pessoas privadas de liberdade (PPLs) até suas apresentações em audiências e transferências entre estabelecimentos penais da região metropolitana e interior de Pernambuco. Os veículos novos irão substituir os usados, pois foi firmado contrato com uma nova empresa de locação de veículos. 

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O Departamento Penitenciário Nacional (Depen/Ministério da Justiça) irá doar também nesta quinta-feira mais três veículos para compor a frota das colônias penais femininas do Recife (CPFR) e de Abreu e Lima (CPFAL), localizadas na RMR, e de Buíque, no Agreste do Estado. Nas unidades femininas, os novos veículos irão beneficiar as detentas gestantes, com bebês e idosas que precisarem de deslocamentos para a rede de saúde externa.

As unidades prisionais de Pernambuco começaram a oferecer cursos de qualificação para pessoas privadas de liberdade (PPLs). Ao todo, são sete formações com foco na profissionalização e integração dos indivíduos na sociedade. O projeto é realizado pela Secretaria de Justiça e Direito Humanos, por meio da Executiva de Ressocialização (Seres), em parceria com a Teleport Educacional.

Até o momento, são oferecidos cursos de vendas, logística, marketing, segurança do trabalho, empreendedorismo, inglês básico e informática básica. Em 2022, as primeiras unidades beneficiadas são a Colônia Penal Feminina de Buíque (CPFB), no Agreste, que nesta terça-feira (11) começou as aulas de empreendedorismo e marketing para 44 PPLs, e também a Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes (PDEG), em Petrolina, no Sertão do Estado, que desde de segunda-feira (10) oferece aulas de vendas para 22 reeducandos.

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O projeto ainda em formalização tem a pretensão de aumentar a grade de cursos para oferecer outras formações como corte e costura, barbeiro profissional e encanador. O Secretário Interino de Justiça e Direitos Humanos, Eduardo Figueiredo, ressaltou a importância da iniciativa: “É uma forma de oferecer conhecimento e experiência que poderão ser úteis quando os presos ganharem a liberdade e, ao mesmo tempo, garantir a certificação e redução da pena”.

As aulas são realizadas por meio de vídeo sob a supervisão dos apoios pedagógicos das devidas unidades. Todas as qualificações são reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e possuem 40 horas aulas, com exceção do Inglês Básico que possui 80 horas. No ano de 2020, a iniciativa formou mais de 1.768 PPLs na Região Metropolitana e no interior de Pernambuco.

Detentas do sistema prisional pernambucano estão executando serviço de paisagismo em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). O projeto visa dar oportunidade e espaço de ressocialização a essas mulheres. Além das pinturas, as reeducandas tbm fazer serviço de varrição, capinação e plantio.

Nas ações, as mulheres são acompanhadas pelo Patronato Penitenciário, órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), e pela Secretaria Executivo de Ressocialização (Seres), que mantém o convênio de empregabilidade com a prefeitura.

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De acordo com Josafá Reis, superintendente do Patronato Penitenciário, “as mulheres se desdobram no trabalho, pois, além de todas dificuldades, há o preconceito contra o cumpridor de pena. Apesar de tudo, a volta por cima e a esperança de mudar o destino é o que move essas mulheres", explica em nota da assessoria.

Pelo trabalho de paisagismo em Olinda, elas recebem um salário mínimo (R$ 1.100,00), alimentação e transporte.

“Gosto muito de plantar, é uma terapia para mim. A pintura também, quando estou pintando, eu brinco, eu canto, distraio a mente”, diz a reeducanda que prefere não se identificar, que cumpre o regime aberto e conclui a pena em 2024.

O sistema prisional de Pernambuco celebrou nesta quarta-feira (20) a primeira formatura de pessoas privadas de liberdade (PPL) em cursos de nível superior. As formações foram feitas por detentos do Presídio de Igarassu (PIG), no litoral norte do Estado. A cerimônia de conclusão teve a presença do secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, além da superintendente de Capacitação e Ressocialização da Seres, Valéria Fernandes, e do diretor do PIG, Charles Belarmino.

Os estudantes concluíram os cursos de Gestão de Recursos Humanos e Empreendedorismo, com dois anos de duração, e sendo ambos na modalidade Educação a Distância (EAD). Segundo o secretário Pedro Eurico, a formação é parte importante no processo de ressocialização. “Trazer essa oportunidade para os estudantes privados de liberdade mostra a preocupação do Governo de Pernambuco em ressocializar por meio da ampliação da aprendizagem. Tornando-os, assim, protagonistas do conhecimento”, disse.

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Na cerimônia ainda foram entregues 14 certificados de cursos profissionalizantes feitos na modalidade EAD. O PIG conta atualmente com 29 estudantes em formação superior, e as aulas são realizadas no laboratório de informática, com a presença de um monitor. Os cursos são desenvolvidos por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, em parceria com a Universidade do Norte do Paraná (Unopar), o Sistema S, a Teleport e a 26ª Vara da Justiça Federal.

Cinco detentos de unidades prisionais de Pernambuco se destacaram no '6º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União (DPU/2020)'. Todos os premiados estudam na Escola Estadual Bento XVI, localizada na Penitenciária Doutor Enio Pessoa Guerra (PDEG), em Petrolina, sertão pernambucano.

Com o tema “Entre o Céu e o Asfalto: Onde está a Dignidade da População em Situação de Rua?”, Paulo Paulo Afonso Romão, 45 anos, ficou em primeiro lugar e obteve nota máxima pelo texto. “Quero terminar meus estudos, pois não tive a capacidade de concluir na rua por conta do mundo perdido, e garantir um bom emprego”, afirmou Romão, por meio da assessoria da Secretaria Executiva de Ressocialização. Confira a relação dos premiados:

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Categoria II - Paulo Afonso Romão – 1º lugar (nota 10)

Categoria I - Valdeir Brito dos Santos – 1º lugar

Categoria IV - Edinaldo Pereira da Silva – 1º lugar

Categoria IV - Jackson Carlos da Silva Souza – 2º lugar

Categoria IV - Carlos Eduardo dos Reis Viana – 3º lugar

Uma desatualização cadastral adia o pagamento do auxílio emergencial de um grupo de mulheres ex-presidiárias no Recife. O atraso foi motivo de um protesto na tarde desta quinta-feira (15), em frente à Defensoria Pública da União (DPU), no bairro da Boa Vista, no Centro. Segundo uma das organizadoras, Andreza Chiarelle de Souza, o pagamento foi autorizado judicialmente em 2020 e é referente às parcelas do ano passado, pois elas não fizeram parte dos grupos contemplados pelo benefício, que retornou em 2021.

Juntas, elas se identificam como o movimento Mulheres, Liberdade e Cidadania (MLC), atuante na comunidade dos Coelhos, também na região central da capital pernambucana, e comunidades adjacentes. São chefes de família de baixa renda que, apesar de terem passado pelo sistema prisional, já cumpriram suas penas e estão em liberdade.

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“Apesar da nossa luta, do trabalho e de sermos ex-presidiárias, ajudamos nossa comunidade com um sopão, arrecadamos alimentos para fazer cestas e doar para estas mulheres, para elas não entrarem para a vida do crime. Tem a pandemia, o lockdown, tudo fechado. Muitas aqui têm filhos e estão sem renda, a gente só recebe o dinheiro do Bolsa Família, com R$ 130. Não nos contemplaram com o auxílio este ano porque dizem que nós estamos presas, mas estamos todas soltas. Faz 10 anos que eu estou na rua. A gente errou no passado e pagamos pelo nosso erro. Isso não dá oportunidade de trabalho, o nome 'ex-presidiária' é muito forte”, disse Andreza ao LeiaJá.

No cadastro enviado às instituições, ex-presidiárias constam como ainda encarceradas e sob cumprimento de pena. Na tentativa de um diálogo com a DPU, o MLC protestou em frente à unidade, mas não foram atendidas pelo jurídico. Ainda segundo Andreza, nas outras tentativas, a defensoria sugeriu que o grupo buscasse a Caixa Econômica Federal, que lança os pagamentos do auxílio, mas ao buscar atendimento na CEF, as mulheres são novamente direcionadas à DPU e assim, o caso segue sem solução.

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Com informações de Marília Parente

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lança, na terça-feira (20), um aplicativo para egressos do sistema prisional que tem como objetivo oferecer serviços e informações para auxiliar essas pessoas na retomada da vida após o período detido.

O aplicativo, chamado Escritório Social Virtual, já foi colocado em funcionamento no Distrito Federal (DF) em uma experiência piloto e agora será disponibilizado em todo o país.

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Entre os serviços viabilizados pelo aplicativo estão emissão de documentos, acompanhamento de processos envolvendo o indivíduo e programas de inserção no mercado de trabalho e qualificação profissional.

Também serão indicados serviços relacionados a políticas públicas de moradia, saúde e alimentação. As informações e serviços complementam a assistência que já é realizada presencialmente no âmbito do programa Escritório Virtual.

O aplicativo foi desenvolvido a partir de uma parceria entre o CNJ, a Universidade de Brasília e a Fundação de Amparo à Pesquisa do DF, órgão de fomento à produção de conhecimento e inovação na capital do país.

O Sistema prisional do Estado está realizando ao longo deste mês de março, dedicado à mulher, diversas homenagens. As unidades prisionais femininas capricharam na programação, todas respeitando os protocolos de prevenção da Covid-19. A Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste, levou orientações sobre uso de medicações com a participação de profissionais de Medicina e Psicologia e houve distribuição de chocolates.

Na Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, teve homenagem para servidoras e reeducandas. A programação incluiu café da manhã e entrega de brindes para a equipe e ações de saúde e psicossocial destinadas às pessoas privadas de liberdade (PPLs). Essas também desfrutaram de técnicas de relaxamento, apresentação musical e, por intermédio da representante do Departamento Penitenciário (Depen), Edna Ventura, receberam canecas da campanha da mulher e brindes.

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A Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima homenageou as servidoras com um café da manhã e apresentação de um vídeo sobre a rotina de trabalho  da unidade. Já as reeducandas ganharam sessão de cinema.

As unidades prisionais masculinas homenagearam suas profissionais e familiares das PPLs. O Presídio de Igarassu ofereceu lembranças às servidoras e palestras sobre a saúde da mulher às parentes dos detentos. O Presídio Frei Damião de Bozzano, no Complexo do Curado, ofertou rosas às servidoras. Já no Agreste, na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, as servidoras participaram da oficina de automassagem e receberam brindes. As demais unidades prisionais e cadeias públicas também estão programando eventos em alusão ao Dia da Mulher (12 de março).

*Da assessoria da Seres

 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu nesta quinta-feira, 17, um habeas corpus coletivo para conceder prisão domiciliar a todos os detentos do grupo de risco para o novo coronavírus cumprindo pena em regime semiaberto em unidades prisionais superlotadas na pandemia - desde que não tenham cometido crimes com violência ou grave ameaça. Cerca de 41 mil presos, entre idosos e portadores de comorbidades, podem ser beneficiados com a determinação, segundo levantamento preliminar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Com a decisão, todos os Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais serão notificados a revisar eventuais pedidos envolvendo casos abarcados pelo parecer de Fachin. Isso porque o relaxamento do regime de prisão não é automático, mas deve ser autorizado individualmente pelo juízo responsável. Para serem beneficiados, os presos precisam comprovar, mediante documentação médica, pertencimento ao grupo de risco para covid-19.

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O ministro afirmou que os juízes podem negar a prisão domiciliar ou liberdade provisória quando o presídio não tiver registrado casos do novo coronavírus, a unidade prisional tiver adotado medidas preventivas para evitar a disseminação da doença ou ainda se houver atendimento médico no local.

Fachin atendeu parcialmente a um pedido da Defensoria Pública da União, que queria o regime domiciliar para todas as pessoas presas em locais acima da capacidade, que não tenham cometido crime com uso de violência e que fazem parte do grupo de risco para a covid-19.

A decisão liminar foi tomada sem submissão ao plenário em razão do calendário apertado no Supremo. No parecer, Fachin lembra que, apesar da urgência da matéria, não haveria tempo para pautar o julgamento ainda este ano. O ministro determinou que o mérito do habeas corpus seja analisado pela Segunda Turma após o recesso do Judiciário.

No despacho, Fachin levou em consideração a incidência de casos de covid-19 entre a população carcerária e os servidores do sistema penitenciário. "Os presídios são foco de contágio para o novo coronavírus", escreveu.

O ministro também observou a ‘possibilidade de lesão irreparável ou de difícil reparação’ em caso de contração da doença e lembrou que a população carcerária não foi incluída como grupo prioritário no plano nacional de imunização apresentado pelo governo federal.

"Cuida-se de proteger uma população privada de liberdade pertencente ao grupo de risco para a Covid-19. Ou seja, o perigo de lesão à integridade física e morte, em caso de contágio pela doença, é maior que o relativo aos segregados que não estejam inseridos nesse grupo. De onde, portanto, extrai-se a urgência em tutelar direitos fundamentais, em especial, a saúde e a vida, dessa parcela da população carcerária", diz um trecho da decisão.

A decisão vale para presos:

Do grupo de risco em caso de contágio pela covid-19 (idosos ou pessoas com comorbidades);

Internados em unidades prisionais operando acima da sua capacidade;

Que não tenham praticado crimes com violência ou grave ameaça.

As cadeias paraenses estão há um ano sem rebeliões, motins e fugas em massa. O último registro é do dia 29 de julho de 2019, quando 58 detentos foram mortos durante uma briga de facções dentro do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Estado.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) atribui o novo cenário às medidas de ressocialização e controle das casas de detenção. Segundo o secretário de Administração Penitenciária do Pará, Jarbas Vasconcelos, a implantação de protocolo padrão do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) também concorre para o sucesso da nova gestão. 

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O secretário Jarbas Vasconcelos afirma que o antigo sistema penitenciário era controlado pelo crime organizado. Presídios violentos resultavam da malsucedida administração. Autoridades de Segurança Pública do país classificaram o sistema prisional do Pará como um dos piores do Brasil. 

Entre as ações adotadas, explica Jarbas Vasconcelos, está o combate à criminalidade que se origina dentro dos presídios.  “Hoje o Sistema Prisional paraense está entre os melhores do Brasil. Todas as unidades prisionais têm um projeto de ressocialização baseado no incentivo ao trabalho e ao estudo de cada pessoa privada de liberdade. O objetivo é a produção de uniformes, alimentos e a manutenção e a construção de novas unidades prisionais”, disse o titular da Seap. 

Em 2019, o sistema carcerário paraense possuía 9.700 vagas prisionais. Até o final de 2020, a Seap deve entregar mais 5.778 vagas, um crescimento de mais de 50% do total recebido. Segundo Jarbas Vasconcelos, o planejamento não pretende apenas zerar o déficit prisional, mas produzir novas vagas com o controle do Estado. 

“Hoje você entra em uma unidade prisional e os internos dão ‘bom dia’ e respeitam. É uma cadeia limpa, disciplinada, com trabalho e educação. Um novo modelo prisional que o Pará está produzindo é digno para o Brasil. Esse projeto tem sido reconhecido pelo Ministério da Justiça, Departamento Penitenciário Nacional e por toda força de segurança”, afirma o secretário. “Não é apenas um trabalho da Secretaria e da sua equipe de diretores, mas de todos os diretores das unidades prisionais, de todos os servidores, agentes, policiais penais e das Forças de Segurança do Pará”, complementa. 

Reinserção social

Antes da pandemia da Covid-19, cada unidade prisional tinha uma turma de regime semiaberto. Os detentos iam às ruas para fazer reparos nas vias públicas, desentupimento de canais, limpeza das vias e praças como forma de prestar serviço à sociedade. Dentro das unidades, os internos também trabalham em atividades de manutenção, realizando serviços elétricos, hidráulicos, limpeza do local e lavagem de uniformes. 

Com a pandemia, as unidades definiram protocolo de combate ao novo coronavírus elaborado pela equipe da área de saúde com base em orientações nacionais. Os banhos de sol passaram a ser contingenciados e o uso de máscara e álcool em gel passou a ser obrigatório. “Apesar do pico vivenciado, nós não tivemos nenhum óbito dentre as pessoas presas”, destaca o secretário Jarbas Vasconcelos.

Desde o início da pandemia, as visitas presenciais foram suspensas e deram lugar às visitas virtuais. Familiares dos presos das unidades prisionais da Região Metropolitana de Belém passaram a utilizar uma rede de fibra ótica que psicografa as conversas, garantindo contato com os parentes em segurança. 

Na próxima segunda-feira (17), serão retomadas as visitas presenciais às unidades prisionais. De acordo com o secretário Jarbas Vasconcelos, os encontros seguirão critérios rigorosos de controle sanitário para preservar a saúde de detentos e familiares. 

Agentes prisionais

Após passarem por qualificação da Força Tática de Intervenção Prisional (FTIP), 15 agentes paraenses foram classificados em uma seleção, dos quais 10 receberam convocação para atuar no estado de Roraima. “Este é um passo muito importante para que nós possamos rumar à profissionalização e ao preparo crescente dos nossos servidores que cuidam do Sistema Prisional. Significa o reconhecimento da qualidade dos agentes”, afirma Jarbas Vasconcelos.

No início de 2019, a Seap contava com apenas 18 servidores concursados. Hoje são 1.578 servidores concursados que atuam nas áreas de saúde, tecnologia e administração. Um novo concurso público já foi autorizado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), que está preparando o edital de seleção da empresa organizadora para divulgação em dezembro.

Novos projetos

A partir deste mês de agosto, ao lado da abertura das vagas e do incremento no trabalho e educação como forma de ressocialização dos presos, será implantado o Centro Integrado de Monitoramento Eletrônico, seguindo modelos operacionais do Maranhão e do Ceará, baseados em padrão norte-americano de abordagem e recaptura. “Nós esperamos dar uma contribuição efetiva para a queda dos índices de criminalidade”, afirma Jarbas Vasconcelos.

As unidades prisionais receberão armamento suficiente para conter qualquer princípio da ordem de quebra da disciplina, informa Jarbas Vasconcelos, e se adaptar a um padrão nacional de controle e eficiência. 

Por Amanda Martins

O número de casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus no sistema prisional brasileiro chegou a 13.778 até essa quarta-feira (22), com um aumento de 99,3% em 30 dias, de acordo com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O número de mortos chegou a 136.

Os dados somam os 5.113 casos e 65 mortes confirmadas entre servidores do sistema prisional, com 8.665 casos e 71 mortes de presos confirmadas. O levantamento feito pelo CNJ leva em conta informações dos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, de boletins das secretarias estaduais de Saúde e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

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Entre os presos, o maior número de casos foi registrado no Distrito Federal (DF), onde 1.620 pessoas já contraíram o vírus, com três mortes. Em seguida vem Pernambuco, com 1.033 casos e seis mortes. Entre os servidores, o Pará lidera o número de casos, com 588, dos quais cinco morreram.

De acordo com o CNJ, os dados devem ser lidos levando em consideração as diferentes políticas de testagem adotadas em cada unidade da federação. O levantamento mostra que, em todo país, foram realizados até o momento 18.607 testes em pessoas presas e 19.132 em servidores. Há hoje mais de 700 mil presos no sistema penitenciário.

No sistema socioeducativo, com internos menores de idade, foram registros 2.356 casos de Covid-19 (alta de 80,2% em 30 dias) e 16 mortes.

Para conter o avanço do novo coronavírus no sistema prisional, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) estabeleceu que os presos que estão em regime semiaberto, com a suspeita ou não de Covid-19, e que iam progredir para o regime aberto ou condicional até o dia 31 de julho, serão beneficiados com a prisão domiciliar.

Segundo os últimos dados da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, as unidades prisionais de Pernambuco tiveram, de março até o dia 8 de julho, 768 casos confirmados do novo coronavírus, além de seis óbitos decorrentes da doença. A pasta aponta que para evitar a disseminação do Covid-19 nos presídios está colocando em prática o isolamento dos presos suspeitos e que testaram positivo.

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Além disso, está sendo permitido apenas a videoconferência entre os presos e os familiares em substituição às visitas presenciais e também a comunicação por videochamada entre os detentos e seus advogados.

Infância e Juventude

Segundo dados da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), foram registrados de março até 8 de julho, 45 casos confirmados de Covid- 19 e nenhum óbito. 

Os magistrados da área da Infância e Juventude do TJPE realizam, em parceria com a Funase, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Estado de Pernambuco o monitoramento em relação a casos confirmados ou suspeitos de Covid-19 entre os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas nas unidades de internação para evitar a contaminação pelo vírus.

O TJPE garante que a partir do monitoramento, estão sendo tomadas todas as providências em relação à análise nas formas do cumprimento das medidas socioeducativas.

Para garantir o atendimento jurídico necessário e seguro aos presos, duas das seis unidades prisionais de Pernambuco foram contempladas com o projeto Parlatório Virtual. O atendimento jurídico à pessoa privada de liberdade (PPL) por videoconferência em função da pandemia do novo coronavírus já está acontecendo na Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR), no bairro do Engenho do Meio, e no Presídio Juiz Antonio Luiz Lins de Barros (Pajllb), no Complexo Prisional do Curado, ambos na Região Metropolitana do Recife.

O projeto foi criado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, por meio da Executiva de Ressocialização (Seres) e a Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo confirmado pela assessoria, três detentos do Pjalb já se comunicaram virtualmente com seus advogados no dia 30 de junho. 

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Na CPFR, dez mulheres conversaram numa sala provisória enquanto a do parlatório é mobiliada. Os atendimentos ocorrem de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados das 9h às 14h.

A Seres é responsável por implementar dias e horários dos atendimentos; monitoramento do teleatendimento, agendamentos das audiências, instalação do sistema de videochamada e o cadastramento do advogado no sistema de informação.

Além do Pajllb e CPFR, foram inseridos no projeto o Centro de Observação e Triagem Criminológica Everardo Luna (Cotel) e os presídios de Igarassu (PIG), Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa) e Frei Damião de Bozzano (PFDB). 

“Esta medida é importante para garantir o direito fundamental da comunicação entre detento e advogado, assegurando o sigilo dessa comunicação. É uma alternativa que estamos viabilizando neste período de pandemia, mas que não exclui o contato pessoal entre advogado e seu assistido”, ressaltou o presidente da OAB/PE, Bruno Baptista.

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Na manhã desta segunda-feira (15), esposas de detentos do sistema prisional de Pernambuco reuniram-se em frente à sede dos Correios, no Centro do Recife, para pedir o retorno das visitas. O ato pacífico é contra o método de encontro virtual e vai seguir até o Palácio do Campo das Princesas para pressionar o governo.

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Cerca de 30 mulheres participam do protesto; elas denunciam a falta de suporte para realizar as visitas virtuais. Desde março sem ver os maridos, o grupo questiona as etapas de reabertura. "Se até o comércio abre, por que não pode voltar a visita?", aponta a manifestante Larissa Cavalcanti.

O objetivo é que as visitas atendam às recomendações sanitárias e ocorram em regime especial, com menos tempo e acesso apenas para as esposas. "Abre tudo, só não abre as visitas", reforça Carolina Silva. Ela ainda pontuou que muitos presos estão sofrendo de depressão sem o contato com familiares.

O sistema prisional do estado de São Paulo registrou 22 mortes por Covid-19, sendo dez agentes penitenciários e 12 internos, desde o início da pandemia. Foram confirmados 30 casos entre os presos e 54 casos entre os servidores. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

De acordo com a secretaria, os internos com suspeita de covid-19 são isolados e, quando considerados casos confirmados, mantidos na enfermaria durante o período de tratamento. Os agentes penitenciários são afastados do trabalho.

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A secretaria informou ainda que as unidades prisionais passaram a exigir o uso de máscaras de proteção reutilizáveis, além de suspender atividades coletivas, alternar horários de alimentação no refeitório, intensificar a limpeza das áreas e restringir a entrada de pessoas. Outra medida adotada foi a distribuição de produtos de higiene como álcool em gel e sabonete.

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