A direção do Santos revelou na madrugada desta quinta-feira que o atacante Ângelo não foi o único jogador do time a sofrer ataques racistas no estádio El Teniente, em Rancagua, no Chile. O zagueiro Joaquim, segundo o clube brasileiro, também foi alvo da torcida do Audax Italiano durante o jogo válido pela fase de grupos da Copa sul-americana.
"O Santos Futebol Clube, novamente, vem a público denunciar e repudiar com veemência mais um caso de racismo no futebol. Dessa vez, os alvos das injúrias raciais foram nossos jogadores Ângelo e Joaquim. Os dois atletas foram atacados verbalmente e com gestos imitando macacos por torcedores adversários presentes na partida de hoje", informou o time paulista.
##RECOMENDA##Mais cedo, o atacante Ângelo já havia relatado ter sido chamado de "macaco" enquanto caminhava para fora do gramado. Os casos, de acordo com o Santos, já foram relatados para a Conmebol, de quem o clube brasileiro cobrou medidas.
"O crime foi denunciado pelo Santos FC, ainda dentro do estádio, para os representantes da Conmebol. Com os dois casos registrados oficialmente, o clube aguarda o posicionamento da entidade diante desta situação inaceitável", disse o clube.
Em entrevista coletiva, ao fim da partida, o técnico Odair Hellmann se mostrou indignado com os episódios de discriminação e também cobrou punições por parte da Conmebol.
"O que temos de fazer? Acabar a partida, sair todo mundo de campo. Sair o adversário, sair nós. Que a Conmebol, a Fifa, a CBF busquem as pessoas e puna, tem câmera para todo lado hoje. Se não punir, isso vai continuar. Isso é um sofrimento histórico, irreparável", comentou.
Os dois casos de racismo acontecem numa semana marcada pela forte repercussão mundial dos ataques racistas sofridos por Vinícius Júnior na Espanha. As ofensas, que o brasileiro sofreu no domingo durante partida do Real Madrid contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol, mobilizou autoridades do Brasil e da Espanha, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e até o Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos.
"Como já foi dito, o racismo não deve ser apenas combatido, mas também punido severamente", reforçou a direção santista.