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A expectativa dos pernambucanos é que a deputada estadual Gleide Ângelo realize um mandato de combate à violência de forma geral, com um olhar especial para as mulheres vítimas de violência doméstica. No entanto, a delegada deve ter um foco também sobre a importância das mulheres ocuparem os seus respectivos espaços. Ela afirmou que a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) não deve ser um local dominado por homens.  

“Não existe espaço para homem, não existe para a mulher, existe espaço para todos. É isso que a gente precisa, desse olhar. A mulher pode e deve estar no mesmo lugar que o homem está. Quando vemos dez mulheres aqui, eu digo que é muito pouco. A gente precisa, no mínimo, meio a meio”, declarou.

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A parlamentar, no entanto, falou que houve um avanço. “Eram seis [deputadas eleitas] e foi para dez e é dessa forma que as mulheres vão vendo. A gente serve como exemplo, ela chegou, eu posso. Elas começam a ver que este aqui não é um espaço masculino, é um espaço para as pessoas, espaço para o povo. Homens e mulheres para pessoas que têm competência e queiram e saibam fazer o trabalho que o povo precisa”. 

Gleide voltou a dizer que sua pauta prioritária será a segurança pública. “Agora o foco maior é na violência doméstica contra a mulher porque é uma violência que precisa de um olhar diferenciado. A gente precisa que a sociedade não ache normal e não tolere. Agora, vou trabalhar prioritariamente na segurança pública em todas as áreas”. 

A delegada Gleide Ângelo (PSB), que conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) com mais de 400 mil votos, em uma votação histórica em Pernambuco, vai se deparar na assembleia com o deputado estadual reeleito Joel da Harpa (PP), que também tem um foco especial na mesma área que a pessebista: a segurança pública. 

Mesmo antes de Gleide assumir, Joel já se posicionou contra a delegada sobre o polêmico decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que flexibiliza a posse de armas no Brasil. A deputada eleita disse que os “cidadãos de bem” não estão preparados para “reagir” diante de criminosos que utilizam armas de fogo. Por sua vez, Joel é a favor da liberação. “A população tem o direito à legítima defesa, especialmente se vive em áreas isoladas ou exerce atividades de risco”, rebateu. 

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Na avaliação do cientista político Vitor Diniz,  intensos debates deverão ocorrer durante o ano sendo “positivo” para os dois lados. “A discussão aberta favorece a democracia e tem papel importante na construção de posições políticas, além de atrair a atenção da sociedade”, explicou.

No entanto, Diniz acredita que por conta do desempenho eleitoral, a delegada sofrerá uma pressão maior da opinião pública. “Seu posicionamento ou a falta dele será sempre cobrado. Não se pode descartar a candidatura da deputada, em 2020, em alguma cidade da Região Metropolitana do Recife”. 

Por sua vez, o especialista ressaltou que Joel deve manter o discurso focado na questão da segurança pública alinhado com o que for defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Sobre o militar, o deputado já falou que não tinha dúvida de que o Estado não sofrerá “retaliação” mesmo Pernambuco não correspondendo como poderia em referência à votação. 

Sobre os novos deputado que irão assumir uma vaga na Alepe, o cientista não prevê uma espécie de “duelo de gerações”. “Os deputados costumam se organizar seguindo as orientações dos seus respectivos partidos. Além disso, uma parte considerável dos novos deputados é bastante familiarizada com a política", salientou. 

A deputada estadual eleita Gleide Ângelo (PSB) entrou para a história do estado ao se tornar a mais votada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Com mais de 400 mil votos recebidos, a expectativa da grande maioria dos pernambucanos é que a delegada exerça um mandato com um olhar especial em prol das mulheres, em especial às que sofreram algum tipo de violência. 

Antes mesmo do início do mandato, um projeto de Gleide já chama atenção: ela pretende criar um tipo de auxílio financeiro para as mulheres de Pernambucano, que pode ser denominado "Fundo Mulher". De acordo com o que explicou, em entrevista à Rádio Folha, o objetivo é ajudar as que depende do parceiro financeiramente e, por isso, continuam na relação.  

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Gleide contou que outros estados já possuem o fundo. "A gente sabe que estado está em dificuldade financeira, a gente sabe disso, mas quando você cria um fundo onde quem pode participar são organismos internacionais, empresas privadas, muita gente por meio de convênios, por meio de cooperação, que pode depositar dinheiro nesse fundo. Toda verba que entre nesse fundo vai ser o que, vai ser para política de prevenção de violência contra mulher. 

Ela ainda falou que está preparada para a cobrança. "Podem esperar uma deputada combativa em constante luta em favor das mulheres. De antemão, já asseguro que vou buscar ser presidente da comissão da mulher na Alepe”. 

Recentemente, Gleide afirmou que violência não é “mimimi”. Ela chegou a convidar as pessoas a passarem um dia na Delegacia da Mulher de Santo Amaro para presenciar quantas mulheres chegam espancadas, lesionadas e até mesmo com dentes e braços quebrados. “Você faz de conta que não vê, você prefere fazer de conta que o problema é do vizinho, que não chegou na sua casa, mas se você não fizer nada vai chegar na tua filha, na tua irmã, na tua neta”, avisou.

A deputada estadual eleita Gleide Ângelo, que foi a mais votada na história de Pernambuco para ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), durante entrevista à CBN, nesta segunda-feira (7), alertou para o fato de que é dever de todos o problema da violência contra a mulher. A delegada também chegou a dizer que os agressores são vítimas da própria violência. 

“A gente não pode perder nenhum direito e a gente tem que buscar novos direitos. A gente tem que exigir do Estado quando você pensa na mulher, você não pensa só na mulher, você pensa no homem, pensa nos filhos, pensa na família, você pensa na sociedade. Esses agressores que estão aí nascem de famílias desestruturadas, eles são vitimas da própria violência. Se eu não tenho essa qualidade de vida, essa família organizada dentro de casa, eu vou continuar a ter criminosos e agressores”, declarou.

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Gleide também falou que a violência não é “mimimi”. “Convido as pessoas a passar um dia na Delegacia da Mulher de Santo Amaro. Vá um dia ali para você saber o que é uma violência, a crueldade da mulher que chega espancada, lesionada, com dentes quebrados, braços quebrados ou, melhor, se intere, converse mais com a sua família, preste atenção na sua mãe, veja que a violência está muito mais perto de você do que você pensa, mas você faz de conta que não vê, você prefere fazer de conta que o problema é do vizinho, que não chegou na sua casa, mas se você não fizer nada vai chegar na tua filha, na tua irmã, na tua neta”.

“Quando eu penso na mulher, eu penso naqueles filhos que são órfãs da violência. Quando a mulher morre, destrói toda a família e a gente não pode continuar vendo tudo isso e fazendo de conta que não estamos vendo nada porque, como eu digo, é uma violência invisível para muitos, mas nós não podemos deixar que isso se naturalize dessa forma. Minha proposta na assembleia é o enfrentamento com políticas públicas”, frisou. 

A deputada eleita contou que muitos agressores matam as mulheres na frente dos filhos e dos familiares por ser “um crime de ódio”. “E o crime de ódio tem que se executar para destruir todo mundo. Então, gente, vamos parar de fazer de conta que tua vizinha não está apanhando, ela está apanhando. Não vamos fazer de conta que você não tem nada a ver com isso, você tem. Ligue para o 190. Vamos para de achar que o problema é do outro porque um dia esse problema chega na nossa casa como já chegou na casa de muita gente”, falou ainda salientando que a violência é cruel, perversa e covarde”. 

Justiça

Durante a entrevista, Gleide Ângelo expôs a necessidade de mudar a cultura da violência por meio da educação. “A cultura se transforma dentro do colégio, dentro de casa, é preciso enfrentar essa cultura”. 

“Já passou da hora de passar com essa história de que mulher quer direito, mulher que igualdade e justiça. Não se tem uma sociedade justa sem igualdade. Não existe no mundo justiça sem igualdade. Se eu tenho uma desigualdade histórica eu preciso dar o direito a essa mulher ter igualdade e começar a pensa em justiça. Isso não é mimimi, isso é crime, vão conhecer a realidade de uma mulher que sofre violência, é muito pior do que qualquer um de vocês imagina”. 

Apenas está começando a apuração dos votos na eleição estadual, mas o cenário apontado é de novidades na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Na contagem, a candidata a deputada estadual Gleide Angelo, delegada de Polícia conhecida por comandar casos de grande repercussão, já aparece liderando a disputa com mais de 80 mil votos.

Confiante, a delegada vem afirmando que é muito gratificante ver a esperança do povo. “É muito gratificante ver a esperança nos olhos das pessoas. Isso nos dá muito mais responsabilidade de retribuir a confiança de todos”, escreveu no Facebook nesta semana. 

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A pessebista vem afirmando que a violência contra a mulher deve ser combatida com políticas públicas. Ela também já afirmou que chegou seu momento de trabalhar para que a mulher não seja morta.

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