Tópicos | burkini

Pela janela do avião, tentei ver Doha de cima e ter uma primeira impressão da cidade que concentra quatro dos oito estádios da Copa do Mundo deste ano (os outros quatro ficam em municípios vizinhos). Imaginei que, conforme nos aproximássemos da aterrissagem, veria o azul claro do mar do Golfo Pérsico e prédios envidraçados modernos, mas não enxerguei nada. Uma espécie de nuvem de poeira e areia cobria totalmente a cidade, e logo o monitor que informava a velocidade e a altitude do avião se tornou mais interessante que tentar ver algo do lado de fora pela janela.

Se a vista rapidamente se tornou desinteressante do alto, o Catar foi, aos poucos, ficando cada vez mais atraente. Viajei pensando se tratar apenas de um país muito rico, graças às abundantes reservas de petróleo, mas que viola os direitos humanos, seja da população LGBT+, das mulheres ou dos trabalhadores imigrantes.

##RECOMENDA##

Tinha também o preconceito de que era um país que tentava ser os Emirados Árabes Unidos, copiando as construções modernas de Dubai e tentando fazer com que o turista que vai do Ocidente para o Oriente (ou o contrário) permaneça ali por um pouco mais de tempo do que algumas horas de conexão no aeroporto, motivado por atrações artificiais. Voltei, entretanto, com vontade de ter passado mais tempo lá, tirado uns dias de folga e ido até o deserto. Se você pretende viajar para assistir a Copa do Mundo em novembro e dezembro, portanto, a primeira dica é ficar mais tempo para conhecer melhor o país.

O Catar despertou minha curiosidade pela sua cultura, tão diferente para uma ocidental, e por misturar 183 nacionalidades em um território um pouco maior que metade de Sergipe, o menor Estado do Brasil. São 2,7 milhões de habitantes. Cataris mesmo são 300 mil. Assim, apesar de o árabe ser o idioma oficial, o inglês é falado por quase todos nas ruas. Uma das vitrines dessa mistura de povos é o supermercado: em alguns, há bandeirinhas de diferentes países para indicar onde encontrar os alimentos típicos para cada nacionalidade.

Me contaram que, para os estrangeiros que vivem ali, é difícil fazer parte da vida social dos locais. Também disseram que seria improvável esbarrar em um deles. Conheci três mulheres cataris que foram muito amáveis. Duas delas, mais velhas, não pararam de conversar comigo e sugerir pratos típicos para eu provar.

Doha me chamou atenção por mesclar o antigo e o tradicional com o contemporâneo e o moderno. O centro da cidade, com o Souq Waqif - um grande labirinto onde se vende desde as roupas típicas até passarinhos e galinhas -, contrasta com a luxuosa ilha artificial The Pearl, com prédios modernos que você possivelmente já viu em fotografias. Em qualquer uma dessas regiões, porém, é certo que você vai ouvir, algumas vezes por dia, o bonito som das mesquitas convocando os fiéis para a reza, o chamado "azam".

O islamismo, como era de se esperar, está por toda a parte. Na gaveta do hotel, por exemplo, há uma edição guardada não só do Alcorão, mas também um tapete para o visitante se ajoelhar a fim de rezar. No teto, uma marcação indica o lado em que fica Meca, para onde o fiel deve se curvar. No café da manhã, a linguiça é de frango ou carne bovina, jamais de porco. E aonde você for, seja na estação de metrô, em um shopping ou em um estádio de futebol, você vai encontrar uma sala para orações.

Shoppings são um dos grandes atrativos do país, e passeios neles, atividades frequentes dos cataris, sobretudo quando a temperatura na rua se aproxima dos 50ºC. Por isso também que a Copa foi mudada de data: por causa do calor do meio do ano. Praticamente todas as marcas europeias e americanas (de luxo ou não) estão nesses centros de compras. As francesas Galeries Lafayettes (loja de departamentos) e Ladurée (que vende doces), por exemplo, estão lá.

Nos shoppings, você também verá um grande número de pessoas vestidas com trajes típicos de países árabes: mulheres com abaya (vestido preto longo) e niqab (espécie de lenço que só deixa os olhos de fora) e homens com kandura (veste branca e longa). Nos restaurantes, mulheres levantam o niqab para levar o talher à boca, causando estranhamento aos ocidentais.

O cumprimento entre homens, que encostam os narizes ou apertam as mãos com força, um olhando no olho do outro e as soltam de um jeito rápido e brusco, também chama a atenção. Homens andando de mãos dadas, aliás, é algo comum e um sinal de respeito e amizade entre eles.

As vestes tradicionais também são vistas nas praias. Apesar de os homens usarem bermudas, as mulheres vestem burkinis, shorts até o joelho e camisetas sem decotes, cobrindo pelo menos os ombros, ou a própria abaya. Para nós, ocidentais, a impressão é de total repressão às mulheres. Mas tentei sempre me lembrar que parte delas usa as vestes tradicionais por opção própria, como me falaram as cataris com quem conversei.

As praias, aliás, mesmo as públicas, cobram ingresso (ao redor de R$ 15 em Catara, por exemplo, um vilarejo de Doha). Nas privadas, que ficam em hotéis internacionais opulentos, a entrada se aproxima de R$ 500 por dia. Ali, porém, é possível usar biquíni e sunga e, o mais importante, se refrescar nas piscinas. Isso porque, ao menos no verão, a água do mar é tão quente que chega a ser bastante desagradável. Não é de se estranhar que as piscinas recebam um número muito maior de pessoas.

Em novembro e dezembro, quando o país será sede do Mundial, é provável que o mar esteja mais refrescante, refletindo as temperaturas do inverno catari. No verão, no entanto, os termômetros marcam um número que eu não acreditava ser possível ver. Quando a reportagem esteve em Doha, em julho, houve um dia em que a máxima prevista era de 50ºC - chegou a 48ºC. Já no fim do ano, durante o dia, a temperatura deve ficar ao redor dos 25ºC, podendo cair para 15ºC à noite.

Foram as altas temperaturas do verão - 42ºC podem ser registrados às 8h da manhã - que empurraram a Copa para o fim do ano (começa dia 20 de novembro). Apesar de quase todos os estádios terem sistema de refrigeração e poderem receber jogos mesmo no verão, a vida no Catar fica mais restrita nos meses quentes. As ruas se esvaziam de dia, quando todos estão em locais com ar condicionado. E sair do hotel depois das 10h significa ficar com a boca seca, sentir o calor do asfalto queimando o pé se a sandália tiver um solado mais fino e desistir de caminhar após percorrer duas quadras.

Em uma das noites mais quentes em que o Estadão esteve no país da Copa, até as ruas de um bairro repleto de restaurantes luxuosos estavam com baixo movimento. Um garçom disse que isso se devia ao calor extremo.

Além das altas temperaturas, nuvens de pó e areia, como a vista quando, no avião, ainda me aproximava de Doha, também marcam o verão no Catar. Assim, é sempre difícil enxergar prédios no horizonte, por exemplo. É como se as vistas fossem cobertas por um filtro sépia usado em fotografias, aquele que as fazem parecer mais envelhecidas.

Se, com todos esses poréns do verão catari, ainda assim gostei de conhecer Doha, o torcedor que viajar no fim do ano provavelmente terá uma experiência melhor nesse país tão diferente para os ocidentais, sobretudo se for alguém que se interessa por culturas distantes da nossa.

Com certeza, ficará impressionado com a infraestrutura do país, boa parte dela montada exclusivamente para o Mundial. Os estádios, com uma exceção, foram todos construídos para o evento. São luxuosos, confortáveis e bonitos. Os hotéis, os shoppings, o metrô e regiões como Msheireb, The Pearl, Catara e West Bay são suntuosos e refletem a riqueza do Catar, que, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), tem o quinto maior PIB per capita do mundo. O campeonato deve ainda ser único, com todos os estádios uns próximos dos outros.

"Será um grande evento para os fãs de futebol. As pessoas não terão de viajar para ver os jogos. E o país está diante de uma oportunidade de se construir como nação. Muita gente não sabe onde o Catar fica e essa é a oportunidade de eles trazerem o foco para eles", me disse um ex-dirigente da Fifa.

De fato, o país não quer perder essa chance. Em dez anos, foram investidos ao redor de US$ 200 bilhões em projetos de infraestrutura para o Catar realizar a Copa, segundo a consultoria Deloitte. O montante inclui aeroporto, metrô, bairros e cidades inteiras. Em 2014 no Brasil, foram R$ 25,5 bilhões aplicados em obras de mobilidade, estádios e aeroportos, de acordo com o Tribunal de Contas da União.

O Conselho de Estado da França vetou nesta terça-feira (21) o burkini nas piscinas públicas. O traje de banho cobre a cabeça e o corpo de mulheres muçulmanas e seu uso é polêmico.

O caso que agitou o debate sobre o islamismo na França começou em meados de maio quando o conselho municipal de Grenoble (sudeste) relaxou a normativa sobre os trajes permitidos nas piscinas, sem mencionar diretamente o burkini.

O Ministério do Interior apresentou uma queixa por considerar que a medida atentava contra os princípios do laicismo.

Quando um tribunal administrativo de Grenoble deu razão ao Estado, a cidade decidiu apelar e o Conselho de Estado foi encarregado do caso.

Nesta terça-feira, a mais alta jurisdição administrativa confirmou a decisão do tribunal de Grenoble ao entender que o novo regulamento das piscinas constitui uma "exceção muito seletiva" para satisfazer uma "reivindicação religiosa".

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, celebrou a decisão no Twitter como "uma vitória da lei contra o separatismo e pelo laicismo".

Em 2016 a tentativa de alguns prefeitos do sul da França de proibir o burkini nas praias do Mediterrâneo gerou a primeira tormenta política em torno do traje que alguns consideram um símbolo da opressão à mulher.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos celebrou a decisão da justiça francesa de condenar a proibição do burkini, o traje de banho islâmico, e afirmou que a decisão contra a peça estimulava a "estigmatização" dos muçulmanos.

"Os decretos não melhoram a situação de segurança, pelo contrário, tendem a alimentar a intolerância religiosa e a estigmatização de pessoas de confissão muçulmana na França, em particular das mulheres", afirma em um comunicado o Alto Comissariado.

"Os códigos de vestuário, como os decretos antiburkini, afetam de maneira desproporcional as mulheres e as jovens e abalam sua autonomia ao negar sua aptidão para tomar decisões independentes sobre sua maneira de vestir", completa a nota.

A agência da ONU advertiu que, de acordo com os parâmetros internacionais dos direitos humanos, os limites à liberdade de qualquer pessoa para manifestar sua religião ou suas convicções, incluindo a escolha das peças do vestuário, "só estão autorizados em circunstâncias muito limitadas, incluindo a proteção da segurança pública, a ordem público, a saúde pública ou a moral".

Além disso, pelo direito internacional as medidas adotadas em nome da ordem pública devem ser apropriadas, necessárias e proporcionais, afirma o comunicado. Quase 30 cidades do litoral francês proibiram o burkini, um traje de banho integral islâmico, porque alguns consideravam a peça uma provocação depois do atentado que matou 86 pessoas em 14 de julho em Nice.

Na sexta-feira (26) passada, a principal instância administrativa francesa, o Conselho de Estado, suspendeu os decretos municipais e advertiu os prefeitos que qualquer proibição do burkini deve ser baseada em "perigos comprovados" para a ordem pública.

A polêmica sobre a proibição do burkini em várias praias francesas pode terminar nesta sexta-feira (26) após a decisão da mais alta instância administrativa do país, que se pronunciará sobre um tema que provocou controvérsias e chegou a dividir inclusive o governo.

Depois de ter estudado o caso na quinta-feira, o Conselho de Estado se pronunciará nesta sexta às 13h00 GMT (10h00 de Brasília) sobre a legalidade da proibição deste traje de banho decretada em um município da Riviera Francesa (sudeste da Turquia).

A decisão será determinante para trinta localidades francesas que emitiram ordens similares, mas também para o governo, impaciente para encerrar um debate que causa tanta controvérsia.

Na quinta-feira, o presidente François Hollande convocou a não ceder à "provocação" nem à "estigmatização", mas não se pronunciou sobre os textos dos decretos locais envolvendo o burkini em um país que conta com a comunidade muçulmana mais importante da Europa.

A decisão das prefeituras também provocou polêmica em nível internacional. O diretor do programa Europa da Anistia Internacional, John Dalhuisen, considerou que a justiça francesa tem "a oportunidade de anular uma proibição discriminatória que se funda e que nutre os preconceitos e a intolerância".

Fotografias publicadas na terça-feira pelo New York Times que mostravam quatro policiais repreendendo uma mulher com véu em uma praia de Nice provocaram comoção. A imprensa alemã mencionou uma "guerra de religião" e o prefeito de Londres, Sadiq Khan, considerou que "ninguém deveria ditar às mulheres o que devem vestir".

Sem mencionar o termo "burkini", as ordens municipais exigem que as pessoas visitem as praias com vestimentas que respeitem "os bons costumes e a laicidade", embora na realidade tenham como alvos os trajes de banho islâmicos.

Vários prefeitos basearam sua decisão na necessidade de garantir "a ordem pública", ameaçada, segundo eles, por vestes que "manifestam de maneira ostentatória uma filiação religiosa", e mencionaram o contexto particularmente tenso no litoral mediterrâneo após o atentado extremista que deixou 86 mortos em Nice em 14 de julho.

No entanto, o advogado da Liga de Direitos Humanos (LDH), Patrice Spinosi, denunciou na quinta-feira uma "vulneração da liberdade de consciência e de religião". Na quarta-feira, o Conselho Francês de Culto Muçulmano (CFCM) informou ao governo sobre a "forte emoção e forte preocupação" dos muçulmanos franceses.

A questão também é fonte de divergências dentro do governo. Enquanto o primeiro-ministro, Manuel Valls, apoiou as proibições, a ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, declarou que "a proliferação" de ordens contra o burkini não era "bem-vinda" e afirmou que se trata de uma "derivação política" que "libera o discurso racista".

Além disso, a ministra da Saúde, Marisol Touraine, disse que teme uma "estigmatização perigosa para a coesão do país".

Nas fileiras da oposição, o ex-presidente francês, Nicolas Sarkozy, candidato às eleições primárias da direita, classificou na quinta-feira o burkini de "provocação" e propôs proibir também os símbolos religiosos nas empresas, administração, universidades, etc.

A proibição do burkini em várias praias francesas, muito criticada na França e no exterior, será examinada nesta quinta-feira pela mais alta instância administrativa do país, o Conselho de Estado.

Os três juízes que compõem o organismo devem se pronunciar nas próximas 48 horas sobre este último episódio incluído no recorrente debate sobre o lugar do Islã na França e fixar um marco legal sobre o uso desta vestimenta.

[@#video#@]

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que apoiou publicamente os prefeitos que haviam proibido o burkini em nome da preservação da ordem pública, declarou na manhã desta quinta-feira aos meios de comunicação BFMTV e RCM que "tudo o que possa se apresentar como uma estigmatização, uma vontade de ir contra o Islã, é evidentemente condenável".

"Não estamos em guerra contra o Islã", insistiu Valls, ressaltando que a República "protegerá" os muçulmanos "contra as discriminações" que possam sofrer.

Apesar disso, considerou que "o burkini é um símbolo de proselitismo religioso que aprisiona a mulher".

Por sua vez, a ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, declarou à rádio Europe 1 que "a proliferação" de decretos contra o burkini não era bem-vinda e garantiu que se trata de uma derivação política que "libera o discurso racista".

"Estas ordens não são uma derivação", discordou Valls. "Estas ordens foram emitidas em nome da ordem pública", acrescentou.

A Liga de Direitos Humanos e o Coletivo contra a Islamofobia (CCIF) recorreram ao Conselho após mais um decreto municipal contra o burkini em uma localidade da Riviera Francesa (sudeste), que decidiu proibi-lo somando-se a várias outras cidades costeiras francesas em respeito "aos bons costumes e ao laicismo".

O decreto em questão não utilizava o termo "burkini", mas se referia a esta vestimenta de banho islâmica que cobre o corpo do cabelo aos tornozelos.

O texto foi validado por um tribunal administrativo local, que considerou a proibição "necessária, adaptada e proporcional" para evitar problemas de ordem pública após os últimos atentados na França, entre eles o de Nice em 14 de julho, que deixou 86 mortos.

A justiça local disse que este tipo de vestimenta podia "ser encarada como um desafio ou uma provocação exacerbando as tensões já presentes entre a população".

Esta nova norma "contribui para legitimar os que encaram os franceses muçulmanos como um corpo estrangeiro, externo à nação", afirmou a Liga em meados de agosto.

A controvérsia voltou à tona esta semana, depois que uma mulher de 34 anos que não usava o burkini, mas um véu, uma túnica e uma calça legging na praia foi multada e obrigada a tirar a túnica.

Agora o Conselho de Estado tem a última palavra sobre se os municípios têm o direito de utilizar a polícia nestes casos para "garantir a ordem, a segurança e a saúde pública".

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, criticou nesta quinta-feira (25) a proibição do burkini decidida por 30 prefeituras do litoral francês, em entrevista publicada pelo jornal londrino Evening Standard.

"Ninguém deve ditar às mulheres o que devem usar. Ponto. Assim, simples", declarou Sadiq Khan, que nesta quinta-feira iniciou uma visita a Paris, em sua primeira viagem oficial desde que foi eleito prefeito de Londres.

"Não é justo. Não digo que nosso modelo seja perfeito, mas uma das qualidades de Londres é que não apenas toleramos a diferença, mas que além disso a integramos", completou Khan.

O prefeito de Londres disse que a integração e a diversidade estão entre os temas que pretende conversar com a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo.

O Conselho de Estado, principal tribunal administrativo de França, deve se pronunciar a partir desta quinta-feira sobre a legalidade dos decretos contrários ao burkini.

A organização de um "dia do burkíni", traje de banho islâmico de corpo inteiro, por uma associação de mulheres muçulmanas em um parque aquático privado do sul da França provocou uma forte polêmica entre as autoridades locais, que exigiram a sua proibição.

A associação de mulheres, que trabalha nos bairros pobres do norte de Marselha, havia alugado o Speed Water Pacr para o dia 10 de setembro, com o slogan de não vestir um bíquini, mas um traje de banho que cobrisse o corpo "do peito aos joelhos".

"O parque autoriza excepcionalmente o Burkini/Jilbeb (túnica) de banho", afirmava o cartaz da associação Smile 13. No Facebook, explicava que esta vestimenta era necessária devido à presença de professores de natação do sexo masculino.

"Os meninos estão autorizados até os 10 anos", afirmava.

Este evento é "comunitarismo recalcitrante", afirmou Florian Philippot, braço-direito da ultradireitista Marine Le Pen.

Michel Amiel, prefeito de esquerda de Pennes-Mirabeau, localidade de 20.000 habitantes onde se situa o parque aquático, anunciou que emitirá uma ordem municipal proibindo o evento devido à possibilidade de que provoque "problemas de ordem pública".

"Considero este evento como uma provocação que não precisamos no contexto atual. É comunitarismo puro e duro", declarou nesta quinta-feira ao jornal Le Parisien/Aujourd'hui en France este responsável.

A deputada do partido Os Republicanos (direita) Valérie Boyer afirmou no Twitter que "aceitar esta suposta moda é reforçar o comunitarismo" na França. "Mas também é uma questão de dignidade das mulheres, uma questão de respeito aos nossos princípios fundamentais", acrescentou.

Na França, os símbolos religiosos, incluindo o véu islâmico, são proibidos nos estabelecimentos educacionais, com exceção das universidades e para os trabalhadores dos serviços públicos.

O surgimento de "burkinis" e de hijabs em coleções de moda de marcas internacionais foi criticado em março pela ministra socialista do Direito das Mulheres, Laurence Rossignol, que o considerou uma "promoção do encerramento do corpo das mulheres".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando