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Com presença forte no mercado da cidade de Juazeiro, no Ceará, a Cajuína São Geraldo chegou, na última sexta-feira (23) à capital pernambucana. A comercialização do refrigerante de caju veio após vários apelos nas redes sociais e pesquisas de mercado.

De acordo com Fabian Márcio, gestor da empresa na cidade, a bebida é comercializada em quatro embalagens diferenciadas. "A cajuína está sendo comercializada em embalagens de vidro, com 600 ml, e garrafas plásticas, de 250 ml, 1 litro e 2 litros. Para que ela fosse comercializada no Recife, tivemos que realizar pesquisas internas. Percebemos que a maioria dos compradores na fábrica era de Pernambuco, do Recife", explicou em entrevista ao LeiaJá.

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Ele relata que as redes sociais também contribuíram para que a cajuína chegasse na cidade. "A gente recebia muitas mensagens e comentários na nossa página. Eram muitos pedidos que apareciam nas nossas postagens. A gente foi percebendo que o Recife tinha essa necessidade de ter a bebida".

O refrigerante pode ser encontrado em estabelecimentos menores, como mercados e padarias. Fabian explica que a empresa está mantendo diálogo com grandes empreendimentos e resolvendo a parte burocrática. "Ainda estamos no início da operação, resolvendo a parte burocrática. Estamos fechando com um grande estabelecimento", disse o gestor.

Fabian ressalta que a produção inicial, para distribuição, é de três mil pacotes mistos, ou seja, com as quatro embalagens. Os preços, segundo ele, variam de acordo com as lojas que vão comercializar.

Ainda dá tempo de aproveitar a sétima edição do Festival Porto Gastrô. Até o próximo domingo (10), 21 restaurantes do balneário estão participando de um desafio no qual o objetivo é preparar pratos com o caju, fruta típica da região.

Uma Arena Gastrô foi instalada na avenida Beira-Mar com barracas nas quais o público poderá degustar as criações dos chefs. As receitas terão valores entre R$ 50 e R$ 120. Além disso, o evento também promove capacitações profissionais ministradas pelo Sebrae e 11 oficinas com especialistas na área de bebidas.

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Restaurantes participantes

Beijupirá

Café da Moeda

Moinho do Porto

Cadinho de Nenén

La Creperie

Domingos Restaurante

Pousada Ecoporto

Itaoca

João Restaurante

Mardioca Restaurante

Muganda Bistrô

Peixe na Telha

Pescaria Porto de Galinhas

Bar e Restaurante Pitanga

Bar da Praia Pontal do Cupe

Porto Gallo Restaurante e Bar

Pousada Tabajuba

Tabaobi Smart Hotel

Temakeria do Porto

La Tratoria

Xalés de Maracaípe

Serviço

7º Festival Porto Gastrô

Até domingo (10)

Porto de Galinhas - Ipojuca

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Sete pessoas morreram e 14 fuzis foram apreendidos durante ação da Polícia Militar no Caju, favela localizada na região portuária do Rio. A operação foi realizada na madrugada desse sábado, 25, pelo Batalhão de Choque da PM e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju. Até o meio da tarde deste sábado, os PMs do Choque permaneciam na região.

Segundo a PM, houve troca de tiros entre traficantes rivais da favela e, posteriormente, entre traficantes e policiais. Após o confronto, os PMs informaram ter encontrado sete homens feridos, que foram encaminhados ao Hospital Municipal Souza Aguiar. Eles não resistiram aos ferimentos. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios.

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Ainda de madrugada, sete fuzis foram apreendidos no Caju, além de 37 carregadores das armas, uma pistola, 790 munições de diversos calibres, quatro granadas, dois radiocomunicadores e coletes balísticos. No fim da manhã, outro sete fuzis foram encontrados na região.

De acordo com a Polícia Militar, com a apreensão deste sábado já chegam a 354 o total de fuzis apreendidos no Rio somente este ano.

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O Rio Grande do Norte é dono de belas praias e se consagrou como um estado rico em pontos turísticos. Suas dunas estão entre os destinos mais visitados pelo público, bem como o artesanato e a culinária potiguar encantam turistas de todo o mundo. Mas além dos cartões postais tradicionais do Estado, uma árvore atrai a atenção e impressiona pela sua grandeza. A cidade de Parnamirim, no Litoral Sul, a cerca de 20 quilômetros de Natal, tem em seu território o maior cajueiro do mundo, segundo o Guinness Book.

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Conhecida como Cajueiro de Pirangi - nome do distrito onde o cajueiro está plantado -, a árvore possui uma área territorial de quase 9 mil metros quadrados. A explicação sobre o enorme tamanho vem da ciência: a Fitoteratologia, responsável por analisar árvores gigantes, identificou que o cajueiro potiguar sofre de uma anomalia em seu DNA, que o fez ter um tamanho bem maior do que uma planta tradicional. Segundo a administração do espaço onde o cajueiro está plantado, o título do Guinness Book foi concedido em 1994, se tornando símbolo de orgulho para a população local. Pesquisadores também confirmaram que o conjunto de galhos faz parte de uma mesma árvore, comprovando assim a real grandeza do cajueiro.

De acordo com a Prefeitura de Parnamirim, o local recebe, em média, cerca de 500 visitantes por dia, entre estudantes, pesquisadores, moradores locais e principalmente turistas. Em torno de 80 mil cajus são produzidos pela árvore anualmente, alcançando cerca de três toneladas. Toda produção é destinada aos visitantes, sendo proibida a comercialização do pseudo fruto e do seu suco. Entre os turistas que visitam a árvore gigante, o estudante Rodrigo Teixeira, natural de Campinas, em São Paulo, ficou encantado com o tamanho do cajueiro. "Achei bem bonito, é de fato uma bela atração aqui perto de Natal. É imperdível! Os turistas que vêm para o Rio Grande do Norte precisam conhecer. Nunca vi um cajueiro deste tamanho em São Paulo", relata o jovem, descontraído. 

Um dos orientadores do parque onde o Cajueiro de Pirangi está plantado, Severino Ramos revela que a árvore tem uma idade estimada de 128 anos. Ramos ainda conta que ela continua aumentando seu tamanho, crescendo até dois metros quadrados por ano. Os galhos, inclusive, chegam até as ruas laterais, podendo ser vistos em todo quarteirão. Confira no vídeo a seguir mais detalhes sobre a história do maior cajueiro do mundo:

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As visitações ao cajueiro podem ser feitas das 8h às 17h30, semanalmente, incluindo feriados. O ingresso inteiro custa R$ 8, enquanto que a meia entrada é no valor de R$ 4. De acordo com a Prefeitura de Parnamirim, o dinheiro arrecadado serve para a manutenção do cajueiro, cuja responsabilidade está sob os cuidados da gestão estadual do Rio Grande do Norte. Nos arredores da área plantada, o público ainda conta com comércios de artesanato feito pelos moradores da região.

Curiosidades - De acordo com estudiosos, o caju não é uma fruta, apesar de parecer. Ele é considerado um pseudo fruto, pois não nasce do ovário da flor. Dessa forma, a castanha é que pode ser considerada pela biologia um fruto, uma vez que nasce diretamente do ovário.

Outro fato curioso é que o Piauí, outro estado nordestino, reivindica ser dono do maior cajueiro do mundo. No litoral norte piauiense, a cidade de Cajueiro de Praia também possui uma grande árvore da espécie, cujo tamanho beira os 9 mil metros quadrados. Porém, o Guinness Book ainda mantém o título para o cajueiro potiguar. 

Um menino de 11 anos morreu nesta quarta-feira, 23, após ser atingido durante um tiroteio entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju e traficantes da comunidade Parque Alegria, na zona norte do Rio. Em seguida, moradores fecharam o trânsito na Linha Vermelha, uma das principais vias da cidade. A faixa reversível da Avenida Brasil foi interditada, na altura de Benfica.

Por meio de nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias da morte da criança. A Polícia Civil investiga o caso e policiais da UPP Caju que patrulhavam o local onde o menor foi baleado serão afastados do serviço nas ruas.

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Há cerca de duas semanas, o jovem Christian Soares Andrade, de 13 anos, morreu após ser atingido por tiros durante uma operação policial em Manguinhos, também na zona norte. Agentes da Coordenadoria de Operações Especiais (Core) da Polícia Civil e da Divisão de Homicídios, com apoio de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) buscavam suspeitos de assassinar o policial militar Clayton Alves Fagner Dias. Em abril, durante um tiroteio no Complexo do Alemão, morreu o menino Eduardo de Jesus Ferreira, 10 anos.

A primeira noite pós-ocupação pelas forças de segurança das 13 favelas do Complexo do Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro, e da comunidade Barreira do Vasco, em São Cristóvão, na zona norte, foi tranquila. Não houve qualquer incidente, informou a Polícia Militar.

Na manhã desta segunda-feira, os policiais continuavam a varredura à procura de bandidos foragidos da Justiça, armas e drogas. Moradores e carros eram revistados. O comércio funcionava normalmente. Apesar do clima de aparente tranquilidade, a maioria dos moradores ainda hesitava conversar com jornalistas e policiais, por medo de represálias de traficantes, que há décadas ditavam as regras na região.

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Desde o início da ocupação, na madrugada de domingo (3), até o início da tarde desta segunda-feira, 22 pessoas haviam sido presas - entre elas, dois menores. Também foram apreendidos munição, réplicas de armas feitas com canos de PVC, carros roubados e drogas.

Duzentos PMs garantirão o policiamento do Complexo do Caju diariamente, até a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), a 31ª da cidade, ainda sem data. A partir de terça-feira, a Polícia Civil sairá da Barreira do Vasco. A favela também será patrulhada pela PM, com cem homens diariamente.

Cerca de 1.300 homens da Polícia Militar, 200 da Polícia Civil e 200 fuzileiros navais, divididos em 17 blindados, participaram da ocupação, iniciada por volta das 5 horas de domingo. Helicópteros deram apoio à incursão. Em 25 minutos, as comunidades estavam completamente sob o domínio das forças se segurança.

Todos os acessos às favelas foram cercados pela polícia, enquanto os blindados da Marinha adentraram nas vielas. Alguns acessos estavam com barricadas de concreto, colocadas por traficantes para impedir a entrada dos veículos da polícia. Os blindados da Marinha do tipo Lagarta Anfíbio (CLAnf), que se locomovem por esteiras, não tiveram dificuldade para ultrapassar as barreiras. Não houve resistência dos traficantes, e nem um disparo de arma de fogo sequer. Às 10h20, foi realizada a cerimônia de hasteamento das bandeiras do Brasil e do Estado do Rio. O ato cívico, realizada em todas as ocupações pré-implantação de UPP, representa a retomada do controle do território pelo Estado.

Em apenas 25 minutos forças de segurança ocuparam, na madrugada de domingo (03), as 13 favelas do Complexo do Caju, na zona portuária do Rio, e a comunidade Barreira do Vasco, em São Cristóvão, na zona norte. Mais uma vez, a operação policial ocorreu sem qualquer resistência do tráfico. Participaram cerca de 1.300 homens da Polícia Militar, 200 da Polícia Civil e 200 fuzileiros navais.

A ocupação teve apoio de 17 blindados da Marinha, além dos caveirões, blindados das Polícias Civil e Militar. Helicópteros, retroescavadeiras, motos e a cavalaria da PM também participaram da operação, iniciada por volta de 5h, quando os acessos às favelas foram cercados e os blindados entraram. Menos de meia hora depois as forças de segurança já controlavam a área.

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Não houve um disparo e pelo menos 16 pessoas foram presas. As favelas ficarão ocupadas até a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), a 31.ª da cidade, ainda sem data. O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), chamou a operação de "renascimento da região". Traficantes haviam colocado barricadas de concreto, mas os blindados da Marinha não tiveram dificuldade para ultrapassá-las. A PM apreendeu armas, munições, drogas e anotações da contabilidade do tráfico.

A preparação para a ocupação de domingo começou em 14 de fevereiro, com um "cerco amplo" na área. Desde então, foram presas 284 pessoas e 36 crianças e adolescentes foram apreendidos. Foram recolhidos 86 quilos de cocaína e 263 de maconha, além de 673 motos e 11 veículos irregulares. Nove motos e 55 veículos roubados foram recuperados.

No domingo, moradores começaram a circular pelas ruas e o comércio também funcionou. Às 10h20, o hasteamento das bandeiras do Brasil e do Estado do Rio na Favela Parque Boa Esperança, no Caju, marcou oficialmente o começo da ocupação. A cerimônia foi assistida por dezenas de moradores, a maioria crianças. Muitas brincavam com os cavalos da Cavalaria da PM, entre elas os irmãos Iara, de 3 anos, e Iuri, de 5. "Era comum levar meus filhos para a escola e eles voltarem para casa por causa de tiroteio. Agora vão ter uma educação melhor", afirmou a mãe dos dois, a doméstica Maria Aparecida Abreu, de 34 anos, moradora da favela há sete.

A tomada das favelas do Caju, com 20 mil habitantes, é considerada o último passo antes da ocupação do vizinho Complexo da Maré - com 15 comunidades e 75 mil moradores. "A Maré vai ter um dia D, mas não posso dizer quando será nem se ela vai ser a próxima", disse o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Forças de segurança ocupam, desde as 5 horas da madrugada deste domingo (3), favelas do Complexo do Caju, na zona portuária do Rio, e da comunidade Barreira do Vasco, em São Cristóvão, na zona norte. Cerca de 1.400 homens e 200 fuzileiros navais, divididos em 17 blindados, participam da ação. Helicópteros dão apoio à incursão.

Todos os acessos às favelas foram cercados pela polícia, enquanto os blindados da Marinha adentraram nas vielas. Alguns acessos estavam com barricadas de concreto, colocadas por traficantes para impedir a entrada dos veículos da polícia. Os blindados da Marinha do tipo Lagarta Anfíbio (CLAnf), que se locomovem por esteiras, não tiveram dificuldade para ultrapassar as barreiras. Não houve resistência dos traficantes, que há décadas dominam as comunidades. Até as 6 horas, não haviam sido registrados disparos de arma de fogo.

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Os policiais militares vasculharam as comunidades à procura de bandidos foragidos da Justiça, além de armas e drogas. Há policiais em pontos estratégicos, como numa via férrea suspensa que corta as comunidades, bem como na Linha Vermelha, que liga o Aeroporto Internacional Tom Jobim ao centro e à zona sul da cidade. A via expressa, que margeia as favelas, foi fechada ao tráfego às 4 horas, para evitar que motoristas fossem atingidos por balas perdidas caso houvesse confronto com traficantes.

O major Ivan Blaz, porta-voz do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (PM), disse que as 13 favelas do Caju ficarão ocupadas pelo Bope e pelo Batalhão de Choque até a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), ainda sem data estipulada. Já a comunidade Barreira do Vasco ficará ocupada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), tropa de elite da Polícia Civil.

O clima era de tranquilidade na região. Moradores circulavam normalmente pelas ruas, embora evitassem falar com a imprensa por medo de represálias do tráfico. O comércio também estava funcionando na manhã deste domingo.

A Secretaria de Segurança do Estado do Rio inicia, na madrugada do próximo domingo (3), a ocupação das 13 favelas do Complexo do Caju, na zona portuária da capital, para a futura implantação da 31ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Atualmente as comunidades são dominadas por traficantes ligados à facção Comando Vermelho (CV). Cerca de 1.300 homens, sendo 1.100 policiais militares e civis e 200 fuzileiros navais, participarão da ação.

Este é o último passo antes da ocupação do vizinho Complexo da Maré, formado por 15 favelas que contam com 75 mil habitantes. Cortada pelas três principais vias expressas do Rio - Avenida Brasil e Linhas Vermelha e Amarela -, a Maré é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e precisa se deslocar em direção ao Centro ou à zona sul da cidade.

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Ao contrário dos Complexos da Penha e do Alemão, quando todas as comunidades foram ocupadas de uma só vez, na Maré as favelas serão ocupadas pouco a pouco. Isso porque as diferentes comunidades da Maré são controladas por três diferentes grupos criminosos, que disputam a região entre si: Comando Vermelho, Terceiro Comando e milícia.

Depois da Maré, as UPPs vão avançar "numa trajetória de parábola pela Avenida Brasil", conforme já afirmou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. As favelas da zona norte que margeiam a via expressa serão as primeiras beneficiadas. Em seguida, serão ocupadas as comunidades da zona oeste.

Os últimos detalhes da incursão de domingo foram acertados nesta quarta-feira (27), numa reunião na sede da Secretaria de Segurança, durante a qual o coronel Alberto Pinheiro Neto, chefe do Estado-Maior Operacional da PM, apresentou o plano da invasão aos representantes de todas as forças de seguranças envolvidas.

Esta será a sexta vez que a Marinha participará da ocupação de uma favela que receberá uma UPP. Os militares também participaram das operações nos Complexos da Penha e do Alemão (zona norte, em 2010), nos Morros da Mineira e de São Carlos (região central, em 2011), na Mangueira (zona norte, em 2011), na Rocinha (zona sul, em 2011), e nos Complexos de Manguinhos e do Jacarezinho (zona norte, em 2012).

No fim da madrugada de domingo (3), pouco antes do amanhecer, serão ocupadas as favelas Mafuá, Manilha, Chatuba, Ladeira dos Funcionários, Quinta, Nossa Senhora da Penha, Nove Galo, Parque Alegria, Parque Boa Esperança, Parque da Conquista, Morro de São Sebastião, Parque Vitória e Vila Clemente. Cerca de 20 mil pessoas, distribuídas em 7 mil domicílios, vivem no bairro do Caju, segundo o Censo 2010. Parque Boa Esperança é a comunidade mais populosa, com 5 mil habitantes.

Os primeiros que adentrarão nas comunidades serão 17 blindados da Marinha dos tipos Lagarta Anfíbios (CLAnf), Piranhas e M113. O objetivo é intimidar os traficantes e evitar que haja reação e trocas de tiros. Além disso, os blindados conseguem transpor sem dificuldades as barricadas fincadas nas ruas pelos criminosos para atrapalhar a entrada da polícia. Em seguida, PMs dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque ocuparão as favelas por tempo indeterminado, até a inauguração da nova UPP - ainda sem data. A ação também contará com helicópteros.

Dom João VI

A região do Caju, localizada às margens da Baía de Guanabara, começou a ser habitada em meados de 1800. Sua emancipação do bairro de São Cristóvão ocorreu somente em 1981. Era nas águas límpidas da Praia do Caju que o rei de Portugal Dom João VI se banhava para curar-se de uma mordida de carrapato na perna, por recomendação médica. O imóvel onde ele se hospedava na região ficou conhecido como Casa de Banhos de Dom João VI e, após anos de abandono, atualmente abriga o museu da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Além da Avenida Brasil e da Linha Vermelha, o Caju é cortado por um trecho da Ponte Rio-Niterói. O bairro fica próximo ao Porto, à Rodoviária Novo Rio e é uma das principais rotas de chegada ao centro da cidade.

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Por Maira Baracho e Marina Suassuna

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"Iniciei minha vida no mundo das artes sendo um pixador, aos 9 anos de idade. Era uma criança que gostava de desenhar nas paredes, pra mim isso nunca seria um crime. Com 16 anos fiz meus primeiros grafites, impulsionado pelo rap. Passei a levar mais do que meu nome para os muros, passei a levar o que penso, o que preciso dizer". É assim que o pernambucano Galo de Souza, aos 33 anos de idade, grafiteiro há 20 anos, define sua trajetória de vida no texto de apresentação do seu blog. Para o artista, a pichação começou a ter espaço em sua vida ao mesmo em que aprendia a ler. Nos anos 1990, Galo conheceu o grafite e incorporou a rítmica nos desenhos que fazia na rua. "A diferença entre os dois é política, é de consciência, fora isso, ambos precisam se expressar. A gente pinta as ruas como se fossem cavernas, porque a gente precisa se expressar", explica.

Todavia, o rótulo de ex-pichador não se aplica a todo grafiteiro. "Se o cara já pichava ou não, é uma coinscidência. Os pichadores já estavam nas ruas e não sabiam o que era o grafite. Quando descobriram e quiseram fazer, foi mais fácil porque já faziam isso de outra forma. Já um cara que nunca pichou e conhece o grafite, passa a entender a linguagem, aprende as técnicas, começa a entender como funciona." A intensa participação do grafite nos circuitos de arte do mundo ajuda a diferenciar este movimento do que se conhece por pichação. A ideia é diferente e, ao contrário das pichações, o grafite se apresenta como arte, tem um propósito estético, uma preocupação. A pichação ainda existe, principalmente nas periferias. Mas já deixa de ser enquadrada na mesma situação do grafite, mesmo sendo responsável por originá-lo. Tornou-se óbvio caracterizar cada um.

Tendo a rua como cenário, os grafiteiros dão vida a sua inquietação artística no momento em que intervêm nos espaços públicos de maneira pacífica, pensando na possibilidade de diálogo entre as pessoas. A ideia de comunicar, sinalizar o que gostam, o que não gostam, pontuar valores, vai fazendo do grafite uma linguagem onipresente no cotidiano da cidade, conquistando um espaço de atuação que não escapa de fotografias, filmagens e principalmente dos olhos de quem transita nas ruas do Recife. "Quando eu ando pela rua, já fico olhando para as paredes e pensando: pô, aqui tem que ter um trampo", conta Galo, que também acredita na galerização da arte de rua como um fator positivo. Para a maioria dos artistas, o fato de estar ocupando museus e galerias não compromete o mérito do grafite, que, dessa forma, se torna cada vez mais visível. " O grafite pode ir em galeria, pode estar no livro, ele sempre esteve em vários lugares", defende Galo. Mesmo sem abrir mão de participar de exposições, Cajú, ex-pichador e grafiteiro há 10 anos, é enfático: "Nós não podemos deixar a rua, se não perdemos nossa essência".



Entretanto, o circuito de arte, os salões e os museus continuam abrigando pessoas conservadoras, que muitas vezes resistem à afirmação do grafite nestes espaços. Mas isso não é visto inteiramente como um problema: o grafite nasceu nas ruas e esta atitude ainda é o que garante sua existência. Os ambientes renomados do meio artístico podem fechar suas portas para os grafiteiros, mas as ruas sempre vão ter um muro em branco, pronto para receber uma mensagem urbana. O pernambucano Derlon Almeida tem no grafite uma escola. Aos 14 anos, ele conheceu a arte urbana, aos 19 começou a produzir e entender a manifestação, incentivados por artistas como Galo de Souza.

Hoje, aos 27, Derlon se apresenta como artista plástico e já levou seu trabalho para o Rio de Janeiro – onde expôs quatro vezes -, Holanda e para espaços expositivos pernambucanos como o Museu do Estado, o Museu Murillo La Greca, a Sala Nordeste e a Torre Malakoff, ao lado de figuras renomadas como Abelardo da Hora e J. Borges. Para Derlon, a ligação com a rua gera estranhamentos. “Às vezes, isso gera um pouco de dificuldade porque as pessoas pensam 'ah, ele é das ruas', mas não tem problema”, revela. "'Ele' não necessariamente precisa estar nesse circuito, ele pode ser tatuador, o que for, e nas horas livres sair às ruas. Eu, por exemplo, trabalho como artista plástico e tenho que fazer esse equilíbrio", diz o artista. Derlon nota uma resistência entre os consumidores de arte, o que influencia na decisão de curadores, apesar de existirem vários grafiteiros inseridos no circuito representando bem essa categoria de artistas.

Dentro do próprio segmento existe resistência. Artistas que começaram nas ruas e jamais saíram dela, questionam a entrada do grafite nas galerias. “Tem gente que acha que o grafite tem que ficar só na rua, questionam aqueles que querem levar sua arte para outros lugares, mas acho isso bom, as pessoas tem o direito de se expressar”, afirma Derlon.

De forma autossuficiente, sem hierarquia e obrigações uns com os outros, os grafiteiros criaram o costume de se organizar em coletivos, também chamados de crews. Dessa forma, os artistas tendem para uma nova forma de expressão, em que se conectam com outros grafiteiros que atuam em linhas diferentes da arte de rua para culminarem no mesmo objetivo. Eles produzem eventos, sem periodicidade, em que se reúnem para promover mutirões de grafite. Uma cadeia de produção acaba sendo movida por artistas em diferentes linhas e locais de ação e atuação. Existem os que dão aula em presídios, em organizações educativas, os que pintam carros, trabalham com design, ou atuam apenas nas ruas. A tendência, segundo Galo, é as oportunidades se abrirem. "O grafite envolve muita gente, muita criatividade. Quanto mais arte diferente, mais as pessoas irão refletir sobre esse momento, essa situação".

O momento e a entrada no circuito tradicional de arte - O reconhecimento do grafite enquanto arte vem se fortalecendo, principalmente, nos últimos 10 anos. Esse acesso a outro ambiente gera a afirmação destes próprios artistas, que propõem novos estilos, novas linguagens e permitem ao grafiteiro se relacionar de uma nova maneira com sua arte. “Minha estética não é agressiva, mas a atitude de ir às ruas pintar permanece a mesma”, explica Derlon. Galo sintetiza o atual momento do grafite como uma economia criativa: "Talvez tenham roubado esse termo do grafite. A gente vem fazendo economia com criatividade, a criatividade vai construindo a nossa própria economia", avalia. O grafiteiro chama atenção para os artistas que trabalham na base, atuando de maneira pouco visível, mas comprometidos com a causa artística, a exemplo daqueles que dão aula. "É algo ativista, é um trabalho, nós criamos filhos, construímos casa... Não é só uma brincadeira de pintar, é muito mais que isso. E vai amadurecer cada vez mais. Eu acredito que nós, grafiteiros, vamos ser os Picassos do futuro, o movimento muralista que lá na frente vai estar conectando outras linguagens como filosofia, história, matemática, português", prevê Galo.

Derlon acredita que esse novo momento não é fruto de uma "bondade" do circuito e dos espaços. O artista enxerga o que vem acontecendo como um reflexo da qualidade das produções. Essa entrada não tirou dos artistas a liberdade criativa. “Os artistas começaram a mergulhar num campo de pesquisa muito mais amplo, fizeram das ruas uma verdadeira galeria aberta, tiveram essa preocupação estética e acabaram sendo sugados para as galerias”, explica. É uma nova cena da arte urbana, que acontece em sintonia com o que é feito nas ruas. O artista expõe num museu, mas isso não contém o desejo de pintar o espaço urbano e coletivo, o poste, o chão, os elementos da cidade e isso também faz o grafite se expandir.

Brasil, mercado de trabalho e futuro
Derlon segue o caminho do sucesso traçado pelo novo momento do grafite no mundo, mas acredita que a manifestação ainda tem muito espaço para conquistar no circuito de arte. O grafiteiro acredita que o crescimento e afirmação desta arte se deve mais ao que é produzido do que ao espaço que é dado. “O artista não pode manter sempre a mesma obra, tem que pensar coisas novas, se atualizar, pesquisar novas influencias, eu mesmo já mudei muito meu trabalho em poucos anos, se você faz isso consegue manter sua obras por muitos anos, o mercado suporta”, conta Derlon. O Brasil é um expoente deste processo, a arte urbana do país é forte e tem muitas produções. São Paulo, maior cidade brasileira e uma das maiores metrópoles do mundo, é uma das cidades referência quando se fala nesta arte, que muitos já chamam de pós-grafite.

Derlon esteve recentemente em Amsterdam, capital da Holanda, em um projeto que envolveu 7 artistas brasileiros, em que cada uma pintava um prédio. Ele acha super importante viajar, trocar ideias, vivenciar outras cenas, conhecer outros artistas. “Comecei a viajar muitas vezes por conta própria”, conta. Na viagem a Amsterdam, muitos artistas locais questionaram a escolha por brasileiros e a produtora do evento justificou a decisão a partir do caráter "mais concreto" do nosso trabalho.

Não se fala de grafite no Brasil sem citar os Gêmeos. Eles atuam em dupla desde os anos 80 e estão entre os cinco maiores nomes do grafite mundial. “É impressionante a capacidade criativa, eles dialogam com vários elementos. A posição deles não é demagogia”, opina Derlon. A evolução da cena proporciona o reconhecimento de muitos estilos. No Recife, muitos nomes têm ganho destaque por sua identidade forte.

"Mais do que um trabalho, o grafite para mim é uma missão", declara Galo, que recebe convites de trabalho com frequência e também tem seu planejamento interno, criando ilustrações para livros e discos, entre outros. "Nem sempre dá pra fazer tudo o que eu quero, mas, aos poucos, eu vou me concentrando e realizando, como o livro que estou fazendo junto com uma amiga advogada de Porto Alegre. A ideia é falar da arte do direito e do direito à arte". Galo já passou por locais como Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Brasília, Piauí, Paraíba, Curitiba, Florianópolis, entre outros. Fora do Brasil, encarou trabalhos na Suécia, Dinamarca, Holanda, Áustria, Portugal e Peru.



Técnicas - As obras de Derlon lembram muito a estética do cordel, mas a capacidade de dialogar com o público vai além desta referência. “Quem não conhece o cordel,
lá fora, sente o mesmo impacto, isso é impressionante: o poder de comunicação desta estética, são os mesmos sentimentos. A imagem tem essa simplicidade que torna ela universal”, explica o artista. Enquanto Derlon destaca entre as técnicas utilizadas o spray, rolo, colagem (lambe-lambe), pincel e estêncil, Galo brinca com o sombreado, volume, luz e a anatomia dos desenhos, seguindo uma modalidade própria, sem seguir tendências. "A minha regra é freestyle, chegar e criar, não tem como programar o que a gente vai fazer, o processo de criação é uma coisa que flui", diz Galo sobre seu processo criaivo. Personagens se repetem em suas composições, como a nuvem, a bicicleta, a casa, o 'LA' de Love Art. Galo explica que seu grafite sempre teve a ideia de comunicar.

Desenhos com frases, balões e pensamentos presentes em suas artes dão a idea de diálogo para quem passa na rua. Muito de sua cultura e produção são inspirados no Criativismo, movimento que criou e imprimiu em suas manifestações. "Tem o cubismo, o surrealismo, expressionismo, então eu também quis criar um 'ismo'. O criativismo é criatividade com ativismo, criativismo no sentido mais orgânico, o que eu crio como vida, não só como arte", diz Galo. Segundo o ex-pichador, o seu grafite já passou de grafite: "Eu dou o nome de Galoffitis, é a minha marca", resume.

A busca por uma marca é o caminho escolhido pela maior parte dos grafiteiros que se destacam, seja na rua, seja em galerias de arte e museus. Galo e Derlon são dois ótimos exemplos de personalidade criativa que vão além do óbvio e rompem barreiras com sua criatividade e talento.

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