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O brinquedo de miriti, uma palmeira típica da região de várzea da Amazônia, é um dos componentes marcantes durante o período do Círio de Nazaré, em Belém do Pará. São peças que passam de geração a geração e se modernizam a cada ano.

A produção dos artesanatos de miriti é uma herança indígena que envolve, hoje, centenas de famílias na região de Abaetetuba, sendo considerado um processo sustentável de produção, tombado como patrimônio histórico cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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Paulo Emmanuel, artista plástico, jornalista, chargista e humorista, se rendeu aos encantos do miriti. Ele começou a trabalho com esculturas de miriti por volta de 1999, produzindo bonecos caricaturados

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“Eu usei o biscuit durante muito tempo, mas percebi que ficava muito pesado na hora de fazer o envio das encomendas. Eu passei a modelar no miriti por precisar de um suporte mais leve", assinalou o artista. O biscuit é uma massa de modelar produzida a partir da mistura de amido de milho, cola branca para porcelana fria, conservantes como limão ou vinagre e vaselina. "O miriti é uma peça maravilhosa, é o nosso isopor e com o passar do tempo percebi que a produção passou a ficar melhor que a do boneco original”, disse. 

Paulo Emmanuel ressalta que o processo de produção não possui prazo de validade. “Quem comprar uma peça de miriti tem que saber que não tem tempo de duração. A depender do tempo e lugar em que ele for colocado, ele pode ser deteriorado, ou não. É o risco de se comprar esse material”, afirmou.

A profissão do artesão requer habilidade e dedicação para que ele possa fabricar produtos por meio de um processo manual, ou com a ajuda de ferramentas. Esse profissional tem como função produzir itens de artesanato, com função decorativa, e é dessa forma que ele tira a sua renda. No Pará, o artesanato de miriti é uma das atividades mais importantes do município de Abaetetuba e agrega valores culturais paraenses.

Paulo Emmanuel garante que é apaixonado pelo trabalho com produção de miriti. “Com o tempo a gente se apega ao miriti. O miriti é apaixonante, o que vem de Abaeté, o miriti do Círio e o dos grandes artesões, ele dá valor à cultura do nosso Estado. A minha essência virou a ser essa. Às vezes sai uma coisa tão bem feita que eu quero até ficar [risos]. A gente nem quer enviar pra vender”, conclui.

Por Amanda Martins (sob orientação e acompanhamento de Antonio Carlos Pimentel).

O diretor do semanário satírico Charlie Hebdo, Riss, disse nesta quarta-feira que "não se arrepende" da publicação das charges de Maomé, que tornaram a publicação alvo dos jihadistas, no julgamento contra o atentado de 2015 que dizimou a redação.

"Não quero viver sob a arbitrariedade maluca dos fanáticos", disse o cartunista, cujo nome verdadeiro é Laurent Sourisseau, a um tribunal especial em Paris. "Não há nada a lamentar" sobre sua publicação, disse.

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"O que lamento é ver como as pessoas são tão pouco combativas na defesa da liberdade", afirmou. "Se você não luta pela sua liberdade, você vive como um escravo", acrescentou.

A publicação de charges de Maomé, o profeta do Islã, em 2006, tornou o jornal um alvo dos jihadistas.

Riss, de 53 anos, foi gravemente ferido no ombro durante o ataque dos irmãos Said e Chérif Kouachi, que em 7 de janeiro de 2015 invadiu a sede do Charlie Hebdo em Paris e matou 10 de seus colaboradores.

"Crescemos sem imaginar que um dia poderíamos questionar nossas liberdades", insistiu Riss, que substituiu Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, morto no ataque. No entanto, "a liberdade que desfrutamos" não cai "do céu", lembrou.

O diretor do Charlie Hebdo, que falou longamente sobre as circunstâncias do ataque e os ferimentos infligidos pelos terroristas, também prestou uma homenagem emocionada aos seus "amigos" cartunistas mortos.

"A sensação imediata após o ataque foi que te cortaram em dois, como se tivessem cortado seu corpo em dois e tirado parte de você", descreveu o cartunista, que, como vários outros sobreviventes, pensou que morreria no ataque.

"É outra mutilação que talvez seja ainda mais terrível do que a dos corpos. É uma amputação”, continuou Laurent Sourisseau, que vive sob a proteção permanente de guarda-costas e cuja vida mudou completamente desde os ataques.

"É como estar em prisão domiciliar. Tenho que avisar sobre tudo que faço", disse o diretor do Charlie Hebdo, que decidiu republicar, no dia da abertura do julgamento, 2 de setembro, desenhos animados de Maomé, que valeu ao seu antecessor a sua inclusão na lista de alvos da Al Qaeda.

"Se tivéssemos renunciado ao direito de publicar esses desenhos, isso significaria que estávamos errados em fazer isso", justificou Riss.

Desde 2 de setembro, 14 pessoas - três delas ausentes - estão sendo julgadas em Paris por terem prestado apoio logístico aos responsáveis pelo atentado ao Charlie Hebdo, que chocou a França e o mundo.

Os perpetradores do ataque foram mortos pela polícia em 9 de janeiro em uma gráfica a nordeste de Paris.

A cantora e compositora Inezita Barroso (1925-2015) completaria 95 anos no último dia 4 de março. Para homenagear a maior representante da música sertaneja, a exposição "Inezita Minha Viola" estreia nesta quarta-feira (11), no Memorial da América Latina, em São Paulo. A mostra traz 54 cartuns alusivos à vida e obra da artista paulistana.

Com curadoria do desenhista JAL Lovetro, atual presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB), a exposição réune trabalhos de artistas nacionais, como Maurício de Sousa, Danilo Scarpa e Claudio Teixeira. A mostra ainda exibe caricaturas e desenhos elaborados por profissionais de países como Colômbia, Portugal e Macedônia.

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Nesta quarta-feira (11), duas apresentações musicais prestam homenagens à violeira. Os grupos de chorinho Choro Faceiro e Chorando em Trio tocam sucessos gravados por ícones como Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e pela própria Inezita Barroso, a partir das 19h.

Famosa por ser pioneira no segmento da música sertaneja, Ignez Magdalena Aranha de Lima consagrou-se no cenário musical brasileiro a partir da década de 1950 quando gravou o sucesso "Marvada Pinga/Moda da Pinga", de Ochelsis Aguiar Laureano (1909-1996). Além de cantar e compor, Inezita foi atriz, radialista, apresentadora de TV e professora de folclore. A artista morreu em 8 de março de 2015, quatro dia após ter completado 90 anos.

 

Serviço

Exposição "Inezita Minha Viola"

Quando: de 11 a 30 de março - abertura no dia 11/3 às 18h; visitas de terça a domingo, das 9h às 18h

Onde: Espaço Gabo - Portão 8 do Memorial da América Latina - Av. Juro Soares de Moura Andrade, 664, São Paulo - SP

Entrada Gratuita

A embaixada chinesa na Dinamarca considerou o ato uma ofensa ao país e que tanto o jornal como o autor da caricatura devem pedir desculpa ao povo chinês, a seu ver.

Diplomatas chineses apelidaram de "insulto" uma caricatura do coronavírus (2019-nCoV, nome científico) recentemente publicada por Niels Bo Bojesen no jornal dinamarquês Jyllands-Posten e exigiram um pedido de desculpas público.

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Um porta-voz da embaixada chinesa em Copenhague disse que o desenho satírico de Niels Bo Bojesen "é um insulto à China e viola os sentimentos do povo chinês".

"Sem qualquer simpatia ou empatia, ela ultrapassa os limites da sociedade civilizada, bem como os limites éticos da liberdade de expressão, e é uma afronta à consciência humana", disse ele.

O diplomata expressou "forte indignação" e exigiu que o jornal e o autor da caricatura reconheçam seu erro e apresentem um pedido público de desculpas ao povo da China.

Niels Bo Bojesen escolheu o amarelo para desenhar as formas do 2019-nCoV e colocou-as sobre um fundo vermelho em uma posição idêntica às cinco estrelas amarelas de cinco pontas da bandeira chinesa.

Em 2005 a publicação ficou mundialmente conhecida por suas caricaturas anti-islâmicas do profeta Maomé, o que levou a uma onda de indignação entre muçulmanos na Dinamarca e pelo mundo afora.

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Da Sputnik Brasil

A palestra “Geometria com humor” reuniu os cartunistas Biratan Porto e André Hippertt, no último sábado (27), como parte da programação da XXI Feira Pan-amazônica do livro. A Feira, realizada no Hangar, em Belém, recebe durante toda a semana uma exposição do IX Festival Internacional de Humor da Amazônia.

O paraense Biratan Porto, que além de cartunista, chargista, caricaturista e ilustrador é o organizador do Festival, indicou a importância de espaços para o humor na Feira do Livro, como a presença de profissionais de outros Estados: “É importante esse intercâmbio de centros diferentes, com atividades que podem colaborar com informação pro crescimento dos profissionais e estudantes desse segmento”. 

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Biratan trouxe a Belém o carioca André Hippertt, diretor de arte com um fundo na ilustração, desenhos animados, especialista em caricatura com formas geométricas. Hippertt, em mais de 30 anos de carreira, tem cerca de 40 prêmios do SND (Society For News Design) e cinco prêmios Esso – principal prêmio de jornalismo brasileiro. Ele gosta de usar muitos conceitos de design em seus desenhos animados e considera a forma mais importante do que a técnica.

Em sua palestra, Hippertt abordou um trabalho mais conceitual e formal, e explicou o que é, para caricatura, o principal. “Em uma caricatura, a semelhança e a relevância são essenciais. É o principal objetivo, obter essa semelhança e traduzir a alma das imagens de personagem; é a parte mais difícil”, disse o convidado. Ele gosta de fazer caricaturas de personagens famosos, de preferência daqueles com quem tem certa identificação.

Hippertt comentou também sobre o mercado reduzido, em que cada profissional tem que procurar alternativas para divulgar e vender seu trabalho. “O mercado se afunilou e o impresso sempre foi o foco e o maior setor que empregava ilustradores, cartunistas e humoristas de charges. A gente não tem mais isso, poucos veículos estão usando. Estamos buscando alternativas na internet, publicando o próprio trabalho, editando livros, estamos fazendo como os músicos fazem. Antes vendiam CDs, hoje fazem mais shows para ganhar dinheiro”, compara.

Quanto ao papel político que caricaturista e chargista têm dentro da sociedade, Hippertt considera importante manifestar-se politicamente através de seus trabalhos, como resposta ao que vem acontecendo no país. “Eu faço charge pra mim. Na minha timeline, sempre bato nessa tecla do cenário político em que o país se encontra, da questão social que vivemos. Cresci na época da ditadura, sinto um medo danado de botarem o Exército na rua de novo”, revelou.

A palestra foi aberta, mas teve um público bastante direcionado para o seguimento do humor. Compareceram muitos profissionais e acadêmicos da área, entre eles Marcos André, que é estudante de Design. “Sou admirador do trabalho de Hippertt, pois tem um traçado muito refinado e próprio dele”, contou o estudante.

André Hippertt ocupou um dos lugares na bancada de jurados no IX festival de Humor da Amazônia, realizado domingo, na Feira do Livro. Também foram jurados Evandro Alves (MG), Lúcio Ribeiro (PR) e o próprio Biratan Porto.

Por Joel Campos.

Após três anos, o Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco (SIHG-PE) abre inscrições para a segunda edição do evento. Podem concorrer artistas gráficos em geral, amadores ou profissionais, em três categorias, sendo elas Cartum, Caricatura e Estudante. As inscrições para as duas primeiras categorias devem ser feitas, através do site do evento, até o dia 31 de janeiro. Já para os estudantes, o prazo segue só até o dia 20 de dezembro de 2015.

Para essa edição, os temas trabalhados serão: Direitos Humanos (Cartuns) e Os Pensadores (Caricaturas). Para o organizador do evento, Samuca Andrade, a temática desta edição é bem polêmica e a perspectiva é de gerar bons trabalhos em âmbitos nacional e internacional. “Para a escolha do tema, acompanhamos mundialmente o que estava sendo discutido e percebemos que a questão mais citada era o caráter desumano”, lembrou.

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“Vamos trabalhar o humor, diante da ausência dos Direitos Humanos. A Violência, a discriminação, a homofobia, a intolerância religiosa, a exploração infantil, a perseguição política e o tratamento dos refugiados são algumas das abordagens que podem ser trabalhadas”, exemplificou Samuca.

O primeiro Salão foi realizado em 2012. Segundo Samuca, a segunda edição demorou a ser concebida devido ao edital do Funcultura e, possivelmente, ao tema proposto. “Após o primeiro evento, tentamos fazer o segundo Salão com o tema da Copa do Mundo, mas não conseguimos. Acredito que pela temática, uma vez que, a população foi contra a realização do evento no Brasil”, disse.

A premiação desta edição somará um total de R$ 18 mil. Para julgar os trabalhos foram convidados cartunistas nacionais e internacionais. Angel Boligán Corbo (México), Marilena Nardi (Itália), Cau Gomez (Brasil), Carlos Amorim (Brasil), DUKE – Eduardo Evangelista (Brasil) e Flávia Bomfim (Brasil) fazem parte da comissão julgadora. A exposição dos finalistas será realizada na Torre Malakoff de 3 de abril a 1º de maio de 2016. 

II Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco

Inscrições: www.sighpe.com

Governos, autoridades islâmicas e meios de comunicação estatais de todo o Oriente Médio criticaram a decisão do jornal satírico francês Charlie Hebdo de colocar o profeta Maomé na capa da edição desta quarta-feira (14). Segundo as críticas, a medida foi uma provocação.

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O instituto egípcio Dar al-Iftaa disse, na terça-feira, que a publicação na nova caricatura era uma "provocação injustificada aos sentimentos dos 1,5 bilhão de muçulmanos ao redor do mundo, que respeitam e amam seu profeta".

Em comunicado, o instituto afirmou que a publicação pode levar a uma nova onda de ódio na França e no Ocidente, prejudicando os esforços para se chegar à paz.

O presidente egípcio Abdel Fattah Al Sisi também emitiu um decreto na terça-feira que permite ao primeiro-ministro proibir publicações estrangeiras consideradas ofensivas ao Islã, segundo informações divulgadas por meios de comunicação estatais, medida que parece ter como alto publicações como o Charlie Hebdo.

Muitos muçu

Ibrahim Negm, conselheiro do grande mufti (acadêmico islâmico a quem é reconhecida a capacidade de interpretar a lei islâmica) do Egito pediu autocontrole durante uma palestra em Nova York, pedindo aos muçulmanos que corrijam a imagem distorcida do Islã, segundo informações do site do Dar al-Iftaa. Ele disse também que os muçulmanos devem exigir que a difamação de símbolos e crenças religiosos sejam criminalizados.lmanos dizem que a representação visual do profeta Maomé é proibida, em parte porque o Alcorão adverte contra a idolatria ou qualquer coisa que possa contribuir para a adoração de "falsos ídolos".

No Irã, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Marzieh Afkham, reiterou nesta quarta-feira as críticas anteriores ao ataque ao Charlie Hebdo, segundo informações divulgadas pela agência Bloomberg. "Por outro lado, nós desaprovados as medidas provocativas e o compromisso desse semanário é o insulto, o que vai provocar os sentimentos dos muçulmanos", disse a porta-voz.

Izzat al-Risheq, integrante do escritório político do Hamas, disse em postagem no Facebook que ofender a pessoa ao profeta "é considerado uma violação a todos os cânones celestiais e um ato racista, que tem como alvo espalhar o ódio, e não tem nada a ver com a liberdade de opinião. O Hamas controla a Faixa de Gaza.

"O Charlie Hebdo se aproveitou da solidariedade de alguns líderes e autoridades árabes para manter sua abordagem ofensiva ao profeta", escreveu Risheq.

Na Turquia, a polícia invadiu a gráfica de um jornal de esquerda, na manhã desta quarta-feira, depois de os editores da publicação terem prometido publicar trechos da edição de hoje do Charlie Hebdo. As autoridades, porém, permitiram que o jornal fosse às bancas depois de verificarem que as caricaturas estavam publicadas no interior do jornal, e não na capa.

A polícia bloqueou ruas ao redor do jornal, sediado em Istambul, no final do dia, deixando claro o potencial incendiário que as caricaturas têm no país, de maioria muçulmana. O governo turco, de maioria islamita, criticou os ataques ao Charlie Hebdo, mas advertiu que o aumento do ódio em relação aos muçulmanos na Europa alimenta o extremismo. Fonte: Dow Jones Newswires.

A ilustração mostra um homem corcunda acossado por um enxame de marimbondos. Publicado em 25 de julho de 1822, em uma gazeta pernambucana chamada "O Maribondo", o desenho revela a animosidade entre brasileiros (representados pelos insetos) e portugueses (o pobre cidadão), às vésperas da proclamação da independência. É justamente essa irônica crítica que marcou o surgimento da caricatura no Brasil. A informação, inédita, é um dos principais trunfos de uma obra de fôlego que será oficialmente lançada nesta terça-feira (18), no Instituto Cervantes: "História da Caricatura Brasileira", de Luciano Magno.

Trata-se do primeiro livro de uma coleção que terá seis (talvez sete) volumes, empreendimento raro até mesmo em países com tradição nesse tipo de pesquisa. E sua importância histórica não se resume a apontar a evolução do traço caricatural no País, mas, principalmente, a revelar uma forma crítica de se contar a História. "Busco mostrar como o jornalismo registrou importantes passagens como a campanha abolicionista, liderada pelo artista Angelo Agostini; a questão religiosa, que envolveu a participação de grandes caricaturistas nacionais durante mais de 20 anos; e a causa republicana, que tinha adeptos em inúmeros artistas", conta Magno.

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Faz 15 anos que ele iniciou sua pesquisa, respaldado pela experiência - há mais de 25 anos que Magno se debruça sobre a trajetória da caricatura nacional, buscando romper fronteiras. Como identificar o desenho publicado em "O Maribondo" como a primeira manifestação dessa arte no Brasil - até então, a honra cabia a Manoel de Araújo Porto-Alegre, com um trabalho publicado em 14 de dezembro de 1837. "Mesmo assim, ele pode ser considerado o primeiro caricaturista nacional e patrono dessa arte no Brasil", observa Magno.

Nesse primeiro volume, o pesquisador concentra-se na evolução da arte durante o século 19, mostrando como a caricatura se revelou uma importante forma crítica de análise da sociedade. "A caricatura e a charge atacam também por meio do humor e do riso, às vezes até melancólico ou trágico, e dizem uma verdade, sintetizam um fato social, fazem denúncia de uma determinada situação, pessoa, mas esse ataque não é tomado, recebido, num sentido cartesiano, de verdade absoluta, que a escrita, por sua característica, possui", comenta. "Mesmo atuando no campo do simbólico, do subliminar, por isso mesmo, é uma arma ferina de ataque a regimes autoritários e não adeptos da liberdade, e não foram poucas vezes que caricaturistas foram repreendidos e levados à prisão".

A relação entre poder e arte, aliás, sempre foi tensa. "Diferentemente do tempo do Império, no qual o clima de liberalidade era promovido pelo Imperador D. Pedro II, na República a relação dos chargistas com os políticos e os donos do poder, e a censura, sempre foi mais conturbada", anota Magno. "A revista O Malho teve um papel muito importante na política nacional, na Revolução de 1930, defendendo o governo Washington Luís, e criticando os revolucionários da Revolução de 1930, daí porque foi empastelada. As sátiras erram terríveis, atingindo não somente os políticos, mas indiretamente o líder Getúlio Vargas".

Segundo ele, durante o período ditatorial do Estado Novo, a caricatura voltou a sofrer censura, e os artistas tiveram de driblá-la com sutileza e voltar também sua artilharia para o palco europeu, criticando o fascismo e o nazismo na Europa. Nesse particular, Augusto Rodrigues, J. Carlos e Belmonte (um famoso caricaturista paulista) tiveram papel de destaque.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

HISTÓRIA DA CARICATURA BRASILEIRA
Autor: Luciano Magno
Editora: Gala Edições de Arte (528 págs., R$ 120)

Estão abertas as inscrições para o concurso do I Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco (SIHG-PE). Com o tema “Mulher”, o Festival irá contemplar artistas gráficos (amadores ou profissionais) que vencerem nas categorias “Cartum”, “Caricatura” e “Estudante”. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.sihg.com.br até 1º de setembro.

Numa iniciativa inédita nos festivais de humor gráfico, e também pela escolha do tema, a comissão julgadora será inteiramente composta por cartunistas mulheres, ilustradoras e pesquisadoras. São elas: a portuguesa Cristina Sampaio; a paranaense Pryscila Vieira; a colombiana radicada na Espanha Nani Mosquera; a também colombiana radicada nos EUA Elena Ospina; a gaúcha Chiquinha (Fabiane Bento Alves Langona); a carioca Clara Gomes e a paulista Sonia Luyten, presidente da Federation of Cartoonists Organisations (FECO-BRASIL). Num universo ainda dominado, em sua maior parte, por homens, a escolha do tema pretende fazer uma discussão de gênero dentro das artes gráficas.

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Na categoria “Caricatura” e “Cartum”, a premiação será de R$ 6 mil para o primeiro colocado, o segundo e o terceiro recebem R$ 3 mil e R$ 1 mil, respectivamente. O concurso também promove a participação de estudantes de escolas públicas, com uma categoria destinada a eles, estimulando a produção gráfica entre crianças e adolescentes. A premiação para esta categoria será de R$ 1 mil em bônus para a compra de material educacional, e certificado. O primeiro lugar da categoria “Caricatura”, além da premiação principal, também tem direito e esse bônus.

O SIHG-PE tem como objetivo reinserir o estado no calendário cultural do País no que diz respeito ao humor gráfico. Desde 2007, Pernambuco não conta com um evento de grande porte nas artes gráficas. Com isso, procura retomar a tradição local no setor.

SERVIÇO:

I Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco

Inscrições: de 25 de abril a 1º de setembro

www.sihg.com.br

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