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Os blocos de carnaval do Rio de Janeiro devem movimentar cerca de R$ 1 bilhão, com um público previsto de mais de 5 milhões de pessoas. A previsão do presidente da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), Ronnie Cosme, é que a folia das ruas responda por cerca de 20% do total que será movimentado pelo carnaval no setor de comércio e serviços da cidade.

Cosme participou hoje (17) da apresentação da estrutura que receberá as escolas de samba da Série Prata e Bronze, na zona norte do Rio de Janeiro.

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"O carnaval já começou. Já tivemos alguns blocos, já tivemos ensaio técnico na Sapucaí. O Rio de Janeiro tem um carnaval que dura três, quatro meses", disse. "Depois de dois anos sem essa grande festa, a gente tem uma expectativa enorme."

Segundo o presidente da Riotur, um estudo da Agência de Promoção e Atração de Investimentos da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (InvestRio) aponta que a movimentação comercial propiciada por todo o carnaval pode chegar a R$ 5 bilhões.

O carnaval do Rio de Janeiro é composto por uma série de festividades, como os desfiles das escolas de samba no Sambódromo e na Intendente Magalhães, os blocos e megablocos de rua e os bailes e festas privadas. 

No caso do carnaval de rua, o número de blocos inscritos já passa de 600, em um balanço preliminar divulgado em 9 de janeiro pela Riotur.

O ano de 2023 chegou e, para os apaixonados por folia, só uma coisa importa: o Carnaval. Sobretudo neste momento, após um longo e tenebroso período sem a maior festa de rua do país, em virtude da gravidade da pandemia do novo coronavírus que assolou o planeta nos últimos dois anos. Em Olinda (PE), cidade que abriga um dos mais cobiçados carnavais do Brasil, o clima já é de festa e as prévias já acontecem desde o finalzinho de 2022. Porém, apesar da alta expectativa e saudade de um dos melhores carnavais de rua do mundo, as preocupações quanto às condições da cidade para receber milhões de turistas de forma funcional e segura também são reais. 

Com seu Carnaval democrático, na rua, feito pelo povo e suas agremiações tradicionais - ou não tão tradicionais assim -, Olinda costuma ser um dos destinos mais procurados pelos turistas de todo o mundo nesta época. Em 2020, último ano em que foi possível carnavalizar com segurança antes da pandemia, a cidade recebeu  3,6 milhões de foliões - entre esses, 401.400 de estrangeiros e 1.575.360 de outros estados brasileiros - que movimentaram R$ 295 milhões, segundo números divulgados no portal da prefeitura da cidade. Mas, estará a Marim dos Caetés capacitada para ver esses números se repetirem, e até se superarem, a contento?

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Em outubro de 2022, reportagem produzida pelo LeiaJá denunciou a sensação de insegurança e abandono vivenciada por moradores do Sítio Histórico de Olinda, lugar onde o Carnaval atinge seu auge com desfiles de blocos e aglomeração de foliões. Os roubos e furtos constantes nas casas, a alta quantidade de pessoas em situação de rua nas ladeiras históricas - entre esses, muitos usuários de drogas -, e a pouca iluminação pública nas vias foram alguns dos pontos levantados pelas pessoas ouvidas. 

Em 2020, Olinda recebeu mais de três milhões de foliões. Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Diante tais apontamentos e a proximidade do Carnaval, o LeiaJá voltou a procurar a Prefeitura de Olinda para averiguar como anda a preparação para a festa. Foram questionados tópicos como segurança pública, iluminação e infraestrutura e, até mesmo, a própria organização e ordenamento dos desfiles na Cidade Alta - cuja participação de carros e sons automatizados foram motivo de muita reclamação no último ano de festa. (2020). Confira na íntegra as respostas enviadas pela assessoria de comunicação do órgão. 

SEGURANÇA

Em outubro de 2022, moradores do Sítio Histórico protestaram contra a insegurança colocando panos pretos em suas janelas. Foto: João Velozo/LeiaJáImagens

A Prefeitura de Olinda esclarece que ações voltadas a casos de violência, conforme indicados pela reportagem, são da responsabilidade do governo estadual, por meio das forças policiais coordenadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS). No entanto, o município, através da Secretaria de Segurança Cidadã, tem atuado em parceria e diálogo, executando ações complementares. O trabalho promove o monitoramento, por meio da Guarda Municipal, com início desde as prévias de blocos e seguindo até toda a cobertura do período carnavalesco. 

A gestão da cidade informa que promoveu reunião com a Polícia Militar de Pernambuco, por meio da Companhia Independente de Apoio ao Turista (Ciatur), onde foi firmado o reforço no policiamento ostensivo, motorizado e a pé. Por meio desta parceria, são realizadas reuniões semanais para avaliação dos eventos e as possíveis necessidades de ajustes, principalmente quanto a realização de ensaios e cortejos de agremiações, aos fins de semana.

No mesmo propósito, a Prefeitura de Olinda realizou, recentemente, um encontro com representantes dos transfers e condutores naturais (guias turísticos), promovendo a troca de informações sobre o calendário de cruzeiros ou excursões, que contam em seu destino o Sítio Histórico da cidade. A finalidade é de que o planejamento da segurança esteja integrado, com a participação de todas as forças operativas da Secretaria de Defesa Social (SDS) e da Prefeitura.

Operacionalmente, a gestão já implantou e seguirá, no período Carnavalesco, com medidas efetivas para ampliação da segurança da população em todo o perímetro da cidade, sobretudo nos locais de maior visitação e polos de folia. Entre os exemplos, podemos destacar:

- Base Comunitária Móvel, no Alto da Sé;

- Posto de Atendimento ao Turista;

- Ativação de uma viatura específica e caracterizada, operando com patrulhamento preventivo, 24 horas, com exclusividade no Alto da Sé;

- Nos dias em que há atracação e desembarque de turistas provenientes de cruzeiros, uma viatura extra da Guarda permanece em Ponto Base Fixo (PBF), na Ladeira da Misericórdia com Beco do Bajado. As medidas servem para coibir qualquer prática delituosa e garantir o bem-estar de moradores e visitantes.

ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Em algumas ruas de Olinda, os próprios moradores instalam lâmpadas para terem iluminação nas vias. Foto: João Velozo/LeiaJáImagens

A Secretaria de Gestão Urbana de Olinda esclarece que já iniciou um trabalho de requalificação da iluminação pública nos principais corredores da cidade, abrangendo vias como o entorno das praças Doze de Março e do Carmo; a Rua do Sol, Avenida Sigismundo Gonçalves, Avenida Olinda, entre outras. A gestão firmou contrato, já em execução, para a substituição de 1,1 mil pontos para a tecnologia LED, com maior abrangência, claridade e menor consumo de energia. As medidas, que já podem ser conferidas na orla, deverão seguir pelo Sítio Histórico, foco tradicional dos foliões no período carnavalesco, beneficiando logradouros como as ruas Prudente de Morais, Bernardo Vieira de Melo, Bonfim, São Bento, entre muitas outras. A Prefeitura de Olinda reforça, também, que já estão programados serviços para o período pré-carnavalesco, na primeira quinzena de janeiro. O trabalho inclui a instalação de mais 140 refletores de alta capacidade, nas vias que recebem os tradicionais cortejos das agremiações. Ainda em relação a Rua do Sol, conforme apontado pela reportagem, o órgão esclarece que o corredor requer atenção especial, ocasionando menor celeridade, por integrar um perímetro de preservação histórica da cidade, onde as luminárias não são convencionais. No entanto, todas as medidas já estarão finalizadas no período do Carnaval.

DESFILES E CORTEJOS COM CARROS E SONS AUTOMATIZADOS NO SÍTIO HISTÓRICO

O uso de carros e sons automatizados tem incomodado alguns foliões. Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A Secretaria de Patrimônio, Cultura e Turismo de Olinda esclarece que já vem realizando o monitoramento integral das prévias carnavalescas que estão sendo promovidas na cidade, trabalho que será estendido no mês de janeiro e dias que antecedem o Carnaval. Para este primeiro ciclo, já está definido que veículos automatizados com sistema de som estão proibidos, sendo mantidas as características culturais e de afetividade presentes na tradicional festa de rua. Em relação ao período do Carnaval, que ocorrerá na segunda quinzena de fevereiro, a gestão informa que permanece em ajustes com o comitê gestor, envolvendo os diversos setores da sociedade. Neste planejamento, serão definidos os padrões, critérios e a padronização que será adotada em 2023. Após ampla discussão e diálogo, todas as medidas serão divulgadas.

PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA 

O alto número de pessoas em situação de rua em Olinda tem preocupado moradores. Foto: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A Secretaria Executiva de Assistência Social de Olinda esclarece que está atenta às demandas oriundas da população menos favorecida, atuando durante todo o ano e promovendo ações especiais nos períodos eventuais, a exemplo do Carnaval. Na cidade, foi instituído um comitê intersetorial voltado aos cuidados com a população em situação de rua, com seus representantes empossados neste mês de dezembro. A organização tem o propósito de fomentar, planejar e articular políticas públicas para este segmento, com respeito à saúde, integridade e garantia da dignidade. No tocante ao período carnavalesco, desde 2017, já são realizadas medidas sociais e protetivas no ciclo festivo, como pontos de acolhimento e atividades lúdicas para menores, filhos dos ambulantes que atuam nos polos de folia. No espaço, eles contam com alimentação, ações pedagógicas e de entretenimento. Atualmente, a Prefeitura mantém, ainda, o espaço de acolhimento Casa da República, em Rio Doce, com vagas em fase de ampliação. Entre as estratégias previstas para o próximo ano, em Olinda, está a criação de centros de acolhimento noturno; centros pop, entre outras ações.  

 

Na manhã desta quinta (13), produtores, seguranças, técnicos, músicos e artistas, entre outros trabalhadores do entretenimento, reuniram-se na Praça do Marco Zero, área central do Recife, para um ato em que pediam pela continuidade de festas e shows no Estado sem restrições. Alguns artistas como as cantoras Nena Queiroga e Bia Villa-Chan, e o músico Rominho, da banda Som da Terra, também se juntaram ao movimento e falaram sobre outro tópico bastante polêmico nesta discussão: a camarotização do Carnaval em 2022. 

Após o cancelamento do Carnaval de rua em Olinda e no Recife, a possibilidade da realização de prévias fechadas e camarotes começou a ser motivo de discussão e polêmica nas redes sociais. Chamado de ‘Carnaval de Rico’, o possível evento restrito a um público pagante recebeu muitas críticas e posicionamentos contrários. O cantor pernambucano Chinaina, por exemplo, manifestou-se contra a folia privada e anunciou que não participaria de nenhuma festa particular por não se sentir confortável.

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Presente na manifestação desta quinta (13), no Recife, a cantora Bia Villa-Chan falou, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, sobre a dificuldade que os profissionais da cultura vem enfrentando, sobretudo no que diz respeito à realização do Carnaval. “A gente tá vendo muitas críticas para o Carnaval mas sem uma solução. Por trás de todo artista existe uma cadeia produtiva muito grande. Pra eu estar lá em cima do palco existem 20 famílias que dependem de mim, isso sem falar no pessoal da cultura popular, maracatus, afoxés, caboclinhos então a gente precisa de uma solução”.

Para Bia Villa-Chan, o momento é de "união". Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens 

A artista diz sentir-se segura para estar nos palcos. Imunizada com as três doses e defensora ferrenha da vacina, ela acredita que o momento demanda debate para que seja tomada a melhor definição não só para os trabalhadores do segmento como para a manutenção da cultura pernambucana.

“O Carnaval de Pernambuco é um espelho pro mundo de Carnaval democratico. A pessoa que tem um milhão na conta  brinca da mesma forma que o pobre que não tem nenhum dinheiro e eu acho que a gente não pode descaracterizar o nosso Carnaval até porque nessas festas privadas os artistas pernambucanos que de fato fazem a folia não tocam. A nossa cultura é grife pro mundo, qual é a cultura no mundo que tem o afoxé, o frevo, o caboclinho? E eles não usam essa grife. Esse é o momento que a gente tem que olhar pra frente, é um momento de tirar muito aprendizado, acho que eles aprenderam que a gente também tem que estar nessas grades, a gente precisa de união pra gente consegue atravessar essa crise”, disse Bia. 

“União” também foi a palavra usada por outra artista que costuma dominar o período carnavalesco em Pernambuco, Nena Queiroga. A cantora se mostrou muito preocupada com a falta de diálogo com o poder público no sentido de encontrar uma solução que possa atender aos artistas e aos foliões sem prejuízo para a saúde coletiva. “(O Carnaval) não pode ser separado, isso é muito importante. Todo mundo tem que ter Carnaval, então a gente vai colocar sugestões de lugares menores com barreiras sanitárias, nas comunidades, ao invés dos grandes lugares com milhões de pessoas, a gente tem que pensar junto. Em cada ponte vamos botar barreiras sanitárias? Fazer carnavais nas comunidades? A gente tem artista suficiente pra isso”.

Rominho, da Banda Som da Terra, complementou a fala da colega e disse acreditar que dialogando é possível chegar a um "meio termo”. “A gente não quer expor as pessoas, nem a gente como artista, a gente quer, se possível, fazer uma coisa com segurança. Agora, que a gente tenha uma resposta imediata para que a gente possa vislumbrar o que a gente pode fazer ainda, dentro do possível. A gente sabe que estamos vivendo um momento difícil novamente, mas acreditamos que haja um meio termo para que  a gente possa também desenvolver nosso trabalho”. 

 

O governo do Rio de Janeiro recomendou, em nota emitida nesta sexta-feira (7) o cancelamento do Carnaval de rua em todo o Estado, em função do aumento de casos de Covid-19. Os desfiles dos blocos no município do Rio já haviam sido cancelados pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) na quarta-feira (5). Vários outros municípios do Estado, como Niterói e Maricá, também já cancelaram o carnaval de rua.

Na nota emitida nesta sexta-feira (7), o governador Cláudio Castro (PL) afirma que "não é recomendável a realização do carnaval de rua no Rio de Janeiro, em razão do aumento do número de casos de Covid-19. A comemoração promoveria aglomerações sem haver a possibilidade de seguir os protocolos sanitários determinados pela Secretaria de Estado de Saúde".

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Ainda conforme a nota, Castro encaminhou ao comitê científico do Estado uma indicação para que o carnaval de rua não seja liberado e aguarda a deliberação dos especialistas. O governador determinou que o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, "dialogue com o conselho de secretários de saúde dos municípios para que o evento seja suspenso neste ano".

No Rio, ao cancelar o desfile dos blocos pelas ruas, na quarta-feira, o prefeito chegou a propor aos blocos que se apresentem em lugares fechados, como o Parque Olímpico, para que seja possível o controle de acesso das pessoas. A princípio, essa proposta foi rechaçada pelos representantes dos blocos. Eles consideram que cada bloco tem estreita ligação com a região onde desfilam e não faria sentido se apresentarem longe dali. Uma nova reunião que ocorreria na quinta-feira, 6, entre a prefeitura e representantes dos blocos foi adiada a pedido destes últimos, e deve ocorrer na próxima semana.

O desfile das escolas de samba na Sapucaí segue mantido, sob o argumento de que, tratando-se de um lugar fechado, será possível permitir a entrada apenas de quem comprovar ter tomado a vacina e apresentar exame negativo de covid, feito nas horas anteriores. Mas, pelo menos um integrante do comitê científico do Estado defende que o desfile na Sapucaí e outros eventos fechados, como bailes de carnaval, também sejam proibidos.

"Não deve haver nem (desfile na) Marquês de Sapucaí nem os bailes em clubes, mesmo que tenham um controle (de passaporte de vacinação e testagem). Acho que devemos ter um debate ético: qual o custo que queremos ter? Claro, porque (ao) não ter o carnaval nossa saúde mental e a economia perdem. Estamos dispostos a pagar com vidas para ter um momento de descontração e melhorar a economia?", questionou o médico infectologista e epidemiologista Roberto Medronho, em entrevista à emissora de TV Globonews. Ainda nesta sexta-feira está programada uma reunião do comitê científico do Estado.

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) continua afirmando que os desfiles na Sapucaí podem acontecer. Mas os ensaios técnicos, inicialmente programados para ocorrer a partir deste mês, foram adiados para fevereiro, em função de obras que estão sendo realizadas na pista de desfile. A Liesa planeja apresentar um aplicativo por meio do qual desfilantes e público comprovariam estar vacinados e não infectados pela Covid-19.

Após o cancelamento oficial do Carnaval 2022 em Olinda, anunciado na última quarta (5) pelo prefeito da cidade Professor Lupércio, bem como a suspensão da festa no Recife, divulgada no mesmo dia, uma polêmica em torno da Folia de Momo deste ano instaurou-se na internet. A comercialização de diversos camarotes e festas privadas, que prometem - aos que podem pagar - a garantia de carnavalizar no período, tem gerado críticas quanto à elitização do evento e aos riscos inerentes ao modelo. 

A folia aberta, na rua, tornou-se um dos grandes trunfos dos Carnavais brasileiros. Em Pernambuco, Recife e Olinda despontam como dois dos destinos mais procurados por foliões de todo o mundo, ávidos pela brincadeira chamada com muito orgulho por muitos de “democrática”.

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Em Olinda, por exemplo, 3,6 milhões de pessoas brincaram no último Carnaval, em 2020, pelas ladeiras históricas da cidade, fato exaltado pelo próprio prefeito, Professor Lupércio, na ocasião do anúncio do cancelamento da folia este ano. “Sabemos muito bem que o Carnaval de Olinda, sem desmerecer nenhum município, e sem qualquer soberba, mas todos sabem que passam por aqui mais de 80 países, é um Carnaval conhecido mundialmente, que gera emprego direto e indireto. Circulam por aqui mais de quatro milhões de pessoas, é um dos mais democráticos até porque com dinheiro ou sem dinheiro aqui se brinca”, disse em entrevista coletiva à imprensa. 

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No entanto, ao que tudo indica, apenas os foliões com dinheiro terão a possibilidade de brincar em 2022. O cenário epidemiológico atual que, além da pandemia do coronavírus ainda conta com uma epidemia de influenza, impossibilita a realização de um evento do porte do Carnaval de rua. Porém, as festas privadas continuam liberadas para públicos de até 7.500 pessoas - com apresentação de esquema vacinal completo e/ou testagem negativa para Covid-19 - o que tem gerado desconforto e críticas da população.

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‘Carnaval de rico’

Os Carnavais privados sempre existiram, nos grandes bailes realizados em clubes e nos camarotes que promovem a festa para grupos seletos. Esses últimos, sob o argumento de oferecerem uma “experiência” ao folião, promovem benesses como spa, customização de fantasias, cabelo e maquiagem e praça de alimentação, além de shows com artistas badalados da música brasileira e internacional, não necessariamente de cunho carnavalesco. A diferenciação no estilo de festa e nos serviços prestados costumam gerar críticas e, naturalmente, um separatismo entre o ‘folião comum’ e o ‘folião gourmet’.

Os camarotes oferecem boates, lounges e outros serviços que prometem uma "experiênci" ao folião. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Segundo o cientista social, antropólogo e presidente do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco, Cássio Raniere, esses espaços geram uma “‘fetichização’ da cultura do consumo amplamente difundida” em nossa sociedade” que por sua natureza é “sustentada pela desigualdade que marcadamente se apresenta nas diferenças reproduzidas em torno do gênero, da classe e da cor da pele”, disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá.

O antropólogo complementa: “Os camarotes, que tendem a reunir uma parcela menor da população, são espaços de distinção social que reproduzem os aspectos da desigualdade, por onde o poder se materializa, através do consumo e, claro, em desfrutar do conforto e privilégios destinados aos poucos que podem pagar. Evidente que existem diversos tipos de camarotes, com públicos e serviços diversos, contudo, a adesão é de uma maioria com renda familiar acima da média, sendo comum a população, com menor potencial de compra, acessar estes espaços, através da antecipação do ‘sonho’ oferecida pelas operadoras de crédito”.

Cássio Raniere Ribeiro da Silva é Cientista Social, Antropólogo e Presidente do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco. Foto: Cortesia

Sendo assim, apesar do Carnaval de rua ser entendido como grande trunfo da folia brasileira, os espaços exclusivos ainda causam certo fascínio e se mantêm quase inabaláveis a despeito das críticas e opiniões divergentes. A ‘camarotização’ do Carnaval, sobretudo no Recife e em Olinda, vem sendo motivo de polêmica há muitos anos, porém, os camarotes continuam lotando a cada ciclo carnavalesco, o que parece que se repetirá em 2022, a despeito dos riscos epidemiológicos vigentes. 

Cássio frisa o cenário. “Agora, mesmo com as novas variantes da SARS-CoV-2 em circulação, a H3N2 e as duplas infecções, o carnaval se anuncia ainda mais ‘camarotizado’, puxado pela iniciativa privada, que vem oferecendo uma cartela de shows e benefícios desde o ano passado. Com a desvalorização do real, a alta da inflação e o desemprego, os serviços culturais tenderam a ficar mais caros e o consumo reduzido a uma parcela da sociedade que não sentiu ou pouco sentiu o impacto econômico que estamos passando”.

Esse movimento, mais uma vez, tem gerado muitas críticas nas redes sociais e a folia de 2022 tem sido apontada como “carnaval de rico”. A preocupação com o desvirtuamento da gênese da festa e a impossibilidade dos menos abastados brincarem parece ainda mais gritante do que em anos anteriores. No entanto, para o antropólogo, a alta camarotização deste ciclo carnavalesco não impedirá sua vivência aos menos afortunados “Provavelmente, a população, acostumada à folia nas ruas, não vai deixar de realizar suas comemorações, seja em casa, na praia ou nos bairros em que reside, em grande medida alavancadas pela ideia de segurança trazida pela vacinação”. 

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Além disso, Cássio também acredita que esta passagem não deve imprimir marcas permanentes na cultura do Carnaval como a conhecemos. “ Ao analisar bem a história do carnaval, veremos que os bailes realizados em clubes nunca deixaram de acontecer em detrimento da festa de rua, pelo contrário, passaram por modificações, ao longo do tempo, num movimento comum à própria feitura da folia. Este ano teremos um carnaval atípico, mas retornaremos às ruas aos milhões, imbuídos do melhor sentimento carnavalesco, tão logo estejamos em condições sanitárias que assegurem a proteção do nosso bem maior – a preservação da vida. Certamente, os gestores culturais, os trabalhadores da cultura e as lideranças das agremiações carnavalescas deverão se reunir para projetar o carnaval pós-pandêmico, de modo que todos os anseios sejam atendidos e pactuados coletivamente”.

E os riscos?

Para além da discussão quanto à pertinência e legitimidade da ‘camarotização’ do Carnaval, o ano de 2022 traz outro elemento que contribui para a complexidade das discussões: o risco epidemiológico. Apesar da chegada da vacina contra a Covid-19, os números da pandemia ainda são preocupantes. Na primeira semana de janeiro, Pernambuco contabilizou 647.427 casos confirmados de Covid-19. Como se não fosse suficiente, o surto de Influenza A H3N2 corroborou com o aumento do índice de doenças respiratórias e consequente alta de solicitações de leitos de UTI, sem contar os casos de coinfecção que sobrecarregou a rede de leitos. O Governo do Estado já estuda uma possível volta de medidas restritivas.

Mas, apesar dos números alarmantes, a última atualização do Pacto de Convivência com  Covid-19 no estado permite a realização de eventos fechados com público de até 7,5 mil pessoas ou 80% da capacidade do local. A partir disso, as vendas para os camarotes do Carnaval vêm acontecendo desde 2021. Os especialistas em saúde  veem o movimento com preocupação.

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De acordo com a infectologista pediátrica e docente do curso médico da UNINASSAU e Universidade de Pernambuco (UPE) Alexsandra Costa, a realização de eventos de tal porte no atual cenário epidemiológico é arriscada e nem mesmo a exigência de comprovação de vacinação e testagem negativa garante a segurança de seus frequentadores. “A exigência de cartão de vacina ou mesmo a testagem de pessoas que vão entrar nesses eventos não vai garantir que não vai haver contaminação. “A gente sabe que existe uma porcentagem do teste que vai passar, que são os falsos negativos, e a gente sabe que vão ter pessoas que vão estar assintomáticos, vacinadas com todas as doses, com reforço, mas que podem naquele momento estar portadoras do  SARS-CoV e contaminar outras pessoas, especialmente as que são do grupo de risco. Por ser portador de um esquema completo vacinal ou um teste negativo pra Covid-19 não afasta o risco de contaminação”.

Reprodução/Twitter

A infectologista frisa ainda que a epidemia de influenza é outro fator a ser considerado dentro do atual cenário. “A gente tem agora duas situações, além da pandemia que estamos vivenciando há quase dois anos a  gente tem um surto em um período que não é esperado de gripe, que isso também é um reflexo da pandemia E  agente vem acompanhando paciente infectados pelos dois agentes, então, não é prudente liberar eventos para um quantitativo desse de pessoas”. 

De acordo com a Dra. Alexsandra, em Pernambuco, cerca de meio milhão de pessoas ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid, tampouco o reforço. Ela explica que a quantidade de não vacinados corrobora com a aparição de mutações do vírus e a preocupação é que elas surjam cada vez mais perigosas aumentando a gravidade da doença e consequente mortalidade. Sendo assim, é imprescindível que as pessoas sejam completamente vacinadas. “Preciso incentivar cada vez mais o esquema vacinal, o início da vacinação para aqueles que não iniciaram, completar o esquema vacinal para aqueles que ainda não completaram. De fato, nós não temos nenhuma condição epidemiológica atual de liberar um Carnaval, de liberar eventos de mais de mil pessoas por conta dessa dificuldade que a gente tá tendo ainda de levar mais adiante a vacinação contra a Covid-19”.

 

São Paulo é mais uma capital brasileira que não terá Carnaval de rua em 2022. A decisão foi anunciada nesta quinta (6), após uma reunião realizada entre o prefeito Ricardo Nunes e os secretários municipais do Comitê Executivo de análise da folia na cidade. Devido ao avanço da variante Ômicron, a folia popular em solo paulista foi cancelado pelo segundo ano consecutivo.

No início de 2022, a prefeitura de São Paulo chegou a autorizar 696 desfiles para o seu Carnaval de rua, o maior número de blocos já confirmados na capital. Na ocasião, o governo municipal informou que as autorizações faziam parte de uma etapa do planejamento para o evento, mas que a realização dele dependeria das autorizações dos órgãos de Saúde.

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Já nesta quinta (6), o prefeito Ricardo Nunes bateu o martelo e, após recomendação da Secretaria de Saúde, cancelou a folia em espaços públicos. No entanto, os desfiles das escolas no sambódromo do Anhembi estão mantidos. A prefeitura municipal também deve formular um protocolo rígido com medidas para combater a disseminação do vírus durante o período. “Por conta da situação epidemiológica está cancelado o carnaval de rua de São Paulo. Nós vamos sentar com a Liga das Escolas de Samba para combinar um protocolo para a realização dos desfiles no sambódromo. Caso eles aceitem os protocolos, os desfiles serão mantidos", disse o prefeito em coletiva à imprensa.

Reprodução/Instagram

Com o cancelamento do Carnaval de rua em diversas cidades brasileiras, em virtude da pandemia do coronavírus e da epidemia de influenza, a camarotização da folia tornou-se assunto nas redes sociais. O músico pernambucano Chinaina posicionou-se e comunicou aos fãs sua decisão de não apresentar-se no período. Contrário às festas privadas, o artista disse não sentir-se “confortável” em fazer shows em espaços particulares e que prefere “não cantar apenas para alguns”.

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Através de suas redes sociais, Chinaina falou sobre a decisão e explicou seus motivos. O cantor mostrou-se preocupado com a crise sanitária, que ainda provoca altos números de infecção em todo o país, e posicionou-se contra um Carnaval que não pode ser brincado por todos. “Não me sinto confortável para tocar em festas privadas enquanto nas ruas o povo não pode brincar. O carnaval não é para poucos e sim para todos. Todas as festividades deveriam ser canceladas”. 

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No entanto, embora tenha decidido ficar longe dos palcos no período carnavalesco, o músico prometeu celebrar a folia posteriormente com a chegada de um novo álbum. ‘Carnaval da Vingança’ trará músicas inéditas e algumas releituras, no clima momesco, e deve ser lançado em breve. “Minha joia, quando isso tudo passar a gente vai fazer um carnaval infinito e você vai me encontrar por lá”, brincou. 

 

Após Rio, Ouro Preto e Salvador, nesta quarta (5) foi a vez de a prefeitura de Recife cancelar a realização do tradicional carnaval de rua. A medida ocorre devido ao quadro atual da Covid-19 e ao aumento de infecções pelo vírus influenza. Uma decisão sobre a realização do Carnaval de rua da cidade de São Paulo é esperada para hoje, mas 32 blocos já cancelaram ao menos 41 desfiles, e associações de rua lançaram manifesto contrário.

Em ao menos 11 capitais a prefeitura não patrocinará o carnaval de rua: Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Recife, Rio, Salvador e São Luís. Ontem, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que a decisão sobre o carnaval de rua caberá às prefeituras, mas se posicionou contrário à realização. "Não é o momento para aglomerações desta ordem. Portanto, a recomendação é evitar que aconteça." Já João Gabbardo, coordenador executivo do Comitê Científico do Estado, disse considerar "impensável manter o carnaval (de rua) nestas condições". "Mesmo o carnaval de desfile, nós temos de ter uma preocupação, porque essas pessoas, para chegar ao local de desfile, vão se aglomerar no transporte coletivo, vai ter aglomeração na entrada, na saída. E isso sempre é um risco", afirmou.

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Após anunciar a decisão, o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade), disse ao Estadão que seria uma "irresponsabilidade muito grande" promover festividades públicas neste momento, uma vez que a cidade recebe, em média, 4 milhões de foliões de cerca de 80 países. "Eu sempre disse que nós estávamos preparados para realizar o carnaval da nossa cidade em 2022 desde que as condições por conta da pandemia fossem favoráveis. No entanto, o cenário pandêmico não nos permite fazer este que é o maior carnaval do mundo."

Cancelamentos em SP

A lista de cancelamentos em São Paulo inclui blocos de artistas e produtores famosos, como Pipoca da Rainha (Daniela Mercury), Bloco do Alok, Bloco do Abrava (Tiago Abravanel) e Bloco do Kondzilla (ligado ao funk).

A Prefeitura de São Paulo autorizou 696 desfiles para o carnaval de rua de 2022, segundo balanço municipal de 30 de dezembro. O número não inclui os blocos que pediram o cancelamento e os 23 suspensos por não enviarem todos os dados exigidos. Entre as confirmações até o momento estão blocos novatos, populares e tradicionais, como Esfarrapado, Acadêmicos do Baixo Augusta, Galo da Madrugada, Frevo Mulher (da Elba Ramalho), Bicho Maluco Beleza (Alceu Valença), Monobloco e outros.

Contra

Ontem, porém, o Fórum Aberto dos Blocos de Carnaval de São Paulo, que representa 195 agremiações, a Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo, integrada por cerca de 60 blocos, e a União dos Blocos de Carnaval do Estado de São Paulo (Ubcresp) se manifestaram contrários à realização dos desfiles.

Para os grupos, a retomada de ensaios no fim de 2021 demonstrou ser inviável a manutenção do carnaval, pois parte dos blocos registrou casos de coronavírus entre integrantes nos eventos, mesmo restritos para algumas dezenas de integrantes e com o uso de máscaras e imunizados.

Coordenadora da Comissão Feminina e integrante de três blocos, Thais Haliski conta ter pego covid-19 pela primeira vez em dezembro, possivelmente em um ensaio, situação semelhante que percebeu entre outras pessoas no meio. "O carnaval se mostrou totalmente inviável com a chegada da Ômicron", argumenta. "Se em ambientes controlados, como os ensaios, não é possível, imagina em um ambiente em que é só comprovar que tomou a vacina (sem uso obrigatório de máscara)?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ano de 2021 está ficando para trás e a proximidade do Carnaval 2022 já vai desenhando como será a próxima folia de Momo. Ou melhor, como não será. Alguns dos nomes que mais ‘bombam’ nas festas carnavalescas Brasil afora estão se posicionando contra a realização do evento e cancelando suas participações nele. É o caso dos cantores baianos Léo Santana e Bell Marques, que pegaram carona no ‘bonde’ de Daniela Mercury e anunciaram que não farão Carnaval de rua em 2022.

No início deste mês de dezembro, Daniela Mercury anunciou aos fãs sua decisão de não participar de um possível Carnaval de rua em 2022. Insegura quanto à situação da pandemia no país, ela achou por bem cancelar sua participação em eventos abertos. “Sinto muito em anunciar isso, mas avaliamos bem a situação e chegamos à conclusão que o cenário é muito incerto", disse.

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Pegando carona nesse posicionamento, outros dois grandes nomes da folia baiana também cancelaram sua participação na festividade. O cantor Bell Marques anunciou sua decisão pelas redes sociais. “Não vamos perder nossa alegria! 2023 chega logo e vamos fazer a maior apresentação da história, um desfile lindo, como sempre. Vejo vocês em 2023 com a mesma energia de sempre”, postou.

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Léo Santana também cancelou o seu Carnaval de rua em 2022 e se mostrou otimista para o ano seguinte. “Em 2023 estaremos juntos no nosso Bloco com muito mais animação para fazer um Carnaval daquele jeito que a gente gosta e que estamos acostumados! Vai ser lindão”.

Camarotes

Vale frisar que a decisão de Bell Marques e Léo Santana vale apenas para o Carnaval de rua. Ambos os artistas estarão presentes em festas privadas durante a folia de 2022. Em Pernambuco, por exemplo, Bell se apresenta no Parador, no dia 1º de março. Já Léo faz show no Carvalheira na Ladeira, no dia 28 de fevereiro. 

Depois que a prefeitura de São Paulo anunciou 'o maior Carnaval de rua do Brasil' em 2020, as prefeituras de Salvador-BA e Olinda-PE postaram em suas redes sociais publicações ‘tirando uma onda’ com a paulistana, no melhor clima de Carnaval. Em tom de brincadeira, as postagens tiraram gargalhadas do público que acompanha as redes das instituições e muitos aprovaram as publicações.

Com gírias bem pernambucanas, a Prefeitura de Olinda também entrou na brincadeira e, em seu perfil oficial do Facebook, postou imagens da festa no Sítio Histórico. "Não vem com pala que todo mundo sabe que o maior e melhor Carnaval do mundo é o daqui das Olinda", afirma a postagem, que ainda brinca: "Eu tô só calada, bença".

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Já a prefeitura de Salvador, no Instagram, utilizou o famoso meme 'expectativa/realidade' para 'tirar sarro' de São Paulo e ainda legendou a foto com a frase "Tem que ter coragem né? pq noção…". A postagem ainda foi feita marcando a prefeitura de São Paulo.

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Sabrina Sato costuma brilhar no Carnaval e, apaixonada por essa época do ano, ela aparece em diversos lugares. Em 2020, além das escolas de samba pelas quais desfila e os camarotes pelos quais passeia, a apresentadora terá, também, o seu próprio bloco. A agremiação sairá na folia da cidade de São Paulo, onde Sato brinca há 16 anos. 

Segundo Leo Dias, o bloco de Sabrina é uma parceria com o Unidos do bar da Brahma, produzido pelo camarote Bar Brahma. Ainda não há informações sobre atrações e local, mas a apresentadora falou sobre a novidade ao jornalista. "Será minha primeira vez no carnaval de rua de São Paulo. 2020 será um ano de comemoração pelos 20 anos de Camarote Bar Brahma, meu sexto ano como Madrinha do Camarote e décimo sexto ano na Gaviões da Fiel e para festejar criamos juntos uma plataforma de comemorações. Uma das novidades é a nossa parceria num bloco de carnaval"

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Além do bloco de rua, a apresentadora também vai desfilar no sambódromo do Anhembi com uma de suas escolas do coração, a Gaviões da Fiel. Ela ocupa o posto de rainha da bateria na agremiação paulista pelo terceiro ano consecutivo. 

Ao som de Raça Negra, os foliões que decidiram colocar o bloco e os corpos na Rua dos Pinheiros neste domingo, 24, onde o bloco Confraria do Pasmado comemora 15 anos de atividades carnavalescas, cantaram em coro: "Me ajude a segurar essa barra que é gostar de você".

A coreografia era simples: mãos para cima, segurando uma suposta verga (ou seriam alguns sentimentos pesados?). Foi como se todos compartilhassem de amor mal resolvido e aproveitassem o carnaval para aglutinar o individual no coletivo. Ou o contrário.

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"O sofrimento tem de ser coletivo. A dor precisa ser compartilhada", brincou o economista Leonardo Nunes, de 38 anos. Paulista, mas morando no Rio de Janeiro, Leonardo veio "só para o bloco", mas tem a desculpa de visitar os pais. Ele segue o Confraria do Pasmado desde o início, há 15 anos, e trouxe a esposa Thaís Nunes, de 36 anos, para conhecer.

"É minha primeira vez aqui e estou adorando, bem seguro e tranquilo", resumiu a carioca, elogiando o pré-carnaval paulista quando comparado com o fluminense. "É importante destacar que o bloco está voltando às origens. Ele cresceu muito por um tempo, mas, agora, está mais tranquilo. Pra quem acompanha, prefiro assim", continuou o folião.

A Prefeitura de São anunciou que recebeu a inscrição de 645 blocos de rua que promoverão 737 desfiles no carnaval em 2019. São esperados 5 milhões de foliões entre 23 de fevereiro e 10 de março, período que inclui também os finais de semana pré e pós carnaval.

A região da Sé, no centro da capital, é a que deve ter mais blocos, com 198 inscrições. Em seguida está Pinheiros, na Zona Sul, que inclui a avenida Faria Lima e a Vila Madalena, com 143. No total, 29 das 32 subprefeituras da cidade terão desfiles.

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A administração municipal também abriu para consulta pública o edital de contratação da empresa que vai patrocinar os dias de festa. A prefeitura quer que a companhia escolhida invista ao menos R$ 19,5 milhões no evento.

Os interessados devem enviar sugestões, opiniões ou críticas sobre o edital para a Secretaria Municipal das Subprefeituras até o dia 14 de dezembro, por meio do e-mail cogelsmsp@prefeitura.sp.gov.br.

A Banda das Quengas, formada por representantes e simpatizantes do grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) fechou grande parte das ruas da Lapa nesta terça-feira de carnaval (13). A banda foi fundada em 1990, no Bar Brochado, e completou no último domingo (11) 28 anos de existência. Seu nome é uma homenagem à personagem da atriz Joana Fomm na novela Tieta, cujo bordão era “Quengaaaa!”.“É uma banda LBGT que começou com 50 pessoas. Hoje, não pode mais desfilar por causa do excesso de componentes. A previsão para este ano é entre 40 mil a 50 mil pessoas nesse reduto aqui da Lapa. Hoje, nós ficamos parados”, disse à Agência Brasil o atual presidente da agremiação, Juarez de Morais Santos Filho, que faz questão de dizer que é um heterossexual comandando um bloco de gays.A banda se reúne atualmente no Bar das Quengas, na Avenida Mem de Sá, onde chama a atenção dos pedestres e de quem passa pela rua de ônibus o varal de roupas íntimas pendurado no segundo andar do estabelecimento.CopaNo carnaval 2018, não há um tema específico. A camiseta, entretanto, tem uma parte em amarelo, homenageando os pontos turísticos do Rio de Janeiro e, na frente, faz menção à Copa do Mundo de Futebol, que este ano será na Rússia, com os dizeres: “Quenga na Copa da Rússia 2018”.“A banda é LGBTs, mas o público é variado”, salientou Juarez Santos Filho. “Nós não discriminamos ninguém e ainda somos discriminados”.  A banda montou este ano uma corte, composta por madrinha, Shanadu; padrinho, José Felizardo; personalidade, Orlando Almeida; musa, Laura Alencaster; rei, Lucas Martins; e rainha, Tbengston Martins. Ao final do desfile, a corte das Quengas vai participar à noite do Baile Scala Gay, onde prestará homenagem à atriz, cantora, maquiadora e transformista brasileira Rogéria, falecida em setembro do ano passado, no Rio, e à Luana Muniz, a Rainha da Lapa, morta em maio de 2017.O DJ Edu cuida das carrapetas, já que alugar um carro de som ficou com custo muito alto, explicou Juarez Santos Filho. As músicas são marchinhas de carnaval antigo, sambas e músicas referentes à classe gay, incluindo as cantoras Anitta e Pabllo Vittar, disse o presidente da banda. A diretoria é composta por seis pessoas.Personagens Magali Penélope mora na Lapa há 30 anos. Foi eleita rainha da banda em 2010. “É a banda mais familiar que nós temos aqui no centro da cidade. É uma banda maravilhosa”.Fantasiado de Irmã Agnes Dei, Dou e Sempre Darei, o pesquisador econômico Josué Delfino veio de São Paulo para participar da Banda das Quengas, que frequenta desde os primeiros anos.Katya Furacão participa da Banda de Ipanema há 25 anos e há dez anos sai na Banda das Quengas. “Por que eu gosto daqui? Porque aqui não preciso vir linda, maravilhosa. Aqui não tem \'miss\', apesar de você estar me entrevistando hoje. Aqui é o carnaval real. Aqui tem senhoras, aposentadas que moram sozinhas na Lapa, tem crianças, tem travesti, tem gay. Eu amo isso aqui”.Aclamada rainha da banda 2018, Tbengston Martins é também diretor financeiro e de marketing da agremiação quando está na personalidade de Paulo Henrique Martins, professor aposentado, graduado em cinco faculdades e transformista há 40 anos.A madrinha Shanadu, \'cover\' de Alcione e de Leci Brandão, também é assídua frequentadora da Banda das Quengas. “Todo ano, eu venho. Essa é a única banda em que eu saio, por causa da segurança, da tranquilidade, porque é um ambiente familiar. Você não vê briga, não vê confusão. Então, vale a pena vir”.Madrinha do ano passado e ex-rainha da banda, Luana Ritz disse que é uma experiência maravilhosa, porque todo evento que parte de uma organização considerada minoria segundo a maioria da sociedade e consegue colocar milhares de pessoas na rua, representa uma vitória para a categoria. A banda ajuda ainda a diminuir o preconceito contra a parcela LGBT da população, avaliou Luana. “Sem dúvida alguma. Eu acho que, acima de tudo, além de mostrar oglamour, o luxo, mostra a capacidade que a gente tem do empreendedorismo, de conseguir organizar esses milhares de pessoas na rua. Isso é sinal que nós não somos essa minoria marginalizada que a sociedade tentou impregnar durante décadas. Muito pelo contrário”.O bordão deste ano da Banda das Quengas é \"O carnaval perfeito, o carnaval que não precisa de prefeito\", em mais uma crítica ao prefeito Marcelo Crivella, que além de reduzir o apoio ao carnaval carioca, preferiu viajar para a Europa, fugindo da animação das ruas.

Dois homens morreram e dois ficaram feridos em uma briga durante as festas de Pré-Carnaval da região de Pinheiros, em São Paulo. A confusão aconteceu no último sábado (3), por volta das 19h30, depois que o grupo de rapazes tentou urinar em um local não permitido dentro de um posto de gasolina. Um homem desconhecido teria sacado uma arma e disparado contra o grupo.O professor de educação física, Bruno Gomes da Silva, de 31 anos, morreu no local. O metalúrgico João Batista Moura, de 30 anos, chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na noite de domingo (4).Uma terceira vítima, o empresário Rodrigo Beralde da Silva, de 34 anos, também foi encaminhado para o Hospital das Clinicas e posteriormente transferido para o Hospital Nove de Julho, onde permanece internado desde sábado. O operador de máquinas Fernando Avelino, de 28 anos, também estava no local durante a briga e foi atingido no braço por uma barra de ferro, mas não precisou ser socorrido.De acordo com os familiares das vítimas, o grupo era formado por 12 foliões que participavam do bloco de carnaval “Maluco Beleza” na região do Parque Ibirabuera, na Zona Sul da cidade, e se deslocavam de carro para a região de Pinheiros. Os rapazes pararam em um posto de gasolina para tentar usar o banheiro do estabelecimento, mas os funcionários do local não permitiram. Segundo os frentista do posto, as vítimas tentaram urinar na área onde é depositado o lixo. Ao saírem de lá, eles foram abortados por outro grupo e começaram a brigar.O caso foi registrado como homicídio tentado e consumado (quando existe assassinato e tentativa ao mesmo tempo) e está sendo investigado pelo 14° DP de Pinheiros. Testemunhas afirmam que o autor dos disparos é frentista do posto. A polícia aguarda a liberação dos vídeos das câmeras de segurança do posto. (Por Sérgio Gregório)

As ruas da região central do Recife vão reviver os últimos 40 anos de carnaval. No sábado de Zé Pereira, dia 10 de fevereiro, o Galo da Madrugada, maior bloco de rua do mundo, irá as ruas pela 41ª vez para fazer os foliões relembrarem os antigos carnavais e os grandes compositores que fizeram parte da história do \"Galo: 40 anos promovendo o folclore e a cultura pernambucana\".   Em 2018, seis alegorias criadas pelo cenógrafo Ary Nóbrega vão trazer elementos que remetem as quatro décadas da agremiação carnavalesca, juntamente com a presença de 80 passistas e artistas fantasiados com peças produzidas pelos carnavalescos Francisco Câmara e Anderson Gomes. \"O desfile do Galo sempre traz coisas muito bonitas, às vezes se ressalta a grandeza, mas tem que se olhar também a beleza dos carros alegóricos. As alegorias são uma tradição de nossos desfiles há cerca de 30 anos e eles sempre contam uma história do tema do desfile. E este ano, como o tema são os 40 anos do bloco, a gente traz uma síntese em quatro carros temáticos representando os carnavais antigos e também os compositores que conviveram nessas quatro décadas\", revela o presidente da agremiação, Rômulo Meneses.   Anunciando a chegada do Galo da Madrugada, o primeiro carro \"Os Clarins e as Trombetas\" promete incendiar as ruas do Recife com 12 músicos e puxam logo em seguida o carro \"Abre-Alas\", que trará 10 passistas de frevo e dois palhaços. Os trajes dos dançarinos vão representar o fogo, a \"fervura\" do frevo. Atrás desse vem a alegoria \"Carnavais do Passado\", que faz uma homenagem aos foliões que curtiam o Galo da Madrugada no início do bloco, entre os anos de 1970 e 80. \"Esse carro é para lembrar uma época que o bloco não tinha nenhuma alegoria, eram os próprios foliões que saíam fantasiados nas ruas para celebrar a festa\", explica o carnavalesco Anderson Gomes. A tentativa com os destaques do carro foi retratar temas, as cores e a diversidade de criações carnavalescas ao logo da avenida. Entre os personagens vão estar Pierrot, Colombinas, Arlequim, entre outros.   No quarto carro, caboclinho, maracatus rurais e nação, bumba meu boi, cavalo marinho, papangus de Bezerros, caretas de Triunfo e passistas de frevo são figuras da cultura pernambucana que trazem os carnavais do interior do Estado para as ruas. O nome escolhido para a alegoria foi \"Pernambuco de Todos os Carnavais\".   Presentes entre os 40 anos do Galo da Madrugada, os compositores de frevo que fizeram grandes canções ao gigante serão representados na quinta alegoria, chamada \"Grandes Compositores\". Por fim, o fechamento do desfile ficará sob a responsabilidade do carro \"Galo no Brasil e no Mundo\", que mostra a dimensão que o bloco tomou hoje, homenageando os locais que aderiram ao Carnaval no estilo do Galo da Madrugada, como o Bloco Galo na Neve, que acontece no Canadá. Nele também virá a homenagem a Francisco José, com uma foto do jornalista e um boneco gigante, feito pelo artista plástico Sílvio Botelho. O 41° desfile do maior bloco do mundo será realizado no dia 10 de fevereiro, a partir das 10h, com concentração em frente a Praça Sérgio Loreto, no bairro de São José, no Recife.

Entre ensaios e cortejos, as ladeiras de Olinda foram aquecidas neste domingo (14) ao som de muito maracatu, frevo e samba. Troças se reuniram em ritmo de prévia carnavalesca para esquentar os tambores e as ruas da cidade histórica.Visitando a cidade pela primeira vez, Joana Rodrigues, 27 anos, disse estar encantada com a cultura pernambucana e como o carnaval de rua inspira os turistas \"Eu sempre quis estar aqui e para mim é um prazer ser foliã. Adoro o carnaval e estou amando mais ainda o de Olinda. Espero voltar mais vezes e poder aproveitar mais desse calor maravilhoso\", afirma a fisioterapeuta de São PauloNo meio das muitas programações em Olinda, o Maracatu Nação de Pernambuco realizou um dos seus primeiros ensaios hoje. O encontro será realizado todos os domingos de janeiro, no Casarão Hermann Lundgreen, na Praça do Carmo, a partir das 15h. Para ficar conferir outras prévias durante a semana em Olinda ou no Recife, acesse a nossa agenda cultural do LeiaJá.

Durante o carnaval paulista, a grande maioria dos blocos de rua desfilarão na zona Oeste da cidade. Dos 495 blocos cadastrados, 111 vão desfilar na região de Pinheiros e Vila Madalena.

A Prefeitura determinou que os blocos terão de sair até às 15h e devem encerrar o percurso até às 20h.

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Os blocos que passarão pelas ruas Girassol, Wisard e Mourato Coelho, na Vila Madalena, terão de ter no máximo 15 mil foliões.

De acordo com o decreto publicado nesta quinta-feira (2), no Diário Oficial do Município, quem quiser vender comida ou bebida nas ruas durante a passagem dos blocos terá de se cadastrar na Prefeitura. Será fornecido ao comerciante cadastrado um kit que possibilitará sua identificação. Crachá, uniforme e um recipiente para alocar as bebidas serão itens cedidos para que tanto os foliões quanto os agentes municipais possam visualizar facilmente quais são os vendedores autorizados.

"Fica vedada aos comerciantes a utilização de carrinho ou qualquer outro tipo de equipamento para o fim de transportar as bebidas que não seja o aparato fornecido pelo parceiro selecionado pela Secretaria Municipal de Cultura", diz o decreto.

O processo de cadastramento para agremiações que pretendem sair durante o Carnaval do Recife já foi iniciado. A Prefeitura, através da Secretaria-Executiva de Controle Urbano (Secon), receberá as inscrições até 30 de novembro.

Em seguida, os pedidos serão analisados por: Secon, Fundação de Cultura, Polícia Militar e CTTU.

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Os interessados devem entrar no site da Prefeitura e acessar o banner.

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O fotógrafo pernambucano Fred Jordão levará o Carnaval de Rua do Recife a Portugal. A exposição, que ficou em cartaz na Galeria Arte Plural, Bairro do Recife, em 2013, ganha novos moldes e chegará à Europa com fotografias inéditas e recursos multimídia. Intitulada Carnaval de Rua-Remix, a mostra tem também participação do VJ Mozart, que preparou vídeos interativos com as fotos de Fred Jordão. A mostra ficará exposta na Casa da América Latina, em Lisboa, do dia 9 de abril até 6 de junho. A entrada é gratuita.

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A iniciativa de realizar uma exposição com o tema Carnaval de Rua surgiu do incômodo de Fred Jordão acerca da falta de valorização das manifestações próprias da região como a La ursa e o Caboclinho. A intenção é mostrar aos estrangeiros a personalidade destas festas tradicionais, que disputam espaço com eventos fechados. 

A mostra Carnaval de Rua-Remix será dividida em três etapas, diferentemente da exposição no Recife, que contou apenas com fotografias. A primeira parte será composta por fotografias inéditas e algumas já expostas na Arte Plural, enquanto a segunda terá um recurso audiovisual com animações feitas a partir das fotografias de Fred. O VJ Mozart deu movimento às fotos, além de deixá-las com uma nova perspectiva através da pintura digital. O incremento fica por conta de músicas dos DJs 440 e Incidental. 

A exposição fica completa com o zootrópio, um objeto de madeira no qual as fotografias são exibidas em sequência, como numa espécie de animação. “As fotos de Fred mostram o que está acontecendo, não é algo estático”, destaca Mozart. Ele ainda completa:“nós estamos transformando em movimento o que é nosso”.

A abertura acontece no dia 9 de abril às 18h30. A ocasião terá a articipação de Fred Jordão e do VJ Mozart, que fará um remix com as imagens. O texto introdutório é do antropólogo Raul Lody.

Serviço

Exposição Carnaval de Rua-Remix

Abertura 9 de abril | 18h30

Visitação de 10 de abril a 06 de junho

Casa da América Latina (av. 24 de Julho, 118-B- Lisboa, Portugal)

Gratuito

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