Tópicos | Código Florestal

O relator do Código Florestal, senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), revelou neste domingo, durante o Fórum de Comandatuba, na Bahia, que a primeira versão do código está pronta para voltar à votação, no aguardo apenas do veto da presidente Dilma Rousseff ao texto aprovado no Congresso. "Nós ouvimos todos os setores, os Ministérios Públicos Federal e Estaduais, os agricultores e empresários, os ambientalistas, ONGs, governo, parlamentares e abdicamos de muitas convicções para montar um projeto equilibrado, que contemplasse todos os envolvidos", justifica. "Não houve um parágrafo que não tenha sido debatido. Foi um grande acordo nacional."

Segundo Silveira, a expectativa de que o código aprovado pelo Congresso, com diversas alterações na comparação com o texto original, seja vetado pela presidente, levou à reapresentação da proposta inicial. "Como ele já tinha o parecer favorável, entramos na quarta-feira com a reapresentação do projeto, recompondo a parte excluída para restabelecer o acordo inicial", disse.

##RECOMENDA##

De acordo com ele, o texto original não foi aprovado sem alterações pelo Congresso por divergências na base aliada do governo Dilma. "As bases do governo ainda não estão bem estabelecidas", avalia. Para o vice-presidente Michel Temer, colega de partido de Silveira e que também participa do fórum baiano, porém, a votação do Código Florestal no Congresso não envolveu "questões partidárias". "Esta é uma questão quase individual dos deputados", avaliou. "Agora cabe à presidente vetar ou não."

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse nessa sexta que o resultado da votação do Código Florestal na Câmara dos Deputados sinaliza que seria difícil derrubar um possível veto da presidente Dilma Rousseff ao texto.

Pepe Vargas participou de reunião no Palácio do Planalto com Dilma, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que apresentaram uma pauta de reivindicações.

##RECOMENDA##

"A votação (na Câmara) mostra que é extremamente difícil derrubar um veto, mostra que não é bem assim que se derruba veto. Governo vai analisar, presidenta ainda não definiu isso (se vai vetar), porque nem sequer recebemos o texto definitivo da Câmara dos Deputados. O governo vai se manifestar no momento adequado, qual vai ser o seu comportamento frente ao texto", disse Pepe Vargas.

Para derrubar um possível veto da presidente, é preciso maioria absoluta tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, ou seja, o aval de 257 deputados e 41 senadores. Conforme informou o jornal "O Estado de S.Paulo" nesta sexta-feira, a presidente analisa vetar parcialmente o Código Florestal aprovado na Câmara para impedir que produtores rurais deixem de recuperar parte da área desmatada, sobretudo às margens de rios. O texto do relator Paulo Piau (PMDB-MG) foi aprovado por 274 votos a 184 na Câmara dos Deputados.

Pepe Vargas voltou a afirmar que a versão do texto aprovada no Senado Federal tinha mais equilíbrio entre produção e preservação dos ativos florestais. "Não que o texto do Senado fosse ideal, mas era mais equilibrado. A presidenta sempre reitera isso. Nós achamos que nesse processo é importante preservar a questão ambiental, mas preservar a produção, principalmente das pequenas propriedades, não podemos tratar da mesma forma uma propriedade que tem 10 mil hectares e uma propriedade que tem 5 hectares. Esse equilíbrio, numa primeira leitura, não foi dado nesse texto (no do Senado) do Código Florestal".

Questionado se o governo e a presidente não poderiam sair desmoralizados, às vésperas da conferência Rio+20, o ministro respondeu: "Tenho certeza que o Brasil vai chegar bem na Rio+20, e o governo vai chegar muito bem, inclusive no tema do código ambiental, até porque a sociedade brasileira não tem dúvida da posição que o nosso governo adotou. Ficou clara a posição do governo."

Contag

Representantes da Contag entregaram à presidente Dilma o documento "Agenda por um desenvolvimento rural e sustentável" com reivindicações que incluíam reforma agrária, orçamento da política agrícola e desenvolvimento da agricultura familiar, políticas de saúde para as populações do campo e o fim da violência no campo.

"A presidenta disse que vai estudar o caso (veto do código). Nós achamos que muitos pontos que nós defendíamos que estavam no texto do Senado se perderam. Como por exemplo, a especificidade da agricultura familiar", disse o presidente da Contag, Alberto Broch.

A ministra da secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sinalizou nesta quinta que a presidente Dilma Rousseff poderá vetar parte do Código Florestal, projeto aprovado ontem à noite pela Câmara dos Deputados. Ideli afirmou que pontos que se referirem à anistia a desmatadores ou que prejudiquem os pequenos agricultores não terão apoio do governo.

"(Tenho a) convicção de que aquilo que representar anistia não terá apoio, não terá respaldo do governo", disse a ministra, que esteve no gabinete do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), onde, na presença de artistas, recebeu o relatório final da CPI do Ecad. "Qualquer questão que possa ser interpretada ou na prática signifique anistia, eu acredito que isto tem grandes chances de sofrer o veto".

##RECOMENDA##

Ideli disse lamentar o fato de os deputados não terem mantido o projeto aprovado anteriormente pelos senadores. "Nós temos a convicção de que aquilo que saiu do Senado daria uma tranquilidade maior. Como não foi isso que prevaleceu na votação da Câmara, vamos ter que aguardar a decisão da presidenta", afirmou.

Na entrevista, a ministra avaliou que não houve falha da articulação política durante a discussão do projeto. Ela disse ter realizado muitas reuniões no seu gabinete, tendo feito apelo aos líderes partidários sobre o que o governo considerava o mais adequado a ser aprovado.

Ideli disse que antes do final de maio sairá uma decisão sobre eventual veto. Por lei, a presidente tem 15 dias, a partir da data da chegada oficial do texto ao Executivo, para avaliar se derruba ou não o projeto ou parte dele.

A recuperação de áreas desmatadas às margens de rios - principal polêmica do Código Florestal - foi aprovada nesta quarta pela Câmara. As propriedades rurais que têm rios com até 10 metros de largura terão de recuperar uma faixa de 15 metros a cada margem. Essa regra tem atenuantes para pequenas propriedades, obrigadas a recuperar uma extensão menor da vegetação nativa, de acordo com o texto que continua em votação no plenário da Câmara nesta noite.

O resultado significa que os ruralistas, apesar de exibirem uma larga maioria de votos na Câmara, perderam na questão mais importante em jogo nessa última etapa da votação da reforma do Código Florestal antes de o projeto seguir para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

##RECOMENDA##

Antes mesmo do início da votação, o relator Paulo Piau (PMDB-MG) teve de mudar mais uma vez seu texto porque a liberação da exigência de os produtores rurais recuperarem uma parte das Áreas de Preservação Permanente (APP), conforme desejava, não podia ser levada adiante, por limites estabelecidos pelas regras de votação. A exigência havia sido aprovada pela Câmara e pelo Senado e não poderia simplesmente desaparecer.

"O governo ganhou por W.O., por uma questão do regimento", disse o relator. "Tem muita gente de cabeça baixa aqui", completou Piau, que também é produtor rural e integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária.

O texto do relator foi aprovado por 90 votos de diferença, 1 voto a menos do que os ruralistas conseguiram reunir em maio, na maior derrota política imposta à presidente Dilma Rousseff em seu primeiro ano de mandato. Na ocasião, a Câmara dispensou os produtores rurais de recuperarem áreas desmatadas até 2008, o que equivalia à anistia aos desmatadores. O placar registrou 274 votos a favor do relatório de Paulo Piau contra 184 de apoio à proposta defendida por Dilma Rousseff.

O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira o texto base do projeto que modifica o Código Florestal. O relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) foi aprovado por 274 votos a favor, 184 contrários e duas abstenções.

A bancada ruralista concordou em votar o projeto do Código Florestal com a obrigatoriedade de recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens dos rios como quer o governo. Em entrevista nesta quarta-feira, o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), afirmou que a bancada terá de aceitar a regra regimental, seguindo a interpretação do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Como esse ponto do projeto já foi aprovado pelos deputados, anteriormente, e pelos senadores, Maia afirmou que o relator, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), não poderá mais retirá-lo do projeto. O impasse em torno desse ponto impediu a votação do projeto na noite de ontem. Os deputados deverão votar a proposta nesta tarde.

##RECOMENDA##

"Vamos ter de aceitar a votação, mas vamos apresentar um novo projeto de lei redefinindo tudo. A maioria absoluta vai perder uma votação para uma minoria por conta de questões regimentais", disse Moreira Mendes. O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), integrante da bancada ruralista, afirmou que a aprovação da proposta vai criar um problema para a presidente Dilma Rousseff porque os pequenos produtores que têm atividades seculares nestas áreas não terão como recompor a vegetação.

"O governo vai ganhar na votação e vai levar uma bombinha para o colo", disse Queiroz. O deputado afirmou que a presidente Dilma Rousseff está mal assessorada e vai perceber a necessidade de vetar esse ponto para não prejudicar os pequenos produtores rurais. "Se isso não for vetado, só no Pará, serão 140 mil que terão de deixar 100 metros na margem dos rios. Eles (o governo) não estão entendendo a gravidade da questão", completou Queiroz.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Moreira Mendes (PSD/RO), disse nesta terça que lamenta a falta de entendimento com o governo para chegar a um acordo em relação ao artigo 62 do novo Código Florestal, que trata da recuperação das áreas de preservação permanente às margens dos rios.

O deputado afirmou que "faltou racionalidade", pois seria possível chegar a um meio termo, como o escalonamento da área a ser recuperada, de acordo a largura dos rios, que poderia partir do mínimo de 5 metros de margem. O texto aprovado pelo Senado estabelece que em rios com até 10 metros de largura, os produtores rurais devem recompor 15 metros de vegetação nativa.

##RECOMENDA##

Moreira Mendes avalia a que manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que defendeu o texto aprovado no Senado e apontou controvérsia regimental no relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), será mais obstáculo a ser superado para colocar o projeto em votação.

O líder ruralista afirmou que os deputados da Frente Parlamentar, que participaram de almoço nesta terça com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, e o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves (RN), decidiram votar em bloco pela aprovação do relatório de Paulo Piau.

Moreira Mendes aposta na vitória dos ruralistas na votação do plenário da Câmara, pois apenas o Partido Verde e o PSOL devem votar em bloco contra o relatório. Ele diz que, embora o PT tenha fechado posição, deve haver dissidências, "pois alguns deputados petistas não irão contra os interesses dos pequenos produtores que representam".

Deu início, nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, a votação do Código Florestal que determina como será a exploração das terras e a preservação das áreas verdes no país. O Código já havia sido aprovado na Câmara em maio de 2011 e, em dezembro, pelo Senado, quando recebeu 21 alterações.

Essas mudanças levaram hoje os parlamentares a tentarem entrar em comum acordo, apesar de até o início desta noite não haver ainda um consenso entre os partidos. Se o Código for aprovado, logo em seguida, passará à sanção presidencial.

##RECOMENDA##

Para o líder do Governo na Câmera, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o importante é trabalhar sobre o mérito do projeto. Mas o líder do PV na Câmera, deputado Sarney Filho (MA), apresentou um documento pedindo a destituição do relator do Código, deputado Paulo Piau (PMBD-MG), solicitando a nomeação de outro relator, pois a maioria dos políticos que defendem o Código criticam o relatório de Piau porque considerarem as modificações promovidas pelo PMDB "favoráveis a bancada ruralista", em detrimento da preservação ambiental.

Entre as alterações do Código, Piau quer a mudança no texto do Senado que obriga os produtores rurais a recompor entre 15m e 100m das chamadas Áreas de Proteção Ambiental (APPs). Ele sugere que o tamanho das faixas de proteção seja determinado a posteriori, por lei ou medida provisória.

O fato é que a alteração funcionará como anistia para produtores desmatarem. Diante disso, a bancada ruralista chegou a sugerir que os percentuais de preservação sejam mantidos (os 20% remanescentes, não incluindo as áreas de preservação permanente) e que o governo elabore regulamentações para resolver problemas pontuais. Dos debates acerca do tema, a principal polêmica gira em torno da área de terra que será permitida ou proibida o desmate, ao tipo de produtor que poderá fazê-lo, à restauração das florestas derrubadas e à punição para quem já desmatou.

O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), disse que o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) sobre o Código Florestal é um "retrocesso" e "inaceitável". Na terça-feira, dia 24, a bancada petista se reúne para definir qual estratégia adotar para derrubar o relatório de Piau e manter a proposta aprovada no Senado.

"Não temos condições políticas de votar esse relatório. O relatório expressa uma visão atrasada daqueles que acham que é possível plantar sem cuidar da natureza, da água. A agricultura sai prejudicada com isso", afirmou Tatto. Em seu relatório, Paulo Piau eliminou os percentuais de recuperação de florestas desmatadas em margem de rio.

##RECOMENDA##

O relatório de Piau, no entanto, conta com o apoio da bancada ruralista e da maioria dos partidos da base aliada e, portanto, tem chances de ser aprovado no plenário da Câmara. O Palácio do Planalto ainda não se posicionou oficialmente sobre a proposta, mas a presidente Dilma Rousseff já sinalizou que quer ver aprovada a proposta do Senado. Se o relatório de Piau for aprovado, caberá à presidente Dilma vetar as mudanças feitas pelo peemedebista.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), garantiu que o Código Florestal será votado nesta terça-feira com ou sem acordo entre os partidos.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues avaliou nesta sexta que é pequena a chance de a presidente Dilma Rousseff vetar pontos do Código Florestal, desde que o projeto seja aprovado na Câmara dos Deputados com a mesma redação que saiu antes de ir ao Senado. "Como o Senado alterou o documento, o objetivo da Câmara é tentar resgatar a redação que foi aprovada anteriormente por 410 votos (a favor) a 64 (contra)", disse Rodrigues. "Se tiver uma redação e uma votação similares às anteriores, e como ela é uma presidente democrática, a tendência é que siga os ditames da imensa maioria da população brasileira", completou.

Rodrigues, que é coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (GV Agro), avaliou que o importante para o setor é a manutenção de temas centrais na votação definitiva do projeto, antes de ir para sanção de Dilma, prevista para o próximo dia 24. Na opinião do ex-ministro, os temas centrais são a redução do desmatamento, recuperação das Áreas de Proteção Permanentes (APPs) e a inclusão delas como reserva legal, a criação do cadastro ambiental e ainda que as áreas rurais já consolidadas sejam mantidas.

##RECOMENDA##

No entanto, a presidente ainda ameaça vetar a aprovação das áreas rurais consolidadas que não tenham o mínimo de reserva legal de vegetação. Na avaliação até agora de Dilma, a liberação dessas áreas sem que haja um reflorestamento seria uma anistia aos desmatadores.

Plano Safra

Rodrigues, que fez palestra em Ribeirão Preto (SP), na abertura do programa "Agronegócio na Escola", realizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag-RP), avaliou também que o governo deve priorizar, no Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, o aumento do crédito e redução na burocracia para a agricultura baixo carbono. Segundo ele, priorizar o projeto, lançado no ano passado e batizado de ABC, "será um dos grandes troféus para o Brasil exibir" durante Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), em junho.

"Trabalhamos muito junto ao ministro (Mendes Ribeiro) como ênfase na agricultura de baixo carbono; queremos agilizar esse modelo, com mais crédito e com a desburocratização do processo", disse.

Por fim, o ex-ministro, que é produtor de cana-de-açúcar em São Paulo e em Minas Gerais, avaliou que, apesar do aumento da área cultivada com a cultura, a oferta da matéria-prima na safra 2012/2013, iniciada este mês, será menor. "Com a estiagem do ano passado e a do início deste ano o canavial não se desenvolveu; quem sabe nos próximos dois meses volte a chover e haja uma recuperação de parte desse prejuízo", lamentou. "Mas sem dúvida a oferta não será como se imaginava, vai ser muito menor", concluiu Rodrigues.

A Câmara dos Deputados deverá votar o texto final do novo Código Florestal no próximo dia 24, anunciou há pouco o presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS).

A votação do código é parte do acordo feito entre os líderes partidários que viabilizou a votação da Lei Geral da Copa. Após definir a data de votação, marco Maia pediu ao relator do código, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), para apresentar o seu parecer final sobre a matéria na próxima semana, afim de permitir negociações para a aprovação do texto.

##RECOMENDA##

“Não havendo acordo sobre pontos do texto, o plenário é soberano para decidir o que é melhor para o Brasil”, disse. Concluída a votação da matéria, o texto, que já foi aprovado pelos senadores, será encaminhado à sanção presidencial.

O governo iniciou nesta quarta um diálogo com a bancada ruralista, para tentar chegar pelo menos a um acordo de procedimentos para votar o Código Florestal. Em reuniões separadas com os líderes do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), e na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Dilma os orientou a dizer à bancada ruralista que vai reeditar o decreto que suspende multas a proprietários rurais que desmataram ilegalmente e que vencerá no dia 11.

"Certamente, se houver necessidade de prorrogar para facilitar o processo de diálogo, negociação e de entendimento - e eu reitero a nossa posição em relação ao texto do Senado e à posição de não ter anistia para desmatador e um código que não leva a novos desmatamentos, mas que também assegure ter a segurança jurídica do produtor rural - obviamente, o governo terá sensibilidade, a gente irá propor a prorrogação como foi feito no passado para viabilizar o processo de debate", comunicou a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente), logo depois de se encontrar com a presidente Dilma, no Palácio do Planalto.

##RECOMENDA##

De acordo com informações de bastidores do governo, há hoje a informação de que a bancada ruralista conseguirá derrotar a orientação do Planalto, de evitar a anistia e de tirar do texto do Código Florestal a parte que determina o reflorestamento de áreas desmatadas próximas aos rios e córregos. Então, Dilma disse aos líderes que eles devem negociar com os ruralistas um procedimento de votação. Nesse acordo, a Câmara aprovaria o projeto do Senado, apoiado pelo governo.

Os ruralistas poderiam fazer dois ou três destaques nos pontos que querem mudar. Nessa hora, haveria o enfrentamento. Mas, com a aprovação do texto-base do Senado, o País teria o seu Código, uma garantia de segurança jurídica para os produtores rurais e uma forma de tirar mais de 1 milhão deles da ilegalidade. E os ruralistas poderiam ir para as campanhas eleitorais nos municípios dizer que votaram o Código Florestal do jeito que seus eleitores queriam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de um dia de intensas negociações, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), anunciou na noite desta terça-feira acordo para votar quarta-feira a Lei Geral da Copa e, até o fim de abril, o novo Código Florestal. Avisou, no entanto, que não há entendimento no que se refere ao mérito das propostas. Com isto, o governo terá trabalho para convencer sua base rebelada a votar com o texto da Lei da Copa encampado pelo Palácio do Planalto.

"Desta forma, a negociação estanca a crise e faz com que o Congresso volte a andar", declarou Maia, por meio de sua assessoria. A maior polêmica do projeto é a venda de bebida alcoólica nos 12 estádios que vão sediar os jogos da Copa da Fifa. O texto enviado ao Congresso apenas suspenderá durante os eventos da Fifa o artigo do Estatuto do Torcedor, que proíbe a venda, e a entidade terá de negociar diretamente com Estados onde há leis contrárias.

##RECOMENDA##

Para fechar o entendimento, Maia informou ter negociado com representantes ruralistas de 12 partidos diferentes, fundamentais para interromper a obstrução promovida pelos próprios aliados. Mas isto não resolve o problema com a bancada evangélica, que não aceita a venda de bebida nos estádios. "Fomos pegos de surpresa com a votação antes da Páscoa e avisamos que suprimir a proibição da venda de bebidas não atende a bancada. Somos contra a bebida alcoólica por convicção", reagiu o deputado João Campos (PSDB-GO), presidente da frente parlamentar evangélica. Eles vão tentar aprovar um destaque que deixe clara a vedação à venda de bebida nos estádios.

No mesmo tom, o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), adverte que vai liberar a bancada e votar contra a Lei da Copa. "Não aceito este texto que afronta a soberania nacional. O Brasil não é colônia da Fifa", protesta o líder, inconformado com a exigência da Federação Internacional em favor do consumo de álcool nos estádios. Até o meio dia, Maia acumula o comando da Câmara com a presidência em exercício da República. A partir do final da manhã, quando o avião do vice-presidente Michel Temer deve ingressar no espaço aéreo brasileiro, ele poderá retornar à Câmara para comandar a votação da Lei Geral da Copa.

A oposição reagiu com ironia ao anúncio de Maia. "A melhor articulação política para este governo são as viagens da presidente Dilma", afirmou o líder tucano Bruno Araújo (PE), que também recomendará à bancada que vote contra a liberação da bebida. "A crise viajou com a Dilma", retrucou o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA).

Deparada com o cenário de uma derrota anunciada do governo na votação das regras de proteção do meio ambiente, a presidente Dilma Rousseff assumiu pessoalmente nesta sexta o comando da negociação do Código Florestal. Durante duas horas, a presidente discutiu com seis ministros detalhes das propostas. A orientação da presidente é evitar a votação da lei na Câmara por pelo menos um mês, período no qual o governo tentará construir maioria de votos, de que não dispõe hoje para aprovar a matéria.

Dilma reconheceu que a estratégia pode não funcionar diante da pressão de parte da base de aliados do Planalto para liberar proprietários rurais da exigência de recuperar a vegetação nativa de Áreas de Preservação Permanente às margens de rios. E sobretudo porque não considera contida a rebelião deflagrada em resposta à intervenção na articulação política do governo no Congresso, com a troca recente dos líderes no Senado e na Câmara.

##RECOMENDA##

Mas a reunião desta sexta deixou claro que, diante da reação à intervenção, Dilma não recuou. Ao contrário, entrou pessoalmente no jogo para evitar, mais do que uma derrota, um grande retrocesso na política ambiental do governo às vésperas da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que o Brasil sediará em junho.

Não está afastada a possibilidade de a Câmara repetir o placar registrado em maio de 2011, quando 273 deputados votaram a favor de liberar o uso de áreas já ocupadas pelo agronegócio. Foi a pior derrota que o governo sofreu até aqui, quando o painel eletrônico da Câmara registrou apenas 182 votos favoráveis à proposta apoiada por Dilma Rousseff. A presidente reagiu, na ocasião, com ameaça de veto.

O primeiro passo para tentar evitar a derrota anunciada é isolar o debate do Código Florestal de outros temas, como a venda de bebidas nos jogos da Copa do Mundo, em discussão na Lei da Copa. Ao mesmo tempo, o governo tenta conter a rebelião na base política.

Uma das armas de que o governo dispõe é o decreto que pune os proprietários rurais que reservarem parcela de seus imóveis para a proteção do meio ambiente com multas diárias de até R$ 500 por hectare de terra. Essa punição está suspensa apenas até 11 de abril, com base em decreto editado pela presidente.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, levou por escrito, à Dilma, a proposta defendida pelo relator do Código Florestal Paulo Piau (PMDB-MG), que, além de seu correligionário, é produtor rural e, integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária. Piau insiste em que os produtores rurais não devem ser obrigados a recuperar a vegetação nativa de margens de rios, como prevê o projeto de lei aprovado no Senado com aval do governo. Na prática, isso equivaleria à anistia aos desmatadores das áreas mais importantes para a proteção dos rios e da biodiversidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em pouco mais de um mês, a presidente Dilma Rousseff ouviu dois "nãos" da boca do prefeito Gilberto Kassab, também presidente do PSD. Num encontro realizado na quinta-feira à noite, no Palácio do Planalto, Dilma pediu a Kassab ajuda para convencer os parlamentares do PSD a apoiar o projeto de reforma do Código Florestal que foi aprovado pelos senadores, e que garante a recuperação de vegetação nativa às margens de rios. A negativa de Kassab fratura ainda mais a base governista no Congresso.

O prefeito respondeu à presidente que não tem controle sobre esse tema na bancada, de acordo com informações de bastidores tanto no governo quanto entre parlamentares do PSD. E se justificou: entre os 47 deputados do partido há muitos ruralistas, todos eles envolvidos no intenso debate que é travado a respeito do Código Florestal. E eles querem mudar o projeto que voltou à Câmara, retirando a parte que obriga quem desmatou beira de rios a fazer o reflorestamento das áreas degradadas.

##RECOMENDA##

Dilma ainda teria argumentado que uma das lideranças do PSD é a senadora Kátia Abreu (TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). E que ela participou do acordo feito no Senado, juntamente com o outro senador do partido, Sérgio Petecão (AC). O problema, respondeu Kassab, ainda conforme os dados de bastidores, é que o projeto está na Câmara e lá é seu destino final. Se os deputados retirarem o artigo que torna obrigatório o reflorestamento, o projeto seguirá diretamente para a sanção presidencial, sem necessidade de volta ao Senado.

No dia 15 de fevereiro Kassab disse o primeiro "não" para a presidente. Depois de ensaiar um acordo com o PT para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à sua sucessão, ele foi ao Palácio do Planalto dizer a Dilma Rousseff que José Serra (PSDB) decidira concorrer à prefeitura paulistana. Diante do novo quadro, ele afirmou que se apresentava à presidente para dizer que recuara das negociações já entabuladas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não tinha outra alternativa a não ser apoiar José Serra, seu padrinho na prefeitura de São Paulo.

No encontro que teve com a presidente Dilma Rousseff na quinta-feira, Kassab disse a Dilma que só não tinha condição de ajudá-la na parte referente ao Código Florestal. Prometeu apoio ao governo, sem exigir cargos ou liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União, dois dos motivos que conflagraram a base aliada nas últimas semanas. Por causa da crise, o governo decidiu suspender todas as votações até o dia 11 de abril. Entre os projetos urgentes, está a Lei Geral da Copa.

Kassab disse à presidente que entende como "grave" o momento político, porque as relações entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo estão muito desgastadas. Prometeu que atuará para aparar as dificuldades em sua bancada. Disse ainda que o partido votará com o governo na Lei Geral da Copa e em outras propostas importantes. A exceção é o Código Florestal.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em reunião nesta quarta, PTB e PSC decidiram criar um bloco informal que passará a obstruir todas as votações da Câmara, até que seja marcada a votação do Código Florestal. Com essa decisão, o PTB retirou-se do bloco PCdoB-PSB.

PTB (21 deputados) e PSC (17 deputados) continuam na base do governo, mas vão exigir a negociação de todos os projetos que forem apresentados, semana a semana, o que exigirá mais esforços e atenção do governo, ou seja, trata-se de mais um desafio para a presidente Dilma Rousseff. Outro problema na Câmara envolve os deputados do PR, que ameaçam romper com o governo, assim como já fizeram os senadores da legenda.

##RECOMENDA##

A falta de acordo para a votação do projeto do novo Código Florestal contaminou o clima na Câmara e impediu a votação da Lei Geral da Copa nesta terça-feira. Líderes da oposição e deputados da bancada ruralista só aceitam votar o projeto sobre o Mundial de 2014 se for marcada uma data para a apreciação do Código Florestal. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), vai tentar negociar uma solução para o impasse até esta quarta-feira.

No Código Florestal, o grande problema é que o governo não aceita muitas alterações no projeto aprovado no ano passado pelo Senado, enquanto deputados ruralistas querem mudanças, principalmente na parte que obriga quem desmatou antes de 2008 a recompor as áreas devastadas. Os ruralistas decidiram vincular a votação desse projeto à Lei Geral da Copa para pressionar o governo a chegar a um acordo. Marco Maia deu 24 horas de prazo para que se avance na negociação sobre o calendário.

##RECOMENDA##

O novo adiamento da votação da Lei Geral da Copa ocorre mesmo depois de o governo ter fechado sua posição sobre o ponto mais polêmico do projeto, a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Será retomado o texto original que apenas retira a proibição presente no Estatuto do Torcedor e, assim, a Fifa terá de negociar a liberação da comercialização com cada Estado que receber jogos do Mundial. Segundo o relator do projeto, Vicente Cândido (PT-SP), em sete das 12 sedes há leis proibindo a venda.

O líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou que a vinculação da Lei Geral da Copa ao Código Florestal ocorre porque até parte da própria base aliada não acredita na articulação política do governo. "Até na própria base já não se acredita mais em entregar a Lei Geral sem ter uma data para a votação do Código", afirmou. Segundo o deputado tucano, Marco Maia tem de marcar a data para a análise do outro projeto e ser o "avalista" do acordo. Assim, o PSDB não obstruiria a votação da Lei Geral da Copa.

O governo não gostou da forma adotada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para resolver o impasse relativo ao Código Florestal. Na reunião de líderes dos partidos da coalizão, nesta terça, Maia tranquilizou os que se posicionam ao lado dos ruralistas e querem modificar o texto aprovado pelo Senado.

"Com entendimento ou sem entendimento, eu vou marcar a data de votação do Código Florestal", garantiu o presidente da Câmara. A expectativa dos ruralistas, que ameaçam impedir a aprovação da Lei Geral da Copa enquanto suas reivindicações não forem atendidas, é que o Código Florestal entre na pauta em abril, logo após o feriado da Semana Santa.

##RECOMENDA##

Dilma avalia, no entanto, que os deputados do PT e os articuladores do governo no Congresso não podem ceder a pressões. Pelas contas do Palácio do Planalto, se a votação do Código Florestal fosse hoje, o governo seria derrotado de goleada. É por isso que a intenção do Planalto é adiar ao máximo a apreciação do projeto, se possível para depois da Rio + 20, a Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho, no Rio.

A crise na base aliada do governo dificulta a previsão sobre o resultado das próximas votações. Não há entendimento nem mesmo na bancada do PT sobre o melhor texto relativo à Lei Geral da Copa.

Apesar de estar na pauta da Câmara, o Código Florestal dificilmente será votado na próxima semana. Segundo o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), o governo tem interesse em não votar a nova legislação. "É público que há um clima entre o governo e o parlamento ruim", observou Maia. "É de interesse do parlamento votar o Código o mais rápido possível. Quem tem menos interesse em votar o Código é o governo", disse o presidente da Câmara.

O governo não quer mexer em nenhum ponto da proposta do Código Florestal aprovada pelo Senado, em dezembro, mas a bancada ruralista insiste em modificar. A expectativa é que na semana que vem a Câmara vote a Lei Geral da Copa.

##RECOMENDA##

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou hoje na Câmara que o governo não concorda com a "ressuscitação" da emenda 164 no projeto do Código Florestal. Ela esteve na Casa para participar de uma sessão em homenagem ao deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), falecido no início do ano.

"Os ruralistas sabem que não tem acordo na emenda 164. Nós temos uma situação bastante concreta da negociação feita com a participação deles lá no Senado e vamos trabalhar para que o acordo feito possa ser mantido", disse a ministra.

##RECOMENDA##

A emenda, aprovada pela Câmara no ano passado, anistia quem realizou desmatamento em Áreas de Preservação Permanente. No Senado, o governo conseguiu alterar o texto do projeto trocando a anistia pela obrigatoriedade de recomposição das áreas desmatadas. Ideli pediu aos parlamentares que mantenham o texto do Senado.

A ministra lembrou que um decreto presidencial determina a aplicação de punições a quem desmatou a partir de 11 de abril e é necessário concluir a discussão do código até essa data. Ideli afirmou que o código pode ser votado "nesta semana ou na semana que vem".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando