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O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) apontou "controvérsia" e "incerteza" na prestação de contas da campanha de deputado de Juscelino Filho (União Brasil), ministro das Comunicações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos gastos questionados é de R$ 385 mil, com uma empresa de táxi aéreo. Como mostrou o Estadão, Juscelino usou dados falsos para justificar 23 dos 77 voos declarados. O caso agora será analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O jornal revelou ainda que Juscelino usou verbas do orçamento secreto para destinar recursos públicos para asfaltar uma estrada que passa em suas propriedades rurais na cidade de Vitorino Freire (MA).

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Caso o TSE reprove as contas de Juscelino, ele deverá ressarcir R$ 570 mil aos cofres públicos. Além dos R$ 385 mil com viagens de helicóptero, também são questionados outros R$ 185 mil com material gráfico. A despesa teria sido realizada após as eleições, o que é vedado. Esse tipo de processo não ameaça, no entanto, o mandato de deputado de Juscelino, uma vez que trata apenas da prestação de contas.

Ressalvas

A decisão da desembargadora Angela Maria Moraes Salazar, presidente do TRE, foi publicada nesta terça, 7, quase dois meses depois de o tribunal aprovar, com ressalvas, as contas de campanha do agora ministro. A magistrada atendeu a um pedido do Ministério Público Eleitoral feito em 16 de dezembro.

"Em relação aos requisitos objetivos de admissibilidade do recurso especial, tenho que os mesmos foram devidamente preenchidos, dado que a controvérsia acerca da prestação de contas do recorrido indica uma eventual incerteza", destacou a desembargadora.

Para o MP Eleitoral, Juscelino não comprovou que o serviço de táxi aéreo foi efetivamente usado para a campanha. O recurso especial do Ministério Público foi apresentado antes de passageiros citados pelo ministro como "cabos eleitorais" relatarem ao Estadão que não têm relação com o político. "Isso aí está errado, provavelmente é uma fraude. Não tenho nenhuma ligação com campanha nem com político no Maranhão (...) Usaram meu nome, da minha família, da minha filha", disse o empresário Daniel Andrade, listado 23 vezes como passageiro.

Com a remessa do caso para o TSE, as declarações da família poderão reforçar a tese de que Juscelino gastou recursos do fundo eleitoral de maneira irregular. Por lei, todos os desembolsos precisam ter relação com a campanha e estar devidamente justificados e declarados à Justiça Eleitoral.

Serviços

À Justiça Eleitoral, a campanha de Juscelino afirmou que todos os deslocamentos foram regulares. "Todos os voos foram feitos em prol da campanha, bem como todas as pessoas que constam nos relatórios prestaram serviços diretamente à campanha", disse a defesa no processo.

Uma ação de investigação eleitoral depende de uma nova medida do MP Eleitoral no Maranhão. Questionado, o órgão não se manifestou. "O procurador regional Eleitoral do Maranhão, Hilton Melo, informou que não comentará casos em andamento", diz a nota.

Ao aprovar as contas de Juscelino, em dezembro, o TRE-MA não analisou de maneira pormenorizada a relação de passageiros. Procurado, o tribunal declarou apenas que "toda a tramitação é de acesso público" e destacou seu "compromisso com a transparência".

Em nota, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso afirmaram que o ministro "não praticou qualquer ilegalidade, sempre tendo postura correta, como a própria Justiça Eleitoral reconhece com a aprovação das contas". Segundo eles, o surgimento de passageiros aleatórios na documentação apresentada para justificar o gasto se deve a "uma informação errada por parte da empresa de táxi aéreo, como a própria esclareceu".

A Rotorfly, empresa contratada pela campanha de Juscelino, alegou um "erro no sistema" ao gerar a lista de passageiros. Os documentos têm rasuras e anotações manuscritas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A farmacêutica americana Pfizer, que desenvolveu junto com a alemã BioNtech uma das duas primeiras vacinas contra a Covid-19 autorizadas na Europa, considera agora que cada frasco contém seis doses, quando antes eram cinco, uma decisão polêmica.

- Quantas doses?

Até recentemente, cada frasco da vacina "Comirnaty" da Pfizer/BioNtech continha oficialmente cinco doses. A vacina descongelada deve ser diluída em 1,8 ml de solução injetável de cloreto de sódio.

"Após a diluição, o frasco contém 2,25 ml", afirmam os laboratórios. Portanto, a uma taxa de 0,3 ml por dose, teoricamente seria possível extrair 7 doses.

A equipe médica percebeu que poderia - sob condições específicas - obter ao menos uma sexta dose em cada frasco.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) atualizou a rotulagem europeia em 8 de janeiro para indicar que os frascos contêm seis doses.

Esta autorização é válida para os Estados-Membros da UE. A FDA, a agência de drogas dos EUA, também aprovou o uso desta sexta dose, anunciou a Pfizer.

A EMA disse, porém, que a sexta dose "depende da disponibilidade de seringas específicas".

- O que diz a Pfizer? -

"Nossa meta inicial de 1,3 bilhão de doses de vacina foi revisada para atingir 2 bilhões de doses até o final de 2021", afirma agora a farmacêutica.

Essas previsões são baseadas na atualização da rotulagem - de cinco a seis doses por frasco -, mas também na "melhoria contínua dos processos de produção e na expansão de nossas instalações atuais".

O grupo salienta que cumprirá seus compromissos de entrega "de acordo com as encomendas efetuadas" e que "estas foram sempre baseadas num número total de doses e não em frascos".

Especificamente, isso significa que a Pfizer/BioNtech entregará menos frascos para seus clientes pelo mesmo preço.

- A sexta dose não está garantida -

No entanto, obter seis doses, e não cinco, nem sempre é garantido porque necessita de uma seringa com um "espaço morto" muito pequeno (menos de 35 microlitros).

"Espaço morto" é o volume restante na seringa quando o êmbolo está totalmente pressionado. O ideal é usar uma seringa em que a agulha não seja desmontável.

No entanto, o pessoal de saúde não está equipado com este tipo de seringa.

O grupo americano Becton Dickinson, maior produtor mundial de seringas, indicou que se trata de produtos especializados, cuja demanda "tradicionalmente é mínima".

Em mensagem enviada à AFP, um porta-voz da empresa, Troy Kirkpatrick, explicou que "esses produtos têm capacidade de produção limitada e levaria tempo" para aumentá-la.

"A sexta dose requer equipamento adequado para extraí-la sistematicamente. Nem todos os centros receberam esse tipo de agulhas e seringas, e é extremamente difícil para eles realizarem esta sexta dose!", ressalta Clarisse Audigier Valette, pneumooncologista e chefe unidade no Centro Hospitalar de Toulon (sul da França) da Covid-19.

Nessas condições, se a Pfizer fornecer menos frascos do que o planejado originalmente, "vacinaremos menos pessoas do que o esperado", explicou o coletivo médico francês Du Côté de la Science.

- Governos em espera -

Na Bélgica, a decisão da Pfizer causou polêmica. No meio de janeiro, os centros de saúde que esperavam acelerar a taxa de vacinação, graças a esta sexta dose, foram privadas do número de frascos inicialmente prometidos, informou um funcionário do local à AFP.

A autoridade sueca de saúde pública pediu esclarecimentos, mas disse que a Suécia ainda não havia congelado seus pagamentos à Pfizer, conforme sugerido por um jornal sueco.

"Esperamos obter esclarecimentos da Comissão Europeia antes de pagar [Pfizer/Biotech]. Do contrário, teremos que falar com o laboratório", afirmou Anders Tegnell, da Agência Sueca de Saúde Pública.

Ele também indicou que o prazo de pagamento não expirou por "algumas semanas".

Na França, o Ministério da Saúde garante que fez pedidos "de suprimentos para dispor de novos tipos de seringas" e prepara arquivos para familiarizar os profissionais de saúde com "o gesto técnico bastante particular" que é necessário.

Por parte da Comissão Europeia, um porta-voz responsável pelas questões de saúde disse que a comissão "lançou um procedimento de contratação pública comum" e "fechou acordos importantes" que "já permitem aos Estados-Membros adquirir o equipamento necessário" de seringas e agulhas adaptadas.

A marcha das mulheres volta a ocorrer em Washington neste sábado, em meio a uma controvérsia e com rota abreviada devido à paralisação parcial do governo. A marcha original em 2017, um dia depois da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atraiu milhares de pessoas.

Os organizadores apresentaram este ano uma solicitação de permissão para participação de até 500 mil pessoas, mas esperava-se que o comparecimento fosse menor. Marchas paralelas foram planejadas em dezenas de cidades dos EUA.

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O plano original era que participantes se reunissem no parque National Mall, em Washington. Mas, com a previsão de neve e chuva, e o Serviço Nacional de Parques sem recolher a neve por causa da paralisação parcial do governo, os organizadores mudaram a localização da marcha e a rota para começar no Freedom Plaza, a poucos quarteirões da Casa Branca, e seguir pela avenida Pennsylvania, passando pelo hotel Trump International.

A marcha deste ano também esteve no centro de um debate ideológico. Em novembro, Teresa Shook, uma das fundadoras do movimento, acusou os quatro principais líderes da organização nacional de anti-semitismo. A acusação tinha como alvo duas líderes principais: Linda Sarsour, uma norte-americana de origem palestina que já criticou a política israelense, e Tamika Mallory, que manteve uma associação com o líder da Nação do Islã, Louis Farrakhan.

Shook, uma advogada aposentada do Havaí, foi creditada como a agitadora do movimento, tendo criado um evento no Facebook que se transformou no protesto maciço de 21 de janeiro de 2017. Em um post no Facebook, ela disse que Sarsour e Mallory, juntamente com os outros organizadores Bob Bland e Carmen Perez, afastaram o movimento "de seu verdadeiro curso" e pediu que todos os quatro se afastassem. Os quatro organizadores negaram a acusação, mas Sarsour lamentou publicamente que eles não foram "mais rápidos e mais claros em ajudar as pessoas entender nossos valores".

Apesar dos pedidos de unidade, uma marcha alternativa de mulheres surgiu em protesto e planejava uma caminhada paralela em Nova York no sábado a poucos quarteirões de distância do protesto oficial da Marcha das Mulheres de Nova York. Fonte: Associated Press.

Durante um tradicional almoço anual realizado pela rainha Elizabeth, a esposa do príncipe Michael de Kent, chamada Maria Cristina, usou um acessório que gerou polêmicas. Na ocasião, ela estava com um alfinete que era o busto de uma mulher negra, e pertencente a uma linha de jóias conhecida por representar negros fazendo referencia a escravidão, segundo o site Just Jared.

No almoço, estava presente também Meghan Markle, noiva do príncipe Harry. A atriz da série Suits é filha de pai caucasiano com mãe afro-americana, e já foi insultada em outras ocasiões desde que seu namoro com o membro da família real se tornou público.

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Diante da repercussão, a prima da rainha Elizabeth II pediu desculpas publicamente pelo caso. “A Princesa Michael está muito triste e angustiada por ter causado qualquer ofensa”, afirmava o comunicado oficial. Segundo fontes do TMZ, a integrante da família real não teve a intenção de ofender Meghan com o uso do broche.

Confira o acessório controverso:

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O Dalai Lama acusou neste sábado a China de disseminar informações falsas sobre sua viagem a um monastério próximo à fronteira com a Índia que provocou a revolta de Pequim, que reivindica esta região do Himalaia como parte de seu território.

"As pessoas têm informação errada", disse o monge de 81 anos aos repórteres em Tawang, no distrito indiano de Arunachal Pradesh, em cujo monastério remoto encontrou refúgio há algumas décadas.

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"Desejaria que um funcionário chinês me acompanhasse na minha visita aqui, (visse o que) faço, o que digo. Então conheceriam a realidade", disse.

Pequim protestou nesta semana ante o embaixador indiano, acusando Nova Déli de fornecer uma plataforma para o Dalai Lama "realizar atividades separatistas e anti-China".

Depois de ter se dirigido aos fiéis no monastério, considerado um dos locais mais sagrados do budismo tibetano, o Dalai Lama criticou Pequim, acusando seus governantes de confundir o povo sobre a natureza da sua visita.

O povo chinês tem "o direito de conhecer a realidade (...) Só tem informação de uma lado e informação equivocada é algo moralmente ruim, estão enganando seu próprio povo".

O governo indiano insistiu que a viagem era puramente religiosa e destacou que o Dalai Lama já havia estado em Tawang no passado, acusando a China de criar uma "controvérsia artificial".

'Mein Kampf' ('Minha luta'), de Adolf Hitler, um dos livros mais controvertidos da história, poderá ser relançado a partir de sexta-feira em todo o mundo, uma perspectiva que gera muita polêmica, 70 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial.

O único livro escrito pelo ditador nazista entre 1924 e 1925, enquanto cumpria uma pena de prisão, passará a domínio público no próximo 1o. de janeiro, segundo a legislação alemã. Os direitos autorais, portanto, deixarão de existir, depois de ter ficado desde 1945 nas mãos do Estado regional da Baviera, que os recebeu das forças de ocupação americanas.

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Em muitos países, onde já está disponível a obra de propaganda que teoriza sobre a ideologia nacional-socialista e o desejo de eliminar a comunidade judia, o fim dos direitos autorais não mudará quase nada.

O livro já tem uma ampla divulgação em países como Brasil ou Índia. Nos Estados árabes, 'Mein Kampf' é encontrado facilmente e, na Turquia, foram vendidas mais de 30.000 cópias desde 2004. Ele não é proibido nos Estados Unidos e alguns países da Europa do Leste começaram a publicá-lo depois do fim do comunismo.

Além disso, pode ser encontrado na rede, como em alguns sites salafistas que fazem traduções não autorizadas.

Na Europa, o relançamento do livro é um assunto muito delicado, principalmente na Alemanha, onde foram vendidos 12 milhões de exemplares desde 1945. "Com o fim dos direitos autorais, há um grande perigo de ver esse lixo ainda mais disponível no mercado", lamentou o presidente da comunidade judia da Alemanha, Josef Schuster.

O interesse da reedição levantou um debate em que poucos querem participar. Na Alemanha e na Áustria, o texto continuará sendo proibido, mesmo depois de sexta, sob a pena de um processo por incitação ao ódio racial.

O Instituto de Historia Contemporânea de Munique (IFZ) será o primeiro a aproveitar esta oportunidade, em 8 de janeiro, apesar das reticências das autoridades locais, que retiraram um projeto de subvenção.

Esta versão crítica, fruto do trabalho de pesquisadores desde 2009, colocará à disposição do público alemã a primeira reedição do texto de Hitler. A ideia é desconstruir e contextualizar o ideário do nazista, questionando como nasceram suas teses e quais eram seus objetivos.

Para o jornalista Sven Felix Kellerhoff, autor de um livro sobre a história de 'Mein Kampf', a negativa das autoridades em permitir sua publicação ajuda a transformar o livro num mito. Em Israel, a difusão da obra para um amplo público é um tema tabu e continuará proibida, mesmo após a entrada em domínio público.

Murray Greenfield, fundador da editora Gefen Publishing, especializada na história do judaísmo e cuja esposa sobreviveu ao Holocausto, foi bem claro. "Jamais publicarei este livro, mesmo que paguem por isso".

O mistério de quatro décadas sobre se o poeta chileno Pablo Neruda foi envenenado foi aparentemente esclarecido nesta sexta-feira (8), quando exames forenses mostraram que não há agentes químicos em seus restos mortais. Apesar disso, a família e o motorista do ganhador do prêmio Nobel de literatura não ficaram satisfeitos e disseram que pedirão mais exames.

Neruda morreu sob circunstâncias suspeitas durante o caos que se instalou no país com o golpe militar de 1973. A versão oficial diz que ele morreu de câncer, mas o motorista e auxiliar do poeta e afirma que agentes da ditadura de Augusto Pinochet injetaram veneno no estômago de Neruda quando ele estava internado na clínica Santa Maria, em Santiago. O corpo do poeta foi exumado em abril com o objetivo de determinar a causa de sua morte.

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"Nenhuma substância química relevante foi encontrada que possa ser ligada à morte de Neruda", afirmou Patricio Bustos, chefe do serviço de medicina legal do Chile, enquanto lia os resultados dos sete meses de investigação realizada por um grupo de 15 cientistas forenses.

Bustos disse que os especialistas encontraram traços do medicamento usado pelo poeta para tratar seu câncer, mas não há evidências forenses que provem que a morte de Neruda tenha sido provocada por qualquer causa que não tenham sido natural.

Porém, o resultado não satisfez familiares e amigos de Neruda, que afirmam que o caso ainda não foi solucionado. "O caso de Neruda não se encerra aqui", disse o advogado do Partido Comunista chileno, Eduardo Contreras. "Hoje mesmo vamos requerer mais amostras. Eles procuraram agentes químicos, mas não foram feitos estudos sobre agentes biológicos. Um capítulo muito importante foi encerrado e isso foi feito com muita seriedade, mas isso não está acabado."

Neruda, que ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1971, é mais conhecido por seus poemas, mas ele também foi diplomata e político de esquerda, além de amigo próximo do presidente socialista Salvador Allende, que morreu durante o cerco ao palácio de La Moneda, no dia do golpe liderado por Pinochet.

Allende teria cometido suicídio no interior do palácio presidencial, mas a questão também é controversa e há suspeitas de que ele foi assassinado pelas forças do golpe. Fonte: Associated Press.

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