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O governo federal realizou 23 obras em linhas transmissão do sistema elétrico especificamente para a Copa do Mundo e outras 123 obras na rede de distribuição para o Mundial. O balanço foi apresentado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no final da tarde desta segunda-feira (14) durante evento comandado pela presidente Dilma Rousseff com resultados da realização do Mundial. A apresentação reúne 16 ministros no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional, na sede da Polícia Rodoviária Federal.

"Chegamos a estabelecer um plano de distribuição diferenciada, para que em relação à Copa tudo fosse diferente", disse Lobão. "Ao longo do tempo, fomos descobrindo algumas obras que atrasavam por alguma razão ou outra e chamávamos as distribuidoras. Em alguns momentos liguei diretamente para os governadores", afirmou o ministro, ressaltando que os governadores "agiram com presteza" para solucionar problemas.

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Lobão chamou de "relógio suíço" o funcionamento adequado do sistema elétrico durante a Copa, coordenado por uma força tarefa envolvendo o ministério, EPE, ONS e a Aneel. "Foram 256 itens de acompanhamento permanente por parte dessa força tarefa. Olhamos o fornecimento da rede de energia para cada arena, para os pontos críticos das cidades. Não cuidamos apenas das arenas, mas também da Fanfest, dos hotéis, dos hospitais e estações de trem e metrô", disse.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta segunda-feira (14) durante balanço sobre os resultados da Copa promovido pela presidente Dilma Rousseff e por um batalhão de ministros, que foram instaladas 15 mil antenas de telefonia móvel para a Copa, sendo 3.274 em estádios. Bernardo afirmou ainda que 16 mil estrangeiros compraram cartões SIM para seus celulares e que 341,8 mil fizeram ligações via roaming internacional.

Citando que apenas no Facebook a Copa gerou 3 bilhões de interações, o ministro classificou a Copa como o "maior evento nas redes sociais do planeta". Por último, destacou que a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros) informou que houve aumento de produção de 60% neste ano.

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Aeroportos

Outro dos ministros escalados pelo Planalto para apresentar dados e defender o legado da Copa do Mundo, o ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, destacou que o governo proporcionou nos últimos anos "o maior investimento em infraestrutura aeroportuária" já realizado no País.

"A infraestrutura aeroportuária conseguiu atender adequadamente o maior evento esportivo do planeta", destacou Moreira Franco. O titular da Secretaria de Aviação Civil disse que o setor atingiu no País um "outro patamar" e que houve aumento de 70 milhões de passageiros na capacidade dos aeroportos nacionais. "Vamos aumentar essa capacidade até o final do ano."

Mais cedo, a pasta disponibilizou um balanço segundo o qual a movimentação em 21 aeroportos que atenderam a demanda da Copa alcançou 16,7 milhões de passageiros, entre 10 de junho e 13 de julho.

A ausência de incidentes graves na segurança pública durante a Copa do Mundo foi apresentada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, como resultado da interação das forças policiais nas três esferas do poder público (federal, estadual e municipal).

Ele avaliou a Copa como evento de "mudança de mentalidade" para as forças policiais no País, ao envolver cerca de 117 mil homens e mulheres. "O legado maior é o rompimento da cultura de isolacionismo dos órgãos de segurança do País", disse. "Iniciamos uma mudança de mentalidade no Brasil, esse é o maior legado."

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Cardozo destacou o investimento de R$ 1,13 bilhão em equipamentos para a segurança na Copa, sendo a maior parte (R$ 900 milhões) nos estádios e nas forças federais de segurança. A licitação conjunta desses equipamentos pelo governo federal, de acordo com Cardozo, representou uma economia média de 39,7% em relação a preços de mercado desses equipamentos.

O ministro disse também que a segurança da Copa se baseou em quatro princípios: planejamento, gestão integrada, inteligência e recursos financeiros. "Começamos a planejar a segurança em agosto de 2011, discutindo com todas as forças, com as Forças Armadas, as polícias estaduais, bombeiros, a Polícia Federal, a polícia rodoviária federal. Todos participaram do planejamento", disse.

O ministro terá uma reunião com secretários de segurança das 12 cidades-sede da Copa para tratar do protocolo no qual o governo federal deve transmitir os centros de controle da inteligência da polícia para operações locais.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (14) que o governo brasileiro conseguiu vencer "o imenso desafio" de organizar a Copa do Mundo. Em evento no qual foi apresentado um balanço institucional do Mundial, a presidente destacou a hospitalidade do brasileiro em receber turistas estrangeiros. "O brasileiro mostrou toda a sua capacidade de bem receber", disse. "O povo provou que era capaz de não só fazer a Copa das Copas, mas também de enfrentar esse desafio que é perder (para a Alemanha)", disse.

A presidente também aproveitou o momento para rebater os críticos que apontavam um cenário negativo para o evento, apesar da derrota da seleção brasileira para a campeã Alemanha. "A gente dizia que ia ter a Copa da Copas. Pois bem, tivemos a Copa da Copas, sem tergiversar um problema que foi o nosso jogo contra a Alemanha", disse.

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O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que os prognósticos de que os estádios não ficariam prontos a tempo para a Copa do Mundo não se concretizaram e apresentou uma série de dados sobre o evento. Ele começou sua fala criticando manchetes de jornais e revistas que apontavam para falhas e atrasos na organização do evento. De acordo com Mercadante, mais de 1 milhão de turistas estrangeiros vindos de 202 países visitaram o Brasil.

'Volta por cima'

Mercadante também ressaltou que o evento esportivo mobilizou 177 mil profissionais de segurança pública, defesa e inteligência e não houve nenhuma falha na rede de fornecimento de energia para os jogos. "Nós perdemos a taça, mas o Brasil ganhou a Copa", resumiu, destacando que o povo brasileiro soube tratar os visitantes e festejar "num clima receptivo".

Por último, Mercadante afirmou que houve ampliação de cerca de 350 mil metros quadrados em terminais de passageiros. Até 30 de maio, os investimentos realizados em aeroportos chegaram a R$ 8,78 bilhões. Na área de mobilidade, o ministro ressaltou que foram construídos 130,9 quilômetros de corredores de ônibus e de BRTs (sigla em inglês para Bus Rapid Transit).

Dilma voltou a citar um samba ao comentar a derrota brasileira na Copa. "Eu acredito que tudo na vida é superação e acho que aquela frase do Paulo Vanzolini, 'levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima', que eu coloquei no meu Twitter, é um exemplo de que temos de ter presente diante do que aconteceu. Acho que nesses tempos de reunião dos Brics (em Fortaleza), lembro aquele provérbio chinês de que a derrota é a mãe de todas as vitórias", afirmou.

Cobras

Já o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, disse que o evento foi bom, entre outros motivos, porque nenhum turista ou jornalista estrangeiro "foi mordido por cobra" durante sua estadia no País. "Eu disse hoje, lá na Fifa, que nenhum turista e nenhum jornalista foi mordido", ironizou.

Rebelo lamentou também as mortes de operários que trabalhavam na construção dos estádios da Copa do Mundo e os acidentes de trânsito que terminaram com a morte de dois jornalistas argentinos durante o Mundial. "Há no meio dessa festa, que encanta e encantou o mundo inteiro, duas notas tristes que quero registrar, que foram a morte de operários nas obras e, agora, durante a copa, a morte de dois jornalistas", disse.

Os heróis da "National Mannschaft" (seleção alemã, em alemão), tetracampeões da Copa do Mundo no Rio de Janeiro, no último domingo, vão se transformar nesta terça-feira (15) nos maiores divulgadores da marca de outra cidade: Berlim. A chegada da seleção de Joachim Löw, às 9 horas (horário local, 4 horas de Brasília), é aguardada com expectativa por torcedores, mas também por políticos e empresários, dispostos a colar suas imagens no sucesso do time capitaneado por Philipp Lahm. Nesta segunda, os últimos preparativos indicavam um megaevento para centenas de milhares de alemães nas ruas da capital.

A festa tem horário marcado para começar: 7 horas, antes mesmo que o Boeing 747-8 com a seleção chegue ao Aeroporto de Tegel, na periferia da capital. O grupo de 23 jogadores e cerca de 60 membros da comissão técnica e da federação alemã será recepcionado já no terminal pelos torcedores mais ansiosos, que poderão ocupar um terraço isolado para a festa.

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A seguir, o grupo partirá em um ônibus fechado até a entrada da capital, onde passará para um caminhão aberto. Nas laterais, estarão indicados os anos 1954, 1974, 1990 e 2014, referentes aos torneios vencidos pela equipe nacional em Mundiais.

O veículo vai então se dirigir à histórica Pariser Platz, em frente ao Portão de Brandemburgo, onde a festa popular terá sequência. Antes de se apresentarem ao público e aos mais de 1,2 mil jornalistas credenciados, porém, os jogadores serão recebidos pelo prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, e por autoridades nacionais. Só então eles serão levados ao palco gigante montado no centro da capital, agora ornado com uma frase singela: "Obrigado, rapazes. Campeões 2014".

O local é o mesmo onde no último domingo pelo menos 250 mil pessoas acompanharam, às vezes sob chuva, a vitória frente à Argentina por 1 a 0. Desta vez, mais de 300 mil pessoas são esperadas. Elas poderão confraternizar com os jogadores por volta de uma hora - os organizadores esperam que a festa se encerre ao meio dia, até porque o dia será de trabalho na Alemanha, que não terá feriado.

A organização do evento espera também que a festa desta terça seja tão movimentada quanto a de domingo, mas ainda mais pacífica. Em Berlim, a comemoração invadiu a madrugada e foi marcada pela presença maciça de adolescentes e jovens adultos nas ruas. Como era de se esperar, houve porre nas calçadas e alguns pequenos incidente, como brigas, garrafas quebradas e estouros de rojões, mas sem prejuízos maiores, segundo a polícia. Já em Bremen, no norte do país, um jovem de 19 anos morreu esfaqueado quando assistia ao jogo em um cinema, na nota negativa da noite.

A Copa do Mundo atraiu para o Brasil turistas de 203 nacionalidades, a maioria deles (61%) nunca havia estado no País. As informações fazem parte de um balanço elaborado pelo Ministério do Turismo, em pesquisa na qual 92,3% afirmaram que vieram ao País em função da Copa e 95% declararam intenção de retornar.

Foram ouvidos até o momento 6,6 mil turistas em aeroportos e fronteiras terrestres - o levantamento continua até o dia 23 de julho. O tempo de permanência média no País do turistas estrangeiros foi 13 dias, passando por 378 cidades.

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Os brasileiros que circularam pelo País durante a Copa foi superior a 3 milhões, sendo São Paulo o principal Estado emissor de turistas nacionais, como 858.825, seguido por Rio de Janeiro (260.527) e Minas Gerais (220.021).

O Ministério também informou que a hospitalidade e a gastronomia foram os itens mais bem avaliados pelos estrangeiros, com 98% e 93%, respectivamente. A pesquisa ouviu também a opinião da imprensa internacional, que apontou como item mais bem avaliado os atrativos turísticos brasileiros (98,4% de aprovação), além da vida noturna e informações turísticas (96,2%).

Aeroportos

A movimentação nos 21 aeroportos que atenderam demandas da Copa do Mundo de Futebol foi de 16,7 milhões de passageiros, entre 10 de junho e 13 de julho, de acordo com a Secretaria de Aviação Civil. O aeroporto que mais recebeu passageiros (3,81 milhões) foi o de Guarulhos, em São Paulo. Já o aeroporto do Galeão registrou no período 1,8 milhão de passageiros. A lista apresentada pela SAC segue com Brasília (1,66 milhão), Congonhas (1,31 milhão) e Confins (1,1 milhão). O balanço também revela que o índice médio de atrasos acima de 30 minutos foi de 7,03%.

A fiscalização intensificada da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em virtude da Copa do Mundo de futebol levou à prisão de 1.022 motoristas flagrados bêbados ao volante. Além disso, 1.085 pessoas morreram em 21.256 acidentes e outras 11.842 ficaram feridas em rodovias da União, segundo balanço dos 51 dias da operação especial montada pela PRF, divulgado nesta segunda-feira (14). No total, foram fiscalizados cerca de 987 mil veículos e 933 mil pessoas.

As atividades tiveram início no dia 23 de maio, três semanas antes do início do torneio, e foram encerradas no domingo, 13, último dia do mundial, culminando em um total de 51 dias. Nesse período, houve "o envolvimento de todo o efetivo da PRF", com cerca de 10 mil policiais.

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De acordo com a PRF, a quantidade de mortes nas estradas caiu 11,4% em comparação com a operação montada em período semelhante do ano passado, quando o Brasil sediou a Copa das Confederações. A comparação, no entanto, leva em conta a quantidade de mortos por milhão de veículos, e não os números absolutos. Foram 12,78 de mortos neste ano, ante 14,43 em 2013.

Usando o mesmo critério, a PRF informou que houve, durante a operação da Copa, 253,15 acidentes por milhão de veículos, 22,8% a menos do que os 327,92 do torneio do ano passado. Os número absolutos não foram informados pela polícia.

Em nota à imprensa, a PRF informou que o "cenário de redução da violência no trânsito contrariou as probabilidades e se desenhou em meio ao aumento do fluxo de veículos nas rodovias federais". O texto destaca o grande fluxo de estrangeiros, principalmente latino-americanos, muitos dos quais "ingressaram no Brasil através das estradas federais, vindos, muitas vezes, em caravanas de centenas de veículos, a exemplo de chilenos, argentinos, mexicanos e argelinos". A Argélia, no entanto, fica no continente africano.

Outra atribuição da PRF foi garantir escolta de delegações estrangeiras e autoridades como árbitros. No período, houve 854 serviços ações do tipo.

Lei seca

As estatísticas divulgadas pela PRF mostram que as autuações em decorrência do desrespeito à lei seca caíram 14,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve a proporção de uma prisão a cada 131 testes do bafômetro. Neste ano, a taxa subiu para 171 testes a cada prisão. "Apesar da alteração da legislação para ampliar as possibilidades de enquadramento no artigo 306 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), os números demonstram que são necessários cada vez mais testes para flagrar esse tipo de crime", informa a PRF.

Estrangeiros

O boletim da polícia revela ainda que houve dois acidentes fatais envolvendo turistas estrangeiros. Um ocorreu na Rodovia Fernão Dias, em Minas Gerais. Um veículo com três pessoas da Argentina saiu da pista depois de ser atingido por outro automóvel na traseira. O carro capotou e uma pessoa morreu. Os dois ocupantes do outro carro foram detidos por terem fugido do local do acidente.

Perto do município de Posse, em Goiás, dois torcedores belgas bateram de frente com outro carro, onde havia três pessoas. Uma pessoa morreu.

No mesmo período, a PRF informou ter encontrado nas estradas federais 484 veículos furtados ou roubados, além de apreender 8,6 toneladas de maconha e 773 kg de cocaína.

A presidente Dilma Rousseff disse, em entrevista à rede de TV Al Jazeera, que o Brasil, ao organizar a Copa do Mundo, superou não apenas as questões concretas, mas também uma "campanha negativa" contra a realização do torneio no Brasil. Segundo a presidente, uma série de notícias negativas diziam que o Brasil não tinha condições de receber o torneio.

Orgulhosa do resultado da organização da Copa do Mundo, Dilma teve de responder perguntas sobre os gastos com estádios. Para ela, os US$ 4 bilhões investidos em estádios não são parte significativa dos investimentos feitos em saúde e educação.

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Dilma Rousseff falou ainda da importância das obras de infraestrutura realizadas para a Copa do Mundo e disse que o Brasil precisa "do triplo" do que já foi feito. A necessidade de infraestrutura é, para ela, um desafio para o País.

Sobre as obras que não ficaram prontas, como o metrô de Fortaleza citado pelo entrevistador, Dilma fez questão de dizer que elas não estavam sendo feitas para o torneio, mas para a população. "Tudo que nós investimos na Copa do Mundo vai ficar no Brasil, vai ficar para o brasileiro. O que as pessoas levam do Brasil é o bom tratamento", afirmou a presidente, que lembrou que o País está investindo US$ 70 bilhões em obras de mobilidade urbana.

Ciclo econômico

Durante a entrevista, Dilma afirmou também que o Brasil deve entrar num novo ciclo econômicos ao final da crise que chegou aos países emergentes a partir de 2011. "Estamos preparando o Brasil para o ciclo econômico. Estamos em baixa no ciclo econômico (em razão da crise), mas sabemos que vamos entrar em um novo ciclo, que se não surgir para o resto do mundo vai surgir para o Brasil", firmou.

A presidente citou como exemplo desse ciclo o investimento em inovação, liderada pelo projeto Ciência Sem Fronteira, que envia estudantes brasileiros para estudar em outros países. "O Brasil é um país que tem demorado muito para modernizar seu Estado. Precisamos de um Estado mais amigável tanto para os empresários quanto para os cidadãos, os empreendedores. A questão da inovação é fundamental e, por isso temos, feito programas para incentivar a inovação", disse.

Dilma citou a educação como um de quatro passos importantes para o País se desenvolver. Ela inclui na lista investimentos em infraestrutura, a manutenção de programas para assegurar que pessoas que saíram da pobreza possam se manter no novo nível econômico e social atingido, e, por último, melhorar a relação do Estado com o cidadão.

A entrevista foi gravada na última sexta-feira, 11, antes de Dilma ser novamente vaiada e xingada durante a final da Copa do Mundo no Maracanã.

Os torcedores argentinos donos dos mais de 700 veículos estacionados no Sambódromo, no Terreirão do Samba e no Centro de Tradições Nordestinas, terão até quarta-feira (16) para deixar esses locais. A Riotur não sabe informar quantos já foram embora nem tem informações de resistências.

Funcionários estão avisando aos torcedores na manhã desta segunda-feira (14) sobre a data-limite. Os três espaços foram abertos para quem veio sem hospedagem e dormiu dentro de carros, ônibus e motorhomes ou em barracas de camping. Hoje, foram vistas pichações.

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Em grupos do Facebook organizados por argentinos que vieram para a Copa, muitos pedem carona para retornar a seu País. Eles estão sendo alvos de brasileiros que entram no página para fazer gozações; estes são repelidos com alusões à derrota da seleção de 7 a 1 pela Alemanha nas semifinais do Mundial.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, comemorou na manhã desta segunda-feira a "enorme repercussão" da Copa do Mundo, cuja decisão do domingo foi acompanhada por um bilhão de pessoas ao redor do mundo. Blatter agradeceu ainda à população brasileira e disse que o papa Francisco encaminhou uma mensagem à entidade parabenizando pelo evento, mas lamentando o vice-campeonato dos argentinos, definido com a derrota da seleção do seu país por 1 a 0 para a Alemanha, no Maracanã.

"Recebemos uma mensagem do papa Francisco hoje pela manhã. Ele não ficou muito feliz porque sua seleção não ganhou, mas disse que Copa do Mundo fantástica", afirmou Blatter, que abriu a coletiva de imprensa no Maracanã organizada pela Fifa, Comitê Organizador Local (COL) e governo, a fim de se fazer um balanço do Mundial.

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Segundo Blatter, a audiência da final da Copa foi de um bilhão de pessoas, incluindo todas as plataformas. "Foi um evento esportivo que teve grande repercussão, pela TV, na imprensa escrita, nas redes sociais", disse.

Ricardo Trade, CEO do COL, também comemorou o sucesso da Copa dentro e fora de campo. "Não tivemos a crise na mobilidade, nos aeroportos e nas telecomunicações", disse. "Podemos bater no peito como brasileiros e ter orgulho de dizer que tivemos sucesso", insistiu. "Ganhamos essa Copa", completou.

O astro Diego Maradona não concordou com a decisão da Fifa de eleger o argentino Lionel Messi o melhor jogador da Copa do Mundo, mesmo que não tenha criticado o desempenho do compatriota, que acabou sendo derrotado na decisão do último domingo, no Maracanã, onde a Alemanha se sagrou tetracampeã ao derrotar a Argentina por 1 a 0, em duelo definido na prorrogação.

"Vi Messi como se não quisesse 'agarrar' o prêmio de melhor jogador", afirmou. "O levaria ao céu, mas quando não é justo e quando querem fazê-lo ganhar algo que não ganhou, é injusto", avaliou o craque, comentarista do canal de TV venezuelano Telesur durante a Copa.

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Para Maradona, o colombiano James Rodríguez, artilheiro da Copa com seis gols, e o holandês Arjen Robben foram os principais destaques do torneio. "Robben fez um campeonato excepcional e Thomas Müller na partida com a Argentina fez um sacrifício incrível... James Rodríguez foi o melhor jogador do Mundial", afirmou.

Maradona também criticou a entrega do prêmio Fair Play para a Colômbia, se lembrando da joelhada dada pelo lateral colombiano Camilo Zúñiga em Neymar, que deixou o astro brasileiro fora da reta final da Copa. "A Fifa se contradisse ao entregar o prêmio de Fair Play para a Colômbia. Zuniga deu uma joelhada e tirou Neymar, o melhor jogador do Brasil. Estamos em um mundo de cabeça para baixo", criticou.

Avaliando a decisão, Maradona elogiou o desempenho do volante Javier Mascherano, um dos destaques da Argentina na Copa. "Para mim Javier Mascherano foi excepcional, também Ezequiel Garay, Pablo Zabaleta e Marcos Rojo", disse Maradona, que criticou a saída de Ezequiel Lavezzi no intervalo, trocado por Sergio Agüero, mesmo que tenha evitado condenar o técnico Alejandro Sabella.

"Eu me questiono sobre a saída de Ezequiel Lavezzi, que estava jogando fenomenalmente, mas eu não quero condenar ninguém, não é o meu estilo... Eu acho que Sergio Agüero não era para esse tipo de competição. Eu não vou criticar o técnico", afirmou Maradona, que também lamentou as chances de gol perdidas pela Argentina na decisão da Copa.

Campeão mundial como jogador em 1974 e como técnico em 1990, Franz Beckenbauer ressaltou que o tetracampeonato obtido pela seleção alemã no último domingo, no Maracanã, coroou a equipe que melhor jogou futebol nesta Copa de 2014. O ídolo enfatizou também que a força coletiva alemã triunfou e compensou o fato de o time nacional não contar com nenhum craque extraordinário como é Lionel Messi, por exemplo.

"Joachim Löw acertou sempre. O time alemão é o justo campeão do mundo porque foi a melhor equipe do torneio", afirmou o ex-jogador, ao canal de TV Sky, para depois completar: "Foi um êxito do time. Não tínhamos ninguém como Messi ou Ronaldo, não

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tínhamos nenhuma superestrela completa, a superestrela foi o time".

O poder de superação da Alemanha também foi exaltado por Beckenbauer. Ele lembrou que alguns jogadores, como Höwedes, precisou atuar improvisado como lateral-esquerdo, embora fosse um zagueiro que estava mais acostumado a atuar na ala direita quando não jogava como um autêntico defensor. "Jogou em uma posição completamente estranha para ele e teve um grande rendimento", destacou.

Beckenbauer também ressaltou que a Alemanha deverá seguir forte após a Copa do Mundo, depois de ter realizado três bons Mundiais com a base desta atual geração de jogadores - foi terceira colocada em 2006 e 2010 e agora alcançou o título. "Será muito, muito difícil ganhar da Alemanha", acredita.

A Copa do Mundo deixa um legado de infraestrutura para o Brasil muito menor do que o prometido quatro anos atrás - e a um custo mais alto. Em 2010, o governo anunciou que o evento atrairia investimentos de R$ 23,5 bilhões em 83 projetos de mobilidade urbana, estádios, aeroportos e portos. Parte das obras ficou no caminho e só 71 projetos foram mantidos na lista.

Segundo levantamento feito pela rede de repórteres do Estado nas 12 cidades-sede, as obras entregues para a Copa e as inacabadas somam R$ 29,2 bilhões - mesmo tendo sido substituídos em várias cidades projetos mais ambiciosos, como trens e monotrilhos, por modestos corredores de ônibus. Ou seja, o País gastou mais para fazer menos e com menor qualidade.

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Em setembro de 2013, o Ministério dos Esportes apresentou sua última consolidação das obras da chamada Matriz de Responsabilidade da Copa, já com a exclusão dos projetos prometidos em 2010 e abandonados. Os 71 projetos confirmados somavam então R$ 22,9 bilhões. Esse resultado significava que os governos federal, estaduais e municipais e a iniciativa privada gastariam 3% a menos do que o previsto em 2010 para fazer 15% a menos em número de obras. Os investimentos estavam distribuídos assim: 50,5% para o governo federal, 33,1% para os Estados e municípios e 16,4% para o setor privado. Entretanto, a reportagem do Estado constatou que o gasto total, hoje, é ainda maior: R$ 29,2 bilhões, ou 27% a mais do que o anunciado há quatro anos.

A construção dos estádios foi prioridade, seguida dos aeroportos. Mas na mobilidade urbana, o principal legado da Copa para os moradores das grandes cidades, o resultado foi sofrível. De 50 projetos, apenas 32 foram mantidos, o que quer dizer que um em cada dois foi abandonado. De acordo com a matriz consolidada em setembro pelo Ministério do Esporte, o País investiria R$ 7 bilhões em mobilidade urbana para receber a Copa, R$ 4,47 bilhões a menos do que o previsto em 2010.

Inacabadas

Além disso, boa parte das obras não foi entregue a tempo para o Mundial. O levantamento do Estado nas 12 cidades-sede mostra que 74 obras de mobilidade urbana foram entregues e 46 permanecem inacabadas. O número de obras é maior do que o da lista de projetos do ministério porque as prefeituras e governos estaduais, que são as fontes dessa informação, costumam fatiar projetos em várias obras.

Os projetos de construção do VLT de Brasília e de Manaus, por exemplo, ficaram só no papel. Já o monotrilho de Cuiabá será entregue no segundo semestre de 2015. Em São Paulo, o Expresso Aeroporto, trem que ligaria o centro da cidade a Cumbica, foi cancelado em 2012. E o monotrilho do Morumbi ainda está em construção.

O abandono e a não conclusão das obras só não tiveram um impacto maior porque a maioria das cidades decretou feriado ou ponto facultativo para o funcionalismo, além de as férias escolares de julho terem sido antecipadas. Em uma cidade como São Paulo, isso equivale a trocar o deslocamento de seus 10 milhões de moradores pelo de 64 mil torcedores indo para o Itaquerão e outras 30 mil ou 40 mil pessoas concentrando-se na Fun Fest e bares ao redor no centro da cidade, bem como na Vila Madalena, na zona oeste.

O único segmento que não sofreu baixas foram os estádios. Todos os projetos previstos saíram do papel e custaram R$ 8 bilhões ao País - 98% em recursos públicos-, montante 50% acima do previsto em 2010. Mal ou bem, ainda que com parte das arquibancadas provisória, como no Itaquerão, eles ficaram prontos para a Copa, acalmando a Fifa.

Em São Paulo, o projeto original previa a reforma do Morumbi, que custaria R$ 240 milhões e mais R$ 315 milhões em obras do entorno. Com a substituição da obra pela construção do estádio do Itaquera e investimentos no seu entorno, o custo saltou para R$ 1,37 bilhão.

No caso dos aeroportos, o desempenho foi mediano - alguns ficaram prontos, outros, não, mas isso não comprometeu o embarque e desembarque dos torcedores. Obras previstas em aeroportos como Viracopos, Confins, Fortaleza e Salvador não foram concluídas antes do Mundial. "A reforma dos aeroportos era uma necessidade, independente da Copa", analisa Carlos Ebner, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) no Brasil. "Mas a Copa era uma motivação para dar um salto de infraestrutura e deixar um legado ao País. Mas nem tudo foi feito e queremos que as obras continuem após a Copa."

Segundo ele, o caos não ocorreu porque o setor se organizou em uma operação especial e compensou os entraves de infraestrutura. Foi o que aconteceu também com o transporte urbano, beneficiado pelos feriados e linhas especiais de ônibus para os torcedores. Terminada a Copa, a vida volta ao normal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da CBF, José Maria Marin, vai pagar R$ 11 milhões aos jogadores e comissão técnica da seleção brasileira a título de premiação pelo quarto lugar na Copa do Mundo. O acerto será feito em agosto, mais tardar em setembro. Mas a CBF não vai tirar um centavo dos seus cofres. O montante equivale a 25% do prêmio destinado pela Fifa à seleção brasileira por ter ficado na quarta colocação do evento.

Todas as equipes semifinalistas são remuneradas. A CBF vai receber 44 milhões e ficará com a diferença de R$ 33 milhões. O acerto com os jogadores foi feito antes de a Copa começar, entre o presidente da CBF e alguns jogadores do time como Thiago Silva, Fred, Paulinho e Julio Cesar.

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Marin recupera, dessa forma, os R$ 15 milhões investidos na modernização da Granja Comary, em Teresópolis (RJ), onde o time de Felipão montou a sua base para a competição, de modo a continuar levando as seleções para ter preparação na cidade serrana do Rio de Janeiro. Felipão e todos os jogadores disseram que as condições de trabalho oferecidas pela CBF foram boas. Parte da categoria de base pode usar suas dependências em torneios futuros.

A premiação do Brasil poderia ser maior. Caso o time ficasse com o terceiro lugar, perdido em Brasília para a Holanda, a Fifa deixaria no País o equivalente a R$ 50 milhões. Os jogadores só receberiam premiação em porcentagem maior caso fossem campeões do mundo. Nesse caso, o elenco ratearia metade do prêmio de R$ 78 milhões, oferecido à seleção campeã, no caso para a Alemanha, que derrotou a Argentina por 1 a 0 no Maracanã, na prorrogação, depois de empate sem gols no tempo normal.

O Brasil fez as sete partidas que Felipão esperava na Copa jogada em casa, mas esteve longe de conseguir o seu objetivo. Não pôde contar com seu principal jogador, Neymar, depois do jogo contra a Colômbia, quando se machucou e não atuou mais. O time marcou 11 gols e sofreu 14 no torneio que organizou - 10 deles nas duas últimas partidas, diante de alemães e holandeses.

O presidente Marin esteve no Maracanã para ver a grande final. Subiu no palco com os principais membros da Fifa para cumprimentar as equipes e distribuir medalhas. A Messi, que ficou com o prêmio de Bola de Ouro, o cartola fez elogios, tentou consolá-lo dizendo que "ele era o melhor do mundo". Na verdade, na última eleição da Fifa para o melhor jogador do planeta, ganhou o português Cristiano Ronaldo.

O fim da Copa do Mundo não significa que o torcedor ficará carente de futebol. Nem bem os craques das seleções saem de cena e já entra em ação o Campeonato Brasileiro. Com clubes reforçados e alguns jogadores que estiveram no Mundial, inicia-se a nova Série A. A competição volta em sua 10ª rodada, mas é como se a largada fosse do início. Os times retornam bem diferentes. Os paulistas foram às compras e prometem uma volta com esperança renovada a seus torcedores.

O São Paulo chega com pinta de favorito após contratações de peso. O clube, que já contava com Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso, Luis Fabiano e Rogério Ceni, agora aposta no craque Kaká e na estrela de Alan Kardec.

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Kaká treina em dois períodos para estar pronto para voltar a dar alegria aos tricolores já no sábado, quando deve estrear diante da Chapecoense. Contra o Bahia, nesta quarta-feira, ficará na torcida para que Alan Kardec, após quase dois meses de aprimoramento, faça a diferença como vinha fazendo no Palmeiras. "Eu quero jogar logo, depois de tanto tempo treinando, nada melhor do que entrar em campo", disse o artilheiro. "Dá um pouco de ansiedade, sim, mas para o lado bom, de ter aquela gana de jogar, de forma positiva".

O presidente Carlos Miguel Aidar está eufórico com sua nova equipe e fala em brigar pelo título. A ponto de já se armar para segurar Kaká para a Copa Libertadores de 2015, caso o time se classifique. O contrato do meia vai só até dezembro. Depois, ele embarca para os Estados Unidos.

O Corinthians também mostra brilho nos olhos com as suas contratações. Elias, ídolo da torcida nas conquistas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil de 2009, volta para fazer o time decolar. Em terceiro, o clube crê em arrancada e briga no topo até o fim.

E a confiança em alta não está depositada apenas nos pés de Elias. Em todos os setores chegaram peças capazes de colocar o clube no seleto grupo de favoritos. Vieram o zagueiro Anderson Martins, o meia Lodeiro e o atacante Romero. Marcelo, revelação do Atlético Paranaense, está bem encaminhado, para alegria do técnico Mano Menezes. "Estamos atentos às oportunidades do mercado, mas, caso não chegue mais ninguém, nosso elenco está muito bem montado para fazer um bom Brasileirão", garantiu o diretor de futebol do Corinthians, Ronaldo Ximenes.

Fé nos Hemanos - O Palmeiras aposta em um trio argentino para apagar a má impressão das últimas edições e reerguer o orgulho de seus torcedores. O técnico Ricardo Gareca assume para fazer o time "jogar bola". Sua filosofia parece já dar resultado nos treinos, com mais garra e vontade. Suas bases de sustentação serão o zagueiro Tobio e o atacante Mouche, indicados por ele, já estão integrados aos demais companheiros. "Tenho muita esperança de que as coisas caminharão bem. O Gareca é um técnico com muita experiência e que teve bons resultados no Vélez. Espero que a gente possa fazer um grande trabalho juntos e cumprir o objetivo, que é conseguir um título", afirmou Mouche.

Há, ainda, a remota possibilidade de o goleador Pratto, também argentino, ser contratado pelo Palmeiras. E como ninguém saiu, há torcedor já esfregando as mãos por dias melhores. O primeiro desafio será diante do Santos, na Vila Belmiro, quando a real força verde será colocada à prova.

E por falar no clássico, o clube da Baixada Santista foi o que menos se mexeu. Mas também contratou com qualidade. O bom lateral-direito Victor Ferraz chegou do Coritiba, assim como o regular volante Souza, campeão com o Cruzeiro. A direção ainda busca um meia para a vaga de Cícero. E a defesa será comandada por Bruno Uvini, que veio do Napoli.

"Estamos preparados. Fizemos intertemporada bem forte, deixamos tudo redondinho e, mesmo com a Copa, pensamos só no Palmeiras. Nosso objetivo é voltar bem e chegar mais perto do líderes", disse Bruno Uvini.

A Copa do Mundo acabou, mas não a pressão sobre o Brasil. Em pouco mais de dois anos, começa a Olimpíada no Rio de Janeiro e o Comitê Olímpico Internacional (COI) quer aproveitar o evento que terminou neste domingo (13), no estádio do Maracanã, para evitar que os mesmos erros sejam cometidos até 2016.

A partir de setembro, o COI vai praticamente se mudar para a cidade brasileira e sabe que todos os olhos estarão voltados para o próximo evento. Entre os dirigentes olímpicos, não são poucos os que ironizam que o COI, no fundo, se beneficiou de um grande "evento-teste": a Copa. Mas os desafios são significativos: as obras estão atrasadas, nem mesmo se conhece o orçamento de metade delas, há um buraco nas contas e alguns dos projetos mais fundamentais nem sequer começaram.

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Não existe ainda uma avaliação dos custos de 28 das 54 obras para a Rio-2016 e algumas promessas já foram abandonadas, entre elas a despoluição da Baía de Guanabara. Existe ainda o sério risco de que o dinheiro público acabe tendo de assumir parte do projeto olímpico por falta de parceiros privados.

A reportagem apurou que o COI saiu do Rio com uma lição da Copa do Mundo: os atrasos não poderão se repetir. Ao contrário do que fez a Fifa, a entidade olímpica optou por intervir nos Jogos de 2016 e conduzir um acompanhamento diário das obras. Outra lição é de que o governo deve estar implicado no evento desde o primeiro dia, algo que não aconteceu na Copa até 2012.

"Estamos muito felizes que as preocupações que existiam antes da Copa não se transformaram em realidade", declarou Thomas Bach, presidente do COI. "Ao mesmo tempo, precisamos nos manter vigilantes. Não há tempo a perder", alertou. O alemão deixou claro, em reunião na semana passada, em Lausanne, na Suíça, que o atraso nas obras é mesmo sua maior preocupação. "Esse é o maior problema com o qual temos de lidar", disse.

No geral, a capital fluminense funcionou bem durante a Copa do Mundo. Mas, para o prefeito da cidade, Eduardo Paes, a Olimpíada vai exigir ainda mais do que o Mundial de futebol. "São eventos muito diferentes. Em 2016, receberemos 15 mil atletas na cidade, enquanto que, na Copa, foram 700 espalhados pelo País", destacou. "Mas estamos otimistas. Já tivemos a Rio +20, a Jornada Mundial da Juventude e a Copa do Mundo e todos esses eventos nos trouxeram aprendizado".

Mobilidade - Considerado antes da Copa um dos possíveis problemas a serem enfrentados durante o Mundial, a mobilidade urbana acabou acontecendo sem maiores sobressaltos. Para isso, dois fatores ajudaram: o deslocamento dos torcedores via metrô até o Maracanã e a decretação de feriados nos dias de jogos na cidade.

Para a Olimpíada, porém, o plano precisará ser revisto. "É impossível ter feriados em 20 dias. Com certeza, vai haver restrições em alguns bairros próximos aos locais de provas e trabalharemos também com horários (alternativos)", disse Eduardo Paes.

As linhas de metrô também não atingem todas as regiões onde serão realizadas as diversas modalidades esportivas. "As obras de mobilidade estão ficando prontas. Ainda vamos precisar planejar isso", informou o prefeito, referindo-se aos corredores do BRT e à Linha 4 do metrô, esta de alçada do Estado.

Essa linha irá ligar o bairro de Ipanema, na zona sul, à Barra da Tijuca, na zona oeste. Será um meio importante de deslocamento para os cariocas e para os turistas que vierem assistir aos Jogos, uma vez que a distância é longa e o trajeto pelas avenidas que ligam os dois pontos da cidade costuma ser bastante congestionado. Mas o ritmo de construção já preocupa as autoridades. "É uma obra que está com a flexibilidade pequena", admitiu o general Fernando Azevedo e Silva, presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO).

Hospedagem - Uma surpresa durante a Copa foi a vinda de muitos turistas sul-americanos ao País em motorhomes e trailers. No Rio, a prefeitura conseguiu alojar boa parte deles no Sambódromo e no Terreirão do Samba, um espaço público para shows. Eduardo Paes se animou com a possibilidade de repetição dessa iniciativa para 2016. "Adoraria ver essa invasão de sul-americanos de novo, mas temos de nos preparar para ela. Não esperávamos que fosse assim na Copa", admitiu. "Acabamos reagindo bem, mesmo no improviso. Vamos ter de fazer pontos para motor homes. É algo que vamos estruturar".

A ideia também agrada o governo federal. "Nós queremos abrigar aqui, de maneira muito forte, torcedores, turistas de toda a América Latina e ofereceremos estrutura convidativa", assegurou Luis Fernandes, secretário executivo do Ministério do Esporte. "Nossa leitura é muito positiva", disse, referindo-se à presença dos motorhomes na cidade.

Uma das razões do apoio à iniciativa é a resolução, em parte, do problema da falta de leitos nos hotéis da cidade. A prefeitura já havia anunciado o desejo de alugar supernavios para a hospedagem de turistas - eles ficariam ancorados na cidade durante os Jogos. O custo estimado é de quase R$ 67 milhões por embarcação.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves, disse não ter ficado surpreso com as vaias recebidas pela presidente Dilma Rousseff durante a final da Copa do Mundo, no Maracanã. "É um sinal claro de rejeição, da impopularidade. Se ela é vaiada em locais onde há um controle absoluto do público, o que seria de se esperar num estádio?", observou.

O senador disse não ter visto a carta da presidente endereçada à comissão técnica e jogadores, divulgada no início da manhã de domingo. "Mas claramente é uma jogada de marketing: ela já quis explorar a vitória, apareceu naquela foto estranha, imitando o gesto do Neymar." Para Nunes, porém, nenhuma dessas estratégias terá resultado prático. "O que as pessoas querem é qualidade nos serviços, economia estável."

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O candidato repetiu o discurso que tucanos vem apresentando nas duas últimas semanas: de que a Copa não influencia a eleição. Assim como seus pares, ele recorreu às estatísticas de eleições passadas: "Ganhar ou perder o campeonato não decide eleições e a história mostra isso. São coisas distintas." Mas ele observa que o chamado "legado da Copa" pode contar desfavoravelmente. "Aeroportos que eram ruins melhoraram, mas ainda estão longe de ter um bom padrão. Os atrasos das obras foi considerável e isso não será esquecido", disse.

Nunes assistiu o jogo entre Alemanha e Argentina em Brasília, com sua mulher. "Comendo pipoca e torcendo para a Argentina", contou. Em seu balanço, o sucesso conquistado pela Copa não está relacionado à organização. "Foi o clima da qualidade dos jogos, das torcidas."

O senador avalia que o clima de disputa eleitoral vai levar um tempo para começar a esquentar. "Por enquanto, o trabalho ainda é nos partidos, na montagem da campanha. Para valer será no momento em que tiver início a campanha na TV", disse.

O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que o mundial de futebol vai deixar como legado a conscientização da sociedade sobre qualidade das obras públicas e a necessidade da fiscalização dos gastos. "A própria presidente Dilma politizou a Copa. Isso ficou evidente nas manifestações de junho do ano passado, quando a população saiu às ruas por não concordar com a gastança excessiva e a exigência do 'padrão Fifa' para os estádios. Esse, talvez, seja o grande legado da Copa", disse Rubens Bueno.

Em cerimônia fechada, longe dos olhos da imprensa e dos milhares de torcedores que lotavam o Maracanã na tarde deste domingo, a presidente Dilma Rousseff passou "simbolicamente" o comando da organização da Copa do Mundo para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na presença do presidente da FIFA, Joseph Blatter. Em sua fala, após comemorar o sucesso da realização da Copa das Copas, a presidente Dilma disse que a comemoração só não foi perfeita porque o Brasil não se sagrou campeão.

"Nós, brasileiros, guardaremos a emoção e satisfação de ter realizado um evento muito bem sucedido, uma Copa que só não foi perfeita porque o hexacampeonato não veio", disse a presidente, em discurso, lembrando que agora as atenções estarão voltadas para a Rússia, sede da Copa de 2018.

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Durante esta cerimônia, Dilma afirmou ter certeza que todos que vieram ao Brasil "levarão de volta a experiência de ter conhecido um belo país, feito por um povo carinhoso e receptivo, e onde impera a diversidade". "Nós, brasileiras e brasileiros de todos os cantos deste imenso e adorado País, convidamos todos a voltarem para as Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016, que sediaremos com a mesma competência e hospitalidade dedicadas à Copa do Mundo". Em resposta, também em uma fala rápida, Putin afirmou que espera conseguir organizar uma Copa tão boa quanto do Brasil.

Dilma, Putin e Blatter assinaram três bolas da Copa, a Brazuca, em uma edição especial, dourada. Uma delas ficará com Dilma, outra com Putin, e a terceira irá para o futuro museu da FIFA, em Zurique, na Suíça. O presidente da Fifa, por sua vez, disse que "a Copa do Mundo em 2014 foi de muito sucesso e certamente veremos um legado neste país. Ao mesmo tempo, a responsabilidade agora cabe ao próximo país-sede e estou confiante de que a Rússia vai assumir essa responsabilidade e também realizar uma maravilhosa e inesquecível Copa do Mundo em 2018."

Já o presidente da Rússia emendou parabenizando Dilma pela forma como a Copa foi organizada. "O futebol ajuda a solucionar problemas sociais. Nossa tarefa é criar as melhores condições para treinadores, jogadores, especialistas e torcedores. Sou grato ao presidente Blatter e seus colegas da FIFA pela honra de organizar a Copa do Mundo. Faremos tudo o que pudermos para organizar o evento no mais alto nível", disse Putin.

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No justo título da Copa do Mundo da Alemanha, Neuer foi um dos destaques. Além das grandes defesas, por muitas vezes o arqueiro se arriscava a sair da área para ajudar os zagueiros. E, com méritos, foi eleito o melhor goleiro da competição. Após a vitória por 1 a 0 e com dois troféus conquistados, o alemão dedicou o triunfo aos jogadores que se lesionaram antes do Mundial.

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“Tivemos alguns problemas antes da Copa do Mundo com alguns jogadores como Reus, por exemplo. Mas eles também são campeões”, dedicou aos lesionados Reus, Badstuber, Schmelzer, Bender, Mario Gomez e Gundogan. 

Neuer reconheceu a sua importância na conquista da Alemanha. Porém, dividiu os méritos com todo o grupo. “Tentei fazer apenas o meu trabalho e servindo bem ao time. É o meu jeito de jogar. Não sou importante sozinho. Todo time trabalhou muito bem”, pontuou.

O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, disse neste domingo (13), em cerimônia fechada no Estádio do Maracanã que marcou a transferência da sede do Brasil para a Rússia, com a presença dos presidentes Dilma Rousseff e Vladimir Putin, que a Copa do Mundo de 2014 foi um sucesso. Na ocasião, Blatter apresentou um certificado de transferência simbólica do evento para Putin e entregou bolas oficiais da partida autografadas aos dois chefes de Estado.

"A Copa do Mundo da Fifa no Brasil apresentou uma mensagem muito especial – uma mensagem de união, conectando as pessoas, uma mensagem de paz e antidiscriminação”, disse Blatter antes do jogo entre Argentina e Alemanha. “A Copa do Mundo em 2014 foi de muito sucesso e certamente veremos um legado neste país”.

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A presidenta Dilma desejou sorte ao povo russo na organização do torneio e disse que o Brasil se orgulha muito de ter recebido a Copa mais uma vez e que o mundo esteve conectado com o país por 30 dias, celebrando gols com emoção nas 12 cidades-sede.

“Estou certa de que todos os que vieram ao Brasil, como os turistas e as delegações, levarão de volta as lembranças da nossa hospitalidade e alegria, e nós, brasileiros, também teremos memórias inesquecíveis”. Desejo ao povo russo muito sucesso na organização da Copa do Mundo da Fifa 2018.”

O presidente russo agradeceu a oportunidade de seu país poder realizar a Copa de 2018, disse que o futebol ajuda a solucionar problemas sociais e elogiou a organização do torneio feito pelo Brasil.  “Faremos tudo o que pudermos para organizar o evento no mais alto nível”, completou Putin.

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