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Policiais dispersaram com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral um grupo de cerca de 300 manifestantes que tentava se aproximar do Maracanã, antes do início da final da Copa do Mundo, neste domingo. Os manifestantes protestavam contra o Mundial, as condições precárias da saúde pública e contra a repressão policial, um dia depois da detenção de 19 ativistas acusados de vandalismo em outros protestos.

A polícia montada foi mobilizada para enfrentar os manifestantes, cercados por centenas de soldados da PM na Praça Saens Peña, na Tijuca (zona norte do Rio), a um quilômetro do Maracanã, onde a Argentina enfrenta a Alemanha. Muitos manifestantes deixaram o local e cerca de 100 permaneceram na praça, batendo palmas ironicamente e gritando palavras de ordem contra a polícia.

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Prevendo a manifestação no centro comercial do bairro, a Polícia Militar já havia montado um forte esquema de segurança, bloqueando os acessos de veículos à praça. Depois do início do ato, os policiais formaram uma barreira em torno dos manifestantes, chegando a usar spray de pimenta contra aqueles que tentassem romper o cordão de isolamento.

Os manifestantes exibiam cartazes com frases como "Libertem os presos" e "Protesto não é crime", em referência aos ativistas detidos durante os protestos contra a Copa do Mundo.

Outros indicavam "Fuck FIFA", ou "Chame o Neymar e cuide da minha saúde".

"Somos contra a Copa pela forma como está sendo realizada. Tornou-se um instrumento para centralizar a riqueza, de desigualdade social e também de repressão do Estado", disse à AFP o manifestante Maurício Mileo, do movimento social Coletivo Marxista.

"O aparato policial é tão grande que qualquer ação fica quase impossível. Nós nos juntamos às organizações sociais para pedir que libertem aqueles que foram presos e respeitem o habeas corpus", disse.

No total, 26.000 policiais e soldados faziam parte do esquema de segurança montado neste domingo no Rio de Janeiro, na maior mobilização das forças de segurança da história do Brasil.

A polícia deteve no sábado 19 ativistas, incluindo Elisa de Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, de 28 anos. Considerada uma das líderes das manifestações, Sininho foi detida em Porto Alegre. Outros nove manifestantes ainda estão sendo procurados. Eles são considerados foragidos.

De acordo com a polícia, os manifestantes estavam organizando ações violentas para este domingo.

Contra os detidos, há um mandado de prisão preventiva de cinco dias. Eles podem ser condenados a até três anos de prisão por formação de quadrilha.

Uma histórica onda de manifestações sacudiu o Brasil durante a Copa das Confederações do ano passado.

Mas, depois do início da competição, os protestos perderam intensidade.

Policiais militares dispersaram com uso de bombas de gás e de efeito moral um protesto contra a Copa que acontecia na Praça Saens Peña. Os manifestantes pretendiam seguir em direção ao Estádio Maracanã, mas foram impedidos por um forte esquema de segurança. Os policiais contam com auxílio de homens da Força Nacional e bloquearam todas as ruas no entorno da praça, para impedir que os manifestantes se desloquem.

Homens do Batalhão de Choque e da Cavalaria também reforçam o efetivo. Os manifestantes pedem a libertação de ativistas políticos contrários ao evento que foram presos ontem (12) em Operação da Polícia Civil.

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A situação continua tensa no local, e os policiais da Cavalaria desembainharam as espadas para intimidar os manifestantes que tentam se reagrupar para seguir com o protesto. Eles carregam bandeiras e faixas criticando os gastos com a Copa.

Quase 17 horas depois da derrota para a Holanda, que deixou o Brasil em quarto lugar na Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff divulgou neste domingo (13) uma carta que enviou aos jogadores e à comissão técnica da seleção brasileira. No texto, ela destaca que "nós, brasileiros, não levamos a taça, mas fizemos a Copa das Copas", acrescentando um agradecimento ao grupo comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari: "Sem vocês, isso jamais seria possível".

Depois de duas derrotas seguidas, com o humilhante 7 a 1 para a Alemanha na semifinal e o melancólico 3 a 0 diante da Holanda no sábado, Dilma minimizou os tropeços da seleção na Copa. Na carta, endereçada aos "queridos jogadores e querida comissão técnica", a presidente afirma que "vocês - e o futebol brasileiro - são maiores do que quaisquer resultados passageiros".

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Tentando reverter um pouco do clima de decepção que tomou conta do País, depois do fracasso da seleção na reta final da Copa, Dilma destacou ainda, em sua carta à seleção, que "o que permanecerá mais forte no coração do nosso povo serão os momentos de alegria que vocês nos proporcionaram nesta Copa e que, seguramente, irão nos garantir em Copas futuras". E justificou: "Principalmente porque todos nós, sem exceção, saberemos aproveitar as lições de agora para melhorar ainda mais o nosso futebol, dentro e fora dos estádios". Para a presidente, "é assim que vamos ampliar a história de sucesso da nossa seleção". Dilma encerra a carta agradecendo aos jogadores e à comissão técnica: "Recebam nosso carinho e nosso sincero agradecimento".

Ao final de todas as partidas do Brasil na Copa, Dilma vinha postando mensagens em seu Twitter para comentar os resultados. No sábado, porém, ela não se manifestou pessoalmente após a derrota por 3 a 0 para a Holanda em Brasília. Mas o Palácio do Planalto parabenizou, na página do Facebook, a seleção brasileira. "Valeu, seleção! Estar entre as melhores não é para qualquer uma. Parabéns!", informava a mensagem da Presidência da República.

Depois de prometer se matar caso a Argentina vencesse o Brasil no Maracanã, na final da Copa do Mundo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, mudou de lado. Ontem, o político exaltou a "linda invasão" da capital carioca pelos hermanos e disse que está quase torcendo pela vitória do país vizinho contra a Alemanha.

O prefeito lembrou a declaração feita ao jornal inglês "The Guardian": "Eu no ano passado disse que me matava se o Brasil perdesse para a Argentina. Agora estão confundindo a história e dizendo que se a Argentina for campeã o prefeito vai se matar, se jogar pela janela. Estou tão simpático à figura dos hermanos que estou quase torcendo para a Argentina", disse arrancando risos da plateia de investidores do Rio Conference Global Summit.

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O episódio gerou brincadeiras no Facebook, como a página "Suicídio do Eduardo Paes". Mais de 31 mil pessoas haviam confirmado presença no "evento".

A previsão é de uma invasão de argentinos ao Rio para assistir a final no Maracanã. "Quem quiser ver argentinos típicos não deixe de ir ao sambódromo ou à Praça Onze, está imperdível", disse Paes, mencionando locais onde parte dos torcedores argentinos está acampada. O prefeito carioca deixou clara a preferência por uma vitória Argentina. "Que vença o melhor. Argentina", disse.

A crise que atingiu o futebol brasileiro após a goleada imposta pela Alemanha não se resumiu à Granja Comary, concentração da seleção brasileira em Teresópolis, na Região Serrana fluminense. A cerca de cem quilômetros dali, no mercado popular da rua Uruguaiana, no centro do Rio, o mercado de figurinhas do álbum oficial da Copa também sofreu desvalorização.

O retrato de Neymar, por exemplo, era vendido a R$ 10 até a última terça-feira e desde então é oferecido a R$ 5. "Era a figurinha mais cara, junto com o escudo da seleção. Mas a procura caiu e agora as duas passaram a valer a metade", reclamou o promotor de vendas Lucas Rodrigues, de 20 anos. Em férias, ele passa o dia na Uruguaiana vendendo e comprando figurinhas.

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As imagens de Fred, Hulk e Julio Cesar também perderam valor: custavam R$ 3 antes da semifinal e agora são vendidas a R$ 2. Os demais jogadores do Brasil já eram vendidos a R$ 2, e o preço não mudou. Ao contrário do Brasil, as figurinhas da Alemanha se valorizaram: custavam R$ 0,30 e agora são vendidas a R$ 0,50. "Mas a Argentina não mudou: fora o Messi, todas as outras figurinhas custam R$ 0,30 desde o início", disse Lucas. O camisa 10 argentino custa R$ 2. As figurinhas mais baratas custam R$ 0,20.

"Croácia, México, Japão quase não têm procura", contou Mário Pereira, outro vendedor de figurinhas. "A procura por figurinhas começou em abril e o auge foi do fim de maio até a metade de junho. Desde o início da Copa a procura estava caindo, e com a goleada piorou de vez", afirmou. Um álbum completo custa em torno de R$ 250. "Mas tem quatro preços: álbum de capa dura ou mole, com figurinhas coladas ou soltas. Por R$ 270 dá pra comprar o de capa dura com as figurinhas já coladas."

Apesar da derrota brasileira, dezenas de pessoas continuam se reunindo na Uruguaiana. Além de comprar, é possível vender ou trocar figurinhas. "Sempre que venho ao centro passo por aqui. Mas não compro, só troco as repetidas", diz o estudante Victor Martins, de 24 anos, que nesta sexta conseguiu 17 figurinhas inéditas. "Agora só faltam 22", comemorou.

O senador Cidinho Santos (PR-MT) devolveu nesta sexta-feira, 11, ao Senado, o dinheiro gasto com passagem aérea para que ele assistisse ao jogo de abertura da Copa da Fifa, entre Brasil e Croácia, em São Paulo. Depois de ganhar ingresso de uma empresa patrocinadora do mundial, o parlamentar recorreu à Casa para garantir também gratuitamente um voo de Cuiabá à capital paulista, no valor de R$ 1.044,53.

A mesma atitude não teve o senador Aníbal Diniz (PT-AC), que gastou R$ 2.988,27 de recursos públicos em três passagens para acompanhar partidas do mundial. Por meio de sua assessoria, ele disse que não devolverá o dinheiro porque estava a trabalho da Subcomissão de Acompanhamento da Copa e das Olimpíadas, instalada no Senado.

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Diniz assistiu aos jogos Brasil e Croácia, em São Paulo, Brasil e Camarões, em Brasília, e Brasil e Alemanha, em Belo Horizonte. O senador pretende ir neste sábado, 12, novamente ao estádio Mané Garrincha, na capital federal, para acompanhar a disputa do terceiro lugar entre a seleção brasileira e a Holanda.

Em sua edição desta sexta-feira, o jornal O Globo, que noticiou o uso de passagens aéreas do Senado pelos parlamentares para ir a jogos, destacou que a Subcomissão de Acompanhamento da Copa só se reuniu três vezes desde 2011. O órgão está sem atividades há quase um ano. Diniz ganhou os três ingressos de cortesia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Já Cidinho Santos recebeu o ingresso para o jogo do Brasil contra a Croácia da empresa de carnes Marfrig - que vende churrascos nas arenas.

A Copa do Mundo de 2014 chega a reta final, mas os temas ligados ao campeonato realizado no Brasil devem ir além do domingo (13). A avaliação é de professores de cursinhos que apostam que o mundial deve ser abordado nos vestibulares no fim do ano. Além de questões históricas, como o uso político da vitória na Copa de 1970, comparação com a Copa de 1950 e os protestos, podem cair temas de geografia como fuso horário, as diferenças climáticas brasileiras, o fluxo de pessoas e as epidemias. Há ainda a possibilidade do tema ser abordado na redação.

O professor de História no Cursinho da Poli Fernando Rodrigues fez uma pesquisa nos vestibulares de universidades públicas e das principais instituições privadas de todo o País. No últimos 20 anos, segundo ele, foram 26 questões relacionadas a Copa, sendo que 13 se referiam ao uso político da vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970. Já o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), segundo a pesquisa, nunca abordou a Copa do Mundo.

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Ele ressalta ainda que a Copa da África do Sul, em 2010, foi utilizada para falar sobre apartheid em questões da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Já em 2006, com a Copa na Alemanha, uma questão abordava a divisão das duas Alemanhas e a guerra fria. "Geralmente, não há pergunta específica sobre Copa, mas ela é utilizada como mote para perguntar sobre temas ligados ao país aprendidos no Ensino Médio", ressalta.

Neste ano, Rodrigues aposta que os vestibulares vão trazer questões sobre os protestos contra a Copa ligados a outras manifestações como os caras pintadas na década de 90 e o movimento "Diretas Já", na década de 80. Além dos protestos, ele também acredita que o possível uso político da Copa pelo governo ou oposição também pode ser explorado.

Para a professora de Redação do colégio e cursinho Objetivo Maria Aparecida Custódio, as universidades podem pedir dissertações sobre a "alienação" do brasileiro com o esporte. "Outra discussão é o fato de sermos apaixonados por futebol e o esporte em si ser tão pouco valorizado. Só 50% das escolas públicas tem quadra de esporte", ressalta.

Maria Aparecida também aposta que as universidades podem provocar os vestibulandos a escreverem sobre o saldo da copa ou sobre o patriotismo durante o evento. "Outro tema que pode surgir é a síndrome vira-lata surgida após a derrota da Copa de 1950 e reafirmada agora", diz.

Ela não acredita, no entanto, que o tema será usado na redação do Enem. "O exame não traz 'temas políticos' que possibilitem que os candidatos critiquem o governo. Geralmente, traz questões de cidadania", cita. Já a Fuvest, segundo ela, não deve abordar a Copa, já que define o tema no começo do ano e não costuma trazer questões da atualidade. "São sempre questões atemporais", lembra.

Para o professor de geografia no Cursinho da Poli Billy Malachias, a Copa deve ser abordada com questões ambientais ligadas a biológicas. "Com o tamanho do território brasileiro, há diferentes zonas climáticas, isso se manifestou no comportamento dos atletas, com grande esforço físico, por conta da umidade e calor. Isso foi mais difícil para seleções europeias", ressalta.

As Fun Zones montadas em 12 aeroportos localizados nas cidades-sede da Copa do Mundo pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) já receberam 312.783 turistas. Esse número considera o fluxo de visitantes do dia 10 de junho (data anterior ao início dos jogos) até 7 de julho. A Infraero destaca que tamanho fluxo de turistas corresponde a cinco estádios lotados.

As Fun Zones da Infraero foram montadas nos aeroportos de Confins MG), Congonhas (SP), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Galeão (RJ), Manaus (AM), Pampulha (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA) e Santos Dumont (RJ). A unidade que teve maior fluxo de turistas entre 10 de junho e 7 de julho foi a de Confins, com 63.532 pessoas, relata a Infraero.

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Em segundo lugar ficou a Fun Zone de Curitiba, com 48.784 turistas. A capital gaúcha ficou na terceira posição, com 38.770 pessoas. As Fun Zones funcionam até o dia 20 de julho - com exceção dos espaços montados nos aeroportos do Galeão e de Congonhas, que estarão abertos até o dia 25 de julho.

Nas Fun Zones dos aeroportos da Infraero os torcedores podem acompanhar, em telões, uma programação voltada para o futebol, jogar totó, futebol de botão e videogame, acessar gratuitamente a internet sem fio, além de obter informações turísticas de cada cidade em português e inglês em totens "touch screen".

O passageiro também tem à disposição máquinas para a venda de refrigerantes, cervejas, salgadinhos, snacks e chocolates. Outra facilidade é a possibilidade de acompanhar os horários dos voos e fazer o check-in por meio de totens de autoatendimento.

Em um mês de Copa do Mundo, a Prefeitura de São Paulo gastou entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões dos cofres públicos nas operações municipais relacionadas ao evento. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), que na manhã desta sexta-feira (11), apresentou o balanço do evento em São Paulo, o investimento feito pela administração municipal durante os 30 dias de Copa equivale ao que é gasto no carnaval e na Fórmula 1 - dois grandes eventos anuais da capital que duram uma semana no máximo.

"A ordem de grandeza do custeio da Copa do Mundo, sem mencionar os investimentos que vão ficar, não excedeu aquilo que São Paulo gasta anualmente em carnaval e Fórmula 1", disse Haddad. Por outro lado, a capital paulista arrecadou pelo menos R$ 1 bilhão com os cerca de 500 mil turistas que ficaram na cidade.

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"Apesar de ser semelhante (aos dois eventos), o retorno é quinze vezes superior", afirmou Wilson Poit, presidente da São Paulo Turismo (SPTuris). A Secretaria Municipal de Finanças vai avaliar quanto desse dinheiro que os turistas gastaram na cidade retorna aos cofres públicos. Também estiveram na apresentação do balanço a vice-prefeita e coordenadora do SPCopa, Nádia Campeão (PC do B), e Raquel Verdenacci, coordenadora executiva do Comitê Paulista da Copa do governo Estado.

Segundo a Prefeitura, cerca de um milhão de pessoas estiveram na Arena Corinthians, na zona leste, na Fan Fest, na região central, e nos eventos de exibição pública. O número não leva em conta os torcedores que foram para o "Carnacopa" da Vila Madalena, na zona oeste da capital.

O pico de pessoas no bairro foi no dia 4 de julho, quando 70 mil compareceram para assistir à partida entre Brasil e Colômbia. "É muito provável que a Vila Madalena passe a ter um público maior", disse a vice-prefeita. "Dificilmente volta a ser a mesma coisa que era antes", explicou Nádia, que já prevê mudanças no bairro que virou ponto de encontro e aglomeração em datas festivas da cidade e comemorações. "É mais uma área que vai ter um trabalho posterior a realizar", disse.

Após o encerramento da Copa, a Subprefeitura de Pinheiros junto com a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, comerciantes e moradores do bairro, discutirão que medidas devem ser acionadas na região em feriados prolongados e festas como o carnaval.

Turistas.

De acordo com o levantamento da SPTuris, pelo menos 495.859 turistas estiveram na capital. Do total, 299.322 eram brasileiros e 196.547 estrangeiros (um em cada três eram argentinos). O turista brasileiro gastou em média R$ 2.200 e o estrangeiro, R$ 4.800.

Trânsito e mobilidade.

A vice-prefeita afirmou que a Prefeitura vai "ter que encontrar uma melhor medida" para a realização dos jogos na Arena Corinthians nos horários normais das partidas do Campeonato Brasileiro e outras competições. "Os dois eventos de teste foram feitos pensando na Copa. Então, agora vamos ter que ter um tempo de adaptação", afirmou.

Questionada sobre adotar definitivamente a extensão do horário do rodízio em São Paulo, como feito em partidas do Brasil e jogos na Arena Corinthians, a vice-prefeita disse apenas que a alternativa está sendo estudada junto com outras. "Não existe nenhuma decisão sobre isso", afirmou.

De acordo com Raquel Verdenacci, representante do governo do Estado, 345 mil pessoas utilizaram o transporte sobre trilhos da Linha 3-Vermelha do Metrô e do Expresso Copa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) para chegar à Arena Corinthians nos seis jogos que estádio recebeu.

Antes da final da Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina, no próximo domingo, 13, no Maracanã, a presidente Dilma Rousseff receberá sete presidentes e primeiros-ministros para um almoço no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. O encontro acontecerá entre meio-dia e 13h30 e as autoridades seguirão do Palácio para o estádio, onde assistirão à cerimônia de encerramento e ao jogo.

A prefeitura anunciou a interdição das duas pistas da Rua Pinheiro Machado, em Botafogo (zona sul), em frente ao palácio, a partir das 10 horas de domingo.

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Estarão presentes à recepção, segundo o Palácio do Planalto, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da África do Sul, Jacob Zuma; do Gabão, Ali Bongo Ondimba; e da Alemanha, Joachim Gauck, e os primeiros-ministros da Alemanha, Angela Merkel; da Hungria, Viktor Orbán; e de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar. Apesar da vaia recebida no jogo de estreia da Copa, em São Paulo, a presidente anunciou que entregará a taça ao campeão.

Embora a grande maioria dos imigrantes abrigados no espaço da Prefeitura no Glicério seja do Haiti, cidadãos de Gana vêm engrossando a demanda por acolhimento no local nas últimas semanas. Imigrantes do país africano aproveitaram a realização da Copa do Mundo no Brasil para pedir visto como turistas e viajarem ao País. Ao chegarem aqui, deram entrada junto às autoridades brasileiras ao pedido de refúgio político.

Assim como aconteceu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde 250 ganeses fizeram a solicitação, São Paulo também tem recebido imigrantes de Gana nessa situação. Somente no abrigo da Prefeitura, há cerca de 40 ganenses.

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Entre eles está o engenheiro mecânico Richard Oduro Amponsa, de 41 anos. "Comprei ingresso no site da Fifa para mostrar no Consulado do Brasil em Gana, consegui o visto e cheguei há uma semana. Mas nem sou fã de futebol. Só aproveitei essa oportunidade para fugir do conflito étnico que está acontecendo no meu país. A disputa por terra faz com que a gente tenha que matar irmãos. Não quero fazer parte disso", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em entrevista apresentada nesta quinta-feira (10) pela CNN, a presidente Dilma Rousseff defendeu uma "renovação" no futebol brasileiro que interrompa a exportação de bons jogadores do País e sirva como um elemento de atração de espectadores aos estádios, especialmente os que foram construídos para a Copa do Mundo.

"O Brasil não pode mais continuar exportando jogador. Exportar jogador significa não ter a maior atração para os estádios ficarem cheios", ressaltou. "Qual é a maior atração que um país que ama o futebol como o nosso tem para ir num jogo de futebol? Ver os craques. Tem craques no Brasil que estão fora do país há muito tempo."

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Segundo ela, um país com a paixão pelo futebol como a do Brasil "tem todo o direito de ter seus jogadores aqui e não tê-los exportados". A defesa da renovação do futebol foi feita em resposta a uma pergunta sobre os elevados gastos com a Copa do Mundo - US$ 14 bilhões comparados a US$ 4 bilhões usados na África do Sul em 2010. A presidente afirmou que os estádios consumiram apenas US$ 4 bilhões do total e comparou o valor aos US$ 850 bilhões gastos pelas três esferas do governo com saúde e educação entre 2010 e 2013.

O restante dos recursos foram aplicados em obras que eram necessárias, como aeroportos, sustentou a presidente. Dilma reconheceu que a Alemanha "jogou muito bem" na partida em que derrotou o Brasil por 7 a 1, na terça, e que felicita a primeira-ministra Angela Merkel pela vitória. "Quando você perde, você tem de cumprimentar o adversário. Não é uma guerra, é um jogo, e é por isso que o futebol encanta", observou. "Então eu vou cumprimentar a Angela Merkel e dizer para a chanceler que o time dela jogou muito bem. E que ela esteja de parabéns."

Dois dias depois da humilhação do Brasil na semifinal Copa do Mundo, o governo pediu uma mudança no futebol brasileiro e que a goleada da Alemanha sirva como "lição". "O futebol brasileiro precisa de fato de mudanças", disse Aldo Rebelo, ministro dos Esportes em uma coletiva de imprensa no Maracanã nesta quinta-feira. "A derrota para a Alemanha evidencia mais essa necessidade."

Para ele, mesmo que a humilhação não tivesse ocorrido, a mudança era necessária. Mas o resultado tornou essa transformação mais urgente. "Foi um acidente o que ocorreu. Mas precisamos examinar o motivo e a causa do acidente. É uma marca profunda. A melhor reação é ver as causas mais duradouras daquele desastre. Precisamos extrair lições para que o Brasil reponha a seleção no status que ela deve ter. As mudanças são necessárias", disse.

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Aldo classificou os 7 x 1 como "uma marca muito terrível para o futebol brasileiro". O ministro pede melhoria na qualidade da gestão dos clubes, novas leis e até o impedimento da exportação de jovens craques. Ele também quer maior organização no calendário e na estrutura financeira dos times.

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, deixou claro ontem que não pretende explorar na campanha a goleada por 7 a 1 que o Brasil sofreu para a Alemanha, na terça-feira, na semifinal da Copa da Fifa 2014. "Nossa proposta foi, é e sempre será trabalhar a favor do Brasil. Queremos sempre que as coisas no Brasil deem certo. Essa tem sido nossa atitude e continuará sendo", disse.

Campos entende que o vexame vivido pelo Brasil no Mineirão deve ser tratado como um tabu, porque não rende nada em termos de votos. Pelo contrário, insistir nele pode é aumentar a irritação do eleitor. Por causa da derrota sofrida pelo Brasil o ex-governador cancelou a visita que faria a Fortaleza ontem, para dar prosseguimento à campanha. Ele avaliou que o eleitor não entenderia direito a atitude de um candidato pedindo votos no dia seguinte à comoção nacional causada pela derrota.

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Antes da goleada, a campanha de Eduardo Campos havia traçado algumas estratégias para o caso de a presidente Dilma Rousseff tentar ganhar o eleitor com a boa receptividade do torneio pelo público. A ideia era dizer que as denúncias de corrupção envolvendo a construção dos estádios não deveria ser esquecida, apesar do sucesso da Copa da Fifa.

Essa estratégia será mantida. Os bilionários empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção dos estádios deverão ser lembrados na campanha, mas sempre em relação à suspeita de irregularidades e sobre os limites entre o público e privado. Nunca haverá uma condenação aos estádios, que servirão à prática do futebol nos campeonatos do País daqui para a frente.

Sempre que o assunto futebol for lembrado, Campos pretende chamar a atenção do eleitor, dizendo que é possível dar um passo à frente e voltar mais forte. E que, assim como fez uma festa muito bonita durante o torneio de futebol da Fifa, poderá fazer o mesmo na eleição de outubro, quando escolherá o próximo presidente da República. A prioridade de Campos agora é tentar melhorar sua posição diante do eleitor nas pesquisas eleitorais sobre a disputa presidencial.

"Nós nunca supervalorizamos o ganhar ou o perder na Copa. O que sabemos é que o mau humor da população não é bom para quem está no governo. E no momento a população está num mau humor danado por causa do futebol. Mas não vamos explorar essa questão", disse o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, um dos chefes da campanha de Campos. "Depois que passar o susto da Copa, a população continuará de mau humor, porque terá à sua frente o Brasil real, com inflação, baixo crescimento econômico, problemas de gestão. É isso que vamos explorar na campanha", disse ele.

"As razões que sustentaram as candidaturas de oposição persistem, porque a situação econômica do Brasil é ruim, a educação é deficiente, o atendimento à saúde sofrível, falta segurança pública e condições dignas de transporte", continuou Siqueira. "Sabemos que a única coisa que une o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste, é o futebol, independentemente da opção política de cada um. Por isso essa questão do resultado do jogo deve ficar à parte", continuou Siqueira.

O efetivo da Força Nacional de Segurança Pública no Rio de Janeiro nesta última semana da Copa do Mundo foi dobrado, segundo informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Até a final do Mundial, no próximo domingo (13), serão cerca de 500 integrantes atuando nas ações de segurança.

O ministério da Justiça informou que equipes da Força Nacional com cerca de 150 integrantes também estarão de prontidão em Brasília e serão acionadas se houver necessidade. No Rio de Janeiro, a Força Nacional realiza patrulhamento com ações na Linha Amarela, Linha Vermelha, autoestrada Lagoa da Barra, Avenida Niemeyer, viaduto Paulo de Frontin, Túnel Rebouças e Francisco Bicalho.

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Também está sendo feito um trabalho específico nas estações de metrô: na Praça Cardeal Arcoverde, Siqueira Campos, Cantagalo Central do Brasil, Copacabana, Saens Pena, São Francisco Xavier, Carioca, Cidade Nova. As forças fazem, ainda, trabalhos integrados com a Polícia Rodoviária Federal.Em nota divulgada pelo ministério da Justiça, o tenente-coronel Américo Gaia, coordenador da operação no Rio de Janeiro, afirma que a ação planejada tem o objetivo de desenvolver o policiamento ostensivo, típico da Polícia Militar, nos pontos estratégicos da cidade.

O Barcelona emitiu nota na tarde desta quarta-feira (9) para afirmar que Neymar teve uma evolução "muito boa" da lesão que ele sofreu na última sexta-feira, quando foi atingido por uma joelhada do lateral-direito Zuñiga durante a partida em que o Brasil venceu a Colômbia por 2 a 1 pelas quartas de final da Copa.

"A lesão teve uma evolução muito boa e a partir de 5 de agosto o jogador continuará seu tratamento e a fase final de sua recuperação em Barcelona", explicou o clube espanhol. Como a lesão foi sentida em 4 de julho e só no dia seguinte Neymar se despediu da Granja Comary, seguindo para sua casa no Guarujá, o jogador terá exato um mês de férias.

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Pelo que explicou nesta quarta-feira o Barcelona, funcionários do departamento médico do clube visitaram Neymar na sua casa e constataram uma "muito boa evolução" na lesão sofrida na vértebra lombar L3.

Após ser atingido por Zuñiga, Neymar saiu do Castelão de ambulância rumo a um hospital de Fortaleza. O craque também se locomoveu de ambulância do aeroporto do Rio até a Granja Comary. Para ir até o Guarujá, foi de helicóptero, deixando o CT da seleção de maca. Na terça, porém, foi flagrado pela ESPN Brasil andando aparentemente normalmente pelo jardim de sua casa.

A Holanda estreou neste Mundial reeditando a final de 2010, contra a Espanha. Nesta quarta-feira (9), a equipe comandada por Louis van Gaal relembra outra decisão de 1974. Isso porque os holandeses terão a Argentina pela frente na Arena de São Paulo, a partir das 17h. 

É o confronto de Robben contra Messi. Do sonhado título inédito da Laranja diante da saudade albiceleste de levantar a taça, que já dura 24 anos. Este jogo decide quem confrontará a Alemanha no próximo domingo (13), no Maracanã.

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Holanda reestruturada

Nesta última terça-feira, alguns dos jogadores holandeses sequer treinaram. Robben, o lateral direito Janmaat e Van Persie ficaram afastados do restante do grupo. O primeiro teve um problema intestinal, os outros dois foram poupados do esforço. Ainda assim, o técnico holandês Louis van Gaal garante que todos estão bem.

Por outro lado, o treinador vive a expectativa de voltar a contar com o volante Nigel de Jong, que não atuou contra a Costa Rica por conta de uma lesão. 

Argentina desfalcada

Os principais jogadores argentinos durante toda a campanha até esta semifinal foram Messi e Di Maria. O primeiro estará em campo diante da Holanda. O segundo não. Após contusão muscular na coxa direita, o meio-campista do Real Madrid está vetado. O substituto confirmado pelo técnico Alejandro Sabella é Enzo Perez. “É um jogador excelente, eleito o melhor da Liga de Portugal e está pronto para nos ajudar”, disse o treinador da Albiceleste.

Quem volta ao time da Argentina é o lateral esquerdo Marco Rojo. O centroavante do Manchester City Agüero também estará à disposição do treinador Sabella. Porém não deve e entrar como titular, Higuaín segue como dono da posição.

FICHA DE JOGO

HOLANDA

Cillessen, De Vrij, Vlaar e Martins Indi; Kuyt, De Jong (Depay), Wijnaldum, Sneijder e Blind; Robben e Van Persie. Técnico: Louis Van Gaal

ARGENTINA

Romero; Zabaleta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia, Enzo Pérez e Messi; Lavezzi e Higuaín. Técnico: Alejandro Sabella

Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Horário: 17h
Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia)
Assistentes: Bahattin Duran e Tarik Ongun (ambos da Turquia)

Uma multidão foi às ruas do Recife para acompanhar o duelo entre Brasil e Alemanha, válido pelas semifinais da Copa do Mundo. O que quase nenhum torcedor esperava era um placar adverso tão elástico: 7x1. O que foi uma tragédia considerada como o pior capítulo da história do futebol nacional, também foi visto como um momento único para os torcedores germânicos.

No Clube Alemão de Pernambuco, que tem quase 100 anos de fundação, o maioria de torcedores vestia verde e amarelo. Nada que diminuísse a animação dos europeus, que cantavam empolgados a cada gol.

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Já na Fan Fest Recife, montada na Área central da capital pernambucana, os alemães também marcaram presença. Pregando respeito ao time brasileiro, os torcedores valorizaram a vitória tranquila diante dos brasileiros e mantém a confiança que a seleção comandada pelo técnico Joachim Löw vai faturar o tetra no mundial.

Confira a seguir os detalhes da comemoração dos alemães no Recife:

É difícil pensar em uma humilhação maior na história desportiva do que o placar de 7 a 1 da Alemanha contra Brasil, ontem. Em reportagem publicada hoje, o jornal britânico Financial Times lembra que muitos times de futebol perderam por 7 a 1, "mas nunca o autoproclamado 'país do futebol', vencedor de cinco Copas do Mundo, anfitrião e favorito para o torneio, jogando em uma semifinal".

Para o estatístico norte-americano Nate Silver, citado pelo jornal, esse era o placar mais inesperado na história da Copa do Mundo, com base em classificações pré-jogo das equipes.

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Simbolicamente, na visão do FT, foi um final apropriado para os longos anos de boom econômico do Brasil. Mas, em termos desportivos, foi algo mais específico: o fim da tradição do futebol do Brasil. A frase "joga bonito" agora pode ser abandonada junto com clichês sobre "futebol e samba", afirma.

Segundo o período britânico, os brasileiros pararam de oferecer fintas, dribles e belos gols há muito tempo. Eles devem agora certamente perceber que o País precisa, mais rápido do que pensa, adotar um novo um estilo "mais europeu, mais alemão", diz o FT. O futebol brasileiro precisa começar de novo também, idealmente, liderada por treinadores alemães, emenda o jornal.

Para o FT, depois de os jogadores brasileiros choraram em campo, a presidente Dilma Rousseff deve se sentir perturbada também, antes das eleições de outubro. "Ela expressou sua tristeza pela derrota no Twitter", lembra o jornal. "Não vamos nos deixar alquebrar (enfraquecer). Brasil, 'levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima'", escreveu ela, citando a letra do conhecido samba "Volta por cima", de Paulo Vanzolini.

No entanto, historicamente, não há correlação entre o desempenho do Brasil em Copas do Mundo e o desempenho nas eleições no mesmo ano. "Muitos têm mantido Dilma responsável pelo desperdício, gastos excessivos, mas organização relativamente boa do torneio", afirma o FT. "A responsabilidade pelo 7 a 1 reside, em primeiro lugar, nos jogadores infelizes da Seleção e seu treinador sem imaginação Luiz Felipe Scolari, mas, de forma mais ampla, no futebol tradicional desatualizado do país".

Em sua página no Facebook, a vice na chapa de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República, Marina Silva, disse, na noite desta terça-feira, 8, que é preciso tirar "lições" da derrota por 7 a 1 da seleção brasileira para o time da Alemanha.

"Estamos tristes pelo que aconteceu hoje em campo. Mas temos que continuar a acolher e a cuidar desses jovens atletas da nossa seleção, vários deles promissores, que pela frente nos darão muito orgulho e alegria. Como disse David Luiz, se quiser se fortalecer para recuperar o lugar que lhe cabe no cenário mundial, o futebol brasileiro precisa aprender com as lições desta derrota", escreveu a ex-senadora, que fez questão de publicar uma foto do zagueiro David Luiz chorando ao final da partida no Mineirão.

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