Com a chegada do verão é comum as pessoas aproveitarem o sol para ir à praia, exibir o corpo bronzeado e fazer atividades físicas ao ar livre. Mas, com isso, uma consequência é inevitável: muita exposição aos raios solares que nessa estação do ano ficam mais fortes. É ai onde está o perigo. Com tanta vontade de aproveitar esse período, principalmente nos feriados, as pessoas acabam deixando de tomar alguns cuidados essenciais para se proteger do sol e muitas delas acabam com sequelas sérias pelo corpo como queimaduras e até câncer de pele. Portanto, especialistas alertam que as pessoas devem ter cuidados redobrados com a estação mais quente do ano, especialmente com crianças que têm pele sensível.
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatologista Virgínia Batista alerta para os principais cuidados que devem ser tomados para proteger a pele. “O uso de fotoprotetor deve ser diário e reposto a cada duas horas, se a exposição for diária. Além de evitar exposição entre 9 e 15h, pois é neste período que os raios ultravioleta, causadores de danos a pele, incidem com mais intensidade”, ressaltou.
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Queimaduras
As queimaduras de 1° grau são comuns nesse período. Ela acontece quando a primeira camada da pele (epiderme) é destruída pela exposição excessiva aos raios solares, causando sensação de ardência e vermelhidão. Como esse nível de lesão é caracterizado por ser uma queimadura superficial, Virgínia Batista, pontua o que se deve fazer nessas ocasiões. “No tratamento deste tipo de queimadura deve se evitar nova exposição ao sol antes da recuperação completa da pele e fazer uso de hidratantes específicos com ação calmante e reparadora”.
Ela acrescentou ainda que os tipos de lesões causadas pela radiação podem se tornar mais graves, chagando a outros níveis. “A queimadura pode chegar até o 3° grau onde há formação de bolhas, processo de insolação com acometimento não só da pele, mas também de outros sintomas clínicos como febre e desidratação, entre outros”.
Proteção
É pensando em ficar com o corpo bronzeado que as pessoas utilizam alguns produtos químicos como protetor e bronzeador, sem a orientação profissional. Além de usar óleos caseiros e refrigerantes na pele para se bronzear, hábitos prejudiciais a saúde e que são desaconselhados pela dermatologista.
De acordo com Batista, a aplicação desses produtos na pele pode causar queimaduras de vários níveis, manchas, acne e o envelhecimento precoce do tecido epitelial. “Eu ainda gostaria de lembrar que a exposição solar sem cuidados adequados também leva ao câncer de pele. Por isso, essas práticas de utilização de produtos como bronzeador e outros são totalmente inadequadas e maléficas a saúde”. Ela reforça ainda que é indicado a orientação de um profissional para a escolha do protetor solar apropriado para cada tipo de pele e níveis de exposição ao sol.
Dica
Como a maioria das pessoas não chegam à praia ou a clubes antes das 9h, período apropriado para se expor ao sol, é importante associar os cuidados com a pele à hidratação corporal. “A ingestão de líquidos nesse período é fundamental, pois a exposição excessiva aos raios solares aumenta o ressecamento da pele e pode ocorrer descamação ou microdescamação deixando a pele manchada, normalmente manchas claras”, pontua a dermatologista.
Alimentos
Outra prática comum dos brasileiros é consumir alimentos na beira mar, vendidos por ambulantes ou em bares improvisados na areia. Muitas vezes, os produtos não passaram por uma manipulação adequada e higiênica, o que coloca em dúvida a qualidade dos alimentos. Mesmo assim, as pessoas acabam consumindo normalmente por não ter, em muitos casos, opções de escolha.
De acordo a nutricionista Lucicleide Nascimento, é importante tomar alguns cuidados antes de se alimentar na praia. O ideal é conhecer o fornecedor dos produtos, já que o transporte, o armazenamento e a manipulação são fatores primordiais que garantem a qualidade dos alimentos. “Caso não conheça o fornecedor, procure observar o aspecto do alimento como, por exemplo, o camarão muito vendido na praia. Note se ele está exposto à alta temperatura, à poeira e os cuidados do manipulador para com o crustáceo.
No caso das ostras, elas devem ser armazenadas em caixas térmicas para conservar sua temperatura. “Evitem consumir as ostras que são vendidas em baldes de alumínio, pois esse material não matem o produto na temperatura adequada e o produto acaba se estragando mais rápido”, alerta a especialista.
Problemas
O consumo de alimentos na praia ou em outros lugares que não dispõe de condições mínimas de higiene e cuidados com o acondicionamento e manipulação dos produtos pode trazer consequências graves para a saúde. Segundo Nascimento, ingerir alimentos estragados ou contaminados pode custar a vida das pessoas. “A primeira manifestação no organismo humano é uma infecção intestinal que pode evoluir para uma septicemia (infecção generalizada) e levar a pessoa a óbito”, ressalta.
Sintomas
Alguns sintomas são característicos de uma infecção intestinal, entre eles estão dor abdominal, diarréia e vômitos, podendo aparecer aos poucos ou de repente. “Caso apresente esses sinais procure um médico, principalmente se o episódio acontecer depois de ter ingerido alimentos em locais desapropriados”, completa a nutricionista.
Fica a dica
É aconselhado consumir, nesses ambientes, apenas produtos industrializados e não deixar de hidratar o corpo. Aproveite o calor para tomar bastante líquido, ressaltando as pessoas com problemas renais, e abusar das frutas principalmente abacaxi e melancia. Dessa forma, o verão e as férias serão bem aproveitados e surpresas indesejáveis não irão acontecer.