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Além de sintomas de febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares e aparecimento de lesões cutâneas, manifestações oculares também podem estar atreladas à varíola dos macacos. Na semana passada, o H.Olhos, referência em oftalmologia na capital paulista, identificou o primeiro caso de paciente com confirmação para a doença a partir de exame de coleta ocular.

Quatro dias após o surgimento de lesões na pele, associadas a outros sintomas de monkeypox como mialgia e cefaleia, um profissional de saúde, de 30 anos, que preferiu não se identificar, começou a apresentar também irritação ocular e lacrimejamento, quadro semelhante a uma conjuntivite. Enquanto ainda aguardava o resultado do RT-PCR, exame que se baseia na coleta de material genético presente nas lesões características da doença, decidiu procurar atendimento oftalmológico.

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"Os sintomas como mialgia e cefaleia duraram apenas um dia. As lesões na pele permaneceram e foram mudando o aspecto com o passar dos dias. Quatro dias após os sintomas, comecei a apresentar irritação ocular associada a lacrimejamento. Procurei atendimento oftalmológico para uma avaliação mais detalhada, por saber que há casos de pacientes têm conjuntivite no diagnóstico de varíola dos macacos", afirmou ele.

O paciente foi encaminhado para coleta de material microbiológico dos olhos. Em pouco tempo, a confirmação do diagnóstico oftalmológico foi feita, assim como saiu o resultado positivo do RT-PCR. "Além de isolamento em casa por 21 dias, com tratamento apenas sintomático, também precisei realizar cuidados com os olhos", disse o homem. Ele passou por acompanhamento em ambulatório de oftalmologia e utilizou compressa local, colírio antibiótico e lubrificante ocular.

"Esse paciente teve positividade para lesões em região inguinal e para lesões oculares. Comparamos as amostras coletadas em laboratórios diferentes e ambos identificaram uma concentração de carga viral elevada para a monkeypox. Ou seja, conseguimos correlacionar que os pacientes que têm lesões com positividade para exames cutâneos podem apresentar positividade para exames oftalmológicos, e daí, o exame do olho passa a ser também um exame de diagnóstico para a doença", acrescentou Pedro Antônio Nogueira Filho, chefe do Pronto-Socorro do H.Olhos.

Segundo o especialista, diversas situações podem estar presentes dentro da varíola dos macacos com manifestações oculares. Em razão do aumento do número de casos, recomenda-se ainda que os oftalmologistas incorporem a monkeypox como parte do diagnóstico diferencial quando chegarem aos consultórios casos semelhantes que apresentam manifestações oftalmológicas como conjuntivite, blefarite, ceratite ou lesões na córnea, por exemplo.

"Existem várias manifestações oculares que podem estar atreladas à varíola dos macacos. Em muitas ocasiões, as manifestações oculares são até mesmo mais frequentes que outras manifestações. Essas manifestações em si podem variar de quadros atrelados a dor de cabeça na região frontal, vermelhidão da região das pálpebras, quadros inflamatórios palpebrais, a própria conjuntivite, seguida de ulcerações nas córneas e dificuldade para olhar para a luz, entre outras lesões da córnea, além de baixa visual. Uma gama de situações que podem estar presentes dentro da condição da monkeypox", afirma Nogueira Filho.

Com o diagnóstico confirmado, o paciente precisou manter isolamento para evitar que outras pessoas pegassem a doença. "Pode haver até duas semanas de período de incubação e até três semanas de transmissibilidade, sendo possível o paciente que teve diagnóstico ocular positivo para a varíola dos macacos transmitir a doença. Tanto que identificamos a carga viral pela coleta de superfície ocular. Se o paciente está lacrimejando, a partir do momento em que há contato com outra pessoa, esse vírus pode se manifestar a partir dessa contaminação inicial. É possível não somente para lesão ocular, assim como para qualquer outra lesão da superfície dos olhos", orienta Nogueira Filho.

Kemi Salami, especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e Associação Médica Brasileira (AMB), afirma que as alterações oftalmológicas são menos comuns que as dermatológicas características da doença. "Além da conjuntivite, outras alterações podem aparecer, como formação de vesículas na região periocular, aumento dos gânglios linfáticos perioculares, blefarite, ceratite e úlcera de córnea", destacou Kemi.

Casos de varíola dos macacos

No mundo já são ao menos 49.961 casos confirmados e suspeitos da doença. Com mais de 4 mil casos, o Brasil é o terceiro país com mais registros de varíola dos macacos, atrás apenas dos Estados Unidos (17.995) e Espanha (6.459), conforme atualizações da Organização da Saúde (OMS) contabilizadas até a tarde desta terça-feira, 30. Desde 23 de julho, a doença é reconhecida como uma emergência de saúde global.

Dicas que podem prevenir varíola dos macacos e ajudar a evitar a contaminação dos olhos:

Lavar as mãos com frequência.

Evitar tocar os olhos, nariz, ouvidos com as mãos.

Não compartilhar colírios.

Não usar colírios por conta própria.

Não compartilhar objetos de uso pessoal como toalhas de rosto, talheres, lençóis e fronhas de travesseiro.

Uso de máscaras de proteção.

Uma das melhores épocas do ano traz alegria e diversão para muitas pessoas, mas para outras é sinônimo de alguns cuidados a mais com a visão. Isso ocorre porque com a chegada dessa estação do ano, algumas doenças oculares como conjuntivite costumam aparecer com mais frequência. A doença é causada por um processo inflamatório da conjuntiva [membrana transparente e vascularizada que reveste o globo ocular]. 

A oftalmologista do Instituto de Olhos do Recife, Marília Medeiros, explica que a conjuntivite pode ser química, alérgica e infecciosa. “A forma de contágio mais comum é o direto, ou seja, contato mais próximo, como beijo, abraço e passar as mãos sujas nos olhos".

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“Os sintomas da doença são variados e vão desde sensação de coceira nos olhos, vermelhidão, secura, edema nas pálpebras e secreção, que pode ser esbranquiçada ou amarelada. Nessa época do ano é comum os surtos de conjuntivites virais em virtude das viroses, mudanças de temperatura e aglomerações”, alertou. 

A especialista também salientou que qualquer pessoa pode ser acometida pela doença e que não existe uma forma de prevenção, mas que evitar passar as mãos nos olhos, separar travesseiros e toalhas dentro de casa e lavar sempre as mãos, ajudam a evitar o contágio. 

Ao notar qualquer sintoma da doença o ideal é procurar um oftalmologista que irá prescrever o colírio que deverá ser usado e a forma correta do tratamento.

O pai e a madrasta de uma menina de seis anos foram presos por tortura em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O caso chegou até a Polícia Civil após professores notarem as marcas de violência na criança e informarem o Conselho Tutelar. A menina foi encaminhada ao Hospital da Restauração (HR) com hematomas no rosto e segue internada.

Segundo o delegado Ney Luiz Rodrigues, em conversa com jornalistas, as agressões eram cometidas pela mulher e encobertadas pelo pai. “Ele não tomou providência alguma. Ele deu desculpa de que a criança estava com conjuntivite”, contou o delegado.

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A menina contou, conforme a polícia, que levava socos, era enforcada, mordida e apanhava de sandália. Os acusados foram presos em flagrante por tortura e encaminhados para audiência de custódia que ocorre na manhã desta quinta-feira (21) no Fórum de Jaboatão dos Guararapes.

Pernambuco vive um grande surto de conjuntivite que os médicos ainda não conseguem explicar o porquê. Em abril deste ano, o estado ultrapassou a marca de casos registrados em todo o ano de 2017. Esse é o pior surto, pelo menos, em dez anos. Historicamente, neste período do ano, os casos começariam a cair, mas isso não está ocorrendo.

Os números são da Fundação Altino Ventura (FAV), unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) referência no atendimento oftalmológico no Nordeste. Até o dia 14 de maio, a FAV contabilizou 37097 casos de conjuntivite. Em 2017, foram 27.281.

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A unidade, que funciona 24 horas, está com filas imensas na urgência. Em um período de 24 horas, a unidade já chegou a fazer 1400 atendimentos gerais. Anterior a esta marca estava os 998 atendimentos em um dia do ano de 2009. 

A quantidade de pessoas que não para de chegar tem deixado os especialistas da FAV exaustos. “Não temos capacidade física para esse número de atendimento de pacientes”, resume a oftalmologista Edilana Sá. As filas gigantes fazem com que pessoas que tenham procurado a unidade para outro tipo de enfermidade fiquem passíveis de também contrair conjuntivite. “Está uma condição insalubre”, confessa Edilana. 

Em abril, a FAV e a Secretaria de Saúde de Pernambuco realizaram um treinamento com120 médicos de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Região Metropolitana do Recife (RMR), para que haja uma descentralização dos atendimentos. “Nós estamos esperando que a secretaria de saúde nos mande a relação das unidades que estão disponíveis para que possam fazer esse atendimento”, diz Adriana Gois, também oftalmologista da fundação.

O analista de sistemas Edielson Leite veio de Jaboatão dos Guararapes, na RMR, e chegou ao hospital por volta das 9h. Foi atendido às 15h45. “O atendimento até está rápido, mas é muita gente”, ele resume. Com os olhos muito vermelhos, Rafaela da Silva está com os sintomas há dois dias e foi à Fundação após recomendação do chefe. “Pego ônibus e sou recepcionista, então estou o tempo todo mantendo contato com pessoas”, diz, refletindo sobre como teria contraído a doença.

A forma da conjuntivite que tem aparecido em grande quantidade é a viral, que costuma ir embora cinco a sete dias depois. Edilana recomenda: “O paciente acometido com a conjuntivite deve evitar ambientes públicos para evitar contaminação. As pessoas devem lavar as mãos e evitar levá-las aos olhos. Pode-se usar lenço descartável e evitar compartilhar objetos de uso pessoal. Onde o paciente toca com a secreção dos olhos, corre-se o risco de contrair a doença”. 

Segundo levantamento da FAV, abril teve 15153 casos de conjuntivite este ano contra 691 no mesmo mês em 2017, isto equivale a um aumento de mais de 2000%. Ainda não se sabe o que está causando o aumento incomum. 

Com conjuntivite, o lateral-direito Raul Prata vira dúvida para o confronto do Sport contra o Cruzeiro no próximo domingo (13), às 11h, no Mineirão, pela quinta rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. O atleta já tinha desfalcado o time rubro-negro na partida contra o Bahia no último domingo (6), na Ilha do Retiro. 

Raul Prata teve uma piora em seu quadro clínico. De acordo com a assessoria do Sport, o jogador será acompanhado por oftalmologistas. Sem evolução, o atleta fez apenas um treinamento na academia do Centro de Treinamento rubro-negro na última terça-feira (8). Nesta quarta-feira (9) o atleta será reavaliado, caso melhore, treina normalmente com o restante do elenco.

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No verão, uma das doenças que tem aumento no número de casos é a conjuntivite, infecção que aparece na conjuntiva, a membrana que recobre a parte branca do olho.

A mais comum é a causada por vírus, que é mais resistente, circulando com mais facilidade no ar por causa das altas temperaturas e umidade nesta época do ano e também em ambientes fechados. 

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“A gente pega mais fácil por contato direto. Se a pessoa coloca a mão no olho, dá a mão para outra pessoa, aí acaba pegando a conjuntivite. Mas pode pegar até pelo ar”, disse a integrante do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Cristina Dantas. Piscinas são grandes focos de contaminação.

Aumento de casos

Em Caldas Novas, cidade turística de Goiás conhecida pelos clubes e piscinas de águas termais, registrou alta de casos da doença neste início de ano. O coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, José Custódio Neto, estima aumento em torno de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

O coordenador informou que estão sendo feitas notificações e coleta de material junto com técnicos do Ministério da Saúde para verificar se os casos são virais ou causados por bactérias.

Além dos fatores climáticos, o movimento nos parques aquáticos cresceram 30% em comparação ao ano passado. “Mais gente aglomerada junta nos parques aquáticos, mais crianças”, alerta Custódio.

Em Corumbá (MS), a cidade já registrou 378 casos, contra menos de 100 em janeiro de 2017. O período chuvoso, somado à maior aglomeração por causa das férias e à má higiene, podem ter provocado esse surto, segundo o secretário Municipal de Saúde, Rogério Leite.

Pelas redes sociais, a secretaria alerta a população sobre quais providências devem ser tomadas e servidores das unidades de saúde foram capacitados. “Os casos que os médicos da ponta não conseguem resolver são direcionados aos nossos especialistas”, disse Leite, acrescentando que o ápice do surto ocorreu há duas semanas.

Saiba mais sobre a conjuntivite:

O que é a doença?

A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana que reveste a parte da frente do globo ocular e também o interior das pálpebras. Pode ser alérgica, viral ou bacteriana. Nos dois últimos casos, é contagiosa.

Quais são os sintomas ?

Coceira, olhos vermelhos e lacrimejantes, com sensação de areia ou ciscos, secreção amarelada (quando causada por uma bactéria) ou esbranquiçada (quando causada por vírus), pálpebras inchadas e grudadas ao acordar e também visão borrada.

A doença pode acometer um ou ambos os olhos de uma semana a 15 dias.

Como é o contágio?

A conjuntivite alérgica acomete mais crianças, não é contagiosa e é provocada pelo ácaro.

A viral e a bacteriana são transmitidas pelo contato com as mãos, secreção ou objetos contaminados, como maçanetas, toalhas e água de piscina, em especial morna e com pouco cloro. Em ambientes fechados e com grande circulação, como escolas ou ônibus, o risco de contaminação aumenta. As duas são diferenciadas somente por meio de exame oftalmológico.

A viral, geralmente, ataca os dois olhos e a secreção é esbranquiçada. A conjuntivite bacteriana dá em um olho só, com secreção mais amarelada ou esverdeada.

Como evitar?

Evite coçar os olhos em locais com grande aglomeração, como piscinas e academias. As mãos e o rosto devem ser higienizados com frequência.

Quem estiver doente deve lavar as mãos com frequência, trocar fronhas de travesseiros e toalhas diariamente, preferir toalhas de papel na hora de enxugar o rosto e evitar compartilhar produtos para os olhos, como delineador e rímel. 

Como é o tratamento?

No caso da conjuntivite viral, não existe tratamento específico. A médica Cristina Dantas recomenda o uso de compressas frias ou geladas e aplicação de colírio lubrificante gelado várias vezes por dia para aliviar.

Para a bacteriana, o tratamento é com colírio antibiótico. É recomendado lavar os olhos e fazer compressas de água gelada, filtrada e fervida, ou soro fisiológico. Nos casos mais graves, a córnea pode ser perfurada.

A conjuntivite alérgica é tratada com colírio antialérgico. No caso das crianças, a médica alerta para necessidade do tratamento, pois as chances de uma úlcera ou ferida na córnea são maiores.

Sempre procure um oftalmologista para o diagnóstico correto.

Mudança de clima e temperatura é sempre uma porta aberta para doenças oportunistas. Com a chegada do calor de verão, em Belém, começam a aumentar os casos conjuntivite. Segundo o oftalmologista Lauro Barata, é preciso cuidado para prevenir a doença, que provoca uma inflamação da conjuntiva, a membrana transparente que recobre a parte branca do olho.

“O calor excessivo baixa a imunidade das pessoas. Por isso, a transmissão de doenças oportunistas, como a conjuntivite, aumenta”, explica o oftalmologista. “Nesse período, a queixa mais comum nos consultórios oftalmológicos, de pessoas das mais variadas idades e de ambos os sexos, é irritação nos olhos e olhos vermelhos”, diz Lauro Barata.

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O radialista Carlos Estácio, de 76 anos, conhece bem o incômodo causado pela conjuntivite. Ele acaba de retornar ao trabalho depois de passar uma semana afastado para tratar a irritação nos olhos. “Sentia os olhos coçarem, lagrimava muito e tinha dificuldades para ler. O incômodo só melhorou com o uso de colírio e compressas de água gelada, recomendados pelo oftalmologista”, conta Carlos Estácio. “Consultar um especialista foi muito importante para não deixar o quadro se agravar e evitar que outras pessoas em casa tivessem a doença. Além de separar os objetos de uso pessoal, minha mulher até trocou de quarto para evitar o contágio”, explica o radialista.

O médico lembra que a conjuntivite pode ter várias causas. “Pode ser alérgica, pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, resultar de um trauma no olho ou até mesmo do contato com alguma substância química”, enumera. As mais comuns são as conjuntivites virais e as bacterianas, que podem vir associadas – ou seja, as duas causas afetam a visão juntas.

As virais começam com um quadro de olhos lacrimejantes. Já as bacterianas apresentam secreções amareladas. É importante ressaltar que os dois tipos são muito contagiosos e a disseminação da doença ocorre em larga escala. “O contágio acontece por contato, seja direto, como no cumprimento de mãos, ou indireto, pelo compartilhamento de objetos. Por isso é tão importante que os pacientes evitem apertar as mãos de outras pessoas que apresentem os sintomas, utilizem papel descartável para a limpeza dos olhos e separem talheres, toalhas e outros objetos de uso pessoal, além de higienizar frequentemente as mãos. É preciso ficar atento para tentar minimizar esse contato, seja em casa, com a família, na rua ou no trabalho”, alerta Lauro Barata.

Tratamento - A conjuntivite é uma doença de ciclo curto, geralmente desaparece em duas semanas, mas é muito importante procurar um oftalmologista para avaliar e acompanhar o quadro, porque o tratamento adequado depende da causa do problema. O oftalmologista poderá prescrever, além de colírios, outros medicamentos anti-inflamatórios, antialérgicos e compressas frias. “Assim como o resfriado comum, a conjuntivite viral não tem cura, porém os sintomas podem ser aliviados. O mais importante é não recorrer às receitas caseiras. Apenas o médico pode receitar a medicação adequada”, destaca.

Normalmente, a conjuntivite não deixa sequelas, “mas a conjuntivite viral pode levar a uma baixa de visão, porque provoca pequenas opacidades no eixo de visão. Esse quadro pode levar de seis meses até dois anos para desaparecer. Já a conjuntivite bacteriana, dependendo do tipo de bactéria, pode ocasionar perfurações do olho e levar até a perda total da visão. Por isso o acompanhamento de um especialista é fundamental”, conclui o oftalmologista Lauro Barata.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá Pará.

Previsto para ser extinto no ano de 2020, dentro da estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o tracoma é considerado a principal causa infecciosa da cegueira a nível mundial. Responsável por atingir mais de 200 milhões de pessoas de 51 países da África, Ásia e América Latina, a doença que afeta a visão é uma das mais negligenciadas pelo sistema de saúde e atinge principalmente regiões mais pobres com falta de saneamento básico. 

O tracoma é uma doença inflamatória ocular crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e que afeta pálpebras, conjuntiva e córnea. Nos sintomas, os olhos ficam irritados e lacrimejando. Com o tempo, as pálpebras incham e surgem até cicatrizes. Os cílios podem ficam invertidos e arranhar a córnea. A enfermidade é um tipo de conjuntivite grave e infecções recorrentes podem levar à cegueira.

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De acordo com o oftalmologista do Serviço Oftalmológico de Pernambuco (Seope), Luiz Felipe Lynch, o tracoma é transmitido pelo contato direto com secreções oculares e nasais de pessoas infectadas. Ele explica que também pode ser propagado através das moscas, quando pousam em locais infectados. "É uma doença ligada a falta de higiene e ao pouco ou nenhum acesso ao saneamente básico e por isso atinge populações de regiõe menos desenvolvidas", afirmou.

De acordo com os estudos da OMS, é necessário reduzir a prevalência do tracoma para menos de 5%, em crianças de um a nove anos de idade. No Brasil, atualmente a prevalência da enfermidade é de 3,5%, mas dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelam que Pernambuco supera o índice nacional e apresenta uma taxa de 6%. Pesquisadores da instituição realizaram, em mais de 70 municípios de Pernambuco, pesquisas nos domicílios para identificar e acompanhar o tratamento de pacientes com a doença.

No Recife, foram examinadas 109 crianças de um a nove anos na comunidade do Coque, na Zona Sul, e sete delas foram diagnosticadas com tracoma. A taxa de detecção, que relaciona o número de casos com o total de crianças examinadas, ficou em 6,4%. De acordo com a Fiocruz, nos locais onde foram realizados os estudos, as famílias foram orientadas sobre procedimentos de higiene simples, como o hábito de lavar o rosto utilizando algum tipo de sabão ou sabonete e o não compartilhamento de toalhas de banho e de rosto, lençóis ou fronhas.

Para o oftalmologista Luiz Felipe Lynch, os grandes bolsões de pobreza e a falta de infraestrutura de Pernambuco são as principais razões para o Estado registrar um alto número de casos da doença. "Aqui temos muitos zonas de alta densidade populacional com baixas condições de higiene e saúde e isso é um das causas não só da ploriferação do tracoma, mas de outras doenças também", acrescentou.

Pelos sintomas semelhantes ao de uma conjuntivite, o diagnóstico do tracoma muitas vezes não é realizado da forma correta e pode levar à cegueira, se não for tratato. Em Pernambuco,  a Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (SEVS) desenvolve desde o ano de 2011 o 'Programa Sanar', de enfrentamento às doenças negligenciadas. Ao todo, o projeto já examinou 11 mil escolares de 206 escolas. Desse total, 4,3 mil precisaram fazer tratamento contra o tracoma.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, no ano de criação do programa, a prevalência da doença era de 9%. Em 2014 diminuiu para 2,5% e até 2015, dos mais de 20 municípios prioritários para a doença, apenas 1 não tinha alcançado a meta de 5% da OMS. A quatro anos do prazo estabelecido mundialmente para a extinção da doença, o cenários dos pernambucanos ainda é preocupante.

O tratamento clínico da doença pode ser feito através de cirurgia para pestanas viradas para dentro, antibióticos para infecção ocular e em caso de cegueira, o transplante de córnea. Para Luiz Felipe Lynch, as ações de prevenção têm de ser mais intensas e direcionadas. "Para minimizar os casos, temos que resolver a distribuição do saneamento básico em Pernambuco, o acesso a água potável também é um problema. Temos de tratar do tracoma como um problema de saúde pública", concluiu.

Apesar de ser uma das doenças oculares mais comuns, a conjuntivite exige cuidados especiais, principalmente com as crianças. A inflamação da conjuntiva – membrana fina que reveste os olhos – provoca vermelhidão e irritação do globo ocular, dificultando a visão. No caso dos pequenos, a incapacidade de descrever com exatidão o que de fato está incomodando, exige atenção redobrada de pais e de oftalmologistas. 

A doença tem sete tipos: neonatal, infecciosa, alérgica, irritativa, química e seca. A mais comum é a conjuntivite infecciosa, ocasionada por vírus ou bactérias. No caso da conjuntivite neonatal, transmitida de mãe para filho no trabalho de parto, o recém-nascido deve permanecer internado até receber alta de um médico oftalmologista.

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No caso das crianças, além da conjuntiva, os linfonodos – organelas responsáveis pelo combate à infecção – também precisam ser examinados. Segundo o oftalmologista Renato Neves, é importante avaliar se há outros relatos da doença na família ou no ambiente escolar. “Em determinados casos, também fazemos a cultura da lágrima para analisar a existência de bactérias e definir o tipo de antibiótico a ser prescrito”, diz. 

Os pais também precisam estar atentos para que a crianças não compartilhem brinquedos com outras crianças durante o tratamento. Também é preciso cuidar para que os pequenos não cocem os olhos durante a doença, que dura, em média, quinze dias. 

Segundo Neves, o tratamento da conjuntivite, tanto em crianças e bebês, como em adultos, depende do agente causador. Geralmente, compressas de água fria são recomendadas para aliviar a ardência e o mal-estar provocados pela irritação. “Também podemos orientar o paciente a usar lágrimas artificiais, soro fisiológico e determinados colírios. Casos graves exigem medicação via oral em conjunto com o alívio local. O paciente infectado tem de intensificar a higiene ocular, evitar contato com outras pessoas, lavar muito bem as mãos várias vezes ao dia e usar lenços e toalhas descartáveis”, orienta o oftalmologista. 

O verão é uma época do ano marcada pelo aumento das temperaturas, das atividades ao ar livre e consequentemente, de maiores aglomerações. Ambiente propício para a propagação de doenças contagiosas, como a conjuntivite. A doença ocorre devido a uma inflamação ou infecção da conjuntiva, membrana que reveste a esclera, a parte branca dos olhos, e pode ter origem viral ou bacteriana.

De acordo com o médico oftalmologista José de Barros, a inflamação pode acontecer em qualquer lugar, e por isto o cuidado com a higiene das mãos é fundamental. “Basta que uma pessoa que esteja contaminada passe a mão no olho e em seguida toque em outros objetos para que essa secreção comece a se espalhar, podendo atingir outras pessoas”, explicou.

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Neste ponto, os pais devem redobrar os cuidados com as crianças, que costumam brincar ao ar livre e podem esquecer de higienizar as mãos. “Na verdade a conjuntivite é algo constante, que pode acontecer em qualquer época, mas em períodos de grande aglomerações fica mais fácil o contágio”, frisa Barros.

Existem três tipos de conjuntivite: viral - que é a mais frequente, alérgica - desencadeada a partir de crises como rinite, e bacteriana - considerada a mais grave. Vermelhidão, sensação de areia nos olhos e secreção são alguns dos sintomas da inflamação, e podem aparecer separadamente.

Ao persistir por mais de um dia, a pessoa deve procurar um médico oftalmo para investigar o caso. “Quando é uma conjuntivite leve, o uso de um colírio pode auxiliar, assim como evitar passar as mãos nos olhos, e os mais graves é utilizado um colírio antialérgico ou antibacteriano”, finaliza o médico.

Confira o vídeo com as orientações do oftalmologista:

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A chegada do verão exige cuidados especiais com olhos e o Opinião Brasil desta semana traz um debate sobre como não descuidar da saúde da visão. O apresentador do programa, Alvaro Duarte, recebe Nara Galvão, oftalmologista do Instituto de Olhos do Recife (IOR), e Vasco Bravo Filho, oftalmologista da Fundação Altino Ventura (FAV), que é referência no atendimento pelo SUS em Pernambuco.

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Durante o programa, Nara Galvão reforça que é preciso fazer uma consulta médica pelo menos uma vez por ano. A oftalmologista lembra que, para garantir a saúde dos olhos, é necessário prevenção. Ela também comenta, entre outras doenças, sobre a catarata, que se trata do envelhecimento dos olhos e é a principal causa de cegueira.

Vasco Bravo Filho fala sobre os sintomas e o tratamento para a conjuntivite, doença comum no verão. O oftalmologista lembra que a higiene é um fator importante na prevenção. "As mãos, principalmente, devem estar sempre limpas e quanto menor for o contato com os olhos, menor é a chance de ter conjuntivite”, alerta.

O Opinião Brasil é produzido pela TV LeiaJá e exibido toda segunda-feira aqui, no portal LeiaJa.com.

Aproveitar o verão não é sinônimo de se descuidar da saúde. Além de muito sol e calor, a estação mais quente do ano pode trazer alguns problemas típicos deste período. Um deles é a conjuntivite. A doença pode causar muito incomodo e irritação na visão, apesar de ser uma inflamação comum entre as pessoas e na maioria das vezes de fácil tratamento e cura. Caracterizada por uma inflamação na conjuntiva, a conjuntivite acontece quando os vasos sanguíneos, que irrigam a conjuntiva, ficam mais largos por terem sido irritados ou inflamados.

De acordo com o Oftalmologista da Fundação Altino Ventura, Vasco Bravo Filho, os casos da doença aumentam nessa estação do ano em decorrência do calor e do maior contato entre as pessoas. “Nessa época, as pessoas saem mais de casa, vão mais à praia e acabam aumentando o contato entre elas. Outro fator que contribuiu para o crescimento do número de casos é a falta de higiene”, pontua.

Para o especialista, é fundamental manter os cuidados com a higiene. “É comum as pessoas tocarem em objetos como, por exemplo, copos, maçanetas de portas entre outros, e levarem as mãos sujas aos olhos. Muitas infecções acontecem assim, por isso devemos ficar atentos e lavar sempre as mãos antes de levá-las aos olhos”, ressalta Bravo Filho.

Variações da doença

A primeira é a conjuntivite irritativa. Ela acontece depois que o olho entra em contato com algum tipo de agente externo. A segunda forma é denominada alérgica, que se manifesta através de algum componente químico como, por exemplo, perfume. “Nesses dois casos apresentam vermelhidão e coceira, mas não são transmitidas por contato”, afirma o oftalmologista.

Já as variações bacterianas e virais são mais graves e ambas são transmissíveis através do contato. “A conjuntivite bacteriana é caracterizada por apresentar secreções purulentas (pus) e a inflamação viral não apresenta. Daí a importância de procurar um médico para saber qual tratamento adequado para cada tipo da doença”, diferenciou Bravo Filho.

Principais Sintomas

Normalmente, os sinais e sintomas da conjuntivite de todas as variações são coceira na região ocular, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, inchaço e olhos vermelhos. Já no caso da inflamação infecciosa, além dessas manifestações aparecem também dores e secreção amarelada. Com certeza, esse estado é o que mais aflige as pessoas.  Segundo oftalmologista, o período de manifestação da doença varia de cinco a sete dias, porém em alguns casos pode durar um período maior.

Tratamento

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Para o tratamento da conjuntivite viral não existe medicamentos específicos, sendo assim, cuidados com a higiene controlam o contágio e a evolução da doença. Já para a bacteriana é necessário a utilização de colírios com antibióticos requisitados pelo oftalmologista. “Nós prescrevemos medicamentos para aliviar os sintomas, mas algumas inflamações desaparecem sem que haja a necessidade de qualquer tratamento, apenas realizando limpeza com soro fisiológico e compressas de água gelada”, disse o especialista. Ele alertou ainda para não usar medicamentos sem orientação médica. “Alguns colírios são altamente contra-indicados porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro do paciente por um tempo maior”, finaliza.

Medidas preventivas

Nesta estação do ano, alguns cuidados são importantes para se combater uma epidemia entre as pessoas com conjuntivite, bem como as que não apresentam a infecção.
Confira algumas medidas para a sua proteção e para evitar o contágio:

- Lave com freqüência o rosto e as mãos uma vez que estas podem ser condutores importantes para a transmissão de microorganismos.
- Aumente a freqüência de troca de toalhas ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos.
- Não compartilhe toalhas de rosto.
- Troque as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise.
- Evite coçar os olhos para diminuir a irritação.

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