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Com a demissão de Rita Serrano do comando da Caixa Econômica, em reunião nesta quarta-feira (25), a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou, até o momento, três mulheres em cargos públicos de liderança de primeiro escalão para acomodar homens indicados por partidos do Centrão.

Para a vaga de Rita, o líder petista vai nomear Carlos Antônio Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A decisão de hoje foi tomada após meses de pressão de Lira e de outros líderes do Centrão, que miravam o comando do banco público.

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Fernandes é funcionário de carreira do banco, atuou como ministro interino das Cidades e Integração, na gestão Dilma Rousseff (PT), e em cargo de chefia do banco público do DF (BRB).

Além disso, ele é ligado ao deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), com quem trabalhou em 2012 no Ministério da Integração Nacional.

 Ministérios entregues ao Centrão

Não é a primeira vez que Lula substitui mulheres por um homens indicados pelo Centrão. A primeira demissão no time feminino foi a da então ministra do Turismo Daniela Carneiro, após desentendimentos dela com o seu antigo partido, o União Brasil. Quem assumiu o cargo foi o deputado federal Celso Sabino, amigo próximo de Arthur Lira.

Mesmo fazendo parte da gestão, Sabino já se mostrou como um nome de oposição ao presidente em determinados momentos. Em 2016, ele criticou a nomeação de Lula para a Casa Civil do governo da então presidente Dilma Rousseff (PT). Já em 2022, apoiou a reeleição do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno pelo líder petista.

Depois da demissão de Daniela, veio o desligamento da então ministra do Esporte, Ana Moser, no mês de setembro. No cargo dela, entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA), também apadrinhado por Lira.

A substituição gerou polêmica, já que Fufuca abasteceu com recursos de uma emenda parlamentar de sua autoria uma empresa fantasma envolvida em um grande esquema de desvio de verbas federais.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, mudou o tom e afirmou que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, já colocou seu cargo à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o ministro, o anúncio oficializando quem ficará à frente da Pasta ocorrerá só depois que conversas com o União Brasil forem concluídas.

"Não tem carta de demissão, mas a ministra já colocou o cargo à disposição", afirmou o ministro a jornalistas, no Palácio do Planalto. "Na realidade, é só o anúncio de quem ficará no lugar dela que ocorrerá depois que as conversas forem concluídas."

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Segundo Pimenta, Daniela "já tem conhecimento que será indicado um outro nome para ocupar a função que ela tem hoje". Questionado se o nome ainda não estaria fechado, o ministro confirmou que a pessoa para chefiar o Turismo "é o nome que as pessoas têm comentado", em referência ao deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).

Mais cedo, o ministro comunicou à imprensa que Daniela havia ganhado uma sobrevida, após reunião nesta tarde com Lula e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A justificativa dada por ele é que o governo quer focar a atenção nesta semana para acompanhar votações importantes no Congresso para, semana que vem, se debruçar nas organizações dentro do governo.

A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, se comprometeu a apresentar sua carta de demissão do cargo nesta quinta-feira (6), em uma reunião de despedida com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo fontes do Palácio do Planalto informaram ao Estadão. O compromisso foi assumido pelo marido de Daniela e prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner "Waguinho" Carneiro, em reunião com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na noite desta quarta-feira, 5. Para o lugar de Daniela está prevista a nomeação do deputado Celso Sabino (União-PA).

A saída de Daniela tinha virado uma novela no governo, após quase um mês de negociação. A articulação política do Planalto queria fazer a troca para melhorar a votação de projetos na Câmara, mas o desfecho demorou por conta de uma lenta negociação com o marido da ministra. Para que Daniela deixe o cargo, Padilha teve que atender a pedidos de verbas e obras feitos por Waguinho.

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Essa troca no Ministério do Turismo virou meta da articulação do governo depois de derrotas e riscos para o Planalto em votações na Câmara dos Deputados. Com uma bancada de 59 deputados, o União Brasil foi cobrado a entregar mais votos para pautas de interesse do Executivo, porque já tinha sido contemplado com três ministérios na formação do governo: Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional. Mas a bancada do União na Câmara respondeu aos articuladores de Lula que não tinha sido responsável pela indicação de nenhum desses ministros.

Daniela era tratada como uma escolha pessoal de Lula, enquanto Desenvolvimento Regional é considerada uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP). Só a pasta de Comunicações é capitalizada como uma premiação aos deputados do União, embora dividida e bancada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Como Daniela recorreu à Justiça Eleitoral para deixar o União Brasil, o partido vinha desde o começo de junho pressionando o Planalto para trocá-la por Sabino. Padilha chegou a prometer que Lula faria essa mudança até o dia 21 de julho, mas a ministra conseguiu adiar o desembarque e negociar recompensas em uma espécie de "saída honrosa".

Para deixar o cargo, o marido da ministra obteve do Planalto a promessa de que o governo federal vai financiar um hospital oncológico e um instituto federal de educação em Belford Roxo.

A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que deverá perder o cargo para o governo nomear um indicado da bancada do União Brasil na Câmara, disse nesta quarta-feira (14), que "está tudo sob controle". Questionada se acha que continuará no cargo, disse: "essa questão de achismo é complicado, mas continuo aqui firme".

"Está tudo sob controle, tranquilo, porque nada resiste ao trabalho", declarou ela. Daniela deu as declarações a jornalistas antes de chegar à Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado.

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Daniela Carneiro é deputada federal e mulher de Waguinho, prefeito de Belford Roxo (RJ). Waguinho foi um dos principais cabos eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio de Janeiro no segundo turno da eleição presidencial.

Ela se tornou ministra por causa desse apoio a Lula na eleição. À época, o grupo político de Waguinho e Daniela estava no União Brasil. Agora, está em andamento uma migração para o Republicanos.

Lula deverá retirá-la do cargo para colocar um indicado do União Brasil capaz de articular votos a favor do governo na Câmara. O nome mais provável é o do deputado Celso Sabino (PA).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer fechar os termos do acordo com o União Brasil para só então confirmar a demissão da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que ganhou uma sobrevida no cargo. Em reunião nesta terça-feira, 13, no Palácio do Planalto, o presidente confirmou à ministra que partido, de fato, requisitou a cadeira dela.

O governo quer ter clareza sobre as demandas da sigla para conseguir melhorar a articulação política. Como mostrou o Estadão, nesta segunda-feira, 12, lideranças da legenda fizeram chegar ao governo que desejam não apenas controlar o Ministério do Turismo, mas também a Embratur, o que ainda não estava na conta do Executivo. O temor é que uma troca na pasta feita de afogadilho desgaste o governo perante a opinião pública sem levar a resultados efetivos na entrega de votos no Congresso.

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De acordo com relatos de assessores do Planalto ao Broadcast/Estadão, Daniela Carneiro mostrou-se chateada na reunião pela fritura pública, mas afirmou entender a posição do governo frente à ofensiva do União Brasil. No encontro, Lula elogiou o trabalho da ministra à frente da pasta e afirmou que a demissão, se ocorrer, não será por desempenho, mas para a melhora na articulação política.

Na justificativa dada pelo governo para Daniela e o marido dela, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos), foi a ministra quem pediu desfiliação do União Brasil. Assim, é natural que uma troca ministerial em prol de um rearranjo da base no Congresso comece pela pasta dela. Durante a reunião, foi confirmada a presença de Daniela na reunião ministerial agendada para quinta-feira, 15, no Palácio do Planalto, para apresentar um balanço da sua gestão.

O Republicanos, novo partido de Waguinho e para o qual Daniela aguarda autorização da Justiça para se filiar, não quis bancar a indicação como sendo da legenda. Embora ajude o governo em votações em troca de emendas, a sigla não quer ocupar um ministério para manter uma distância segura do PT e lançar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à Presidência da República em 2026.

Embratur

O Palácio do Planalto ainda constrói com o União Brasil possibilidades para a ministra em uma possível saída do posto e consequente reorganização de cargos. Entre as opções, assumir a presidência da Embratur, sob comando de Marcelo Freixo. Contudo, para chefia a agência, Daniela teria que abandonar o mandato de deputada federal, para o qual foi eleita como a mais votada no Rio de Janeiro. Ela, porém, não estaria disposta a abrir mão da cadeira na Câmara para cumprir o requisito legal e comandar a Embratur. Ainda assim, poderia indicar um aliado de confiança.

Waguinho aproveitou a reunião para pedir a liberação de recursos para a área da saúde de Belford Roxo, no momento em que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sofre um ataque especulativo do Centrão justamente por não liberar verbas e cargos para parlamentares. A mensagem foi entendida como um tipo de "compensação" pela iminente perda de espaço na esfera federal a um ano das eleições municipais.

Ao prefeito, Lula garantiu rapidez na liberação dos recursos e reafirmou compromisso e parceria com Waguinho. Reconheceu mais uma vez a importância que Waguinho teve na vitória do petista nas eleições e a fidelidade dele no cumprimento de acordos políticos.

O favorito para assumir a vaga de Daniela é o deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA) e o nome dele já teria sido apresentado ao Palácio do Planalto pelo partido. Na tarde desta terça, o parlamentar está em trânsito a caminho de Brasília e há expectativa de uma reunião com Lula ainda nesta semana.

Após a reunião, o Palácio do Planalto manteve a ministra à frente do Turismo. Na avaliação do governo, contudo, isso mostrou apenas um ganho de tempo para maior articulação e clareza às demandas do União Brasil.

Com sua permanência no governo em risco, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, afirmou que "está à disposição" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ministra teve uma reunião com Lula no Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira, 13, depois que se intensificou a cobrança do União Brasil para que ela seja demitida do cargo e que no seu lugar seja nomeado o deputado Celso Sabino (União-PA).

"Estou à disposição do presidente. Fui uma indicação dele. Estou aqui pra contribuir pro Brasil", afirmou Daniela antes de entrar em uma conversa reservada com deputados da Comissão do Turismo. "Está tudo sob controle", acrescentou.

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A troca no Ministério do Turismo foi prometida a deputados do União com a expectativa de que o partido entregue mais votos favoráveis ao governo na Câmara. Depois da reunião com Lula, que durou 1h30, o governo informou que Daniela segue no cargo até a próxima quinta-feira, quando está marcada uma reunião ministerial. Mas parlamentares do União esperam que um novo ministro seja nomeado nos próximos dias.

Antes de virar o principal foco de preocupação para o governo em meio a dificuldades com o Centrão na Câmara, Daniela já tinha sido convocada a apresentar planos para o ministério em sessão na Comissão de Turismo. A audiência foi mantida nesta terça-feira.

Nos últimos dias, o marido da ministra, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), vem tentando manter Daniela no cargo. Ele criticou a troca de Daniela por Celso Sabino dizendo que o deputado já foi bolsonarista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, para uma reunião nesta terça-feira (13), no Palácio do Planalto. A reunião durou cerca de 1h30. Após a conversa, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou que a ministra ainda continua no cargo e participará da reunião ministerial convocada por Lula para a próxima quinta-feira.

Aliados, no entanto, dão como certa a saída de Daniela Carneiro, apurou o Estadão/Broadcast. Já foi apresentado pelo União Brasil - partido que a ministra está em processo de deixar - o nome do deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) para substituí-la.

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No encontro da ministra com Lula também esteve presente seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos).

Lula convocou uma reunião ministerial para a próxima quinta-feira para fazer um balanço das ações feitas nas pastas e cobrar pressa dos ministros. Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta terça-feira, o presidente disse que não há mais tempo a perder no governo.

"Temos que levantar de manhã trabalhando, parar de trabalhar o mais tarde possível da noite e, no dia seguinte, levantar cedo outra vez", declarou o presidente. "Nada de ter medo de cara feia, de ficar colocando dificuldade. Dificuldade existe para a gente vencer."

Conforme mostrou a Coluna do Estadão, desde a semana passada prevalece o entendimento no governo de que o presidente Lula não tem como manter Daniela a menos que ela tenha amparo de algum partido. Como ela perdeu o apoio do União Brasil, uma saída seria ter o apadrinhamento do Republicanos, novo partido de Waguinho.

Daniela pediu autorização na Justiça para sair do União, mas um resultado favorável a ela é visto como pouco provável. O casal também está sem respaldo do Republicanos para ocupar o espaço na Esplanada.

Waguinho tem feito diversos movimentos para evitar que Celso Sabino (União-PA), favorito para assumir o Turismo, substitua Daniela. Ele argumenta que o governo Lula não pode aceitar um bolsonarista na Esplanada.

A troca de guarda no Ministério do Turismo para melhorar a relação do governo com o Congresso seria uma "covardia", na leitura de Waguinho. Em entrevista ao Estadão, Waguinho, que usa uma foto com Lula em seu WhatsApp, acusa Celso Sabino de machismo e o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, de perseguição. De acordo com o prefeito, Daniela é uma cota pessoal de Lula e não foi indicação do União Brasil. "Ela tem a mesma situação da Simone Tebet", avaliou.

Apesar dos alertas de que a relação de Lula com evangélicos e fluminenses sairia abalada com uma provável demissão de Daniela, Waguinho afasta rumores de que poderia romper com o governo. "Nossa lealdade e fidelidade ao presidente Lula continua a mesma.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que a troca de comando no Ministério do Turismo tem "lógica". Embora alegue que não defenda a saída de Daniela Carneiro do cargo, o petista avaliou que a iminente troca de partido da ministra - do União Brasil para o Republicanos, no aguardo de um aval da Justiça Eleitoral - justifica a cobrança pela troca na pasta.

"Turismo tem uma lógica que é você dizer que as pessoas estão lá representando o partido. Não estou defendendo que ela [Daniela] saia. Mas, na medida em que se confirmar que ela pediu para sair do partido, é óbvio que o partido [União Brasil] vai dizer 'era nossa representação, não é mais'", disse Jaques Wagner a jornalistas.

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Em entrevista ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o prefeito de Belford Roxo (RJ) e marido de Daniela, Waguinho Carneiro, afirmou que a ministra é cota pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não do União Brasil.

A demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, para dar lugar a um indicado do Centrão, no entanto, é descartada neste momento pelo líder do governo no Senado. "Sinceramente, acho que por enquanto está no campo do desejo de quem está pedindo", declarou.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) investiga se a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ), desviou verbas do fundo de campanha.

Ela gastou R$ 1 milhão em duas gráficas que o MP agora quer saber se são idôneas ou se foram usadas para emitir notas falsas e justificar no papel o uso do dinheiro, possivelmente embolsado. Ela nega irregularidades e afirma que as empresas 'entregaram todos os materiais de campanha demandados'.

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O inquérito civil foi aberto a partir de uma notícia-crime apresentada pelo agora deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que foi coordenador da extinta Operação Lava Jato.

LEIA A PORTARIA QUE ABRIU A INVESTIGAÇÃO

O promotor de Justiça Pedro Borges Mourão, de Duque de Caixas (RJ), começou a investigação buscando reconstituir a linha do tempo da composição societária das gráficas Rubra Editora e Gráfica Ltda e Printing Midia Ltda. O objetivo é investigar se as empresas foram abertas em nome de 'laranjas'.

As gráficas estão registradas hoje no nome de Felipe de Souza Pegado. Ele foi secretário municipal em Belford Roxo (RJ), onde o marido da ministra, Waguinho, é prefeito.

COM A PALAVRA, A MINISTRA

"A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, reafirma que as gráficas contratadas entregaram todos os materiais de campanha demandados e os mesmos foram retirados nos parques gráficos indicados pelas empresas: Printing Midia, situada na Zona da Leopoldina, e Rubra Gráfica, que terceiriza parte de sua produção na empresa Lastro, em São Cristóvão, não sendo de responsabilidade da ministra a divergência cadastral das gráficas junto à Receita.

Ela ressalta ainda que teve todas as suas contas de campanha aprovadas pelo TRE, que acredita na Justiça e que os fatos serão esclarecidos com a maior brevidade possível."

A briga no União Brasil vai muito além da disputa paroquial pelo poder no Rio. Nascido da fusão do DEM com o PSL, em 2021, o partido já é chamado no meio político de "Desunião" e está rachado em vários Estados e no Congresso. A crise se agravou depois que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e outros cinco deputados federais ingressaram com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo desfiliação por "justa causa". Agora, uma ala da bancada quer aproveitar o imbróglio para pressionar o governo a substituir a titular do Turismo.

Daniela e o seu grupo estão de malas prontas para o Republicanos, partido que tem ligações com a Igreja Universal e não comanda nenhum ministério. Não podem, porém, migrar para outra legenda se não forem autorizados pelo TSE, pois, caso contrário, correm o risco de perder os mandatos.

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"Nós gastamos mais de R$ 60 milhões para eleger esses deputados. Não podemos abrir mão deles", disse o presidente do União Brasil, Luciano Bivar. Até neste ponto a sigla está dividida: uma ala quer que o União Brasil libere os insatisfeitos; Bivar, no entanto, afirma que irá até o fim para exigir "fidelidade partidária".

'Sem pressa'

O Palácio do Planalto tenta um acordo e pode acabar "compensando" o União Brasil, se Daniela for mesmo para o Republicanos. "Vamos ter serenidade para conversar com todos, sem pressa", disse o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já reclamou que o partido de Bivar não está "entregando" votos, embora tenha três ministérios (Turismo, Comunicações e Integração). Dirigentes do União Brasil rebatem e calculam que a legenda vai dar cerca de 40 votos ao governo, mais do que o MDB e o PSD. O União Brasil tem 59 deputados.

Deputado reeleito, Bivar está em queda de braço com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que é secretário-geral do União Brasil. O embate, no entanto, não é apenas com Neto: há confronto aberto do presidente do partido com o líder da sigla na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e com o senador Davi Alcolumbre (AP), padrinho das indicações para o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Batalha

A cúpula do União Brasil também trava uma batalha na Justiça com o grupo do deputado Mendonça Filho (PE) pelo comando do diretório de Pernambuco. No Rio, o conflito é com o prefeito de Belfort Roxo, Wagner Carneiro, conhecido como Waguinho, marido da ministra do Turismo. Após perder o controle do diretório fluminense para Bivar e o vice-presidente do União Brasil, Antonio Rueda, Wagner Carneiro se filiou ao Republicanos.

Há também crises em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Sul e Amapá. "Está se consolidando um sentimento anticúpula porque essas disputas contaminam o partido todo. Se o pessoal do Rio conseguir se desfiliar sem perder o mandato, vai ser um enxame de gente correndo para sair também", afirmou o deputado Danilo Forte (CE).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer manter Daniela Carneiro no Ministério do Turismo, mesmo após ela ter pedido para sair do União Brasil, partido que a indicou para o cargo. Deputada licenciada, Daniela e outros cinco colegas de Câmara entraram com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conseguir deixar o União Brasil, sem perder o mandato, sob a alegação de "assédio" político por parte da direção nacional.

Embora tenha sido indicada na cota do partido - que controla três ministérios -, Daniela é casada com o prefeito de Belfort Roxo (RJ), Wagner Carneiro, conhecido como Waguinho. O casal apoiou Lula na campanha eleitoral do ano passado. Waguinho comandava o diretório do União Brasil no Rio, mas se desfiliou após ser substituído no cargo. Ao sair, acusou o deputado Luciano Bivar (PE), presidente do partido, de "intervenção".

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O prefeito, a ministra e os outros cinco deputados dizem que Bivar e Antonio Rueda, vice-presidente da legenda, querem "impor" suas decisões a qualquer custo. "O governo não interfere nos problemas internos dos partidos", afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. "Daniela Carneiro sempre contou com todo o apreço do presidente Lula."

Além do Turismo, o União Brasil tem os ministérios de Comunicações e Integração. O movimento que atinge Bivar foi deflagrado sob a acusação de que ele age como se dirigisse um "partido de cartório". Deputados afirmam que o presidente do União Brasil negociou na surdina cargos nas administrações do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD).

Waguinho já se filiou ao Republicanos, partido que não integra a base aliada do governo Lula, mas também não é de oposição. O Republicanos se declara independente em relação ao Palácio do Planalto e, nos últimos dias, tem se aproximado do presidente.

A ministra do Turismo e os outros deputados também querem migrar para a legenda, presidida pelo deputado Marcos Pereira (SP). Antes, porém, precisam de autorização do TSE para não correrem o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.

Prazo

O processo foi encaminhado para o gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou na terça no Supremo Tribunal Federal e será substituído no TSE por Kassio Nunes Marques. Em sua última decisão, Lewandowski deu prazo de cinco dias para que o União Brasil responda às denúncias apresentadas por Daniela e seu grupo para pedir a desfiliação por justa causa.

"Isso é coisa de advogado que fabrica justificativas para seus clientes", disse Bivar ao Estadão.

Questionado se não há mal-estar na permanência do partido no Ministério do Turismo, com Daniela em guerra com a cúpula do União Brasil, Bivar afirmou que esse assunto diz respeito ao Planalto. "O ministério é do governo. Agora, o Rio de Janeiro não pode ser uma ilha nem o partido uma confederação", destacou. "O União Brasil gastou mais de R$ 60 milhões para eleger esses deputados e não vai abrir mão deles assim."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O União Brasil terá cinco dias para rebater as acusações feitas pela ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e por cinco deputados que acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar deixar o partido sem perder os mandatos.

O processo foi distribuído ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta oficialmente nesta terça-feira (11). Em decisão assinada na noite desta segunda, 10, o ministro abriu prazo para o União Brasil enviar uma resposta ao TSE.

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Lewandowski alerta que, se o partido não encaminhar os esclarecimentos no prazo, o tribunal vai presumir que as acusações são verdadeiras.

"Cite-se o requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo de 5 (cinco) dias, contados da citação, devendo constar do mandado expressa advertência de que, em caso de revelia, presumir-se-ão verdadeiros os fatos afirmados na inicial", diz o despacho.

Com a aposentadoria, Lewandowski será substituído no TSE pelo ministro Kassio Nunes Marques, que deve herdar o processo.

Debandada

Além da ministra do Turismo, também pediram desfiliação os deputados Chiquinho Brazão, Juninho do Pneu, Marcos Soares, Ricardo Abrão e Dani Cunha, todos do Rio de Janeiro.

Eles acusam a direção do União Brasil de 'assédio' e de tentar centralizar a gestão dos diretórios estaduais.

Deputados e senadores precisam de autorização para deixar o partido pelo qual se elegeram porque a Justiça Eleitoral considera que os mandatos pertencem às siglas e não aos candidatos. O cálculo eleitoral considera também os votos na legenda.

O União Brasil nasceu no ano passado da fusão do PSL e DEM. O presidente é o deputado Luciano Bivar.

Com a crise aberta no partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará decidir se mantém Daniela Carneiro no cargo. Ela é uma das três indicações do União Brasil para o alto escalão do governo.

A ministra esteve no centro de um dos primeiros desgastes do terceiro mandato de Lula. Reportagens da Folha de S. Paulo mostraram que ela recebeu apoio de milicianos no Rio de Janeiro.

A ministra do Turismo Daniela Carneiro garantiu, em visita ao Recife nesta quinta-feira (9), que o Nordeste será prioridade para a pasta e que a preferência é uma cobrança do presidente Lula (PT). Vale ressaltar que a região passou ao menos quatro anos sendo desassistida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, agora, tem a chance de voltar a engatar economicamente no governo do petista. 

Segundo Carneiro, o Ministério está atento a todas as demandas nordestinas, sobretudo pelo fato de o presidente ser nordestino. “A gente sabe o valor que tem o turismo nessa região e, com certeza, a equipe técnica juntamente comigo, gestora da pasta, estaremos atentos e dando o suporte necessário aos governadores e aos prefeitos”, afirmou a ministra, durante encontro com a governadora Raquel Lyra (PSDB), no Palácio do Campo das Princesas. 

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A chefe da pasta esteve na capital pernambucana simbolicamente no Dia do Frevo, celebrado neste 9 de fevereiro, cumprindo o objetivo do governo federal de manter diálogo com os estados e municípios. “O primeiro eixo dessa gestão é fortalecer o diálogo. É a união e reconstrução. O Brasil do futuro. O Brasil está de volta com o presidente Lula e para mim é uma honra estar no Recife hoje, no Dia do Frevo. Fiz visitas importantes e pude perceber que a cidade e o estado estão muito preparados para receber os turistas. Essa retomada do Carnaval vai ser um sucesso, onde a geração de emprego é muito forte. Será um momento muito impactante na economia local”, observou Daniela. 

Retomada da economia

Por sua vez, Raquel Lyra destacou a importância do apoio do governo federal para a retomada da economia de Pernambuco. “A cada 10 empregos gerados no mundo, temos quatro na área do turismo. A gente precisa garantir que Pernambuco possa voltar ao mapa de turismo do Brasil e mundial. Essa demanda vai desde a retomada de voos internacionais, mas fundamentalmente um investimento da nossa estrutura, com a garantia de que as pessoas possam estar com segurança e qualidade nos nossos destinos”, afirmou. 

A tucana disse, ainda, que a visita da ministra foi “em boa hora”, quando o Governo de Pernambuco ainda está sendo estruturado e terá “um braço apoiador do Ministério articulando junto aos municípios os recursos que têm destinados para cá”. 

Já o secretário de Turismo de Pernambuco Daniel Coelho, declarou que o "engajamento coletivo” entre governo federal e estadual é necessário para a requalificação e recuperação da infraestrutura. “Esperamos a ministra de volta, trazendo soluções para esses desafios”. 

A ministra do Turismo indicada por Lula (PT) acumula uma série de acusações envolvendo irregularidades eleitorais, nepotismo, envolvimento com milicianos e uma assessora na folha de pagamento secreta da Fundação Ceperj. Daniela Carneiro, conhecida como Daniela do Waguinho (União Brasil), votou em Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e mostrou alinhamento com a ideologia bolsonarista em seu mandato na Câmara. 

Formada em Pedagogia, Daniela Carneiro atuou na Secretaria de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro e foi nomeada em 2017 para a Secretaria de Assistência e Cidadania de Belford Roxo. Na ocasião, o prefeito do município já era Wagner Carneiro, o Waguinho, seu marido e responsável pelo apadrinhamento político que batizou suas candidaturas. O Ministério Público do Rio (MPRJ) chegou a ajuizar uma reclamação a nomeação feita pelo marido. 

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Nas eleições de 2018, Daniela fez campanha ao lado do miliciano Juracy Alves Prudêncio, o "Jura". Na época, ele cumpria regime semiaberto, mas conseguiu autorização da Justiça para sair da prisão e foi nomeado Diretor do Departamento de Ordem Urbana na Prefeitura comandada por Waguinho. 

Após a Prefeitura de Belford Roxo ser alvo de uma operação do MPRJ que resultou no afastamento de Waguinho por 40 dias, a então secretária se elegeu como a deputada federal mais votada do estado em 2022. Mais da metade dos votos foram do município comandado pelo marido. Seus opositores chegaram acusar Waguinho de dificultar a realização de comícios. 

Depois de eleita, ela foi condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral a pagar uma multa por propaganda irregular e derramamento de santinhos no dia da votação, próximo a zonas eleitorais. Daniela Carneiro também se envolveu no escândalo da lista de funcionários fantasmas da Fundação Ceperj. Uma das suas assessoras teria sido contratada pelo centro no mesmo mês que começou a receber na Câmara dos Deputados. O Globo publicou uma matéria sobre o caso de dupla remuneração e, no mesmo dia, a deputada exonerou a funcionária do seu gabinete. 

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