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O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, vacinou nesta sexta-feira, 12, a mãe, dona Maria José de Toledo Covas, de 87 anos. Covas foi a Batatais, no interior de São Paulo, para aplicar pessoalmente a dose contra a covid-19. "Não deixaria isso para mais ninguém", disse, de acordo com nota divulgada à imprensa sobre o evento.

Maria disse que estava emocionada por chegar a sua vez na fila da vacina e também por ser imunizada pelo próprio filho. Respeitando as medidas de distanciamento, ela informou que está há um ano sem sair de casa.

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Antes de vacinar a mãe em Batatais, Covas esteve em Serrana, cidade do interior que sediará um estudo sobre os efeitos de uma vacinação ampla na população. A partir do próximo dia 17, 30 mil moradores vão começar a receber a vacina contra a covid-19 com a finalidade de se analisar a redução do contágio pela doença em um grande grupo.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que no próximo dia 3 de fevereiro devem chegar ao País 5,4 mil litros de insumos, importados da China, necessários para a produção da Coronavac, vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo instituto em parceria com o laboratório Sinovac.

Segundo afirmou, o Butantan aguarda a liberação e exportação pelas autoridades chinesas de adicionais 5,6 mil litros, já em "processo adiantado de liberação".

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"Tivemos sinalização de que a liberação será feita de maneira muito rápida", completou o diretor do instituto. Até o momento, a expectativa do Butantan é de receber, ao todo, 11 mil litros de insumos para a produção das doses da vacina.

Conforme afirmou Covas, cada dose recebe entre 0,62 ml e 0,5 ml de imunizante.

Nesta terça-feira (26) pela manhã, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), esteve reunido com o embaixador da China no País, Yang Wanming, para tratar da liberação de insumos necessários à vacina contra o coronavírus produzida e envasada pelo Instituto Butantan.

O embaixador descartou que o atraso na liberação dos insumos tenha ocorrido por atritos com o governo federal ou em retaliação às declarações do presidente Jair Bolsonaro contrárias à vacina. Conforme afirmou Yang, a demora em liberar os insumos pelas autoridades chinesas se trata de questão técnica e não política.

"Mantemos relação amistosa tradicional entre os dois países, incluindo o Estado de São Paulo, maior do Brasil", disse Yang. "A Coronavac está sendo aplicada em todo o País. A cooperação beneficia não só os paulistas, mas todo povo brasileiro", completou.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, avalia que até março - quando deve haver a disponibilidade das doses do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca, e envasadas pela Fundação Oswaldo Cruz - somente os imunizantes produzidos pelo Butantan estarão disponíveis para aplicação no País. Segundo ele, "isso coloca no Butantan a responsabilidade de continuar sendo o produtor da única vacina em uso no País neste momento".

Dificuldades na importação de doses e de insumos para a produção e envase da Coronavac ameaçam a campanha de imunização brasileira e acenderam o alerta no governo paulista de atraso no calendário vacinal.

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Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, 20, Covas pediu ao governo federal, em especial o presidente da República, Jair Bolsonaro - que disse no início da semana ser "do Brasil" a vacina - e o chanceler Ernesto Araújo, para que ajudem a "aplainar" as relações com a China.

Tanto o presidente quanto o ministro das Relações Exteriores têm protagonizado episódios de ataque à China, que podem ter contribuído para o atraso na remessa de insumos.

"Aguardamos liberação dos insumos da China para nossa produção local", disse Covas, que afirmou depender de uma quarta instância chinesa a liberação da importação dos insumos. "Apelo ao presidente para acelerar entendimentos", completou. Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o País "precisa estar mobilizado para trazer os insumos da China".

Para Doria, o escritório de negócios do governo paulista em Xangai, na China - inaugurado em agosto de 2019 - "abriu novos canais para a liberação de insumos da Coronavac".

"Trabalhamos com a China, que confia no governo de São Paulo, independentemente do governo brasileiro", disse o governador.

Conforme relatou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em reunião com representantes chineses no período da manhã, problemas técnicos foram responsáveis pelo atraso e não políticos.

Segundo Doria, a fábrica, em instalação pelo Instituto Butantan e prevista para início no segundo semestre, não recebeu um centavo do governo federal. "Se não fosse o Butantan, não teríamos ainda vacina contra a covid-19 no Brasil", afirmou Doria. "Fomos o 64º país a iniciar imunização, mas poderíamos ter sido um dos primeiros se não fosse o negacionismo", completou.

Doses no Brasil

No momento, o instituto aguarda liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que seja feita a liberação de 4,8 milhões de doses do imunizante, já em solo brasileiro, em adição aos 6 milhões já liberados. Segundo afirmou Covas, a Anvisa solicitou mais esclarecimentos para análise deste novo pedido de uso emergencial.

"Esperamos que a liberação de pedido saia logo para continuarmos com cronograma", afirmou Covas durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Na quarta-feira (9), o hematologista Dimas Tadeu Covas acordou por volta das 3 e meia manhã e mergulhou em seu pequeno ritual diário de orações - uma maneira de começar o dia que ele descreve como "o momento em que faço minha reflexão, me examino, defino prioridades, procuro me ligar ao absoluto". Até aí, nada de novo no front. Sair da cama ainda de madrugada e aproveitar para rezar um pouco - às vezes com a ajuda de um terço, às vezes não - tem sido rotina para ele nesses meses de pandemia. A grande novidade viria logo a seguir.

Naquela manhã, Covas chegou ao Instituto Butantã e viu de perto um frasco da Coronavac, a primeira vacina contra a Covid-19 feita em solo brasileiro. Produzido na noite anterior em uma área de segurança máxima onde só entram técnicos paramentados, o imunizante faz parte de um lote de 900 mil doses que dará origem a uma produção de 1 milhão de exemplares por dia. Uma das vacinas que prometem acabar aos poucos com o flagelo que já matou 185 mil brasileiros, a Coronavac é um líquido incolor. "Límpida como a água", descreve. E é também resultado de um embate entre ciência e política com lances duríssimos, em que o médico empenha toda a sua energia, 24 horas por dia.

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Dimas Covas é o homem da vacina. Diretor do Instituto Butantan há três anos, prospectou potenciais parceiros para produzi-la em São Paulo, bateu o martelo com o laboratório chinês Sinovac, coordenou a importação de insumos, comanda a fábrica de onde saem os frascos e, sobretudo, banca sem fraquejar: "a Coronavac é uma das melhores opções do mundo". Se der tudo certo, ele entrará para o rol dos grandes heróis da ciência brasileira. No momento, no entanto, é um cientista sob pressão.

Desde o começo da pandemia, emagreceu 10 quilos, dorme mal, passa o dia pendurado no celular, vê a família muito pouco. Convive o tempo inteiro com os desdobramentos sem fim da peleja entre o presidente da República que critica, faz chacota e dificulta a chegada da Coronavac porque ela foi desenvolvida em parceria com um laboratório da China, hoje uma das maiores potências científicas do mundo, e o governador de São Paulo que bota pressão para que o imunizante seja aprovado logo.

"Na hora em que me comprometo com uma vacina e alguém acredita piamente nela, e de um outro lado tem alguém que não acredita, eu sou o fiel da balança. É uma responsabilidade muito grande, uma pressão imensa. Mas, a despeito de todo o sacrifício pessoal, pode ter certeza: me preparei a vida inteira para enfrentar esse tipo de situação, ela não me amedronta nem por um minuto. Eu faço isso pela visão do meu papel no mundo. Isso me deixa muito confortável", diz ele.

Dimas Covas é extremamente católico. "Em alguns momentos, sou fervoroso", define. Foi agnóstico a maior parte da vida até que, aprofundando seus interesses por teologia, teve uma epifania nos escritos do frade e filósofo italiano São Tomás de Aquino. A influência do pensador na maneira como Covas se movimenta na vida é acachapante. "Sem dúvida o maior lógico que já existiu depois de Aristóteles, Tomás de Aquino é meu mestre. Ele me ensinou a pensar - e agora me orienta." Para manter o equilíbrio nesses tempos de exceção, recorre a textos tomistas, sempre nas madrugadas. "Se sou católico, é porque sou cientista!", anuncia.

Além de ter fé suficiente para dividir entre a religião e a ciência, o sujeito que hoje assume responsabilidade total pela Coronavac tem também uma trajetória profissional bojuda. Filho de um carteiro e de uma dona de casa, Covas nasceu e cresceu em Batatais, cidade a 355 km da capital - onde ainda moram a mulher, a biomédica Claudia, e a filha Giulia, de 17 anos; Lorenzo, o filho de 23 anos, estuda na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Foi um adolescente fissurado por Freud, por filosofia, por ciência. Entrou para a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e estava no meio do doutorado quando, na década de 1980, estourou o que até hoje considera um dos maiores baques de sua trajetória médica e um momento em que intuiu que a ciência não pode tudo.

Vírus até ali desconhecido, o HIV começou a infectar também pacientes fora dos grupos de risco que precisavam de transfusões de sangue. "De repente, 60% dos meus pacientes com hemofilia foram contaminados por transfusões que eu prescrevia, sem saber que o sangue não era seguro. Foi um choque muito grande", lembra. A comunidade científica começou a se organizar para garantir a qualidade do sangue e Covas foi convidado para integrar um grupo que instalaria uma rede de hemocentros no Estado de São Paulo. Logo depois, foi encarregado de montar o Hemocentro de Ribeirão Preto. "Ali começou a grande dedicação da minha vida, o meu envolvimento com a Saúde Pública", diz.

O médico representa uma escola com visão extremamente prática da ciência. Ligado ao desenvolvimento em biotecnologia, acredita em pesquisas que levem a algum lugar: ou a um medicamento, ou a um tratamento, ou a um diagnóstico. Orgulha-se de uma carreira com resultados palpáveis. Foi o primeiro no Brasil, por exemplo, a desenvolver proteínas recombinantes para tratamento de hemofilia, recurso hoje corriqueiro. Por conta dessa atuação intensa e pé no chão na hematologia, acabou em contato próximo com o Instituto Butantã quando se resolveu que, além de fazer vacinas e soros, o lugar abriria uma fábrica de hemoderivados.

Em 2017, o Butantã se enfiou numa crise cascuda que culminou no afastamento do imunologista Jorge Kalil de sua direção. Covas foi convidado às pressas pelo então secretário de Saúde, David Uip, para assumir o Butantã. Olhando a instituição de perto, concluiu que ela sofria de crise de identidade. "Fazia pesquisa, produção, ensino, cultura. No conjunto, parecia ter sentido, mas quando você analisava melhor, era mais um ajuntamento de coisas."

Sentado na cadeira de diretor, Covas anunciou que o grande ativo do Butantan seriam as sete vacinas que produz e fez um plano de voo para colocá-las no mercado internacional - a meta para 2020 era incluir o instituto entre os três maiores produtores do mundo, atrás de multinacionais como a francesa Sanofi e a britânica GSK. Refez a fábrica da vacina contra a gripe e a embicou no mercado como a maior do Hemisfério Sul. No ano passado, viajou pelo planeta atrás de parcerias.

Enquanto as ambições comerciais corriam soltas, o Butantã ficava ligado também na ameaça de epidemias. O Instituto participa de organismos internacionais que discutem o tema, entre eles um formado pela Fundação Bill e Melinda Gates e pela OMS cujas prospecções levavam a crer que o próximo vírus que faria o mundo tremer seria o influenza H7N9.

Como o Brasil se encaixa no perfil dos países mais ameaçados por esse vírus, o Butantã desenvolveu uma vacina, já em fase de estudo clínico. O Sars-CoV-2, vírus que causa a covid-19, no entanto, apareceu antes. "Quando ele começou a se espalhar, já em janeiro, montamos no Butantã o primeiro comitê para enxergar o assunto, que precedeu o que foi montado pelo governador. Ali já discutíamos aspectos relacionados com diagnóstico, testes, estratégias de enfrentamento e, claro, vacinas."

A pandemia foi se aproximando, e o médico ativou uma comunicação desenfreada com laboratórios mundo afora. Amarrou alguns acordos confidenciais para troca de informações, inclusive com a Universidade de Oxford. No giro pelo exterior feito no ano passado, parte da equipe do Butantã havia visitado farmacêuticas estatais e privadas na China, entre elas a Sinovac. Pouco depois, representantes da companhia chinesa conheceram o Instituto Butantã.

Com esse canal aberto, a empresa avisou que tinha uma vacina para outra epidemia, a do Sars-CoV-1, que já estava em estudos préclínicos para ser adaptada para o Sars-CoV-2. Covas fechou acordo de informações com eles, mas seguiu em contato com outras empresas. Conversou com a AstraZeneca, falou com o grupo russo que desenvolvia a Sputnik V. A certa altura, formou sua convicção: nada era melhor do que a oportunidade que tinha com a chinesa Sinovac.

Dimas Covas apostou seu pescoço na Coronavac por quatro motivos: a Sinovac é parecida com o Butantã em tamanho e portfólio de vacinas, o que transformava a negociação em uma conversa entre iguais; a equipe do Butantã conhece e domina a tecnologia da vacina chinesa, a mesma usada por aqui para fazer a da dengue; a Sinovac precisava de uma parceria com um país que ainda estivesse enfrentando a pandemia para fazer seus testes clínicos; e, por fim, seria ideal que esse parceiro tivesse inserção na comunidade internacional, porque a empresa chinesa é pouco conhecida no mundo. "Eram as condições ideais, para nós e para eles.

Tanto que fizemos um acordo de desenvolvimento da vacina, não um acordo comercial travestido. Somos os responsáveis pelo estudo clínico que vai aprovar a vacina no Brasil e na China, a nossa contribuição é enorme. Vamos dar pedigree à Coronavac." Qualquer que seja o desfecho dessa história, a militância pela vacina feita pelo médico e professor titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto já entrou para a crônica da ciência no Brasil. Ele, francamente, não está nem aí: "atualmente, eu só penso, só falo, só trabalho ao redor dela: a vacina".

O diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira, 15, que também será pedido o uso emergencial da vacina Coronavac na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 23 de dezembro. Como a Anvisa estabeleceu 10 dias para avaliação de uso emergencial, seria possível ter a autorização até o dia 15 de janeiro. Os dados sobre a eficácia da vacina ainda não foram divulgados.

"Declaramos que iríamos fazer o pedido de registro, vamos fazer o pedido de registro na China e no Brasil. Vamos também dar entrada no pedido de uso emergencial no Brasil. Se fizermos isso na semana que vem, como está programado, no dia 23, isso significa que na primeira semana de janeiro poderemos ter uma manifestação da Anvisa. Ou seja, a partir de janeiro, é possível que tenhamos autorização para uso da vacina. A partir do dia 15, portanto, teremos, nesse cronograma 9 milhões de doses para serem usadas nos brasileiros", disse Dimas Covas.

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"Se ocorrer dentro do manifestado pelas autoridades federais, o cronograma de início de vacinação em janeiro poderá acontecer a partir de 15 de janeiro, pela disponibilidade das vacinas. Elas estarão prontas para serem usadas", afirmou o diretor do Butantã em coletiva de imprensa. "A vacina não pode ficar na prateleira."

Na segunda-feira, 14, quando o governo paulista anunciou o adiamento da divulgação do resultado de eficácia da vacina Coronavac, argumentou que esse adiamento seria feito para solicitar o registro definitivo da vacina, o que facilitaria a aprovação do imunizante.

"Nós mudamos a nossa estratégia, que até semana passada era solicitar o uso emergencial com os dados de análise parcial. Dada a conjuntura e uma possível dificuldade com relação à própria velocidade da Anvisa, mudamos de estratégia e vamos pedir o uso definitivo na China e no Brasil ao mesmo tempo", declarou Dimas Covas no dia 14. Nesta quinta-feira, porém, o Butantã disse que também vai pedir o uso emergencial, mas manteve a divulgação da eficácia na semana que vem.

O governador João Doria (PSDB) disse que a data antes divulgada de início da vacinação em 25 de janeiro continua sendo a data prevista para inicio da imunização. "Se pudermos iniciar antes, ótimo, é o que mais desejamos. Estabelecemos esse prazo para não atropelar o rito da Anvisa, mas se houver um rito mais rápido, quanto mais rápido melhor. Estaremos preparados para fazer a imunização em São Paulo."

O governo paulista também disse que aguarda até esta sexta-feira, 18, um pedido formal do Ministério da Saúde para a compra da vacina do Butantã e inclusão do imunizante no plano nacional de vacinação, mas afirmou que, mesmo que o governo federal estabeleça início da vacinação em fevereiro, São Paulo mantém a previsão de começar a vacinar em janeiro.

O Senado aprovou nesta quarta-feira (9) a realização de uma sessão de debates para que se conheça os detalhes do plano nacional de vacinação elaborado pelo governo federal. A lista de convidados para a sessão conta com os nomes do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; do diretor da Fiocruz, Rodrigo Murtinho; do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; e o secretário de vigilância em saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Arnaldo Medeiros.

Representantes dos laboratórios fabricantes das vacinas também serão convidados. A data dessa sessão ainda será marcada. O requerimento foi assinado por vários senadores, que querem explicações sobre as providências do governo federal quanto ao oferecimento da vacina contra a covid-19 para a população.

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“Várias dúvidas precisam ser esclarecidas, inclusive, já existem ações no [Supremo Tribunal Federal] STF, a primeira que obriga que o Governo Federal apresente um plano de vacinação e a outra que questiona o presidente da República de ter desautorizado o ministro da Saúde, em relação a possível compra da vacina Coronovac. É necessário que o Congresso Nacional busque sanar essas dúvidas à população”, diz um trecho do requerimento.

Um dos autores do requerimento é o senador Esperidião Amin (PP-SC). Para ele, o Brasil tem particularidades que demandam atenção e conhecimento desse plano. “A vacina é uma verdadeira aflição. Temos a obrigação de contribuir para que o Brasil conheça os detalhes de um plano nacional de vacinação. A polêmica e as controvérsias do que seria o plano de vacinação, em um país com dificuldades de logística, 220 milhões de habitantes, impõe que o Senado dedique um espaço de uma sessão para discutir o tema”, disse.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estaria retardando a autorização para a importação da matéria-prima da Coronavac, denuncia o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas. Em entrevista à Folha de São Paulo, o pesquisador disse estar "inconformado" com a lentidão e garantiu que o centro está preparado para iniciar a fabricação no Brasil.

Covas conta que enviou uma solicitação formal de liberação excepcional no dia 23 de setembro. Após cerca de um mês de espera, nesta quinta-feira (22), ele recebeu a informação que a importação da substância só será discutida em uma reunião agendada para o dia 11 de novembro. "Uma liberação que ocorre em dois meses deixa de ser excepcional", criticou.

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O diretor calcula que, após o recebimento do material, o processo de fabricação, a realização dos testes de qualidade e a liberação efetiva do imunizante, sejam necessários cerca de 45 dias.

A intenção do Butantan era receber seis milhões de doses da farmacêutica chinesa Sinovac, ainda em outubro. No Brasil, a fabricação se estenderia até dezembro e garantiria mais 40 milhões de doses. Entretanto, caso a autorização saia em novembro, a produção seria finalizada apenas em janeiro. A Anvisa não se manifestou sobre a declaração do diretor do instituto.

A estimativa do Instituto Butantã, de São Paulo, é zerar a fila acumulada de testes para o novo coronavírus até esta quarta-feira. Em 7 de abril, 17 mil amostras estavam pendentes de análise. "Isso já se reduziu. Na quarta, esperamos anunciar que a fila foi zerada", garante o diretor da instituição, Dimas Covas.

Ele justificou a fila como resultado da dificuldade de obter insumos e da centralização dos exames no Instituto Adolfo Lutz. Por isso, no início do mês, o governo do Estado criou uma rede com outros hospitais e hemocentros estaduais da capital e do interior para acelerar as análises. "A situação estava um pouco complicada", disse Covas ao Estado.

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Com essa força-tarefa, a rede realiza cerca de 5 mil testes por dia. "Vamos chegar a 8 mil muito rapidamente", garante. A testagem é voltada a amostras de pacientes mortos ou com casos graves associados aos sintomas do novo coronavírus. Além disso, com o aumento da capacidade estadual, será estendida a todos os profissionais de saúde, mesmo que em quadros leves. A projeção é de que os resultados saiam em até 48 horas.

"Com isso, podemos atender a demanda imediata, principalmente dos municípios do interior que, sem os exames, podem ter a sensação que o vírus não chegou, mas que, na verdade, foi o exame que não foi feito", comenta Covas. "Vai nos ajudar a ter uma fotografia dessa epidemia mais próxima da realidade. Vai permitir que as autoridades tomem decisões fundamentadas em fatos."

O diretor do Butantã aponta que a necessidade de ampliar a rede também é uma forma de se preparar para o avanço da pandemia e que o governo não enfrenta mais falta de insumos. "Se espera que a demanda vá aumentar muito rapidamente à medida que a curva (de casos) também cresça. Esperamos que não seja explosivo."

A rede de testagem do Estado também passou a incluir laboratórios privados. De acordo com Covas, a maior participação é do Grupo Fleury em parceria com Bradesco Seguros, a Coca-Cola Brasil e a Coca-Cola FEMSA, que vão realizar e subsidiar 26 mil testes em um espaço no Jabaquara, na zona sul da capital. O valor estimado é de R$ 4 milhões, sem custos para o poder público.

Do total, 2,5 mil testes já foram realizados ou encaminhados pelo Estado ao grupo. Ao Estado, as empresas destacaram a necessidade do "espírito de colaboração" neste momento, enquanto Covas disse que parcerias com o setor privado são fundamentais. "Um grupo (de funcionários) se revezou 24 horas por dia para processar esse volume expressivo de exames em pouco tempo. Estamos felizes em ajudar a baixar a fila", comenta Carlos Marinelli, presidente do Grupo Fleury. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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