Tópicos | Egito

Islamitas egípcios que apoiam o presidente deposto Mohammed Morsi convocaram manifestações em todo o país nesta terça-feira, dois meses desde que o líder foi derrubado pelos militares.

O convocação foi feita um dia depois de o presidente interino Adly Mansour anunciar a composição de um painel para elaborar uma Constituição revisada, mas sem a inclusão da Irmandade Muçulmana de Morsi, que rejeitou participar do processo.

##RECOMENDA##

Em um comunicado emitido nesta segunda-feira, a Aliança contra o golpe de Estado, que é liderada pela Irmandade, disse que as manifestações de terça-feira serão realizadas sob o lema "O golpe é terrorismo", para marcar a queda de Morsi. O presidente do Egito na época foi retirado do poder pelos militares em 3 de julho.

A aliança "convoca a participação ativa nestas manifestações e outras atividades destinadas a obter o retorno de Morsi", disse o comunicado.

Ainda nesta segunda-feira, a Aliança contra o golpe também afirmou que seus membros na Europa estão documentando provas contra os responsáveis pela queda do presidente. "Os egípcios livres na Europa estão documentando os crimes dos golpistas para que possam ser apresentados no Tribunal Internacional de Justiça", disse o grupo.

Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, serviu apenas por um ano antes de o Exército o tirarem do poder. Fonte: Dow Jones Newswires.

O exército do Egito ampliou a segurança no Canal de Suez após um fracassado ataque a um navio transportador neste sábado, informou Mohab Memish, diretor da autoridade responsável pelo canal.

A tentativa de ataque ao navio Cosco Asia, de bandeira do Panamá, fracassou e "não houve dano ao navio nem aos contêineres que ele carregava", afirmou Mamish, acrescentando que o canal está operando normalmente.

##RECOMENDA##

Cerca de 3 milhões de barris de petróleo bruto passam pelo canal por dia, bem como o oleoduto que vai do terminal Ain Sukhna, no Golfo de Suez, até o terminal Sidir Kerir, no Mar Mediterrâneo. Fonte: Dow Jones Newswires.

O líder de um grupo da Al-Qaeda, com base no Iraque e na Síria, incitou os egípcios a lutarem com armas contra os militares de seu país, em uma mensagem de áudio divulgada na Internet neste sábado (30). Abu Mohammed al-Adnani também rejeitou a Irmandade Muçulmana, partido do deposto presidente egípcio Mohamed Mursi, por apoiar a democracia e tentar conquistar o poder por meio de eleições. Adnani ridicularizou a Irmandade e a descreveu como um "partido secular disfarçada como islamitas".

No Iraque, o grupo é amplamente responsabilizado por uma onda de violência nos últimos meses que deixou mais de 3.800 mortos. Na Síria, é visto como um dos grupos rebeldes mais potentes de combate o regime de Assad. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

##RECOMENDA##

A TV estatal egípcia e autoridades disseram que a polícia prendeu dois importantes membros da Irmandade Muçulmana, incluindo um ex-parlamentar que fez apelos públicos a favor dos protestos contra o governo apoiado pelos militares.

Autoridades disseram que Mohammed el-Beltagy e o ex-ministro do Trabalho Khaled Al-Azhari foram presos nesta quinta-feira em um apartamento próximo às Pirâmides de Giza.

##RECOMENDA##

El-Beltagy era procurado pela acusação de incitar a violência, assassinato de terrorismo. Ele também era procurado pelo envolvimento em um ataque a um posto policial que, de acordo com autoridades, foi tomado por manifestantes de um acampamento da Irmandade no Cairo. O acampamento foi desmantelado pela polícia há duas semanas. Fonte: Associated Press.

Forças de segurança disseram que o filho de um membro da Irmandade Muçulmana foi detido nesta segunda-feira junto com quatro outros homens no escritório de uma Rede de Serviço de Notícias que apoia a Irmandade. A família de Mohamed Soltan informou que ele é cidadão americano e que está desaparecido.

Ativo apoiador do grupo islâmico na internet, Soltan, 25 anos, postou fotos de seu braço ferido por uma bala quando as forças de segurança invadiram dois campos da Irmandade em 14 de agosto.

##RECOMENDA##

A polícia disse que o grupo tinha planos de ampliar a violência provocando cisão entre grupos do exército e da polícia. Fonte: Associated Press.

Um tribunal do Egito adiou para 14 de setembro o julgamento do ex-presidente do país Hosni Mubarak, de seus filhos e de comandantes de forças de segurança do país. Mubarak saiu da prisão na quinta-feira e foi colocado em prisão domiciliar. Ele tinha sido preso abril de 2011, dois meses depois de ter sido deposto em um levante contra seu governo.

O ex-presidente foi considerado culpado e condenado à prisão perpétua no ano passado por não ter impedido o assassinato de cerca de 900 manifestantes em uma revolta que durou 18 dias, mas a sentença foi anulada em recurso. Em abril, um novo julgamento foi aberto contra ele, seu chefe de segurança e seis comandantes da polícia. Fontes: Dow Jones Newswires e Associated Press.

##RECOMENDA##

Um funcionário egípcio disse que a fronteira do país com Gaza, que havia sido fechada depois de um ataque mortal a policiais no início desta semana, foi finalmente reaberta.

A passagem de fronteira de Rafah foi fechada depois que militantes mataram 25 policiais nesta segunda-feira em um dos ataques mais mortais no Sinai recentemente.

##RECOMENDA##

O General Sami Metwali disse que a travessia será aberta apenas durante quatro horas, todos os dias, porque as preocupações com a segurança mantêm-se elevadas no Sinai.

Outro funcionário do governo diz que as tropas egípcias mataram quatro militantes que atacaram um posto de controle militar no Sinai, perto da fronteira com Gaza, também neste sábado. O funcionário falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com a imprensa. Ele não deu mais detalhes.

Ataques na Península do Sinai aumentaram desde que o golpe militar depôs o presidente islamita Mohammed Mursi no Egito, no mês passado. Fonte: Associated Press.

Soldados egípcios foram enviados para as ruas nesta sexta-feira, dia em que milhares de partidários do presidente deposto Mohammed Morsi saíram em passeata para pedir seu retorno. Mas desta vez a Irmandade Muçulmana, grupo do qual Morsi faz parte, não conseguiu a adesão da grande quantidade de pessoas às manifestações, o que pode ser um sinal de que a dura repressão do atual governo militar afetou a base de apoio do grupo.

Num dia que recebeu o nome de "sexta-feira dos mártires", grupos de centenas de pessoas gritavam palavras de ordem contra os militares e carregavam pôsteres de Morsi em ruas laterais e do lado de fora de mesquitas de bairro. Pelo menos um pessoa foi morta em confrontos na cidade de Tanta, no delta do rio Nilo, mas não houve nenhum grande tumulto.

##RECOMENDA##

Milhares de pessoas marcharam pelas ruas do bairro de Nasr City, no Cairo, algumas gritando "estamos dispostos a sacrificar nossas vidas" e "nós prometemos aos mártires que colocaremos fim ao governo militar", numa referência às centenas de pessoas que morreram em confrontos com o Exército durante ataques contra acampamentos de protesto. Um homem ergueu uma fotografia de Morsi com as palavras "nosso presidente legítimo".

Mas não foram vistas as enormes concentrações de pessoas nas principais ruas e praças, pois veículos blindados e soldados estavam do lado de fora das mesquitas e em outras áreas estratégicas. Os militares também fecharam as principais ruas, alguns viadutos e cercaram várias praças, entre elas a Tahrir, numa demonstração de força com o objetivo de evitar os partidários de Morsi de se reunirem em massa.

Veículos blindados cercaram o palácio presidencial e bloquearam a mesquita de Rabaah al-Adawiya, onde partidários de Morsi permaneceram durante semanas em sinal de protesto, agrupamento que foi violentamente dispersado em 14 de agosto, resultando na morte de centenas de pessoas.

Os que participaram dos protestos evitaram as principais vias e praças que haviam sido tomadas por partidários de Morsi nas semanas após sua deposição, em 3 de julho.

O número menor de participantes indica que a Irmandade Muçulmana encontra dificuldades em arregimentar manifestantes após uma semana excepcionalmente violenta e da prisão de quase todos os mais graduados líderes do grupo, dentre eles seu líder espiritual, Mohammed Badie.

As autoridades também impuseram um rigoroso toque de recolher durante a madrugada na última semana no Cairo e em outras províncias, o que deixou as ruas vazias ao cair da noite. Fonte: Associated Press.

Militares e forças de segurança do Egito foram posicionados em diversos locais no Cairo antes de manifestações agendadas para esta sexta-feira por apoiadores do deposto presidente Mohammed Morsi. Os agentes já fecharam algumas vias da capital e ruas no centro da cidade.

Os protestos desta sexta-feira são um teste para saber se simpatizantes de Morsi conseguirão manter a pressão sobre o governo, apesar de uma intensiva operação contra a Irmandade Muçulmana. As manifestações foram batizadas de "sexta-feira dos mártires" e devem ocorrer após as orações muçulmanas.

##RECOMENDA##

Centenas de membros da Irmandade, incluindo o líder do grupo, foram detidos e outras centenas foram mortas em alguns das piores ofensivas desde 2011. Apoiadores de Morsi mantiveram sua campanha para devolver o poder ao presidente deposto desde o golpe de 3 de julho. Mas as manifestações têm se resumido a confrontos com a segurança e com cidadãos nos últimos dias. Na quinta-feira, o autocrata deposto Hosni Mubarak foi libertado da prisão, criando ainda mais tensão no país. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro interino do Egito, Hazem el-Beblawi, ordenou que o ex-ditador Hosni Mubarak seja mantido em prisão domiciliar depois que deixar a penitenciária de Tora, onde passou a maior parte dos últimos dois anos.

Por meio de nota, Beblawi alegou que Mubarak ficará em prisão domiciliar como parte das medidas de emergência impostas na semana passada pelo governo interino conduzido ao poder depois do golpe militar que depôs o presidente Mohamed Morsi no início de julho.

##RECOMENDA##

Mais cedo, autoridades egípcias informaram que um tribunal do país havia ordenado a libertação do ex-ditador. É possível que Mubarak deixe a penitenciária de Tora já na manhã de quinta-feira, segundo funcionários do governo interino.

A decisão desta quarta-feira foi tomada durante uma audiência sobre o recebimento, pelo ex-presidente, de presentes de um jornal estatal, o último caso que mantém Mubarak detido.

O anúncio de que a libertação de Mubarak seria iminente alimentou temores de mais agitação política e violência no país, especialmente por causa da ligação entre o ex-ditador e a elite militar egípcia.

Ainda não está claro, no entanto, se o anúncio de que Mubarak será mantido em regime de prisão domiciliar terá efeito atenuante sobre as tensões derivadas da polarização entre as facções religiosas e seculares do Egito.

Mubarak, de 85 anos, está preso desde abril de 2011 e é atualmente julgado pelas mortes de manifestantes durante o levante de 2011 contra seu governo, entre outras acusações. Fonte: Associated Press.

A Arábia Saudita pediu na quarta-feira o apoio mundial para a tentativa do governo interino do Egito de alcançar a "estabilidade" No país, e para que a comunidade internacional não prejudiquem os esforços.

"Nós esperamos que a comunidade internacional apoie os esforços do governo do Egito em sua tentativa para alcançar o que nos aspiramos por segurança, estabilidade e prosperidade", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Saud al-Faisal à AFP. Os comentários foram feitos antes de uma reunião dos ministros da União Europeia hoje em Bruxelas, na qual eles deverão condenar firmemente a violência no Egito, sem aplicar sanções, contudo.

##RECOMENDA##

A reunião da UE foi convocada às pressas no meio da pausa de verão da Europa após a morte de quase 900 pessoas em uma semana de violência implacável no Egito, ligada à repressão no Cairo contra partidários do presidente islamita Mohamed Mursi, que foi deposto pelo exército em 3 de julho.

Entre as opções estudadas pelos ministros está a suspensão de parte do pacote de ajuda da União Europeia ou dos negócios de armas, bem como a cooperação militar e de segurança dependentes de uma solução política para a nação árabe.

Al-Faisal anunciou na segunda-feira que as nações árabes e islâmicas estão prontas para ajudar o Egito se as nações ocidentais cortarem a ajuda ao país.

A Arábia Saudita e outros países do Golfo receberam positivamente a deposição de Morsi no Egito, com Riadi anunciando um pacote de ajuda de US$ 5 bilhões ao país Kuwait e Emirados Árabes Unidos seguiram a decisão, fazem com que as promessas feitas pelos três estados árabes do Golfo ricos em petróleo totalizarem US$ 12 bilhões.

Os analistas disseram que a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo estão jogando seu peso financeiro e diplomático por trás dos governantes do exército instalados do Egito, porque eles veem o Islã político defendido pela Irmandade Muçulmana de Morsi como uma força desestabilizadora regional. Fonte: Associated Press.

Autoridades egípcias informaram que um tribunal do país ordenou a libertação do ex-presidente Hosni Mubarak. Ainda não estava claro se a promotoria vai recorrer da decisão.

A decisão desta quarta-feira foi tomada durante uma audiência sobre o recebimento, pelo ex-presidente, de presentes de um jornal estatal, o último caso que mantém Mubarak detido.

##RECOMENDA##

A medida eleva a possibilidade de Mubarak deixar a prisão, o que pode aumentar ainda mais a agitação no país, depois de o sucessor do líder ter sido derrubado num golpe de Estado no mês passado. As fontes falaram em condição de anonimato porque não estão autorizados a falar com a imprensa.

Mubarak, de 85 anos, está detido desde abril de 2011 e é atualmente julgado pelas mortes de manifestantes durante o levante de 2011 contra seu governo, além de outras acusações. Fonte: Associated Press.

As relações da União Europeia com o Egito devem ser modificadas em resposta a recente repressão do governo interno contra manifestantes no país, segundo ministros de Relações Exteriores da Alemanha, Suécia e Lituânia. Por outro lado, a autoridade do Reino Unido defende a manutenção da ajuda ao Egito, com o objetivo de dar apoio a "maioria" do povo do país.

Segundo o ministro sueco Carl Bildt, o bloco deve cortar parte da ajuda dada ao Egito e proibir as exportações de armas para o país norte-africano. "Acho que é muito difícil entender como o dinheiro dos contribuintes suecos deve ser direcionado para apoiar pessoas responsáveis pelos massacres que temos visto".

##RECOMENDA##

Os ministros da UE estão reunidos em Bruxelas nesta quarta-feira para discutir a situação no Egito e para começar o que os líderes do bloco chamaram de uma ampla revisão dos laços com o país.

Bildt disse que "gostaria" de ser capaz de continuar a dar ajuda ao desenvolvimento bilateral com o país, ressaltando que a UE precisa deixar "claro que a responsabilidade principal recai sobre as forças do regime."

Já Linas Linkevicius, ministro da Lituânia, ressaltou que governo interino do Egito não ouviu os pedidos europeus pelo fim da violência e, por isso, é necessário impor sanções. "Chegou a hora de tomar medidas adicionais", disse ele a caminho da reunião de chanceleres da UE.

Embora a Lituânia não tenha o mesmo peso na UE como a França, a Alemanha ou o Reino Unido, o país está em uma posição para dirigir as negociações, uma vez que atualmente detém a presidência rotativa do bloco. Linkevicius disse que a Lituânia acredita que suspender a exportação de armas para o Egito é um "deve a ser feito".

A posição a favor de uma proibição também foi defendida pelo ministro de Relações Exteriores da Holanda, Frans Timmermans. "Não seria sensato fornecer armas ao Exército egípcio e às forças de segurança nesta situação", disse.

Ainda que um embargo de armas completo não seja necessário, "entregar armas nesta semana, na próxima semana, talvez no curto prazo, não seria sábio."

O ministros alemão Guido Westerwelle não foi tão duro quanto as autoridades da Lituânia, Suécia e Holanda, contudo ele disse que as relações devem ser modificadas.

"É importante que nós, europeus, enviemos um sinal comum e forte para acabar com a violência", afirmou Guido Westerwelle. Ainda assim, "seria errado decidir tudo hoje", disse ele. Westerwelle ressaltou que os governos da UE devem observar novos desenvolvimentos no Egito antes de decidir sobre quaisquer sanções econômicas. "Temos interesse que o Egito não caia em instabilidade completa", disse ele.

Em novembro, a UE ofereceu até 5 bilhões de euros (US$ 6,69 bilhões) em empréstimos e subsídios para a administração do então presidente Mohammed Morsi. Contudo, grande parte da assistência estava ligada a demandas de reforma econômica e política. A UE não deu nenhum montante diretamente para o governo do Egito até agora neste ano, de acordo com números oficiais, mas continua apoiando projetos sociais e de infraestrutura e grupos da sociedade civil.

Alguns Estados-membros já suspenderam as licenças para a exportação de armas e equipamentos que podem ser usados para repressão aos protestos. Outros, como a Dinamarca, reduziram a ajuda bilateral. O Reino Unido também reduziu a cooperação militar e de segurança.

Diferente das outras autoridades, o ministro britânico William Hague defendeu que a União Europeia mantenha a ajuda fluindo para a "maioria" dos egípcios, ao mesmo tempo em que responde a atos de violência por parte das autoridades e manifestantes antigovernamentais.

"Temos que manter a fé na maioria das pessoas do Egito que querem um país estável e democrático e próspero para si e isso significa que não devemos fazer nada que os prejudique ou reduzir o apoio".

Hague disse que UE deve "deixar a porta aberta" para o diálogo entre as diversas partes. Ele condenou o que chamou de "atos desproporcionais das forças de segurança no Egito", mas também atacou "atos terríveis de violência que têm sido conduzidos por aqueles que se opõem às autoridades." Fonte: Dow Jones Newswires.

Autoridades egípcias interrogavam nesta terça-feira o líder supremo da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, detido horas antes em Cidade Nasser, no Cairo. Ele foi levado à penitenciária de Tora, onde era interrogado por integrantes da promotoria, disseram fontes no sistema judicial.

Badie e mais cinco líderes da Irmandade Muçulmana são acusados pelo governo imposto pelos militares depois do golpe que derrubou o presidente Mohammed Morsi em 3 de julho por supostamente incitarem oito assassinatos ocorridos em junho, após diretórios da agremiação terem sido incendiados.

##RECOMENDA##

A detenção de Badie é o mais recente desdobramento de uma campanha de repressão das forças de segurança à Irmandade Muçulmana nas semanas que sucederam o golpe militar que depôs Morsi, que também é filiado ao grupo e continua detido.

Diante da prisão de seu líder, a Irmandade Muçulmana assegurou que o episódio não enfraquecerá o movimento nem afastará seus seguidores de seus princípios. "O povo vai continuar sua luta pacífica até reconquistar todos os seus direitos, mesmo com sua eminência, o guia, na cadeia", prometeu o grupo.

Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos discutia uma possível suspensão da assistência militar de US$ 1,5 bilhão concedida por Washington ao Cairo.

Segundo David Carle, assessor do senador norte-americano Patrick Leahy, o governo norte-americano já paralisou os repasses de dinheiro no âmbito de sua assistência militar ao Egito.

Carle qualificou a decisão do governo como uma "ação momentânea, e não necessariamente uma (mudança de) política oficial". Ele observou que ainda não se sabe por quanto tempo o dinheiro ficará retido.

O governo norte-americano iniciou recentemente uma revisão da assistência militar ao Egito. A revisão foi motivada pelo golpe militar que derrubou Morsi no mês passado.

Até agora, porém, nenhuma decisão formal foi tomada e a Casa Branca tem se esquivado de qualificar a deposição de Morsi como "golpe de Estado", pois isso a obrigaria a suspender a assistência militar até que um governo democrático seja instaurado.

A ajuda militar norte-americana ao Egito totaliza cerca de US$ 1,5 bilhão por ano. Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que Washington ainda não havia repassado US$ 585 milhões referentes ao ano de 2013.

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje Israel de estar por trás da revolta contra Morsi no Egito. Erdogan também criticou os países muçulmanos, acusando-os de trair o Egito ao apoiarem os novos líderes egípcios.

A Casa Branca criticou a acusação de Erdogan contra Israel. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que a sugestão é "ofensiva, sem fundamentos e errada". Segundo ele, esse tipo de afirmação distrai os países da necessidade de trabalharem juntos de forma construtiva na região.

Erdogan fez a acusação em um discurso televisionado. Sua única evidência era um comunicado de um intelectual judeu francês durante uma reunião com uma autoridade israelense. Fonte: Associated Press.

Um tribunal do Cairo marcou para setembro o julgamento do Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, informa a emissora pan-árabe de televisão Al Jazeera em sua página na internet.

ElBaradei será julgado pela acusação de "quebra da confiança da nação" por ter renunciado, na semana passada, ao cargo de vice-presidente interino do Egito.

##RECOMENDA##

As acusações contra ElBaradei foram apresentadas por um professor de direito da Universidade Helwan, no Cairo. A acusação de "trair" a confiança do público acarreta condenação máxima de multa equivalente a US$ 1.430.

ElBaradei renunciou em 14 de agosto sob a alegação de que não queria ser responsabilizado pelo derramamento de sangue.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, declarou-se nesta segunda-feira "alarmado" com o uso excessivo da força no Egito e fez um chamado ao diálogo e à reconciliação.

Ban disse que o processo político foi "sequestrado" pela violência advertiu que as autoridades e os líderes políticos egípcios têm a responsabilidade compartilhada de pôr fim à crise.

##RECOMENDA##

"Evitar mais perdas de vida deveria ser a maior prioridade", disse Ban. "Peço a todos os egípcios que exerçam ao máximo a contenção e solucionem pacificamente suas divergências."

O secretário-geral da ONU denunciou os ataques contra a população civil e a destruição de igrejas, hospitais e outras instalações públicas. Fonte: Associated Press.

Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia devem se encontrar nesta semana para discutir a situação no Egito, disse o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague.

Altos funcionários dos Estados-membros da UE estão reunidos em Bruxelas nesta segunda-feira para discutir a situação no Egito e para dar uma resposta a violenta repressão da semana passada contra manifestantes antigovernamentais. A reunião deverá se concentrar sobre a possibilidade de reduzir a ajuda da UE para as autoridades egípcias.

##RECOMENDA##

Os funcionários também receberam a responsabilidade de organizar uma possível reunião de ministros de Relações Exteriores para os próximos dias, contudo, até então, o encontro não havia sido confirmado.

No domingo, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o seu homólogo do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, disseram que a UE e os Estados-membros devem "revisar urgentemente" os laços com o Egito.

Em uma entrevista durante o fim de semana, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que uma possível medida da UE é suspender as exportações de armas para o Egito. Fonte: Dow Jones Newswires.

A União Europeia (UE) irá "rever, urgentemente", a relação com o Egito, onde mais de 800 pessoas morreram em confrontos entre as forças de segurança e partidários do presidente destituído Mohammed Morsi. Num raro comunicado conjunto de política externa, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu disseram ser de responsabilidade do Exército e do governo interino pôr um fim à violência.

Os pedidos pela democracia e pelos direitos fundamentais "não podem ser descartados, muito menos serem jogados fora sobre o sangue" e "a violência e as mortes desses últimos dias não podem ser justificados, tampouco tolerados", disseram os presidentes da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

##RECOMENDA##

Os ministros de Relações Exteriores da UE devem realizar uma reunião de emergência sobre o Egito nesta semana. O bloco tem sido uma importante fonte de ajuda e de negócios ao Egito. Em Paris, o presidente da França, François Hollande, disse que as nações europeias e árabes têm "a responsabilidade comum" de fazer o que podem para que a violência no Egito chegue a um fim e a normalidade política possa ser retomada.

Hollande fez o comentário após se reunir com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita e disse que, embora não pretenda interferir nos assuntos do Egito, esse nível de violência é inaceitável para uma grande nação como a egípcia. O presidente da França pediu às autoridades políticas egípcias que organizem eleições rapidamente, "de modo que a população possa se expressar". Hollande afirmou que outras nações devem "tudo o que puderem para cessar a violência". O presidente não disse, entretanto, como outras nações poderiam ajudar a encerrar a crise no Egito.

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, reuniu-se, separadamente, com o ministro do Catar, Khalid bin Mohammad Al Attiyah. O Catar é aliado da Irmandade Muçulmana, o movimento de Morsi, enquanto o rei da Arábia Saudita tem dito que o país tem estado ao lado do Egito na luta contra o "terrorismo e o conflito", uma referência velada à Irmandade. "Devemos encerrar rapidamente esta batalha sangrenta e chegar a um diálogo no Egito", disse Fabius, após o encontro com o enviado do Catar. Fonte: Associated Press.

Pelo menos 36 pessoas morreram quando homens armados tentaram resgatar prisioneiros islâmicos neste domingo (18), numa troca de tiros com a polícia do Egito nos arredores de uma prisão no Cairo, afirmou a agência de noticias estatal Mena. De acordo com a agência, vários homens armados morreram após atacar um comboio policial que transferia cerca de 600 prisioneiros da Irmandade Muçulmana para a prisão de Abu Zaabal, no norte da capital egípcia.

O Ministério do Interior afirmou mais cedo que a transferência era feita porque os prisioneiros se rebelaram e tentaram escapar e que, para contê-los, usou gás lacrimogêneo. Uma autoridade de segurança afirmou que um policial foi feito refém e que ficou ferido. A polícia prendeu mais de mil manifestantes islâmicos desde a quarta-feira, 14, quando, com militares, deram início a uma sangrenta repressão aos que apoiam o presidente deposto Mohamed Morsi.

##RECOMENDA##

O ministério disse neste domingo que banirá grupos de manifestantes em vigília responsáveis pela criação dos autodenominados "comitês populares" nas ruas da capital. "O Ministério do Interior decidiu proibir a criação de comitês populares, utilizados por alguns para conduzir atos ilegais", disse, em nota. Fonte: Dow Jones Newswire e Associated Press.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu neste domingo (18) que as autoridades da Europa ajam em conjunto nos esforços para parar com a escalada da violência no Egito. "Vamos avaliar, novamente, a situação no Egito. Devemos ter um encontro de ministros de Relações Exteriores na próxima semana e devemos agir em conjunto, dando os mesmos passos", disse, em entrevista ao canal de TV ZDF. Uma possível medida seria parar com todo o fornecimento de armas ao Egito, disse.

"Vamos avaliar as medidas que precisam ser tomadas e o fim das exportações de armas poderia ser uma saída possível", afirmou, descrevendo a situação no país como "extremamente delicada e alarmante". Cinco semanas antes das eleições gerais de 22 de setembro, Merkel reiterou que seria tolice considerar que o resultado deste pleito está dado. "Seria pouco cauteloso assumir que eu irei, de algum modo, permanecer como chanceler e desse modo não preciso fazer nada." Fonte: Dow Jones Newswires.

##RECOMENDA##

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando