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Hoje (4) a Warner Bros completa 100 anos de sua fundação. O nome é uma referência aos quatro irmãos fundadores da empresa. Com o faturamento na casa dos bilhões, é considerada uma das maiores distribuidoras e produtoras de filmes de Hollywood e do planeta.  

A lista de filmes que contam com o selo da Warner é longa. Abrange desde grandes títulos da história do cinema, como “Casablanca” (1942) e “Mad Max” (1979), passando por clássicos de terror ou ao estilo ‘Sessão da Tarde’, como “Dennis, o Pimentinha” (1993). Há espaço para as franquias mais recentes como “Matrix”, “Harry Potter” e longas de super-heróis, especialmente os da DC. Também possui diversas produções para a televisão, incluindo desenhos da turma do Pernalonga, animes do “Naruto” e séries aclamadas como “The Big Bang Theory” e “Smallville”.  

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Entre as marcas que são prioridade da Warner, constam diversos nomes conhecidos como Discovery Channel, CNN, HBO, Food Network, TNT, Animal Planet e o serviço de streaming HBO Max. Confira abaixo alguns dos principais filmes da distribuidora que chamaram atenção ao longo das décadas e onde é possível assisti-los no streaming. 

O Cantor de Jazz (1927) - Apenas aluguel no YouTube e Apple TV; 

Relíquia Macabra (1941) - HBO Max; 

Laranja Mecânica (1971) - HBO Max; 

O Exorcista (1973) - Amazon Prime Video; 

O Iluminado (1980) - HBO Max; 

Premonição (2000) - HBO Max; 

Se Beber, Não Case! (2009) - HBO Max; 

Coringa (2019) - Amazon Prime Video e HBO Max.

O gás de cozinha já está custando mais 7% para os consumidores, nesta quarta-feira, (1º), devido a um ajuste feito pelas distribuidoras do produto, confirmou o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre Borjaili. Rumores no setor indicam que a Petrobras também deverá reajustar o preço do combustível, que já acumula 38% de alta no ano.

De acordo com Borjaili, o reajuste das distribuidoras teve como justificativa o dissídio da categoria e inflação. O aumento médio por botijão foi de R$ 5,80, sendo que mais R$ 0,30 foi adicionado em alguns estados pelo reajuste do ICMS no mês passado.

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"E há um murmúrio de que a Petrobras vai aumentar também no início do mês", disse Borjaili ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), que discorda do aumento das distribuidoras, considerando que o valor do produto já está muito alto.

O preço do gás de cozinha virou mais uma preocupação para o governo de Jair Bolsonaro, que demitiu o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco pelos ajustes sucessivos dos combustíveis, inclusive do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

Já o atual presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna, deixou de fazer reajustes mensais. O último aumento foi no início de julho, de 3,5%.

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do botijão de GLP de 13 Kg entre 22 e 28 de agosto era de R$ 93,65, sendo que em algumas localidades o produto chega a custar R$ 130,00.

A BR Distribuidora informa que retomou na manhã deste domingo (7) a comercialização de gasolina de aviação a seus clientes e revendedores, após receber os laudos do fornecedor atestando que os novos lotes do produto se encontram dentro das especificações determinadas pelos órgãos reguladores.

A venda da gasolina de aviação pela BR foi suspensa no dia 3 de fevereiro após ter sido detectada a existência de um parâmetro do combustível fora dos limites de especificação, o que valeu à empresa e a outras distribuidoras uma notificação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para prestação de informações no prazo de 48 horas sobre o produto. Também foram notificadas Raízen, Gran Petro, Air BP Brasil, Rede Sol, Petróleo Sabba, Air BP Petrobahia e Petrobahia.

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A BR informou que após ser notificada realizou todos os testes recomendados aos distribuidores. "De modo a regularizar o abastecimento no menor espaço de tempo possível, a base da companhia em Cubatão (Bacub), atualmente o único polo de suprimento de AVGAS (gasolina de aviação) no País, está operando em regime estendido", informou a BR em nota neste domingo.

A empresa ainda afirma que segue aguardando os esclarecimentos de seu fornecedor sobre a adulteração encontrada pela ANP e que se coloca à disposição para "colaborar no aprofundamento das investigações".

O gás de cozinha residencial (GLP) aumentou 5% nas distribuidoras e o GLP industrial e comercial 3%, a partir da meia-noite desta terça-feira (22). O anúncio foi feito pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) em nota à imprensa e confirmado pela Petrobras.

Os aumentos são médias, pois o valor terá variação, para maior ou menor, dependendo da área de distribuição nacional, segundo o Sindigás. O preço para o consumidor final poderá ser diferente, pois as distribuidoras acrescem ao percentual de aumento os custos com mão de obra, logística, impostos e margem de lucro.

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“O Sindigás informa que suas empresas associadas foram comunicadas pela Petrobras, na tarde de hoje [21], sobre o aumento no preço do GLP residencial (embalagens de até 13kg) e empresarial (destinado a embalagens acima de 13 kg). O aumento passa a valer a partir de amanhã, dia 22 de outubro, nas unidades da petroleira. De acordo com as informações recebidas da Petrobras, o aumento do GLP residencial oscilará entre 4,8% e 5,3%, e o aumento do GLP empresarial entre 2,9% e 3,2%, dependendo do polo de suprimento”, informou o Sindigás.

O último aumento de GLP praticado pela Petrobras foi no dia 5 de agosto.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou uma redução média de 7,4% nas tarifas da Ceron, válida a partir de 1º de abril. A distribuidora atende 641 mil unidades consumidoras em Rondônia. O grupo Energisa comprou a empresa, que pertencia à Eletrobras, em um leilão realizado pelo governo em agosto do ano passado.

A queda tem dois motivos. O primeiro é a quitação antecipada do empréstimo firmado em 2014 com um pool de bancos públicos e privados. Na época, a seca levou ao acionamento de praticamente todo o parque de termelétricas do País. Esse custo foi pago por meio de um financiamento de R$ 21 bilhões, repassado às tarifas de energia pagas pelos consumidores, de forma parcelada, até 2020. Como houve saldo suficiente para quitá-lo antes, ele será pago até setembro deste ano.

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Como a Ceron já tinha passado pelo processo de reajuste tarifário, a Aneel aprovou uma revisão tarifária extraordinária, de forma a retirar o custo desse empréstimo das contas de luz dos consumidores locais. Esse fator contribuiu para uma redução de 4,19%. O segundo motivo é o diferimento de parte dos componentes financeiros da Ceron, que contribuiu com uma diminuição de 3,27%.

A Polícia Civil do Paraná deflagrou nesta manhã de terça-feira (31) a Operação Margem Controlada, que investiga distribuidoras de combustível por prática de controle de preços. Serão cumpridos 20 mandados judiciais em Curitiba, sendo oito de prisão e 12 de busca e apreensão, mais desligamento de e-mail (sigilo telemático) de nove pessoas.

A operação visa prender uma quadrilha que age em Curitiba formada por gerentes e assessores comerciais das três maiores distribuidoras de combustíveis que atuam no Brasil e que juntas dominam 70% do mercado, segundo comunicado da Divisão de Combate à Corrupção da polícia. A suspeita é que as distribuidoras controlam de forma indevida e criminosa o preço final dos combustíveis nas bombas dos postos de gasolina com bandeira, "restringindo assim o mercado e prejudicando a livre concorrência."

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A investigação, de mais de um ano, envolveu também a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba, com o apoio da Polícia Militar e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Nuciber (Núcleo de Combate aos Ciber Crimes).

Ao todo participam 50 policiais, quatro delegados da Divisão, dois promotores de Justiça e servidores do Instituto de Criminalística.

Os suspeitos responderão pelos crimes de abuso de poder econômico e organização criminosa. Se condenados, as penas variam de 2 a 13 anos.

Os acionistas da Eletrobrás votaram a favor de prorrogar o prazo de prestação temporária de serviços das distribuidoras até 31 de dezembro deste ano. A data aprovada em assembleia anterior se encerrava nesta terça-feira (31). O ato era condição necessária para evitar a liquidação das empresas, que atuam no Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima e Alagoas.

Acionista majoritária da Eletrobrás, a União, que detém 51% das ações ordinárias e 41% do capital social, votou pela prorrogação do prazo. O BNDES, que conduz o processo de privatização das distribuidoras, se absteve. Mas, para não dar a impressão de que o governo passou por cima do interesse dos minoritários, o representante do governo fez questão de deixar claro que os custos com a operação das distribuidoras a partir de agosto serão totalmente suportados pelas tarifas, fundos setoriais ou pela União, sem qualquer desembolso da Eletrobrás.

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Esse ponto foi garantido por meio de uma portaria o Ministério de Minas e Energia (MME), publicada em 17 de julho, assegurando "neutralidade econômica" das despesas totais das companhias caso elas sejam liquidadas. Isso significa que, na prática, para o acionista minoritário, não haveria qualquer diferença se a eventual decisão de liquidação for tomada em julho ou em dezembro. O custo será zero.

A Eletrobrás tem desembolsado cerca de R$ 300 milhões por mês com as distribuidoras. O custo só não é maior porque as empresas recebem recursos por meio da tarifa paga pelos clientes locais e empréstimos subsidiados, bancados por consumidores de todo o País. A partir de agora, porém, a Eletrobrás não terá mais esse gasto.

Ao Estadão/Broadcast, o Ministério da Fazenda esclareceu que a liquidação é um cenário que dificilmente vai acontecer. A pasta disse que, caso aconteça, o custo não será bancado pelo Orçamento da União, mas reconheceu que não há dinheiro disponível nos fundos setoriais para elevar os empréstimos subsidiados.

Os acionistas minoritários representados pelo fundo FIA Dinâmica e Banco Clássico votaram a favor da prorrogação, mas colocaram uma condição: caso as empresas tenham de ser liquidadas, todo o custo ficaria com a União, e não com a companhia ou seus acionistas.

Desde 2016, as distribuidoras estão em um regime precário de designação, em que a Eletrobrás é responsável por manter os serviços. Isso acontece porque a Eletrobrás decidiu não renovar a concessão das distribuidoras. Nessa hipótese, cabe ao governo leiloar a concessão para um novo operador. Até lá, no entanto, a Eletrobrás continua à frente das empresas. Na quinta-feira passada, o governo conseguiu vender a Cepisa (Piauí). A licitação das outras empresas foi marcada para 30 de agosto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a queda da liminar que impedia o leilão das distribuidoras da Eletrobras, o BNDES divulgou na quarta-feira, 18, as novas datas da licitação. No dia 26 de julho, só a Cepisa (Piauí) será leiloada. As distribuidoras do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima serão licitadas no dia 30 de agosto, após a aprovação do projeto de lei aprovado na Câmara e que tramita no Senado.

A derrubada da liminar e a retomada do leilão é uma vitória do governo, que está fazendo de tudo para evitar a liquidação das subsidiárias. Se isso acontecer, além da demissão de todos os funcionários, a Eletrobras teria de assumir os prejuízos dessas empresas, dificultando, mais adiante, a privatização da estatal. Além disso, o serviço de distribuição nesses Estados ficaria comprometido.

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A única que ficou de fora, por enquanto, é a Ceal, de Alagoas, já que uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski impede a realização do leilão até uma disputa financeira entre os governos estadual e federal seja solucionada. Nessa quarta-feira, terminou sem acordo uma reunião sobre o assunto entre o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e o governador do Estado, Renan Filho.

O impasse vem desde 1998, quando a Ceal foi assumida pela Eletrobras. Na época, a União repassou recursos ao Estado, que seriam pagos quando a distribuidora fosse privatizada. A União alega que o Estado é devedor e tem que quitar o valor adiantado. Já Alagoas defende que teria R$ 200 milhões a receber por ter repassado a estatal para a Eletrobrás, que não privatizou a distribuidora e depreciou seu valor de mercado desde então.

Juntas, as distribuidoras dão prejuízo de cerca de R$ 300 milhões por mês para a holding, ou R$ 10 milhões por dia. Isso poderá ser revertido com corte de custos de operação e manutenção, planos de demissão voluntária e financiamentos mais baratos.

Cada uma das empresas será vendida por R$ 50 mil, e vencerá a disputa quem oferecer o maior desconto na tarifa vigente hoje em cada região. O valor foi considerado por empregados e parlamentares da oposição como muito baixo, e levou os sindicatos a levantarem a hipótese de se reunirem para arrematar as empresas no leilão. Mas, diante da obrigação elevada de investimentos logo na saída, a ideia foi descartada.

Casamento

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse que as distribuidoras da estatal não estão baratas, vão precisar de investimentos bilionários e de muito tempo para darem retorno aos novos acionistas.

O executivo compara a compra dessas empresas a um casamento, com a diferença de que, no caso das distribuidoras, apesar de todas as dificuldades inerentes à "relação", é preciso permanecer no negócio, pois o retorno só se dará no longo prazo. "A diferença é que nesse casamento, o investidor vai ter que ficar 30 anos. Ele vai precisar dos 30 anos para obter esse retorno", disse, em entrevista exclusiva ao Broadcast/Estadão.

"Não existe essa moleza ou esse almoço grátis que estão falando. Dizem que o preço de compra equivale ao valor de seis carros populares. Mas no dia em que os investidores comprarem as empresas terão de depositar R$ 2,4 bilhões em investimentos, como se fosse um 'dote'", comparou. "E, apesar disso, o investidor já estará devendo R$ 10 milhões, e mais R$ 10 milhões no dia seguinte. Já na primeira semana serão R$ 70 milhões", disse, lembrando do prejuízo diário de cerca R$ 10 milhões.

Ferreira Jr. negou que o repasse de furtos de energia terá custo bilionário na conta de luz e disse que o impacto será de R$ 237 milhões ou 0,18% de alta na conta de luz dos clientes locais. A afirmação foi uma resposta a reportagem do Estadão/Broadcast na semana passada.

A reportagem citou cálculo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia, que aponta que várias emendas incluídas pelos deputados no projeto de lei das distribuidoras teriam impacto de elevar a conta de luz em algo entre 4% e 5%. "O objetivo não é repassar gatos (furtos de energia), é o contrário. É fazer com que os gatos, que são pagos pelos consumidores, possam ter perspectiva real de redução ao longo dos próximos anos", afirmou Ferreira Jr. (Colaborou Lorenna Rodrigues). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo está correndo contra o tempo para tentar vencer a guerra judicial que se formou em torno da privatização das distribuidoras de energia da Eletrobras. Nesta sexta-feira, 13, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o BNDES recorreram da liminar que suspendeu, na noite de quinta-feira, 12, a licitação marcada para o dia 26 de julho. Depois da suspensão do edital pelo BNDES, por conta da decisão judicial, o governo decidiu deixar claro que vai brigar para manter a licitação.

A liminar que suspende o leilão foi concedida pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, em uma ação civil pública ajuizada pela Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel). Em seu despacho, a juíza Maria do Carmo Freitas Ribeiro citou a liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski que proibiu a privatização de empresas públicas, sociedades de economia mista, subsidiárias e controladas sem aval do Congresso Nacional.

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Para derrubar a liminar, AGU e BNDES apresentaram pedido ao Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2). O recurso diz que há autorização legal para vender as distribuidoras em seis leis e destaca que o Tribunal de Contas da União (TCU) também reconheceu a legalidade da realização do leilão.

A AGU também enviou parecer de força executória com o mesmo teor ao Ministério de Minas e Energia (MME). O documento tem como objetivo deixar claro o entendimento do governo de que a liminar dada por Lewandowski às vésperas do recesso do Judiciário não se aplica às distribuidoras.

A única exceção citada é a Ceal, distribuidora que atua em Alagoas. No caso dessa empresa, há uma liminar específica, também concedida por Lewandowski, que impede o leilão até que seja resolvida uma disputa financeira entre os governos federal e estadual que data de 1998, quando a empresa foi assumida pela Eletrobras.

Nesta sexta, o governo também conseguiu reverter a decisão da Justiça Federal do Piauí contra a venda da Cepisa, a distribuidora local. Mas o Judiciário não é o único obstáculo aos planos do governo de leiloar as distribuidoras.

Apesar de ter sido aprovado na Câmara, o projeto de lei que facilita a venda das empresas e resolve pendências das companhias não foi aprovado no Senado e só deve ser apreciado em agosto, após o recesso parlamentar. A proposta é fundamental para viabilizar a atratividade das distribuidoras do Amazonas e de Roraima.

Ainda assim, o ministro de Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o governo não desistiu do leilão. "A nossa ideia é manter. Agora, se chegarem à conclusão contrária, ele será adiado. Nós ainda estamos trabalhando com a expectativa de realização do leilão no dia 26."

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse ao Estadão/Broadcast que o governo pode fazer o leilão em duas etapas. Na primeira, em 26 de julho, seriam vendidas as distribuidoras do Piauí, Acre e Rondônia. Na segunda, após a derrubada da liminar do STF e da aprovação do projeto de lei no (Senado, seria a vez das empresas de Alagoas, Amazonas e Roraima). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite o texto-base do projeto de lei que destrava a venda das distribuidoras da Eletrobrás. Os destaques do texto - emendas que podem modificar o teor da proposta - serão votados na próxima semana, conforme acordo firmado entre os líderes da Câmara.

A aprovação do projeto de lei é fundamental para reduzir as incertezas a respeito do leilão das distribuidoras, marcado para o dia 26 de julho. Embora não trate diretamente da privatização dessas empresas, que foi aprovada em uma medida provisória anterior, de 2016, o projeto de lei resolve pendências que envolvem as empresas, que atuam no Norte e Nordeste do País, especialmente a Amazonas Energia.

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Com a perspectiva dessa votação, as ações da Eletrobrás avançaram mais de 16% na Bolsa e a estatal teve um ganho de R$ 3,3 bilhões em seu valor de mercado, para R$ 22 bilhões.

O projeto de lei foi enviado pelo governo no mês passado, logo após a perda da validade da Medida Provisória 814, que tratava do mesmo assunto. Relator da MP 814, o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) incluiu no texto diversos jabutis - emendas que mudavam a proposta e que gerariam aumento tarifário.

Devido a essa polêmica, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), decidiram deixar a MP caducar. O acordo firmado na época entre Executivo e Legislativo era que o projeto de lei enviado pelo governo retomaria o texto original da MP 814, e o Congresso votaria a proposta "limpa", sem jabutis.

Ontem, no entanto, o deputado Júlio Lopes (PP-RJ), que acabou se tornando também relator do projeto de lei, decidiu incluir algumas das emendas no projeto de lei novamente. Apesar dos apelos da oposição, que utilizou manobras regimentais para impedir a votação, a proposta foi aprovada com 203 votos a favor, 123 contra e três abstenções. Essas emendas foram muito criticadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Entre as emendas incluídas por Lopes estão a elevação do preço do gás vendido pela Petrobras para termoelétricas mais antigas, contratadas na época do racionamento. A emenda era defendida pela Enel, dona da Termofortaleza, usina parada desde fevereiro, quando a Petrobras interrompeu o fornecimento do gás de forma unilateral, já que a Enel não aceitou o reajuste exigido pela petroleira. Pela emenda incluída por Lopes, esse reajuste será bancado pelos consumidores, na forma de aumento nas contas de luz.

Eletrobrás

Ontem à noite, o presidente das Câmara, Rodrigo Maia, anunciou que não vai pautar para votação o projeto de lei que permite a privatização da Eletrobrás até as eleições. "Não será encaminhado nesta semana até eleição. De fato, vamos encerrar esse assunto", disse. Ele atendeu a apelos da oposição, que é contra o projeto de lei que permite a capitalização e a redução da participação da União na companhia dos atuais 60% para 40%.

O recesso parlamentar começa no dia 18 de julho e se encerra apenas em 1º de agosto. Depois, a tradição no Legislativo é de esforço concentrado - quando o período de campanha eleitoral começa, deputados e senadores vêm a Brasília apenas uma semana por mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira, 3, apreciação em regime de urgência do projeto de lei que abre caminho para privatização de distribuidoras de energia elétrica da Eletrobras. O texto já poderá ser incluído na pauta de votação desta quarta-feira, dia 4.

O requerimento foi aprovado por 226 votos favoráveis e 48 contrários, além de 6 abstenções. A base do governo Temer apresentou o pedido de urgência à tarde, com 284 apoios.

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O projeto é uma das prioridades do Palácio do Planalto, que deseja a aprovação antes do recesso parlamentar.

O projeto de lei 10.332/2018 cria condições para venda de seis distribuidoras controladas pela estatal, mas que enfrentam problemas operacionais e dificuldades financeiras: Amazonas Energia, Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Companhia Energética de Alagoas (Ceal), Companhia de Energia do Piauí (Cepisa) e Boa Vista Energia, de Roraima. As distribuidoras estão sem contratos de concessão vigentes, e a Eletrobras vai assumir as dívidas, para tornar o leilão mais interessante a empresas.

A Medida Provisória 814/2017, que também tratava da venda das distribuidoras, perdeu o prazo sem ser votada na Câmara e no Senado. Não havia acordo para votação, e a oposição fez obstrução à MP.

Mesmo com prejuízo de R$ 4,2 bilhões em 2017, as distribuidoras da Eletrobras pagam salários médios quase três vezes maiores que os praticados pela iniciativa privada. De acordo com informações de laudos do BNDES, responsável pelo modelo de privatização das empresas, o salário médio dos funcionários é de R$ 11,7 mil.

No caso das distribuidoras do Amazonas e de Roraima, a remuneração média é ainda maior. A Amazonas Energia, a que dá mais prejuízo, paga o maior salário médio, de R$ 15,5 mil. A distribuidora de Roraima, a mais ineficiente do Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), paga, em média, R$ 15 mil.

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O salário médio da Neonergia, uma das maiores concorrentes da Eletrobras no País, é de R$ 4,3 mil. Assim como a estatal, a Neoenergia atua nos setores de geração, transmissão e comercialização de energia. A empresa também é dona das distribuidoras Coelba, Celpe e Cosern, que atuam na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, respectivamente, e da Elektro, que atua em São Paulo e Mato Grosso do Sul.

A privatização das distribuidoras da Eletrobras está sendo acompanhada como prévia das dificuldades que o governo terá para a venda da estatal. A União vai ter que adiar o leilão - inicialmente marcado para 21 de maio - porque o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não concluiu a análise do edital. Foi estipulado preço simbólico de R$ 50 mil para cada uma, mas os vencedores terão de fazer R$ 2,4 bilhões em investimentos imediatos nas concessões.

Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou na semana passada, as seis distribuidoras consumiram, em quase dois anos, R$ 3,750 bilhões em recursos dos consumidores, de acordo com a Aneel. Cada mês que as empresas permanecem sem ser privatizadas consome mais R$ 202 milhões. Juntas, elas empregam 6,3 mil trabalhadores, sendo a maior parte com ensino médio completo.

O salário médio inclui remuneração fixa, variável, benefícios e extras, como adicional de periculosidade. A maioria dos empregados dessas distribuidoras ingressou por meio de concurso público.

O coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Fernando Pereira, diz que o salário médio das distribuidoras da Eletrobras é elevado devido à quantidade de engenheiros que atuam nas companhias. Além disso, segundo ele, empregados com salários mais altos entraram por meio de concursos públicos estaduais e incorporaram gratificações.

Segundo ele, os salários iniciais pagos pelas distribuidoras não diferem tanto dos pagos por empresas privadas. O salário inicial nas distribuidoras da Eletrobras é de R$ 3 mil a R$ 3,5 mil enquanto nas distribuidoras privadas do Norte e Nordeste é de R$ 2 mil a R$ 3 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou resolução no Diário Oficial da União nesta terça-feira, 18, que proíbe a venda de etanol entre distribuidoras pelo período de 12 meses, contados a partir de 1º de agosto deste ano. Com isso, a agência pretende coibir possíveis fraudes e sonegação de ICMS, segundo o diretor-geral da ANP, Décio Oddone.

Em coletiva de imprensa, Oddone ainda informou que a agência intensificou o programa de monitoramento da qualidade dos combustíveis comercializados nos postos, o que contribuiu para que o número de ocorrências de adulteração tenha aumentado recentemente.

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As distribuidoras de energia não serão mais obrigadas a comprar energia que sabem que não vão precisar apenas para evitar punições do governo. Um decreto publicado nesta quarta-feira, 3, flexibiliza normas e permite que as empresas adquiram apenas aquilo que for necessário para atender seu mercado de consumidores. A mudança não deve ter impacto na tarifa do consumidor, mas vai aliviar a situação dos acionistas das distribuidoras.

Pela regra atual, toda vez que um contrato de energia existente vencia, a concessionária era obrigada a recontratar pelo menos 96% do volume desse contrato no ano seguinte. Esse modelo foi elaborado em 2003, quando a perspectiva do governo era de crescimento do consumo de eletricidade. O problema dessa regra se manifesta em períodos de recessão e queda de demanda, como 2015 e 2016, quando a distribuidora precisa comprar mais energia do que precisa apenas para não ser penalizada.

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A concessionária só tem direito a repassar para a conta de luz o custo dos contratos que supera 5% da demanda de seu mercado. Tudo aquilo que ficar além desse porcentual vira prejuízo. Devido à norma até então vigente, no início deste ano, as concessionárias compraram, na média, 13% a mais do que o necessário, de acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

No próximo leilão de energia existente (A-1), a ser realizado no fim deste ano, cada distribuidora poderá comprar apenas aquilo que necessitar para atender seu mercado. Com a medida, o resultado esperado é que elas consigam reduzir a sobrecontratação e diminuir o prejuízo dos acionistas.

Para o consumidor, não haverá mudança imediata, pois a tarifa vai continuar a cobrir contratos que superem até 5% da demanda. Porém, a expectativa é que os índices de reajuste tarifários sejam menores no ano que vem. Se as empresas conseguirem se livrar de contratos desnecessários, consequentemente, vão repassar custos menores para a conta de luz.

Um exemplo: uma empresa com energia correspondente a 105% de sua demanda pode optar, no fim deste ano, em não recontratar contratos que representam 3% do total de sua carteira. Nesse cenário, a tarifa do consumidor, em 2017, cobrirá 2% da sobrecontratação da empresa, e não 5%.

A energia existente tem custado, em média, R$ 160,00 por MWh. Com a sobra de eletricidade no mercado, o prejuízo da distribuidora ocorre quando ela liquida os contratos no mercado de curto prazo, onde o preço está inferior a R$ 80,00 por MWh.

Para o presidente da Abradee, Nelson Leite, o decreto é um avanço na direção de mitigar o problema da sobrecontratação. "É um benefício para consumidores e distribuidoras", afirmou o executivo.

O ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Julião Coelho avalia que as distribuidoras não são culpadas por terem comprado mais energia do que o necessário. "As distribuidoras seguiram o modelo, que pune quem não recontrata tudo que tinha", afirmou.

Para as distribuidoras que optavam por não recontratar o volume que detinham, como punição, a Aneel não permitia o repasse total do custo que teriam com a compra de energia de usinas novas, mais barata que a energia existente. O entendimento era não permitir que a energia nova fosse usada como barganha, mas apenas para garantir a expansão do sistema.

Na avaliação do coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ, Nivalde Castro, a mudança retira o peso da sobrecontratação das distribuidoras. "Isso é importante porque vai na direção do ajuste da demanda. A distribuidora só vai pagar por aquilo que consumir", afirmou.

Geradores

Segundo Castro, a mudança não favorece os geradores, donos da energia existente, pois não haverá mais garantia de venda dessa energia para as distribuidoras no fim de cada ano. Cada um terá que negociar esses volumes no mercado livre, diretamente com indústrias, ou no mercado à vista, o que pode reduzir ainda mais o preço da energia nesses ambientes. "Quem vai ficar com o risco agora é o gerador."

Para os geradores, a principal vantagem dos contratos firmados com as distribuidoras é que eles são corrigidos pelo IPCA. Em 2013, quando havia falta de energia no mercado, o governo organizou um leilão de energia existente e fixou um preço considerado muito baixo na licitação. Na época, os geradores optaram por aproveitar os preços do mercado de curto prazo, que chegaram a atingir R$ 822 por MWh, e não venderam contratos na licitação.

Transparência

Outra mudança trazida no decreto é a possibilidade de tarifa binômia para os consumidores da baixa tensão. Atualmente, na conta de luz, o consumidor paga por um pacote que inclui o custo da energia e a despesa com a distribuição, conhecida como tarifa-fio. O decreto permite que esses itens sejam discriminados separadamente, a exemplo do que é feito com a indústria, que está conectada à alta tensão.

"É uma medida de transparência", afirmou o professor Nivalde Castro. Ainda segundo ele, outra vantagem é que não haverá mais um subsídio para o consumidor que gera energia própria por meio de painéis solares, que deixaria de pagar parte do custo do fio em detrimento do conjunto dos demais consumidores, que assumiriam esse gasto em seu lugar.

"Se vender mais ou menos energia, a distribuidora não será afetada, porque vai receber pela tarifa-fio, cobrada de todos os consumidores, independente do consumo", explicou. "Isso evita que o desenvolvimento de redes inteligentes e geração distribuída prejudiquem as distribuidoras."

As distribuidoras de energia terão que cumprir indicadores de qualidade e de equilíbrio econômico-financeiro ao longo de todo o período de seus contratos, sob pena de perda da concessão. Em cumprimento à uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs regras claras para definir quando uma empresa pode estar sujeita à caducidade da concessão.

Relator do processo, o diretor André Pepitone propôs normas um pouco mais flexíveis para os indicadores de qualidade e de equilíbrio econômico-financeiro do 6º ao 30º ano da concessão. Para os primeiros cinco anos, até 2020, os termos foram definidos pela Aneel com base em um decreto presidencial.

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"Nos primeiros cinco anos, a Aneel precisa dar sinal mais forte e contundente para as empresas, porque é preciso alcançar qualidade do serviço desejada para aí sim ter sua concessão renovada. Para os demais 25 anos, é importante que se tenha sinal objetivo, mas não precisa ser tão duro", disse.

Os indicadores de qualidade serão recalculados de cinco em cinco anos, durante a revisão tarifária das empresas, e serão os mesmos apurados atualmente e que consideram a frequência (FEC) e a duração média (DEC) das interrupções do serviço público de distribuição de energia elétrica. O descumprimento de qualquer dos indicadores por três anos consecutivos acarretaria a perda da concessão.

"Não tem como a Aneel estabelecer DEC e FEC ao longo de 25 anos, até pelo avanço tecnológico, é inexequível. Entende-se adequado praticar o rito regulatório da Aneel, com revisão a cada cinco anos, e nesses processos, que se estabeleçam DEC e FEC para próximos cinco anos", disse Pepitone.

Em relação aos indicadores econômico-financeiros seria necessário descumpri-los por dois anos seguidos para perder a concessão. De acordo com Pepitone, o próprio contrato de concessão já estabeleceu esses itens. As normas propostas ficarão em audiência pública de 25 de setembro a 5 de outubro.

A Aneel vai entrar com embargos declaratórios no TCU para permitir que os contratos de renovação das concessões possam ser assinados antes da conclusão dos novos regulamentos, pois o tribunal decidiu impedir o ato até que todo o processo seja concluído.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta terça-feira, 9, que os investimentos que as distribuidoras fizerem para melhoria da qualidade dos serviços será repassado às tarifas. A proposta da agência difere do entendimento do Ministério de Minas e Energia, que, na semana passada, informou que esses investimentos não gerariam novos aumentos tarifários. "Se a concessionária fizer um investimento considerado necessário e prudente, como sempre, por ocasião da revisão tarifária, será validado e incorporado na base", afirmou o diretor-geral. Os processos de revisão tarifária são feitos de cinco em cinco anos. Esse repasse tarifário, portanto, ocorreria em 2020, no 5º ciclo de revisão tarifária, pois esses investimentos seriam realizados entre 2016 e 2020.

Para renovar as concessões, o governo vai exigir que as distribuidoras de energia atinjam parâmetros mínimos de qualidade de serviço e de equilíbrio econômico-financeiro ao longo dos próximos cinco anos. Se as empresas não conseguirem chegar a esse nível, a Aneel poderá exigir aportes dos acionistas, mas esses aportes não serão alvo de reajuste extraordinário.

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Rufino esclareceu que somente a parcela do aporte financeiro que for aplicada em investimentos na rede, em novas linhas ou em melhoria das instalações, por exemplo, será repassada à conta de luz. "Se os acionistas aportarem recursos para pagar dívidas, isso não será repassado, pois se trata de gestão financeira", afirmou.

O diretor-geral explicou também que empresas que estão com geração de caixa insuficiente devido a excesso de custos também não terão direito a reajuste tarifário. "Se o acionista não quer melhorar a gestão da empresa e prefere aportar recursos todos os meses para cobrir ineficiências, isso é problema dele", afirmou.

Rufino usou como exemplo a distribuidora Celpa, do Pará, que descumpriu indicadores de qualidade impostos pela Aneel por muitos anos, até que foi comprada pela Equatorial. Quando o grupo aportou recursos na melhoria dos serviços da empresa, esse investimento foi reconhecido nas tarifas. "Não há espaço para dizer 'invista, mas não te dou tarifa'", afirmou o diretor-geral.

Rufino explicou ainda que a Aneel não diminuiu as metas de qualidade de serviço cobradas das distribuidoras, mas apenas deu um prazo maior para que esses indicadores sejam atingidos.

"As empresas que não cumprirem esses limites de tempo e frequência de duração de energia continuarão a ser punidas, como sempre. Apenas demos um prazo de tolerância maior para que elas cheguem aos níveis exigidos", afirmou. "Trata-se de uma trajetória a percorrer. Quem está numa situação ruim não consegue revertê-la em um ano. Um patinho feio não vira cisne no dia seguinte."

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, afirmou nesta quarta-feira (18) que o terceiro empréstimo bancário negociado para atender às necessidades das distribuidoras de energia já está definido. A operação de R$ 3,1 bilhões depende apenas de uma ratificação, que deve ocorrer em assembleia da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) a ser realizada no próximo dia 25 de março. O presidente da Abradee participa hoje do seminário "A Energia na Cidade do Futuro - Visão 2030", promovido pela CPFL Energia.

Além das condições do novo empréstimo, deve ser definido o alongamento do prazo para a devolução do montante, de 24 para 54 meses. "Com isso haverá redução do impacto tarifário", explica Leite. Com o prazo expandido, a incorporação de recursos adicionais à tarifa das distribuidoras ocorrerá em quatro anos e meio, e não mais em dois anos como havia sido negociado anteriormente.

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Além dos R$ 3,1 bilhões referentes a essa terceira tranche dos empréstimos bancários ao setor elétrico, as distribuidoras já contraíram R$ 17,8 bilhões em empréstimos costurados pelo governo federal com bancos ainda em 2014.

Os recursos são utilizados para que as empresas do setor de distribuição que ficaram expostas ao mercado de curto prazo no ano passado tenham recursos para honrar os compromissos no período anterior à adoção do reajuste anual tarifário de cada empresa. O montante de R$ 3,1 bilhões equivale às despesas das distribuidoras com operações realizadas entre os meses de novembro e dezembro de 2014.

Renovação das concessões

Leite também afirmou que a qualidade do serviço prestado e o plano de investimentos das empresas devem ser dois fatores determinantes no processo de renovação das concessões das distribuidoras de energia. Por isso, ele destaca que a saúde financeira das concessionárias e a sustentabilidade do negócio de distribuição devem ser analisados pelo governo federal.

"Incluímos em um documento enviado ao Ministério de Minas e Energia algumas sugestões, e acreditamos que a questão da qualidade (do serviço) passa por uma boa saúde financeira de distribuidoras. Afinal, para que tenhamos qualidade, é necessário que haja um plano de investimentos e modernização de ativos", destacou Leite.

A sustentabilidade do negócio de distribuição, ressalta Leite, passa pelo processo de revisão tarifária das empresas. Neste ano, por exemplo, a revisão tarifária deve alterar as premissas de rentabilidade das operações da AES Eletropaulo, distribuidora de energia que atende a capital paulista e a região Metropolitana de São Paulo.

Leite também comentou hoje sobre a possibilidade de o governo propor uma outorga no processo de renovação das concessões. A alternativa, contudo, é vista com ressalvas pela Abradee. "Acho muito difícil que haja uma renovação onerosa, porque isso teria que ir para a tarifa", alertou. O modelo do sistema elétrico brasileiro prevê que o aumento de custos das empresas de distribuição seja repassado para as tarifas. Por isso, um eventual pagamento de outorga recairia, futuramente, nas tarifas dos consumidores.

O ministro de Minas e Energia Eduardo Braga demonstrou otimismo com a possibilidade de um novo acordo com o setor bancário trazer condições mais favoráveis ao setor elétrico. O governo federal negocia com bancos um terceiro empréstimo bancário para atender as distribuidoras de energia, grupo de empresas que precisa honrar compromissos associados aos meses de novembro e dezembro de 2014.

"Estamos no aguardo da conclusão de negociação com setor financeiro, com os bancos que financiaram o setor elétrico em 2014. A conclusão de negociação deverá implicar melhoria das condições de contrato e de custo futuro", revelou Braga. As condições mais favoráveis teriam como pano de fundo o modelo de realismo tarifário adotado pelo governo federal neste ano e consequente melhoria na qualidade de recebíveis das distribuidoras.

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Braga reafirmou nesta segunda-feira, 9,que a definição do contrato deverá ocorrer até o final deste mês. As tratativas, neste momento, estão sob responsabilidade do Ministério da Fazenda.

Não são apenas os consumidores que estão preocupados com as tarifas de energia. O presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, disse nesta quinta-feira (26) que o forte aumento nas contas de luz preocupa o setor.

Apesar da escassez na geração elétrica, as distribuidoras não têm nenhum interesse em ver o consumo cair, já que suas receitas dependem efetivamente da energia que entregam. Nesta tarde, Nelson Leite se reúne com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para um "encontro institucional". A reunião acontece para apresentar os diretores das principais distribuidoras do País. No encontro, os empresários querem pedir o aperfeiçoamento regulatório do setor para ampliar a capacidade de investimento dessas empresas.

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Nelson Leite disse que, até este momento, a ginástica financeira feita pelo governo para tentar manter o equilíbrio do setor elétrico tratou apenas dos custos regulares, nos quais as distribuidoras não aferem lucro e atuam como repassadores entre os agentes do setor - esses custos são conhecidos como a parcela A.

A preocupação com a variação de consumo está no impacto que a redução de demanda pode ter na chamada parcela B, onde se concentra a margem de lucro das distribuidoras - nela estão os custos operacionais, com pessoal e demais gastos administrados internamente pela empresa.

"Estamos resolvendo boa parte dos problemas da parcela A, mas fica um ponto de preocupação que é o desequilíbrio da parcela B, por conta da redução do consumo", disse Nelson Leite. "A gente não sabe qual vai ser a resposta do mercado a esse aumento de preços", completou. Outro fator que preocupa as distribuidoras é um eventual aumento na inadimplência.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou novamente o prazo para que as distribuidoras de eletricidade paguem suas despesas com compra de energia feitas no ano passado. O motivo é que o governo ainda não conseguiu fechar o terceiro empréstimo para as distribuidoras.

A fatura de novembro vencia em 13 de janeiro, já havia sido postergada para o dia 30. A conta de dezembro vencia em 9 de fevereiro. Agora, a Aneel postergou as duas faturas para "até 31 de março".

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Para resolver o problema, o governo começou a negociar um novo financiamento com os bancos públicos. A estimativa da Aneel é que sejam necessários R$ 2,6 bilhões. O tempo para fechar essa operação, porém, foi considerado pequeno. Mais de 2 mil empresas estão sem receber pela energia que já venderam. A dívida, porém, será corrigida pela variação da Selic.

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que a liquidação poderá ser antecipada caso o empréstimo seja viabilizado antes dessa data. "Se a captação ocorrer antes, a gente liquida antes", afirmou. Segundo ele, as negociações para fechar o financiamento não são simples. "Ainda que não esteja totalmente resolvida, é essa a solução que está sinalizada."

No ano passado, um consórcio de bancos públicos e privados emprestou R$ 17,8 bilhões para as distribuidoras. Os valores serão pagos por meio de aumentos na conta de luz, que começam a ser repassados ao consumidor já neste ano. Ainda que não aportem recursos na terceira parcela, todos os bancos que já integraram o grupo precisam dar aval à operação.

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