O Dia Mundial da Visão é celebrado nesta quinta-feira (11). No Brasil, cerca de quatro milhões de indivíduos tem deficiência visual e aproximadamente 1,25 milhão de pessoas são cegas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO).
Aqui no Recife, um projeto tenta resgatar crianças e adolescentes, que vivem nas comunidades em situação de exclusão por terem deficiência visual. De acordo com a gerente de atenção especializada do Recife, Flávia Villa-Chen, o Projeto Além do Olhar trabalha com o público de zero a 18 anos que tenham deficiência visual associada a múltiplas deficiências.
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A iniciativa que começou em julho de 2011, não surtiu o efeito esperado, pois tentou buscar nas escolas crianças com este perfil. Somente este ano, as crianças foram procuradas nas comunidades.“A gente resgatou poucas por que elas não estavam no colégio, elas estavam em casa. Quando vamos aos domicílios vemos que os pais não tem informação, eles acham que não tem mais jeito e a tendência é excluí-los. Essa forma de proteção não deixa eles interagirem e eles não desenvolvem a capacidade que têm,” esclareceu a gerente.
Segundo Flávia, o projeto abrange a orientação aos profissionais de saúde que fazem parte do Programa de Saúde da Família (PSF), dos professores na escola, sobre como ele deve tratar uma criança com deficiência visual, até o fornecimento de equipamento como bengalas.
As crianças acompanhadas pelo programa são estimuladas a trabalhar o tato e desenvolver a cognição, conforme a gerente. E ainda, são encaminhados ao Centro de Reabilitação Menina dos Olhos que faz parte da Fundação Altino Ventura (FAV). Lá eles passam por tratamento e cirurgias, quando necessário.
Projeto Além do Olhar - Nesta quinta-feira (11), a partir das 14h, serão realizadas consultas com essas crianças na Fundação Altino Ventura em parceria da Prefeitura nesta ação. Desde fevereiro, já foram contabilizados mais de 600 atendimentos às crianças e adolescentes, e desse total, 170 crianças foram incluídas no projeto.