Tópicos | FIG

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) divulgou, nesta sexta (5), O edital de inscrição e seleção de propostas para composição da programação artística do festival de Inverno de Garanhuns de 2019. O festival acontece na segunda quinzena de julho, em diversos palcos e polos espalhados pela cidade de Garanhuns.

Poderão apresentar propostas pessoas físicas ou jurídicas, de todo o território nacional, que comprovem sua atuação na atividade artístico-cultural. Serão aceitas propostas de shows, performances, recitais, exposições, desfiles, mostras, vivências e espetáculos, entre outros. As propostas serão avaliadas em duas etapas: análise preliminar e análise artístico-cultural e o resultado da seleção será divulgado na internet, no dia 18 de junho.

##RECOMENDA##

Os interessados devem fazer parte de segmentos como Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Cultura Popular, Dança, Design e Moda, Fotografia, Gastronomia, Literatura, Música, Patrimônio Cultural e Teatro; e podem fazer sua inscrição, entre os dias 12 de abril e 7 de maio, de forma presencial ou por correspondência. O edital e formulários de inscrição podem ser vistos na internet.  

 

O cantor Johnny Hooker teve sua participação na 17ª Parada da Diversidade de Teresina, no Piauí, cancelado. O evento, que acontece no dia 2 de setembro, anunciou Pabllo Vittar como substituto do pernambucano. A decisão veio após ameaças ao músico depois da declaração, durante o Festival de Inverno de Garanhuns, no qual Hooker afirmou que "Jesus é travesti".

Em comunicado divulgado à impresa, o grupo Matizes, responsável pela festa, justificou a ação. O cantor Johnny Hooker não se apresentará mais no show de encerramento da 17ª Parada da Diversidade, vez que os órgãos de segurança e tampouco o Matizes, dispõem de mecanismos para evitar que as ameaças de “dar uma surra”, “rebolar pedras”, “queimar esse bicho vivo” (sic) sejam concretizadas por aquelas pessoas que as fizeram, haja vista que o evento acontece em espaço aberto”, diz trecho do documento.

##RECOMENDA##

Diante do cancelamento, o cantor criticou a atitude. Em entrevista ao UOL, durante o 29º Prêmio da Música Brasileira, na noite da última quarta (15), ele resaltou que a sua ausência na Parada LGBT foi uma decisão da organização do evento. “Não foi uma decisão minha cancelar o show em Teresina, foi uma decisão deles”, contou. “Eu acho delicado, porque abre um precedente ruim para a comunidade LGBT no Brasil. A gente não pode dar a vitória para pessoas com discurso de ódio nem extremistas”, finalizou.

LeiaJá Também

--> Deputado pedirá cancelamento do cachê de Hooker no FIG

--> Johnny Hooker sobre declaração no FIG: 'Coração tranquilo'

Na noite dessa quarta-feira (1º), alguns seguidores do Twitter não aprovaram uma publicação na conta brasileira das Nações Unidas (ONU). Os usuários do microblog discordaram do conteúdo destinado ao cantor Johnny Hooker, que na última sexta-feira (27), durante um show no 28º Festival de Inverno de Garanhuns, disse que "Jesus é travesti".

"Usando a arte para sensibilizar a sociedade sobre os direitos das pessoas #LGBTI, o cantor Johnny Hooker é Campeão da Igualdade da Campanha 'Livres e Iguais' no Brasil", diz a mensagem compartilhada pela ONU. A repercussão da postagem gerou revolta entre os internautas que foram contrários à declaração do artista pernambucano no FIG.

##RECOMENDA##

"Então vocês apoiam quem vilipendia a religião dos cristãos, chamando Jesus Cristo de bicha e drag queen? É esse tipo de gente que vocês apoiam? Por isso queremos que o Brasil saia dessa porcaria de ONU", comentou um dos seguidores. "Quero ver todo esse talento representando um Maomé gay também", escreveu outra pessoa.

Na segunda-feira (30), o advogado Jethro Ferreira, da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas, entrou com uma notícia-crime contra Johnny Hooker, alegando que o cantor ofendeu os apoiadores do cristianismo. "Qualquer afirmativa diferente desses dogmas é considerada uma ofensa à fé cristã", declarou Ferreira. 

[@#video#@]

O discurso do cantor Johnny Hooker, em defesa do monólogo 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que tem uma atriz transexual no papel de Cristo, está rendendo dentro e fora do universo artístico. Após ser alvo, na última segunda-feira (30), de uma notícia-crime, o cantor pode ter o cachê do show no Festival de Inverno de Garanhuns cancelado.

Durante fala no Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado André Ferreira (PSC) alegou que irá à Justiça para cancelar o cachê do pernambucano. Na ocasião, André alegou que Hooker, o qual se referiu como "um cantorzinho", insultou o público do FIG após vaias em defesa da peça. Na ocasião, a colocação foi endossada por Joel da Harpa, que também pretende realizar campanha para que o show não seja pago.

##RECOMENDA##

Em defesa do cantor, Edilson Silva pediu cautela e equilíbrio na discussão sobre a montagem. “Num momento de temperatura tão alta, precisamos não confundir as coisas e não utilizar a situação para disputas eleitoreiras”, ponderou.

André Ferreira também usou as redes sociais para falar sobre o pedido. "Dei entrada, junto ao Ministério Público de PE e na Fundarpe, de um pedido para a suspensão do pagamento do cachê desse artista, pois ele incorreu em falta de decoro, incitação ao ódio, perturbação da paz social e agressão à honra e à dignidade de grupos religiosos". Confira a postagem: 

[@#video#@]

Durante apresentação, na última sexta-feira (27), no 28° Festival de Inverno de Garanhuns, Johnny Hooker discursou em defesa d´O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que tem uma atriz transexual no papel de Cristo. "Jesus é transsexual sim, Jesus é bicha sim, p*!”, além de ter puxado o coro “ih, ih, ih, Jesus é travesti” e “viva Renata Carvalho, Jesus Cristo, rainha dos céus! Arte é para o futuro, esses fundamentalistas não vão passar”, declarou o cantor.

Durante apresentação, na última sexta-feira (27), no 28° Festival de Inverno de Garanhuns, Johnny Hooker discursou em defesa do monólogo 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que tem uma atriz transexual no papel de Cristo. "Jesus é transsexual sim, Jesus é bicha sim, p*!”, além de ter puxado o coro “ih, ih, ih, Jesus é travesti” e “viva Renata Carvalho, Jesus Cristo, rainha dos céus! Arte é para o futuro, esses fundamentalistas não vão passar”, declarou o cantor.

Diante da repercussão da declaração, na segunda-feira (30), o pernambucano foi alvo de uma notícia-crime feita pelo advogado Jethro Ferreira, da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas. Na queixa, o jurista alega que o artista ofendeu os adeptos do cristianismo. "As pessoas que professam a fé cristã têm a pessoa de Jesus Cristo como uma pessoa do sexo masculino, heterossexual (...) Qualquer afirmativa diferente desses dogmas é considerada uma ofensa à fé cristã".

##RECOMENDA##

Tomando como base os artigos 20, da Lei Federal nº 7.716, e 280, do Código Penal, o advogado pede a instauração de um inquérito policial, realização de perícias e interrogatório com o cantor, que poderá ter prisão preventiva decretada caso não compareça.

Depois que o espetáculo "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu" foi retirado da programação do 28º Festival de Inverno de Garanhuns, e recolocado de última hora como uma das atrações na sexta-feira (27), diversos artistas saíram em defesa da produção teatral paulista.

No mesmo dia em que a peça foi encenada, após a decisão judicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em uma ação iniciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Johnny Hooker causou polêmica no FIG ao levantar um coro de que "Jesus é travesti", protesto em apoio à atriz trans Renata Carvalho. No Twitter, o cantor pernambucano disse que recebeu o carinho da avó nos bastidores depois da declaração.

##RECOMENDA##

"Queria dividir com vocês uma coisa linda. Quando desci do palco no FIG minha vó de 82 anos me falou: 'Jesus estaria muito orgulhoso de você, meu filho, pois ele sempre se levantou em defesa dos oprimidos e dos marginalizados'. Coração tranquilo e infinito, rodeado de amor", escreveu o artista, citando a presença de dona Gilce Maia. 

A publicação de Hooker na rede social dividiu opiniões. "Fala que Maomé é travesti, bonitão. Essas pessoas podem assumir quem são, podem trabalhar, podem se casar, até adotar crianças aqui no Brasil, mas querem mais né, querem desrespeitar a religião alheia e se somos contra dizem que sentimos ódio. Hipócritas!", escreveu uma seguidora.

[@#video#@]

Em um áudio que circulou neste domingo (29) pelas redes sociais, o prefeito de Garanhuns Izaías Régis (PTB) culpa o governador Paulo Câmara (PSB) pelos polêmicas que aconteceram no Festival de Inverno deste ano. O gestor reclama dos pronunciamentos dos cantores Johnny Hooker e Daniela Mercury que, em seus respectivos shows, defenderam a peça ‘O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu’.

Izaías confirmou a veracidade do áudio à reportagem. Na gravação, ele diz que “a responsabilidade é do governador Paulo Câmara, que não teve nenhum respeito a Garanhuns. O que fizeram ontem, esse tal de Johnny Hooker e aquela mãe de santo, sei lá quem é, uma falta de respeito a todos nós. Segunda-feira vou gravar um vídeo para viralizar no país e no mundo todo, com o repúdio a esse governo irresponsável, que não tomou conta desse evento e transformou num evento de Satanás”.

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJá, o prefeito não quis adiantar o conteúdo do vídeo, mas continuou criticando o evento e o governador. “Não é mais o Festival de Inverno de Garanhuns, mas um festival de inverno de Satanás. Foi isso que Paulo Câmara fez. Não sou homofóbico, não tenho nada contra, tenho até amigos que são (gays). O tema era liberdade mas foi libertinagem. Johnny Hooker chamou Jesus de bicha, manda ele falar isso de maomé”, completou.

 

A estudante de Artes Visuais da UFPE, Ana Flávia Mendonça, participa do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) com sua exposição "Vaginas-Flores", que associa as formas do aparelho reprodutor feminino àquelas que podem ser encontradas nas flores. Com a proposta de desafiar o tabu que ainda existe em torno do corpo feminino, a exposição, na época com 21 peças, já havia sido levada às unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Casa Amarela e Petrolina, durante a 9ª edição do UNICO – Salão Universitário de Arte Contemporânea do Sesc.

“Para o Festival de Inverno, irei levar 45 unidades. Espero ter um dia 100, 200, 500 vaginas. Quem sabe até fechar uma galeria com essa exposição”, ambiciona Ana Flávia. Para criar as peças, a artista conta que ouviu histórias de vida de outras mulheres, as quais considera sua maior inspiração. “Seja uma avó ou uma professora, por exemplo, partiu da admiração por mulheres próximas. À medida em que a ideia foi crescendo, começaram a participar pessoas desconhecidas, e foi incrível essa troca. Também teve gente que viu a primeira versão da mostra e quis participar. Com o tempo perdi o controle disso, e passaram a me procurar bastante”, revela, em entrevista ao Portal CulturaPE.

##RECOMENDA##

Espelhos propõem reconhecimento do público com as peças. (Divulgação)

Repleta de espelhos, a instalação incentiva o reconhecimento entre mulheres, além dos relatos daquelas que foram representadas nas obras. “Quando elas eram convidadas recebiam junto à carta de convite um espelhinho, que era para se olharem e se conhecerem ou reconhecerem. Foi um processo bem mágico. Os relatos de cada mulher estarão pendurados juntos aos espelhos de cada uma”. 

As peças são compostas de cerâmica, barros e pastas de diferentes cores, utilizadas com a intenção de buscar diferentes tonalidades de pele. A exposição Vagina-Flores está montada na Casa Galeria Galpão (Avenida Dantas Barreto, 120), em Garanhuns, das 16h às 22h.

Na noite da última sexta-feira (28) o cantor Johnny Hooker se apresentou no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) em um show de tom altamente político clamando por liberdade sexual e de gênero, que é uma bandeira de militância frequentemente defendida pelo artista. 

Hooker afirmou, em alusão à proibição da peça “O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu”, que “Jesus é transsexual sim, Jesus é bicha sim, p*!”, além de ter puxado o coro “ih, ih, ih, Jesus é travesti” e dando “viva Renata Carvalho, Jesus Cristo, rainha dos céus! Arte é para o futuro, esses fundamentalistas não vão passar”, sendo acompanhado pelo público que assistia ao show no chão e vaiado pelas pessoas que viam a apresentação de cima, nos camarotes. 

##RECOMENDA##

Diante das manifestações de repúdio de parte do público, o cantor apontou para os camarotes e disse “pode vaiar a vontade, enfia a vaia no c*, eu tenho certeza que whisky pago pelo dinheiro público não falta aí”. 

[@#video#@]

Diante da crítica, os espectadores que já o aplaudiam passam a pular e gritar de forma ainda mais intensa, demonstrando apoio ao posicionamento do cantor, que também chegou a subir ao palco com a bandeira arco-íris, símbolo da causa LGBT, a beijar um dos guitarristas de sua banda e exibir a frase “Amar sem Temer”, demonstrando repúdio ao presidente Michel Temer, altamente criticado pelo artista em vários momentos.

De acordo com pessoas que estavam no show, o clima de acirramento não se limitou a manifestações de apoio ou repúdio a Johnny Hooker. Houve relatos de brigas, ofensas, gestos obscenos, palavras ofensivas e objetos arremessados tanto do chão em direção para os camarotes quanto dos camarotes para o público da pista. Em redes sociais como o Twitter, por exemplo, a apresentação também causou grande repercussão, com muitos internautas demonstrando apoio ao cantor. 

[@#galeria#@]

LeiaJá também

--> Confusão marca exibição da peça com Jesus trans no FIG

--> Fundarpe divulga local de peça com Jesus trans

--> Deputado acusa Daniela Mercury de 'invocar demônios'

--> 'Não vão nos calar', diz atriz trans que interpreta Jesus

--> Daniela Mercury desrespeitou Garanhuns, diz prefeito

--> Daniela Mercury: "Nossa constituição não é a bíblia"

A noite era para ser de celebração. A peça ‘O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu’, em que Jesus é retratado como um travesti, ia, enfim, ser exibida na programação oficial do Festival Inverno de Garanhuns (FIG). A primeira apresentação, feita de forma independente após arrecadação de um financiamento coletivo online, aconteceu sem maiores problemas por volta das 17h da sexta-feira (27). Já a segunda sessão, dentro da programação e liberada após decisão judicial, foi cancelada horas antes por um novo mandado de segurança. A decisão foi do desembargador Roberto da Silva Maia.

O mandado acatava o pedido da Ordem dos Pastores Evangélicos de Garanhuns e Região, que pedia que a peça fosse retirada da programação. Acompanhados de policiais, oficiais de justiça entraram na casa de festas alugada para encenação da peça para cumprir a decisão. Com o público aos gritos de "fascitas", "isso é censura", "cadê a liberdade", cadeiras, toldos, iluminação, luz e som foram recolhidos do local. Mesmo sem a estrutura, o espetáculo foi realizado. Os espectadores assistiram à montagem em pé e na chuva. O espaço foi alugado através do dinheiro arrecadado por uma vaquinha online lançada no começo de julho. 

##RECOMENDA##

"A peça foi interrompida ao menos três vezes para que os equipamentos fossem retirados. Mas, mesmo assim, resistimos e fomos até o final, e o público nos acompanhou, mesmo debaixo de chuva", contou a diretora do espetáculo, Natália Mallo. Mas após toda essa confusão, mais uma reviravolta. O presidente em exercício e primeiro vice-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Cândido Saraiva emitiu decisão para reincluir a peça à programação do FIG neste sábado (28). 

Saraiva estipulou uma multa de R$ 50 mil ao Estado e a Prefeitura do município, caso descumpram a decisão. Apesar disso, a peça não será exibida. A informação foi confirmada pela direção da montagem. "Não vai acontecer. Renata [Carvalho, protagonista da peça] já foi embora. A gente já tinha passagem marcada. Além disso, a Fundarpe até agora não nos procurou. E, de qualquer forma, o que aconteceu ontem nos desgastou demais, tanto fisicamente, quanto emocionalmente. Não teríamos condições de realizar a peça hoje", detalhou Natália Mallo. O LeiJa.com entrou em contato com a Fundarpe, uma das organizadores do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), e aguarda retorno.

Todo o imbróglio envolvido na exibição da peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que conta com uma atriz trans no papel de Cristo, na programação do 28º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), ganhou mais um capítulo pitoresco. Contrário à exibição do espetáculo, tendo até afirmado que solicitou ao governador Paulo Câmara a exclusão da peça da programação do evento, o deputado estadual Cleiton Collins (PP) parece não ter gostado do pronunciamento da cantora Daniela Mercury sobre a polêmica.

No último domingo, durante seu show no palco Mestre Dominguinhos, a baiana criticou o que chamou de ‘censura’ das autoridades sobre a peça. Nesta sexta-feira (27), em vídeo postado pela sua esposa, Michele Collins (PP), vereadora do Recife, Cleiton Collins usa trechos da apresentação da baiana para acusá-la de 'invocar demônios" no palco.

##RECOMENDA##

Na fala destacada pelo deputado, a cantora diz "tá liberado usar um pouquinho dos demônios da gente para sobreviver, porque sem demônio, meus amigos, ninguém vive". Em seguida, Collins reclama. "É dessa forma que uma representante da Unicef vem com essas palavras de baixo calão, ofendendo muita gente e invocando demônios para o estado de Pernambuco e ainda levando recurso. Pernambuco é do senhor todo poderoso, criador do céu e da terra, é de Deus”, diz.

Em seguida, o vídeo mostra uma briga no público, enquanto o deputado narra “viu o que acontece quando você invoca demônios?”. No texto usado para compartilhar o post, a vereadora Michele Collins afirma que "estão querendo transformar o festival de inverno de Garanhuns em festival do Inferno".

Assista:

[@#video#@]

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) finalmente divulgou o local da realização da apresentação gratuita e inserida na grade de atrações do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), da peça de teatro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo Rainha do Céu”, na tarde desta sexta-feira (27). O espetáculo será realizado às 21h na Rua Celso Galvão, nº 01, no bairro de Heliópolis. 

Desde o anúncio da realização do espetáculo teatral, diversas polêmicas cercaram o festival devido a protestos de pessoas que acusavam o monólogo de ser desrespeitoso ao cristianismo.

##RECOMENDA##

Entre os opositores declarados do espetáculo, estão: o atual prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), que proibiu a abertura do Centro Cultural de Garanhuns à peça, e o Bispo Diocesano Dom Paulo Jackson, que emitiu uma nota oficial declarando que a Igreja Catedral fosse utilizada pelo FIG. 

As apresentações independentes organizadas através de financiamento coletivo e com venda de ingressos já esgotada e o local só será divulgado para o público pagante no momento da retirada dos bilhetes. 

Os interessados em assistir à montagem gratuita promovida pela Fundarpe após uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em uma ação iniciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deverão retirar o ingresso gratuitamente a partir das 20h desta sexta-feira (27), portanto uma hora antes da apresentação, no local da montagem da peça. Cada pessoa só poderá retirar um ingresso e a indicação indicativa do espetáculo é de 18 anos.

LeiaJá também

--> 'Não vão nos calar', diz atriz trans que interpreta Jesus

--> Peça com 'Jesus trans' terá sessão dupla em Garanhuns

--> Daniela Mercury: "Nossa constituição não é a bíblia"

--> Daniela Mercury desrespeitou Garanhuns, diz prefeito

--> Blusas contra peça com 'Jesus trans' são distribuídas

Após comunicado oficial, emitido pela Secretaria de Cultura e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu' volta a integrar a programação do 28º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG).

No texto, os órgãos afirmaram que informações, como dia, local e horário, seriam divulgadas na manhã desta sexta-feira (27), após diálogo com a produção do monólogo. Em entrevista ao LeiaJá, a diretora do espetáculo, Natalia Mallo, confirmou o contato da Secult e Fundarpe. "Houve diálogo com as instituições. No momento, estamos em negociação sobre o horário e local para apresentação", disse.

##RECOMENDA##

Além disso, Mallo contou que o monólogo terá duas sessões, uma promovida pelo financiamento coletivo, realizado por artistas e produtores independentes, e outra na grade oficial do festival, ambas serão nesta sexta-feira (27).

Após determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), acatando o pedido do Ministério Público (MPE), a Secult e Fundarpe decidiram reinserir a peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que conta com uma atriz trans no papel de Cristo, na programação do FIG.

A montagem foi censurada e retirada da grade do evento devido ao posicionamento contrário do prefeito de Garanhuns, Izaías Regis (PTB), que alegou não concordar que a triz trans, Renata Carvalho, desse vida a Jesus Cristo na peça.

LeiaJá também

--> 'Centro Cultural vai ser fechado' à peça com Jesus trans

--> Daniela Mercury desrespeitou Garanhuns, diz prefeito

Após determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), acatando o pedido do Ministério Público (MPPE), a Secretaria de Cultura e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) decidiram reinserir a peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que conta com uma atriz trans no papel de Cristo, na programação do 28º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG).

Por meio de comunicado oficial, publicada no Portal da Cultura Pernambucana, os órgãos afirmam que informações sobre a apresentação do monólogo, inicialmente censurado, serão divulgadas ainda nesta sexta-feira (27), "após tratativas com os produtores".

##RECOMENDA##

A peça havia sido retirada da programação oficial do FIG a pedido da Prefeitura de Garanhuns, que não aceitava que a atriz Renata Carvalho interpretasse o papel de Jesus Cristo. A postura da gestão municipal foi bastante criticada. 

LeiaJá também

--> Blusas contra peça com 'Jesus trans' são distribuídas

 

Circulam nas redes socias fotos de camisas com os dizeres "Deus me fez homem" e "Deus me fez mulher". A peça seria uma reação a chegada da montagem "O Evangelho Segundo - Jesus Rainha do Céu", que tem uma atriz trans no papel de Jesus, a cidade de Garanhuns, no Agreste pernambucano. 

De acordo com informações, as blusas estão sendo distribuídas no município. Em fotos enviadas ao LeiaJá, as peças levam nas costas, os nomes empresário Álvaro Fernandes e tem apoio do prefeito de São João, Genaldi Zumba. Em entrevista ao Portal, na última quarta-feira (25), Izaías Régis (PTB), gestor de Garanhuns, comentou sobre as peças. Confira as imagens: 

##RECOMENDA##

[@#galeria#@]

O LeiaJá entrou em contato com Genaldi Zumba e Álvaro Fernandes, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

O Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), declarou em entrevista ao LeiaJá que mesmo diante da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que determina a reinserção da peça O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu na programação oficial do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), não irá ceder o espaço do Centro Cultural de Garanhuns à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) para a encenação do espetáculo. 

A única exceção aberta por ele foi o caso de ser obrigado por força de decisão judicial. Ele afirma que sua gestão não tem nenhuma participação na montagem da programação do FIG e, portanto, não teria relação com a decisão em questão.

##RECOMENDA##

“A Prefeitura não tem a ver com a decisão do TJ porque a grade do festival é da Fundarpe e do governo do estado, que chega aqui e coloca simplesmente um pacote, bota o que quer na grade do Festival de Inverno, não pergunta à Prefeitura, não pergunta à sociedade, não participamos em nada”, disse o prefeito. 

No entanto, de acordo com informações fornecidas pela assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na tarde desta quarta-feira (25), “O juiz Enéas Oliveira da Rocha, da Vara da Fazenda Pública de Garanhuns, está preparando a intimação para o oficial de justiça intimar as partes, a Prefeitura do Município de Garanhuns e a Subprocuradoria do Estado”.

Antes do cancelamento da peça, Izaías já havia declarado que não cederia o Centro Cultural, local escolhido pelo Estado para a realização do espetáculo, e agora reafirmou seu posicionamento diante dos novos fatos a respeito do caso. 

“Eu continuo dizendo, o nosso Centro Cultural não está a disposição da Fundarpe. Se quiser fazer onde ia ser antes, eu não vou permitir, o nosso Centro Cultural vai ser fechado (...) mas Justiça é Justiça, se eu for obrigado eu vou fazer [o que for determinado]”, afirmou o prefeito. 

O prefeito ainda se queixa de uma suposta falta de transparência por parte do Governo do Estado no que diz respeito ao conteúdo da programação do festival. “A Fundarpe errou quando não comunicou o que seria esse evento”, afirmou ele, que também questionou a decisão do TJPE, que além de determinar a reinserção da peça instituiu uma multa em caso de descumprimento. 

“Eu não sei se a Justiça acertou. O estado não está garantido a segurança da gente, é assalto todo dia, quanto mais num negócio desse! Tem que pensar em tudo isso”, afirmou o prefeito, que também conta que já houve protestos promovidos por grupos de jovens contrários à peça e que supostamente há um empresário na cidade confeccionando camisas com os dizeres “Deus me fez homem” e “Deus me fez mulher”. Apesar de ter feito um “alerta” sobre a possibilidade de conflitos na cidade devido à encenação do espetáculo, o prefeito afirma que “não estou incitando nada, graças a Deus eu sou da paz”.

Izaías afirmou que o seu posicionamento se deve ao fato de que ele foi eleito para representar a população e que a maior parte da cidade não quer que a peça seja encenada lá. “Somos uma cidade do interior do nordeste, temos que admitir que somos conservadores não estamos acostumados ainda com isso (...) a família cristã de Garanhuns, da qual eu sou representante mor, pede a mim que não permita”, diz ele. 

LeiaJá também

--> TJPE determina reinclusão de peça com Jesus trans no FIG

--> Daniela Mercury desrespeitou Garanhuns, diz prefeito

O Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), fez duras críticas à cantora baiana Daniela Mercury, em entrevista concedida ao LeiaJá, pelas críticas que ela fez à tentativa de proibição da peça "O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu", vista pela artista como uma forma de censura baseada em preconceito contra pessoas trans. 

Izaías afirmou que ficou muito triste. “O que Daniela Mercury fez com minha cidade não foi uma coisa normal para uma pessoa que tem sensibilidade e família”.

##RECOMENDA##

O prefeito continuou, afirmando que a cantora utilizou o telão do palco para exibir uma foto que mostrava “ela e a namorada dela uma em cima da outra”, em uma atitude que, para ele, é desrespeitosa. Izaías Régis também fez queixas quanto à linguagem utilizada pela cantora, que na visão dele é "inadequada".

“Eu não tenho nada contra pessoas trans e LGBT, não sou homofóbico, agora eu acho que o limite de respeito tem que existir, não pode incentivar as crianças e adolescentes”, afirmou Izaías, que também afirmou que as atitudes tomadas por ele foram motivadas porque “a família cristã de Garanhuns, da qual eu sou representante mor, pede a mim que não permita a peça no centro cultural e não vou permitir”. 

Apesar das críticas, o prefeito admitiu também que não estava presente no momento da apresentação de Daniela no Festival de Inverno. “O que Daniela disse repercutiu na cidade de uma maneira, eu não assisti o show dela, eu estava no Recife, mas eu vi nas redes sociais. Pelo amor de Deus, ela faltou com o respeito, ela foi aplaudida e vaiada”, afirmou.

Durante seu show no palco principal do Festival de Inverno de Garanhuns, Daniela afirmou que fica chocada com a proibição de uma apresentação teatral e que “nossa constituição não é a bíblia” em uma clara crítica à atitude do prefeito de não ceder um espaço público para a realização da peça.

LeiaJá também

--> 'Não vão nos calar', diz atriz trans que interpreta Jesus

--> MP abre ação contra PE e Garanhuns por excluir peça do FIG

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) atendeu ao pedido do Ministério Público de Pernambuco, determinando que a peça de teatro “Jesus Rainha do Céu” seja incluída novamente na programação oficial do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). 

Após as polêmicas que levaram ao cancelamento, uma campanha de financiamento coletivo conseguiu arrecadar recursos o suficiente para encenar a peça no mesmo período do festival, de modo independente, em local ainda não revelado pela organização, que teme represálias após ter sofrido ameaças. 

##RECOMENDA##

Apesar disso, o MPPE solicitou à justiça que determinasse a inclusão da apresentação na programação do festival por entender que o fato de o governo ter, através de curadoria, escolhido colocar a peça na programação e retirado depois devido a pressões motivadas por intolerância configuram uma ação discriminatória por parte do Estado. 

Direito de escolha do Estado

O primeiro pedido feito através do promotor Domingos Sávio Pereira Agra foi negado pelo juiz Enéas Oliveira da Rocha, que entendeu não haver ação discriminatória por parte do Estado de Pernambuco, representado no caso pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) pois, segundo sua decisão, “se a discricionariedade para contratar ou não artistas para apresentação é do Poder Público, não há que se falar em censura porque os artistas não têm direito subjetivo à apresentação [têm expectativa de direito], que fica condicionada à celebração de contrato administrativo com o Estado – sempre discricionariamente”. 

Em outro trecho da decisão judicial, o magistrado alega que “o cancelamento da peça teatral em questão com fulcro em critérios que traduzem o princípio do respeito ao sentimento religioso da comunidade, a meu ver, não afronta o princípio da dignidade humana''. 

Recurso

Diante do fato, o Ministério Público recorreu ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), alegando que houve extrapolação do limite da discricionariedade do Estado, de acordo com o que foi escrito no recurso pelo promotor de Justiça Domingos Sávio. 

“Verifica-se que não há justiça na exclusão de uma apresentação que, até prova em contrário, foi prévia e regularmente selecionada pela curadoria responsável por aprovar a programação do FIG 2018”, afirmou ele, que complementa sua argumentação alegando também que “se o próprio Estado de Pernambuco reconhece a intolerância das manifestações contrárias que visaram a impedir a apresentação, não existe, no caso, espaço para a discricionariedade administrativa", requerendo a concessão da tutela provisória de urgência satisfativa para que seja determinado ao Estado de Pernambuco que volte a incluir, em 24 horas, a peça na grade de programação do FIG 2018. 

Determinação de inclusão

Na noite da última terça-feira (24), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), através do desembargador Sílvio Neves Baptista Filho, que integra a 2ª Turma da 1ª Câmara Regional de Caruaru, reformou a decisão do juízo de primeira instância, além de instituir uma multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da decisão. 

Assim, fica garantida toda a segurança necessária à realização do evento, bem como que o Município de Garanhuns se abstenha de embaraçar o cumprimento da tutela. Na decisão, que foi dada em caráter de liminar, o desembargador leva em consideração o princípio de liberdade de expressão, apresenta jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), trazendo o artigo 220 da Constituição e manifestações de outros tribunais brasileiros a respeito da apresentação da peça.

"A exclusão da apresentação prévia e regularmente selecionada pela curadoria responsável por aprovar a programação do festival demonstra um comportamento contraditório da administração pública, vedado pelo ordenamento jurídico, máxime porque se anteriormente a peça já havia sido incluída na programação do FIG 2018 por atender os critérios estabelecidos no edital, não poderia o Poder Público, de forma contraditória, sem justa motivação, excluí-la das festividades”, afirmou ele. Confira a íntegra da decisão. 

LeiaJá também

--> MP abre ação contra PE e Garanhuns por excluir peça do FIG

--> FIG: Ingressos para peça com 'Jesus trans' esgotam

--> 'Não vão nos calar', diz atriz trans que interpreta Jesus

--> Daniela Mercury: "Nossa constituição não é a bíblia"

Depois que o espetáculo "O Evangelho Segundo Jesus Cristo, a Rainha do Céu" foi retirado da programação da 28ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que começou na última quinta-feira (19), um movimento voluntário foi construído para que a exibição da obra teatral continuasse. Protagonizada pela atriz transsexual Renata Carvalho, a peça será encenada na próxima sexta-feira (27), mas a produção optou por não divulgar horário e local, evitando uma nova proibição e até mesmo em prol da segurança da equipe e do público.

Nas redes sociais, circularam mensagens de internautas contrários à peça, por não aceitarem que Renata interprete o papel de Jesus Cristo. Por isso, a produção do evento teme represálias, e para evitar transtornos, o público que comprou os ingressos receberá as informações sobre o local e horário momentos antes da encenação. 

##RECOMENDA##

Em entrevista ao LeiaJa.com nesta terça-feira (24), Renata, que atua há 22 anos, opinou com exclusividade sobre a polêmica envolvendo o monólogo no Agreste pernambucano. "Eu vejo isso com tristeza. É um ato de censura. A peça vem sendo atacada desde que estreou em agosto de 2016. Tudo isso porque Jesus pode ser a imagem e semelhança de todo mundo, menos de nós, de pessoas trans", disse. No último final de semana, Daniela Mercury defendeu a realização da peça, dizendo que a Constituição Brasileira não deve ser baseada na Bíblia.

Momentos antes de se apresentar no FIG, a cantora baiana entrou em contato com a atriz para saber dos detalhes que fizeram o espetáculo ser cancelado. "Ela quis saber de toda a história. A colocação dela no palco foi muito corajosa. Nós precisamos de artistas que se posicionem. A fala de Daniela foi importantíssima, e isso fortalece cada vez mais o movimento", declarou Renata.

Para Natalia Mallo, diretora da peça, a expectativa para a apresentação em Garanhuns é enorme. "Estamos animadas. A nossa presença nesse trabalho na cidade será muito importante, do ponto de vista simbólico, como uma reafirmação da liberdade e diversidade", disse, pontuando que a decisão de deixar de fora o espetáculo é uma violência de Estado.

Vetada pela Prefeitura de Garanhuns, juntamente com o Governo de Pernambuco, a peça vem enfrentado retaliações desde que foi anunciada como uma das atrações do FIG. Mesmo com toda a pressão instalada através de opiniões conservadoras, Renata Carvalho afirma que está revigorada.

"Estamos indo para Garanhuns com muito respeito e amor. A nossa arma é a arte. A degradação do Brasil não é moral. A degradação do país está na educação, saúde, de como esses políticos administram o dinheiro público. Para colocar uma cortina de fumaça nos assuntos relacionados à política, eles atacam os LGBTs e a arte, entre outros problemas que os brasileiros estão passando", comentou.

Após o espetáculo sofrer tentativas de proibições em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul, a protagonista reforça que o preconceito não será motivo para a desistência dos sonhos que estão por vir. "Não vão nos calar. Já nos calaram durante décadas. Nossa voz é muito maior. O levante do bem é bem mais gigante do que o do mau. Nós temos muito mais pessoas ao nosso favor do que nos atacando".

A cantora Daniela Mercury fez um desabafo no palco do Festival de Inverno de Garanhuns na madrugada deste domingo (22) sobre a proibição por parte da prefeitura da execução da peça que traz Jesus como um transsexual.

Durante o show, transmitido ao vivo pela TV Nova, Daniela fez duras críticas ao que chamou de censura. "Me choca profundamente que os políticos desse país censurem uma peça de teatro. Que censurem uma exposição de arte, de grandes artistas. É de uma petulância absurda. Porque assim, se nós tivéssemos protestos de pessoas que são da religião, que não compreendem a arte, que não entendem que arte não tem dogma, que arte é crítica social, que arte é reflexão sobre nós, que arte é essencialmente livre, é singular, é uma palavra escrita, desenhada, um gesto, uma atitude, uma instalação. A arte é pra incomodar, é pra fazer pensar, é pra refletir, a arte é pra libertar a cabeça de m...", esbravejou.

##RECOMENDA##

A baiana não parou por aí, disparando contra a decisão do prefeito de Garanhuns."Censurar uma peça de teatro por convicções religiosas é o maior absurdo. Isso não pode ser permitido. A nossa constituição não deixa isso. A nossa constituição não é a bíblia. Eu sou de família católica e respeito profundamente, mas a nossa constituição permite sim lidar com símbolos religiosos. Falei com a Renata Carvalho no telefone. Ela tá muito magoada... Ela é jesus cristo sim. Jesus Cristo eu estou aqui. Eu sou gay, eu sou lésbica. E daí", questionou Daniela.

Ao encerrar seu protesto, Daniela pediu que seus músicos mudassem o ritmo do show. "Eu to precisando muito de um rock. To precisando muito de gente que não é careta porra. Tá chato para c... esse país. Que m... Vai policiar a p... que lhe pariu. Bichos escrotos saiam dos esgotos, venham enfeitar meu lar, meu jantar", completou ela, antes de começar a cantar Tempo Perdido, da banda Legião Urbana.

Entenda - No final de junho, o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), pronunciou-se contrário à apresentação de 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu' durante o FIG. Mesmo com garantias da manutenção da peça no evento, dadas pelo secretário de Cultura, Marcelino Granja, diante da pressão, a encenação foi cancelada.

A partir disso, iniciou-se uma mobilização para angariar recursos para custear passagens, hospedagens e alimentação da equipe do espetáculo. Com meta inicial de R$ 6 mil, a 'vaquinha' virtual arrecadou o equivalente a R$ 10 mil.

Escrita pela autora trans inglesa Jo Clifford (que em 2006, aos 56 anos, abriu mão do nome John), a peça traz Renata Carvalho interpretando Jesus como se ele vivesse nos dias atuais como uma travesti, e provoca reflexões sobre temas como gênero e inclusão.

[@#video#@]

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando