Encarar a missão de vencer uma doença não é uma tarefa fácil. Em tempos de pandemia, como a do Covid-19, o desafio torna-se ainda maior. E quem exerce um importante papel neste combate e prevenção é o médico infectologista. É ele o responsável em acautelar e tratar a proliferação de doenças infecciosas e parasitárias, sejam estas causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários ou outros microrganismos. O profissional integra a linha de frente da saúde, analisando o paciente e entendendo a doença como um todo.
Protagonistas da prevenção
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Prevenir é melhor do que remediar e, na prática, o profissional da infectologia parte desse princípio crucial, analisando a complexa relação das doenças e seu modo de mutação e transmissão. No ambiente hospitalar e clínico, seu papel visa elaborar planos de ação contra epidemias e pandemias.c
Com o surto mundial do coronavírus, por exemplo, o protagonismo do infectologista junto às equipes interdisciplinares de saúde tem sido essencial, na busca em cessar o crescimento de mortalidade no mundo. Para Filipe Prohaska, chefe de triagem de doenças infecciosas do hospital Universitário Osvaldo Cruz, localizado no Recife, referência no tratamento ao Covid-19 em Pernambuco, a rotina tem sido intensa, voltada para treinamentos, desde a paramentação (uso de EPIs) até o atendimento cauteloso ao paciente. Ele explica que sua função visa desenvolver planos de ações para crises de doenças em quatro fases.
“O papel do infectologista é dar suporte à população doente, assim como organizar previamente centros hospitalares para saber lidar com todas as etapas de cuidado. Isso inclui protocolos clínicos de diagnóstico, de tratamento, estrutura física para cuidados, isolamento. Tudo baseado no quanto determinada doença pode ser transmissível”, esclarece Prohaska.
Na fase um, a missão de um infectologista é voltada para prevenção. Os cuidados são com a expansão de determinada doença em locais ainda não atingidos. Na segunda fase, a atenção do trabalho é direcionada ao isolamento de pessoas já contaminadas, no intuito de impedir a proliferação de contágio.
Já na terceira e quarta etapas, o infectologista se divide entre os cuidados com imunizações por meio de vacinas, aconselhamento do uso de medicamentos para tratamento e controle de infecções hospitalares.
Visão sistêmica x Covid-19
Não é a primeira vez que países vivem sob um alarme de pandemia. Mas a rápida expansão do coronavírus tem feito com que diversos infectologistas trabalhem ainda mais em busca de soluções emergenciais para sanar o caos da saúde, vivida em todas as esferas do mundo.
Para Felipe, uma das principais maneiras mais eficazes de bloquear a expansão da doença é com isolamento horizontal. Isto é, quando todos os grupos sociais - incluindo fatores como idade, gravidez e outras especificidades - devem permanecer reclusos, sem contato físico ou aglomerações. “Sem sombra de dúvidas, o isolamento social é a melhor forma de prevenir a doença. O isolamento de todos, de forma ininterrupta”, garante o especialista.
Em grande parte dos Estados do Brasil, a recomendação de isolamento horizontal é aplicada como maneira de prevenção. Uma pesquisa do Datafolha, divulgada nesta última segunda-feira (6), identificou que 76% dos brasileiros acreditam que o isolamento tem sido eficaz e deve ser mantido. O instituto ouviu 1.511 pessoas por telefone e a margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Para a infectologista pediátrica Alessandra Costa, os desafios maiores acontecem na conscientização em manter o isolamento social e cuidados simples de higienização.
"Tem sido um sufoco, atrelado a um país populoso com saneamento básico inadequado em diversos locais", relata a especialista.
Ela reforça que os cuidados devem se estender a todas as esferas, mesmo nas áreas de menor risco. Crianças, por exemplo, não integram tal grupo pois, na maioria das vezes, a doença se apresenta de forma leve, desde que não haja doença pré-existente. No entanto, é primordial se atentar à toda prevenção de higiene necessária.
"O grande desafio nas crianças é que grande parte é assintomática e transmite", alerta a médica especialista.
Apesar de todo desafio, ela reconhece a grande importância de sua função para os dias vividos na saúde do Brasil e mundo. Alessandra finaliza reforçando que sei papel é fundamental na missão de elaborar medidas. Mas a sociedade precisa colocá-las em prática para que tudo funcione de maneira eficaz.
"Lavar as mãos, fazer uso de máscara e do álcool em gel, e principalmente, manter-se em isolamento, ainda são as principais maneiras de evitar maiores danos à saúde”, endossa a Alessandra.
No Dia do Infectologista, celebrado neste sábado (11), convidamos esses especialistas para falar da missão de cuidar da saúde. Confira:
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Conteúdo publicado originalmente no site institucional da UNINASSAU