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Depois de anunciar cinco multas à Samarco, totalizando R$ 250 milhões, pelos danos causados ao meio ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quer uma mudança na legislação para permitir multas ambientais mais altas. "Cada auto de infração administrativa tem um teto de R$ 50 milhões. Isso é pouco para inibir a negligência das empresas. Vamos induzir mudanças legislativas para abrir o limite de autuação e combater esse tipo de catástrofe", disse Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama.

Segundo Evaristo, as autuações só estão começando. "As infrações visíveis já tinham materialidade suficiente para que aplicássemos essas multas de R$ 250 milhões. Mas vamos quantificar todos os danos ambientais e encaminhar ao setor jurídico para que o ressarcimento seja exigido." Segundo ele, o Ibama montou uma sala de crise com especialistas em diversos setores para avaliar o dano ambiental. "Os autos de infração são brinquedo perto dos valores a que chegarão os custos de restauração."

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Subiu para sete o número de mortos no desabamento das duas barragens de rejeitos de minério de ferro da empresa Samarco no distrito de Bento Ribeiro, em Mariana. A vítima é o empregado da Produquímica, Marcos Aurélio Moura, de 34 anos, que prestava serviço para a mineradora. O corpo foi identificado por familiares por volta das 14h.

Outros dois aguardam identificação. O total de desaparecidos, conforme informações da Prefeitura de Mariana, é de 18, sendo 9 funcionários da empresa e 9 moradores.

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Conforme informações do Corpo de Bombeiros, o efetivo da corporação na região é de 140 homens. As buscas se concentram em Bento Rodrigues, Barra Longa e no município de Rio Doce, onde fica a hidrelétrica de Candonga a primeira no caminho do Rio Doce até o mar.

Em Bento Rodrigues, os bombeiros utilizam cães farejadores nas buscas e levantamentos para verificar a altura atingida pela lama. O objetivo é auxiliar os trabalhos de máquinas. As equipes continuam o trabalho de limpeza, jogando jatos de água para retirar a lama. Conforme a prefeitura, houve reforço na quantidade de vacinas em Barra Longa, sendo 300 doses de hepatite B e 300 doses de dupla adulta.

O resultado da análise laboratorial das amostras de água coletadas no Rio Doce, em Minas, apontou níveis acima das concentrações aceitáveis de metais pesados como mercúrio, arsênio, ferro e chumbo na lama que escorreu para o rio com o rompimento das barragens em Mariana (MG). O prefeito de Baixo Guandu (ES), Neto Barros (PCdoB), confirmou a informação.

"Para se ter uma ideia, a quantidade de arsênio encontrada na amostra foi de 2,6394 miligramas e o aceitável é de no máximo 0,01 miligrama", afirmou. "Encontramos praticamente a Tabela Periódica inteira na água." Em nota, a Samarco afirmou que o rejeito armazenado nas barragens não era tóxico e disse desconhecer o laudo técnico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Subiu para seis o número de vítimas fatais identificadas após o rompimento de barragens em Mariana (MG). Segundo boletim oficial, divulgado nessa quinta-feira (12) o corpo de Marcos Roberto Xavier foi reconhecido pelos familiares. Ele era funcionário da Vix Logística, prestadora de serviço da Samarco, proprietária das barragens que romperam.

Mais três corpos foram encontrados, mas ainda aguardavam identificação até a noite de ontem. Dezenove pessoas continuam desaparecidas - 10 funcionários e nove moradores. Segundo boletim oficial, desde ontem, houve um reforço no efetivo das equipes de busca, com mais 65 bombeiros, vindos de Belo Horizonte, Ouro Branco e Nova Lima. A capital também enviou guardas municipais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Representantes da BHP Billiton e da Vale vão se reunir com seguradoras no Brasil para tratar sobre o rompimento de barragens da Samarco ocorrido na semana passada no município de Mariana (MG), informou a BHP. A Samarco é uma joint venture 50-50 da BHP com a Vale. O acidente causou a morte de pelo menos oito pessoas e o desaparecimento de outras 19.

Nessa quinta-feira (12), o governo brasileiro decidiu multar a Samarco em R$ 250 milhões por infrações à legislação ambiental. Na Bolsa de Sydney, as ações da BHP fecharam esta sexta-feira (13) com queda de 1,8%, após chegarem a recuar abaixo de 20 dólares australianos durante o pregão e atingirem o menor nível em quase uma década.

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Fonte: Dow Jones Newswires.

A presidente Dilma Rousseff (PT) sobrevoou, no fim da manhã desta quinta-feira (12), a região atingida pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), na semana passada. A lama de rejeitos que transbordou das barragens atingiu várias cidades mineiras e chegou agora ao Espírito Santo.

Em Minas Gerais, acompanhada do governador Fernando Pimentel e do prefeito de Mariana, Duarte Júnior, a presidente visualizou os estragos nos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, na região de Mariana. Logo depois, seguiu a Governador Valadares, onde a captação de água para o abastecimento da população está suspensa por causa da onda de lama que inundou o Rio Doce. Em seguida, chegará a Colatina, no Espírito Santo, onde se reunirá com o governador Paulo Hartung.

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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o ministro das Cidades, Gilberto Occhi (PP) acompanharam a petista no sobrevoo.

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*Com informações do Blog do Planalto.

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Três cães farejadores auxiliam os trabalhos de busca e resgate no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco. A informação foi divulgada hoje (9) pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. De acordo com a corporação, os cães receberam treinamento especializado para atender a esse tipo de ocorrência e vão acompanhar os trabalhos dos militares que estão no local desde a última quinta-feira (5).

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As ações humanitárias de transporte de alimentos e medicamentos para as comunidades atingidas também serão mantidas pelo Corpo de Bombeiros, bem como o alerta para que a população não se aproxime da chamada zona quente ou área de risco. "A medida garante a segurança dessas pessoas e evita acidentes como os ocorridos na última quinta-feira, quando duas pessoas tiveram que ser socorridas após tentarem se aproximar dos locais", informou a corporação.

O Exército brasileiro enviou neste domingo, dia 8, dois helicópteros para ajudar nas buscas e nos resgates de desaparecidos da tragédia na cidade de Mariana (MG), na última quinta-feira. De acordo com a assessoria do Ministério da Defesa, as aeronaves foram solicitadas pelo governo de Minas Gerais e já estão a caminho da região.

Além dos helicópteros, o ministério ressalta que o Exército está ajudando de outras formas. Desde o rompimento da barragem, militares e viaturas do Comando Militar do Leste (que abrange MG, RJ e ES) e do Comando da 4ª Região Militar de Belo Horizonte estão na região ajudando nas buscas e resgates de vítimas.

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Além disso, há homens do setor de engenharia do Exército. Segundo o Ministério da Defesa, eles foram designados para fazer o reconhecimento das áreas atingidas e identificar eventual necessidade de instalar pontes improvisadas. Até o momento, contudo, não foi preciso construir nenhuma ponte.

As buscas por desaparecidos foram retomadas na manhã deste domingo. A lista mais atualizada aponta um total de 28 desaparecidos, entre funcionários da mineradora e moradores da cidade. Entre os procurados, há cinco crianças, entre eles um bebê de três meses, segundo a Prefeitura de Mariana.

A empresa de mineração Samarco, responsável pelas barragens de rejeitos que romperam na quinta-feira (5), em Mariana (MG), causando destruição e vítimas, aumentou em 9,5 milhões de toneladas ao ano, em 2014, a capacidade de produção de minério de ferro em sua unidade industrial na região. O aumento na produção fez crescer também o volume de rejeitos depositados nas barragens rompidas. Cada tonelada de minério processado gera volume quase igual de rejeitos.

A ampliação decorre da construção de um terceiro concentrador de minérios na unidade de Germano, entre Mariana e Ouro Preto. No ano passado, a produção foi de 25 milhões de toneladas, 15% a mais que no ano anterior. O volume maior de rejeitos foi próximo de 3 milhões de toneladas, atingindo no ano um total de 21,9 milhões de toneladas de materiais arenosos e lamas, resultantes do beneficiamento do minério de ferro. Os dados constam do Relatório Anual de Sustentabilidade 2014, divulgado no site da empresa. O relatório não faz menção a aumento na capacidade desses reservatórios.

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Os rejeitos estavam armazenados no sistema composto pelas barragens de Germano e de Fundão - este, o barramento que rompeu na quinta-feira. A água usada no processo estava armazenada na barragem de Santarém, que também desmoronou após o rompimento da Fundão. O minério de ferro extraído das minas e processado na unidade de Germano é transportado por minerodutos até a unidade Ubu, em Anchieta, Espírito Santo.

A empresa também aumentou a capacidade do mineroduto. As três linhas de dutos somam 400 km cada e passam por 25 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo. O minério viaja a uma velocidade de 6 km por hora. A Samarco possui um terminal marítimo próprio para embarcar as pelotas do minério para o exterior - a empresa é a décima maior exportadora brasileira e teve faturamento bruto de R$ 7,6 bilhões em 2014.

No relatório, a Samarco informa ter investido, no ano passado, R$ 88,3 milhões na gestão de riscos ambientais, além de R$ 80 milhões, nos últimos anos, para aumentar a segurança nas atividades de maior risco, incluindo as barragens de rejeitos. A empresa informa dispor de um Plano de Ações Emergenciais (PAE) das barragens que foi imediatamente acionado após o rompimento da Fundão. Em 2014, aplicou um total de 1.356 horas de treinamentos com os funcionários envolvidos nessas atividades.

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, deu entrada na manhã deste domingo (8) no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana (MG), conforme boletim médico. A internação ocorre após ter sido identificada uma alteração no exame de eletrocardiograma nos primeiros atendimentos feitos na Policlínica Municipal.

O estado de saúde do prefeito, que segue em observação médica, é estável. Sua internação ocorre em meio às notícias sobre a situação do município de Mariana, que foi afetado pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco na tarde da última quinta-feira (5). Duarte Júnior foi atendido pelo médico plantonista Dr. Rodrigo Miranda e encaminhado ao hospital para realização de novos exames.

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No sábado, em conversa com a imprensa, o prefeito de Mariana cobrou dos governos estadual e federal ajuda para recuperação do município. "Sem deixar de cobrar as responsabilidades da empresa", disse. E afirmou que vai ser difícil reconstruir o vilarejo. "É um patrimônio, havia muita história ali. Mas acho difícil que um dia se recupere aquela região", afirmou. "Vamos cobrar a empresa para fazer tudo para devolver a vida àquelas pessoas."

A Secretaria de Governo do Estado de Minas e o Corpo de Bombeiros afirmaram, no início da noite deste sábado (7), que um corpo foi localizado no leito do Rio Doce, a cerca de 100 quilômetros de Mariana. Ele teria sido levado pela enxurrada de lama após o rompimento da barragem da mineradora Samarco na tarde da última quinta-feira. É a segunda morte relacionada ao acidente, apesar de ainda não haver confirmação da Prefeitura de Mariana. Os bombeiros checam se a vítima era da cidade ou de algum outro município por onde a enxurrada passou.

Na sexta-feira, um outro corpo também tinha sido achado nessa região, mas não foi possível relacioná-lo ao desmoronamento. Bombeiros tentam identificar o corpo para descobrir se a pessoa poderia estar no caminho do mar de lama.

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Ao final da tarde, a Prefeitura de Mariana colocou em seu site uma lista com os nomes de 28 desaparecidos: 13 funcionários da empresa Samarco e 15 moradores de distritos atingidos pelo rompimento de duas barragens. A maioria é de Bento Rodrigues, local mais afetado. Entre os moradores, há três pessoas com o mesmo sobrenome: uma mulher, um menino de 5 anos e um bebê de 3 meses.

No início da tarde o prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS), tinha anunciado que eram 25 os desaparecidos e afirmou que está sendo feita segurança 24 horas no distrito de Paracatu, onde, em partes mais altas, é possível chegar de carro.

O prefeito ainda cobrou dos governos estadual e federal ajuda para recuperação do município. "Sem deixar de cobrar as responsabilidades da empresa", disse. E afirmou que vai ser difícil reconstruir o vilarejo. "É um patrimônio, havia muita história ali. Mas acho difícil que um dia se recupere aquela região", afirmou. "Vamos cobrar a empresa para fazer tudo para devolver a vida àquelas pessoas."

Dos 600 habitantes de Bento Rodrigues, distrito da cidade Mariana, em Minas, destruído após rompimento de duas barragens de rejeitos de uma mineradora, cerca de 150 tiveram de passar a noite de quinta para sexta-feira na Arena Mariana, no centro do município. As buscas pelas pessoas ilhadas pela lama recomeçaram na manhã desta sexta (6).

Desalojados pelo mar de lama que tomou o distrito, os moradores relatam cenas de horror na hora do acidente. "Um caminhão passou buzinando feito louco, avisando que a barragem rompeu. Ele foi parando e gritando: 'Pula! Pula!'. As pessoas foram se jogando na caçamba, uma sobre as outras", conta a dona de casa Rosa Helena da Silva, de 46 anos, uma das vítimas abrigadas no ginásio poliesportivo da cidade. "No final, o caminhão nem estava mais parando para o pessoal entrar."

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Segundo Rosa, quando o grupo chegou a Santa Rita, um vilarejo vizinho, cerca de 60 pessoas estavam no caminhão. "Não teve aviso, não teve nada, só esse caminhão que passou buzinando. Muita gente ouviu os gritos do caminhoneiro, mas não entendeu ou não acreditou e ficou", diz.

A dona de casa relata ter visto crianças vomitando por causa da lama com resíduos da mineradora. "Um homem estava com as duas pernas quebradas", afirma. Os desabrigados também recebem donativos no ginásio.

Igreja

Ao menos 120 moradores do distrito de Bento Rodrigues passaram a noite na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, uma das duas igrejas do vilarejo destruído pela queda da barragem.

Resgatadas por equipes dos Bombeiros e da prefeitura de Mariana, que conseguiu abrir caminho da estrada até a igreja, as pessoas chegaram na Arena Mariana por volta das 8h. Os moradores passaram a noite em claro.

"Meu filho estava de carro e nos levou até a igreja. Não sobrou nada de nossa casa", conta a dona de casa Dirce Breta Sobrera, de 73 anos. Com um pé enfaixado, ainda atônita, ela diz que não sabe como se machucou. "Foi na correria."

Moradores das regiões de Paracatu e Paracatu de Baixo também tiveram de deixar as casas, pois havia risco de serem atingidas pela lama de rejeitos.

Resgate

As equipes de resgate continuam trabalhando na busca por vítimas. Foram confirmados até o início da manhã desta sexta 17 mortos e 75 feridos.

As barragens romperam por volta das 16h desta quinta-feira, 5, entre Mariana e Ouro Preto, a 110 km de Belo Horizonte. A lama atingiu rapidamente o distrito de Bento Rodrigues. O Ministério Público Estadual de Minas abriu inquérito para apurar as causas do rompimento das barragens.

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A Arquidiocese de Mariana, em Minas Gerais, lamenta "profundamente" a tragédia registrada na tarde de ontem (5) no distrito de Bento Rodrigues, zona rural da cidade mineira. Em nota, a entidade cita que o rompimento ontem (5) das duas barragens da mineradora Samarco deixou centenas de vítimas.

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“Manifestamos nossa mais sentida solidariedade às famílias que tiveram suas casas e seus bens destruídos e às que choram a morte de seus entes queridos, vítimas dessa catástrofe de proporções incalculáveis”, destacou a arquidiocese.

De acordo com o comunicado, o momento é de unir esforços para minimizar a aflição e o sofrimento de todos os que foram atingidos pela tragédia. “Exortamos nossas comunidades a prestarem sua solidariedade às vítimas, acolhendo-as, doando alimentos e roupas, confortando-as, oferecendo-lhes suas preces.”

O ginásio da cidade de Mariana recebe desde ontem doações para as famílias que perderam suas casas. A prefeitura de Mariana pede a colaboração da população no sentido doar principalmente itens como roupas, colchões, água mineral e produtos de higiene pessoal. Moradores vizinhos a Mariana também se mobilizam para arrecadar donativos.

No final da nota, a arquidiocese de Mariana classifica a apuração das responsabilidades pela tragédia de “exigência da Justiça e condição para que tal situação nunca mais se repita”. “Que a fé nos aqueça a esperança e nos estimule a solidariedade para diminuir a dor que é de todos os marianenses e que deixa enlutados este município e o estado de Minas Gerais”.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais informou hoje (6) que cerca de 500 moradores de áreas afetadas pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG), já foram resgatados pela corporação. No total, 105 Bombeiros e 20 viaturas estão em Bento Rodrigues, área rural onde ocorreu o acidente.

De acordo com o comunicado, as vítimas primeiramente tomam banho, para a retirada de resíduos de ferro, e, em seguida, são encaminhadas para unidades de saúde da região.

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A corporação informou ainda que quatro feridos – dois adultos e duas crianças – foram resgatados e levados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Três helicópteros auxiliam nos trabalhos e duas retroescavadeiras estão sendo usadas para abrir passagem e permitir acesso aos locais mais afetados pela tragédia.

De acordo com boletim atualizado na manhã de hoje pelo Hospital Monsenhor Horta, em Mariana (MG), seis pessoas receberam alta e uma permanece internada. A unidade de saúde recebeu, até o momento, oito vítimas da tragédia. Uma delas já chegou morta ao local.

A Arquidiocese de Mariana, na região central de Minas Gerais, dará início nesta quarta-feira (27) ao processo de beatificação e canonização de d. Luciano Mendes de Almeida, cuja trajetória foi marcada pela defesa dos direitos humanos e das camadas mais pobres da sociedade. O processo de beatificação do religioso, cuja abertura foi autorizada pela Congregação Para Causa dos Santos, em maio passado, não tem prazo para ser concluído.

O procedimento será iniciado com uma missa solene que será presidida pelo atual arcebispo de Mariana, d. Geraldo Lyrio Rocha. O cargo foi exercido por d. Luciano de 1988 até 2006, quando ele morreu vítima de falência múltipla de órgãos. O pedido de abertura do processo foi feito em edital do próprio d. Geraldo diante dos "sinais de crescente fama de santidade de d. Luciano Pedro Mendes de Almeida".

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Segundo a arquidiocese, para que o religioso seja beatificado, será necessário comprovar, por meio de documentos e depoimentos, que durante sua vida ele defendeu e praticou virtudes cristãs como a fé e o amor a Deus. Após a primeira fase do processo, que será realizada toda em Mariana, o caso será enviado para o Vaticano. Caso a documentação seja aprovada, ele será decretado venerável pelo Papa Francisco e, após isso, pode ser beatificado com a comprovação de um milagre, ou santo, com a confirmação de um segundo milagre.

Ligado à Companhia de Jesus e doutor em Filosofia, d. Luciano foi bispo auxiliar de São Paulo em meados da década de 1970 e foi nomeado arcebispo de Mariana pelo Papa João Paulo II, morto em 2005. Entre outros postos, o religioso, nascido em 1930 no Rio de Janeiro, atuou, entre 1979 e 1986, como secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade que presidiu de 1987 a 1994.

Durante a ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, d. Luciano foi uma das principais vozes pode reformas sociais e em defesa dos direitos humanos dos perseguidos pelo regime, principalmente de padres e outros religiosos presos e torturados por agentes do governo. Ele morreu em 27 de agosto de 2006, no Hospital das Clínicas de São Paulo, onde ficou internado mais de um mês lutando contra um câncer no fígado.

Apesar de ter sido assassinado em 2008, o ex-prefeito João Ramos (PTB), de Mariana, na região central de Minas, participa da atual corrida pelo comando do município. Declarações do ex-prefeito são veiculadas em propaganda eleitoral do atual chefe do Executivo municipal, Roberto Rodrigues (PTB), que disputa a reeleição com apoio da viúva da vítima, a também ex-prefeita Terezinha Ramos.

"Prezados eleitores de Mariana, mais uma vez peço: vote no 14, os candidatos da nossa coligação, para o bem de Mariana. Muito obrigado a todos", declara o ex-prefeito na gravação. O depoimento é apresentado por uma locutora como "homenagem" de Ram os com "uma mensagem sempre atual à família 14".

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O ex-prefeito, que já havia comandado o município três vezes, foi executado com quatro tiros em maio de 2008. Dois meses depois, a Polícia Civil mineira acusou o empresário Francisco Assis Carneiro, o Chico da Farmácia, de ser o mandante do crime. Segundo a polícia, o suspeito teria encomendado o assassinado porque tinha intenção de disputar a eleição, mas Ramos se colocava novamente como pré-candidato.

Chico da Farmácia chegou a ser preso, mas foi solto por ordem da Justiça e ainda aguarda julgamento por júri popular, mas não abandonou os planos eleitorais. Atualmente, ele disputa as eleições no município pelo PMN. Após o assassinato, a viúva do ex-prefeito foi quem venceu as eleições, mas ela chegou a ser afastada do cargo duas vezes acusada de irregularidades.

No início da disputa eleitoral deste ano, lideranças políticas do município tentaram articular uma aliança que uniria Terezinha e Chico da Farmácia contra o ex-prefeito Celso Cota (PSDB), mas a coligação não vingou. A reportagem tentou falar com a ex-prefeita e o empresário, mas ambos estavam com os celulares desligados na tarde desta terça-feira (2).

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