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O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), foi flagrado fazendo compras em um mercado de produtos orgânicos. Um vídeo gravado por um cliente viralizou nas redes sociais, nas quais Salles foi bastante criticado. 

Nas imagens, Salles aparece com uma cesta de produtos na mão enquanto o cliente diz: “E aí, deputado Salles, tudo bem? Passou a boiada e agora vem comprar orgânico?”. Em seguida, o homem continua: “Legal, legal, o cara come orgânico mas quer enfiar agrotóxico no rabo do povo. Vai embora. Muito bom, orgulho da nação”, ironiza. 

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Salles foi ministro do Meio Ambiente do Governo Jair Bolsonaro, que liberou 2.182 agrotóxicos até então proibidos, segundo dados da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA) do Ministério da Agricultura. Além disso, no final de agosto Ricardo Salles tornou-se reú após a 4ª Vara Federal Criminal do Pará aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele e mais 21 pessoas são acusadas de operar um esquema de contrabando de produtos florestais.

Nos dois anos de pandemia de Covid-19, o projeto Orgânico Solidário - plataforma sem fins lucrativos organizada sob a forma de um fundo filantrópico - conseguiu arrecadar mais de R$ 3,5 milhões em doações de pessoas físicas e jurídicas, que resultaram na distribuição de mais de 75 mil cestas orgânicas para cerca de 80 comunidades em quatro estados do país. No total, foram mais de 500 toneladas de alimentos entregues, oriundos de uma rede composta por 100 agricultores familiares.

O criador do projeto, Aziz Camali Constantino, disse que a ideia surgiu como resultado direto do impacto da pandemia. Ele montou um grupo de empresas e empreendedores amigos e percebeu que seria mais eficiente pensar em uma solução cujo centro fosse o próprio impacto causado pela Covid-19. “A partir daí, a gente mapeou o território da fome porque muita gente, no começo da pandemia, estava olhando para a saúde, para respiradores e outros equipamentos. E a gente viu que quando faltasse comida no prato das pessoas, qualquer tese de saúde pública, de educação, iria para o ralo”.

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O foco, então, foi não fomentar uma cesta seca, da filantropia social tradicional, que não tem quase nada de nutrição, disse Constantino. “A gente percebeu que precisava falar de segurança alimentar, de agroecologia. Criamos uma cesta fresca, com frutas, legumes e verduras que, além de alimentar com algo que é escasso nas periferias, gerasse renda para o agricultor, para o produtor orgânico”, explicou.

Rede

Usando inteligência e tecnologia, o Orgânico Solidário não opera somente em emergências e desastres, mas está atualmente em seis estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Bahia e Goiás), atuando por meio de mais de 20 projetos em comunidades pelo Brasil. Os alimentos frescos são entregues de forma recorrente, dando dignidade às pessoas e acompanhando a transformação do que é uma família com acesso a esse tipo de comida saudável.

Aziz afirmou que é difícil pensar em meta para 2022 em um país como o Brasil, onde morre mais gente de má alimentação do que de falta de comida, “um país que fomenta o agronegócio que não alimenta ninguém. A gente percebe que entregar comida é uma premissa”. Ele lembrou que, infelizmente, o Brasil produz hoje menos vegetais e verduras do que o Japão. Daí, o papel fundamental do projeto de fortalecer a agricultura orgânica.

Como organização social, o exercício do fundo hoje é buscar novos doadores, sejam empresas apoiadoras ou pessoas, para aumentar o cinturão de doação. “O grande segredo do nosso modelo é que a gente não buscou só fundações, institutos e empresas privadas. A gente democratizou a linguagem da filantropia. A gente gosta de falar que a microfilantropia também é algo que falta no Brasil”.

Segundo o criador do Orgânico Solidário, o Brasil é uma das principais economias do mundo, mesmo em crise. Mas, ao mesmo tempo, é uma das nações mais desiguais do planeta, “porque as pessoas não gostam de dividir”. Adaptando a linguagem, percebeu-se que a cada R$ 50, uma pessoa pode ajudar uma família. “Eu democratizo isso para qualquer família pelo Brasil poder se sensibilizar”. Por isso, o projeto conta hoje com grande rede de pessoas físicas, formada por mais de 8 mil doadores individuais, que ajudam na formação desse cinturão. “Entre 15% e 20% das nossas doações vêm de pessoas físicas”.

Constantino lembrou ainda que as pessoas físicas podem contribuir fazendo campanhas, como trocando presentes de aniversário por doações para o projeto. Segundo ele, é preciso pensar que, “se está ruim para mim, está pior para outras pessoas”.

Fomento e renda

Ao mesmo tempo em que se preocupa em alimentar bem famílias carentes, o Orgânico Solidário procura fomentar e fortalecer o agricultor orgânico. “Hoje, são mais de 100 produtores na nossa rede. A gente gera renda para eles”. Na cesta fornecida pelo projeto, o dinheiro não vai para a indústria, como ocorre no modelo da cesta básica tradicional. A doação na cesta fresca do Orgânico Solidário vai diretamente para o agricultor familiar, o produtor orgânico, garantindo safra para eles.

Quem quiser ser doador pode entrar no site do projeto. A plataforma permite doar por pix, boleto, cartão, parcelado, doação recorrente. “Hoje não tem motivo para não doar”, garantiu Aziz Constantino. Os recursos alimentam as doações recorrentes de cestas frescas que ocorrem toda semana. “São dois anos, em que falo com muito orgulho e 'ralação', de entregas toda semana. A gente não parou de entregar uma semana sequer pelo Brasil”.

Ele destacou que o projeto surgiu sem investimento ou planejamento, com tempo parcial, porque todos os envolvidos são empreendedores, que têm de pensar em suas empresas e famílias. Mas priorizou a espontaneidade. “Se cada um fizer um pouquinho, é possível a gente se mobilizar em grupos para gerar impactos significativos”.

Acrescentou que o projeto é extremamente profissionalizado. As doações caem em um fundo filantrópico gerido pela Sitawi Finanças do Bem, que audita os recursos. Entre as marcas parceiras, estão a PagSeguro, que oferece taxas reduzidas para o pagamento das doações pelo site, e a Klabin, que doa caixas em que os alimentos são distribuídos. Existe monitoramento para saber se as doações das cestas estão chegando aos locais certos. “A gente conseguiu mostrar que é possível olhar para o impacto, para a filantropia, sem pensar nos modelos sofisticados, como criar uma organização não governamental (ONG)”, disse Aziz Constantino.

As cestas têm o valor de R$ 50 cada e incluem itens variados. São mais de 6 quilos de frutas, legumes e verduras. Agricultores orgânicos, em parceria com operadores locais em cada região atendida, fazem a colheita, seleção dos produtos, montagem e entrega das cestas.

De acordo com o criador do Orgânico Solidário, utilizar alimentos orgânicos garante ter à mesa produtos sem agrotóxicos, com maior valor nutricional, o que torna a comida mais saborosa e ajuda no aumento de anticorpos.

Foi inaugurado na manhã desta quinta (30), o primeiro Armazém do Campo do Nordeste. O Recife foi a cidade escolhida para abrigar o estabelecimento idealizado e administrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O espaço, localizado na Rua do Imperador, no Centro, abriga um mercado com 120 produtos oriundos de áreas de assentamento ou agricultura camponesa, os pequenos produtores. Além disso, um café/bar e uma livraria da editora expressão popular.

Entre os produtos, grãos, farináceos, mel, carne, ovos e tudo de hortifruti. "A questão de alimento orgânico é pouco mais complicado, porque depende de uma patente, que obriga o produtor a obedecer normas técnicas, mas também há produtos com esse selo aqui (arroz, feijão, café e mel). Mas a maioria é agroecológico, que não usa veneno (agrotóxicos), sementes transgênicas e envolve uma discussão sobre economia solidária e mercado justo. E outros em transição para a agroecologia", explicou Ramos Figueiredo, o "Raminho", coordenador do Armazém do Campo do Recife.

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Os preços praticados no Armazém são um pouco acima dos achados em supermercados comuns, mas segundo Raminho o lucro não ultrapassa 30% do valor de produção. "Tudo que se vende aqui já foi comprado dos produtores, cujo insumo para produção encarece os produtos. Mas trabalhamos com a margem de lucro entre 15% e 30%. (O arrecadado) serve para manter o estabelecimento em funcionamento e custeia a permanência das sete pessoas que vieram morar no Recife para fazer o Armazém do Campo funcionar, todos ligados à base do MST. Os sete são do interior, foram acampados ou tem parentes acampados ou assentados. Todos são militantes do movimento", afirmou.

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Ramos Figueiredo estima em 20 mil reais o custo de funcionamento do Armazém do Campo no Recife, já contando com o aluguel do imóvel. Esse é o valor mínimo que o espaço precisa render para se manter funcionando. Para entender melhor como será o comportamento dos possíveis clientes do negócio, o estabelecimento funcionará em horário especial no primeiro mês. "Vai funcionar 30 dias seguidos. Queremos sentir como será a recepção e precisamos saber quais os horários e dias que serão mais frequentados para formular nosso horário fixo que atenda melhor aos que irão comprar e frequentar o Armazém", disse.

Esta é a quinta loja do Armazém do Campo aberta pelo MST no Brasil. Há 20 anos, a primeira foi aberta em Porto Alegre (RS). Em 2016, foram abertas a de São Paulo e Belo Horizonte. Em 2018, o Rio de Janeiro ganhou sua unidade e neste ano a loja chega ao Nordeste. Além dos Armazéns, as cooperativas de produtores do MST já vendem seus produtos em Pernambuco, por exemplo, para merenda escolar. Segundo o movimento, 60% dos insumos de Caruaru já são fornecidos pelo movimento. No Recife, 30%. Além disso, os Institutos Federais (IFs) no Estado também compram dos trabalhadores assentados.

Alimento da alma - Com o lema "Alimentar-se é um ato político", os Armazéns do Campo não funcionam apenas como espaço de venda de gêneros alimentícios. Há também um espaço para atrações culturais e discussões políticas. Em todas as lojas, há um café/bar e uma livraria com os títulos da editora Expressão Popular, que tem o MST como principal investidor. A música terá seu espaço no ambiente entre as quintas e sábados.

Nesta quinta (30), por exemplo, estão programadas apresentações de Fred Zeroquatro, da banda Mundo Livre S/A, do Som da Rural, de Roger de Renoir e outros artistas. "Temos esse espaço onde as pessoas podem tomar um café produzido nos assentamento, 100% puro e livre de veneno, além de uma cerveja, puro malte, já que não trabalhamos com nada de transgênicos", finalizou Raminho.

Serviço:

Armazém do Campo Recife

Rua do Imperador Pedro II, 387, Santo Antônio, Centro do Recife

Funciona de segunda à quarta, das 9h ás 20h; nas quintas e sextas das 10h à 1h, com atividades culturais; sábados, das 9h até o último cliente; domingos das 11h às 18h.

Crítico dos defensores de alimentos orgânicos, o jornalista Nicholas Vital lançou na última terça (18) um livro no mínimo polêmico. "Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo", da editora Record, levanta a discussão sobre o potencial de produção de alimentos sem produtos químicos, que segundo o autor, não seria capaz de abastecer nem mesmo a cidade de São Paulo.

O livro dispara contra o que chama de 'indústria dos orgânicos', afirmando que a mesma utiliza o medo para ganhar o mercado. “Se não existisse um vilão, os consumidores não topariam pagar até 300% a mais por esses alimentos, que no fim das contas são idênticos”, diz Vital.

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Segundo o Nicholas Vital, por serem cultivados sem qualquer tipo de tratamento químico, os alimentos orgânicos estão sujeitos à ação de microorganismos que podem causar intoxicações nos humanos. Ele cita o exemplo ocorrido na Alemanha, em 2011, quando um surto da bactéria E. coli em brotos de feijão orgânicos causaram mais de 2 mil casos de intoxicação e pelo menos 30 mortes. No entanto, na época, as pesquisas apontaram que a contaminação foi ocasionada por falhas de higiene na cadeia produtiva alimentar.

Vital diz que esses produtos, por não terem "tratamento químico", estão sujeitos à ação de microorganismos que podem causar intoxicações nos humanos. “Esqueça o noticiário e responda rápido: você conhece, ou ao menos já ouviu falar, de alguém que tenha ido a um hospital por ingestão de resíduos de agrotóxicos em alimentos convencionais? Mesmo que seja um primo do irmão do amigo do vizinho? Aposto que não”, dispara o autor.

Contraponto - A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem sido o orgão governamental que mais critica o uso de agrotóxicos na agricultura. Em 2014, a Fiocruz foi contrária a mudança na legislação que permitiu a introdução de novos produtos, muitos deles, proibidos em outros países. A Fundação divulgou uma carta aberta, na qual alertava para os riscos e reforçava como estudos científicos têm comprovado os danos provocados pelos agrotóxicos à saúde das populações, afetando sobretudo segmentos sociais de grande vulnerabilidade, como moradores e trabalhadores de áreas rurais, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

O Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e Sustentável (Organis) divulgou hoje (7) uma pesquisa que revela que 15% da população urbana consome algum tipo de produto orgânico. Na região Sul, o consumo é de 34%, mais que o dobro da média nacional. 

“Precisávamos ter o perfil por região, com consumo, costumes e percepção do consumidor de orgânicos. Essa pesquisa ajudará nas estratégias comerciais dos produtores, empresas e varejistas. Se há cerca de 600 feiras orgânicas mapeadas no Brasil e, a cada ano, o crescimento do setor chega em 20%, temos um potencial de aumento do consumo”, explicou o diretor executivo do Organis, Ming Liu. 

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De acordo com o estudo, os produtos orgânicos mais consumidos são verduras, legumes e frutas. Cerca de seis em cada dez consumidores consomem verduras orgânicas. Já os legumes e as frutas são escolhas de uma em cada quatro pessoas. Entre as outras opções disponíveis ao consumidor de orgânicos estão produtos como carnes, chocolates, sucos, leites, laticínios, biscoitos, shampoos, sabonetes e tecidos.

Consumo

A pesquisa também revelou sobre questões relacionadas à saúde. A associação entre alimentos orgânicos e saúde foi citada por seis em cada dez pessoas (64%). Indicações de consumo de mídia e de profissionais da saúde também se destacaram, chegando a 15% das pessoas.

O varejo convencional é o principal local de compra dos produtos orgânicos. Cerca de 60% das pessoas vão até os supermercados e aproximadamente 25% compram em feiras.

Os alimentos orgânicos são cada vez mais procurados por quem deseja manter uma alimentação saudável e se preocupa com a saúde do próprio corpo e do meio ambiente. Produtos que antes apresentavam uma certa resistência aos brasileiros, por serem relativamente mais caros e mais difíceis de encontrar, hoje já conquistaram vários adeptos, assim como novos tipos de mercados. 

No Brasil, o consumo de produtos orgânicos registrou, nos últimos anos, um crescimento de 20% e já responde por um faturamento de R$ 2,5 bilhões (2015), segundo a Organics Brasil, programa criado a partir de uma iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). A Agência reúne mais de 70 empresas em todo o País.  

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A servidora pública Solange Sampaio é um exemplo de quem adotou a dieta com orgânicos. “Procuro sempre optar por produtos orgânicos. O sabor e o aroma são bem diferentes, além de serem mais saudáveis por estar livres de agrotóxicos. Prefiro comprar em feira porque acho os produtos mais frescos e saudáveis”, disse.  

A aposentada Marta Silva também é adepta da utilização dos produtos orgânicos. Para ela, todos deveriam incluir esse tipo de alimento na dieta. "Eu tento influenciar a todos que conheço para consumirem os alimentos orgânicos. A gente tem que cuidar da nossa saúde. Muitos usam a o argumento de que são produtos mais caros, mas nem são tão caros assim. A diferença é pouca hoje em dia", avaliou. 

“Os orgânicos são vantajosos por não terem agrotóxicos, hormônios e nenhum outro tipo de produto químico, e por isso são livres de toxinas, que são substâncias que estão associadas ao desenvolvimento de doenças como o câncer e males neurológicos. Os vegetais orgânicos são mais saborosos e concentram uma maior quantidade vitaminas e fitoquímicos de ação antioxidante que são substancias que combatem os radicais livres que causam danos as células e doenças degenerativas. Outra vantagem é o respeito pelo meio ambiente, pois as técnicas de produção de alimentos orgânicos evitam a contaminação do meio ambiente”, explica a nutricionista Rayssa Moraes. Segundo a nutricionista, uma outra vantagem é o respeito pelo meio ambiente, pois as técnicas de produção de alimentos orgânicos evitam a contaminação da terra.

De acordo com o Ministério da Agricultura, entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015, a quantidade de agricultores que optaram pela produção orgânica passou de 6.719 para 10.194, um aumento de cerca de 50%. As regiões onde há mais produtores orgânicos são o Nordeste, com pouco mais de 4 mil, seguido do Sul (2.865) e Sudeste (2.333). 

Josias Souza é agricultor do município de Glória do Goitá, na Zona da Mata de Pernambuco e vem toda sexta-feira a Recife vender os produtos que cultiva em casa, numa feira orgânica do Centro da cidade. “Eu cultivo hortaliças de forma 100% orgânica, só utilizo produtos específicos para alimentos orgânicos. Sempre vendo tudo que trago. As pessoas gostam e a procura está cada vez maior”, ressaltou.

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Além das feiras orgânicas, os produtos orgânicos podem ser encontrados nos supermercados. Além disso, hoje já existem mercados online, como o Tulasi. O consumidor escolhe e compra os produtos e recebe em casa.  

"A expansão do mercado demonstra o aumento da consciência de um consumidor mais exigente com o que coloca no prato, tanto por uma responsabilidade com sua saúde quanto a ambiental. Que tipo de planeta vamos deixar para os nossos filhos e netos é uma preocupação de todos. Apesar dos custos adicionais que temos, os orgânicos nem sempre são mais caros. Na verdade, às vezes são mais baratos pois não oscilam tanto quanto as commodities e seus preços de mercado”, explicou a sócia-proprietária do Tulasi, Renata Nascimento. 

A UNINASSAU inaugura uma feira orgânica, a 'Gastrô Orgânico', em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com a Feira Orgânica Itinerante de Glória do Goitá (Agroitá). O Gastrô Orgânico acontecerá duas vezes por mês, sempre na quarta-feira, das 8h às 12h, na primeira e na terceira semana de cada mês. 

A feira é aberta ao público e traz produtos como frutas, verduras e legumes sem agrotóxicos produzidos pelos agricultores da Agroitá, além de outros produtos como goma de tapioca, massa de mandioca, bolos, feijão verde, alho poró, brócolis, tomate cereja e mudas de ervas.

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Os estudantes de Gastronomia e Nutrição da UNINASSAU serão os responsáveis pela manutenção da horta, pelo uso das ervas e produtos em geral, plantados para uso nas aulas práticas, como esplica a coordenadora do curso de Gastronomia, Elza Ferreira: "O curso de Gastronomia da UNINASSAU está atento às mudanças que estão ocorrendo sobre o pensar a saudabilidade e a preservação do meio ambiente. Nossos estudantes recebem orientações na disciplina de gastronomia, sustentabilidade e meio ambiente sobre como preservar o meio ambiente e como fazer gastronomia sustentável".

Serviço 

Lançamento da feira 'Gastrô Orgânico 

Quarta-feira (7) | 8h às 12h 

Bloco C da UNINASSAU (Rua Joaquim Nabuco,778 - Graças)

A produção de alimentos orgânicos no Brasil é vista pelo diretor de Agregação de Valor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Arnoldo de Campos, como uma grande oportunidade para a agricultura familiar. Campos é um dos debatedores do seminário Brasil Orgânico e Sustentável/ Rio de Janeiro – Impactos da Política Nacional de Agroecologia, que será realizado nesta segunda-feira (19), na capital fluminense.

“Graças ao crescimento da economia, a gente tem um  aumento muito significativo da classe média, e quando a pessoa tem mais renda, fica mais exigente. As preocupações com a saúde, alimentação saudável e livre de agrotóxicos, se intensificam na sociedade. Isso acaba sendo uma boa oportunidade para os agricultores familiares, que têm mais vocação para esse tipo de sistema produtivo”, disse Campos, em entrevista àAgência Brasil.

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Segundo o diretor do MDA, o mercado de produtos orgânicos movimenta hoje, no Brasil, “em torno de meio bilhão de reais”. Esse mercado cresce entre 15% e 20% ao ano e é abastecido por cerca de 90 mil produtores que “têm alguma produção orgânica ou agroecológica”. Desse total, cerca de 85% são agricultores familiares.

Arnoldo de Campos não tem dúvida de que a tendência é a expansão da demanda por produtos verdes. “As redes de supermercados pretendem elevar a oferta de produtos orgânicos porque seus consumidores estão demandando isso. A indústria de alimentos quer ter mais fornecedores com essa característica. Os restaurantes, bares e hotéis cada vez mais querem ter uma parte dos seus cardápios para atender aos clientes que consomem produtos orgânicos”, informou.

O diretor assegurou que há uma demanda em diferentes setores da economia por esse tipo de produto. “É uma demanda crescente que hoje está represada pela oferta ou pela desorganização das cadeias produtivas do setor, que é um setor novo no Brasil”. O seminário vai apresentar as ações do núcleo temático Copa Orgânica e Sustentável.

O evento é promovido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), por meio do projeto Centro de Inteligência em Orgânicos, e pelo portal Planeta Orgânico, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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