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Na manhã desta sexta-feira (7), mais um episódio de racismo retomou o debate sobre o preconceito nas redes sociais. No vídeo publicado pelo líder do movimento de entregadores por aplicativo, um profissional é chamado de lixo e humilhado por um suposto cliente.

Para constranger o motoboy identificado como Mateus, o morador de um bairro de classe média alta pergunta quanto ele ganha por mês e o chama de lixo. “Seu lixo, quanto deve ganhar por mês? Dois mil reais? Não deve ter nem onde morar”, provoca.

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O agressor, um homem branco, diz que o profissional tem inveja da sua condição financeira, da sua família e grita apontando para a pele: "você tem inveja disso daqui". O motoboy ainda responde ao suposto cliente e diz que tem onde morar.

Confira

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Quando morava com os pais, até meados de 2015, Jennifer de Souza, de 22 anos, trabalhava porque queria ajudar a complementar a renda da família, de classe média, que fechava todo mês em torno de R$ 3 mil. De Mauá, região metropolitana de São Paulo, a jovem aproveitou as vagas que surgiram com o boom do setor de serviços e comércio. Até que veio a crise. De dois anos para cá, foram alguns bicos, nada formal. Hoje, Jennifer vive das contribuições que consegue nas ruas paulistanas, onde, junto do marido, também pede dinheiro para ajudar famílias carentes de sua comunidade. "Isso é tudo de antes, quando a gente tinha dinheiro. Hoje não compro nada", diz ela, apontando para os acessórios de prata que usa nas mãos e pescoço.

Na casa dos pais, o momento também é outro. O pai perdeu o emprego de motorista e só a mãe trabalha, com uma pequena banca de açaí em Mauá.

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A linha do tempo de Jennifer é um retrato da economia brasileira. Em 2015 e 2016 as classes D e E engordaram em mais de 4 milhões de famílias. Só daqui a seis anos, em 2023, a classe média terá recuperado o patamar de participação que alcançou em 2014, quando 28% dos lares brasileiros tinham renda mensal de R$ 2.302 a R$ 5.552.

As projeções, realizadas pela Tendências Consultoria Integrada, fazem parte de estudo que analisa a evolução de famílias e renda entre as classes no Brasil até 2026, a partir de dados do IBGE. Para Adriano Pitoli, um dos economistas responsáveis, o quadro se deve ao fim do crescimento econômico puxado por consumo e pelo setor de serviços. "Este avanço, que empregava principalmente mão de obra pouco qualificada, não tem mais espaço. No médio prazo, provavelmente haverá uma dinâmica mais concentradora de renda".

Diferença

A previsão é que a classe A recupere os rendimentos mais rapidamente nestes primeiros anos. Enquanto a renda total da classe C vai crescer a uma média anual de 2,3% até 2026, a velocidade entre os mais ricos será de 4,1%, e de 3% para os rendimentos totais. Entre 2003 e 2014, a renda da classe média crescia cerca de 6% ao ano.

Educação não revertida em produtividade, acesso ao crédito encurtado e fraco ambiente de negócios são listados pelo economista Marcelo Neri como entraves à retomada do antigo crescimento da classe média.

Diretor da FGV Social, o economista foi responsável por cunhar o termo "nova classe média", em 2008. "Nossa situação fiscal não comporta um empurrão na classe C por meios tributários", diz. Para Neri, o governo precisa enfatizar a necessidade das reformas e se firmar como agente regulador, e não como um órgão que repassa recursos públicos para a população. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, tem procurado lembrar eleitores de sua origem de classe média. Apesar de seus anos na vida pública terem feito dela uma multimilionária, Hillary espera mostrar que entende a vida de um pequeno empresário e contrastar sua biografia com a de Donald Trump. O rival do Partido Republicano tem recebido críticas por seu tratamento a pequenos negócios ao longo da carreira.

Hillary tem invocado neste esforço a imagem de seu falecido pai, que tinha uma empresa que fabricava cortinas para hotéis e prédios comerciais. A candidata alega que seu pai teria "tomado calote" se tivesse feito negócios com Trump.

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Trump promove sua carreira nos negócios como uma qualificação para a Casa Branca, mas seus cassinos quebraram em diversas ocasiões. Quando o cassino Taj Mahal em Atlantic City faliu em 1990, operários que trabalhavam no local relatam que não receberam as quantias devidas a eles pela empresa de Trump.

Hillary tem apresentado seus planos para apoiar pequenos negócios e tornar mais fácil a abertura de empresas. Em teleconferência recente com pequenos empresários, ela propôs dedução de impostos para empresas de pequeno porte e oferta de incentivos federais para que governos locais ajustem a regulação.

As histórias sobre a família podem não convencer todos aqueles que estão na defensiva sobre a candidatura de Hillary, que tem lutado contra estatísticas de rejeição historicamente altas. Ainda assim, o republicano Rick Tyler, que foi assessor do candidato Ted Cruz durante as primárias, avalia que o discurso concentrado na família de Hillary tem sido eficaz em afetar Trump.

"Ela tem uma mensagem com a qual as pessoas se relacionam", disse Tyler. "Ninguém do nosso lado tem conseguido articular uma mensagem contrária e Donald Trump incorpora o argumento de Hillary de que os ricos têm sucesso às custas dos pobres", acrescentou. Fonte: Associated Press.

As classes sociais mais abastadas costumavam responder pela maior fatia do Imposto de Renda (IR) pago no País. Afinal, por ser um tributo de natureza progressiva, faz sentido que quem ganhe mais também pague mais. Só que isso mudou em 2013, segundo o último dado divulgado pela Receita Federal e compilado pelo Sindicato dos Auditores Fiscais (Sindifisco Nacional). Com esse movimento, os estratos intermediários passaram a arcar com a maior fatia do IR.

Em 2013, os brasileiros com rendimento mensal acima de 20 salários mínimos responderam por 47,2% do tributo pago ao Fisco, enquanto as faixas entre dois e vinte salários foram responsáveis por 52,5%. Em 2007, quando tem início a série histórica da Receita, o retrato era bem diferente: os mais ricos respondiam por 60,3% e a classe média, 39,2%.

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"Há uma fuga da tributação nas faixas superiores, com os contribuintes se transformando em pessoas jurídicas, ao mesmo tempo em que ocorre um acúmulo nas intermediárias devido, principalmente, à defasagem da tabela, mas também à formalização do mercado de trabalho no período", explica Álvaro Luchiezi, gerente de estudos técnicos do Sindifisco Nacional.

Isso ocorre, segundo ele, porque os chamados PJs recebem a maior parte de seus rendimentos como lucros e dividendos, que são isentos de IR. Já a classe média é composta em grande parte por assalariados, que têm o imposto retido na fonte de acordo com a tabela progressiva - a qual acumula defasagem histórica de 72% ante a inflação.

Para Luchiezi, a tese sobre a "pejotização" ganha força ao se olhar os dados de rendimentos isentos. Eles mostram que os brasileiros nas faixas acima de vinte salários concentram quase 90% desse tipo de renda. "Quem tem mais rendimentos consegue maior proteção contra os impostos", diz ele, que vê a questão como uma distorção.

É importante destacar que, entre 2007 e 2013, houve uma redução no número de declarantes no grupo de mais ricos (-12,6%), mas que foi acompanhada de uma queda ainda maior (-21,8%) na participação desse estrato no total de impostos pagos. O movimento oposto foi visto na classe média: houve um aumento de 17,6% no volume de contribuintes e uma alta ainda mais expressiva na participação (33,8%).

O Sindifisco Nacional defende a correção da tabela do IR ao longo de dez anos e a tributação de lucros e dividendos a partir de R$ 60 mil.

CPMF

Para os cofres públicos, a defasagem da tabela tem gerado ganhos extras bilionários. Somente em 2014, essa discrepância rendeu um acréscimo de R$ 37,8 bilhões em arrecadação, mais do que a recriação da CPMF proveria (R$ 32 bilhões, com alíquota de 0,2%). Os cálculos fazem parte de levantamento da PUC-RS e do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-RS) e leva em conta apenas os rendimentos do trabalho.

"A defasagem da tabela poderia financiar toda a Olimpíada do Rio", compara Gustavo Inácio de Moraes, professor da PUC-RS. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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No passado, ter um carro era um privilégio de poucos. Hoje, qualquer trabalhador assalariado consegue comprar um. Mas e um barco? Será que é possível que a classe média adentre no mercado náutico? Ao que tudo indica sim. Apesar de ainda ser considerado um luxo ter a sua própria embarcação, há quem acredite que as classes “B” e “C” vêm galgando seu espaço também nas águas.

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A fatia do mercado já chega a pelo menos 30% em Pernambuco. É o que revela José Pinteiro Júnior, diretor do estaleiro Ecomariner, empresa pernambucana que está há 20 anos no mercado e é a quarta maior do ramo no Brasil. “Os barcos grandes que vêm à cabeça quando se fala em mercado náutico podem aparecer na televisão e na posse de celebridades, mas representam apenas 3% do total vendido no país. Por isso, cada vez mais, a economia náutica deixa de vender a ideia de um mercado de posses e passa a investir na infinidade de opções de lazer”, revela o empresário.

Os altos valores que imaginamos quando o assunto é barco são mesmo verdade, mas há opções e formas de pagamento para todos os gostos e bolsos. “Temos barcos com a entrada de 30% a 40% do valor (cerca de R$38 mil) e mais cinco parcelas, aqui na fábrica. Mas temos bancos credenciados, onde o consumidor pode dar um valor menor de entrada e parcelar em mais vezes, similar a um financiamento de veículo”, explica Pinteiro Jr.

Até mesmo sem dinheiro é possível conseguir comprar um barco. “Aqui nós sempre queremos fechar negócio. A pessoa que está interessada em adquirir um barco, e estiver sem recurso, pode trazer uma proposta de troca, seja por um imóvel, carro ou um barco usado. Avaliamos o preço do que é oferecido e fechamos os valores, assim como acontece quando a pessoa vai trocar de carro”, afirma o diretor da Ecomariner.

Então vale a pena comprar barcos como forma de investimento? Depende de que investimento a pessoa está falando. “Como no caso dos automóveis há uma depreciação no valor do barco durante 10 anos. Depois disso, o preço permanece inalterado, desde que o proprietário faça a revisão e manutenção regularmente”, diz o empresário.

Mas se a classe média tem acesso aos barcos mais em conta, a classe dita “A”, passa a investir mais pesado no setor. Segundo a SummerTag, empresa de consultoria de marketing, o luxo inacessível - seja de embarcações enormes ou interiores sofisticados (fotos à esquerda) - tenderá a se tornar ainda mais seleto, o que seria uma oportunidade para o segmento de luxo. “Haverá uma demanda nova e maior por produtos que satisfaçam o desejo da classe A de se deslocarem de uma classe C, ávida por consumo”, diz o comunicado da empresa.

Manutenção – Engana-se quem pensa que pode comprar um barco e simplesmente só olhar para ele na hora de usar. O proprietário tem que se preocupar também com os valores pagos para manter o barco. Dependendo do tamanho – que é medido em pés (1 pé = 0,3048 metros) – o custo pode ser bem alto. Uma marina costuma cobrar 25 reais/mês por pé. Ou seja, uma embarcação pequena, de 14 pés, custaria 350 reais só para ficar guardada, fora manutenção e combustível (gasolina e diesel). Em um barco grande, de 65 pés, por exemplo, o valor subiria para R$ 2.275 por mês.

Cultura que eleva o custo – Se o custo já começa a ficar assustador, uma outra cifra deve ser contabilizada por conta de uma cultura brasileira: o marinheiro. Ao invés de se prepararem ou realizar o treinamento necessário para pilotar suas próprias lanchas e barcos, os brasileiros que tem barco preferem contratar alguém para fazer isso. Pelo menos nas águas, a figura do “chofer” ainda tem muita força. “Nos Estados Unidos os proprietários conduzem as embarcações, mas aqui eu diria que 99% das pessoas que tem barco pagam um marinheiro que faz isso. É um costume aqui”, conta Pinteiro Jr.

Economia – A crise econômica do País também afetou o ramo náutico. Além disso, a falta de incentivos do governo de Pernambuco fez com que a empresa deslocasse boa parte de sua estrutura para outro estado. “Em um bom ano vendemos 130 embarcações. Em 2014 foram 86. Toda a nossa linha de fabricação e montagem ficava aqui, mas como não obtivemos nenhum incentivo fiscal, há três anos montamos a nossa fábrica em João Pessoa (na Paraíba)”, reclama José Pinteiro Jr, cuja empresa emprega cerca de 150 funcionários e vende para todo o Brasil.

Dez rapazes foram presos nesta quinta-feira (30) no Rio de Janeiro acusados de integrar uma quadrilha de traficantes de drogas composta por jovens de classe média que atuam na zona sul da cidade. Outros 30 jovens são procurados, entre eles alguns que, no início deste ano, prenderam um jovem negro de 15 anos, nu, a um poste no Aterro do Flamengo.

Na casa de um dos acusados havia R$ 27 mil em dinheiro. A quantia foi apreendida, assim como vários tipos de drogas, material para endolação, balança de precisão, armas e computadores, que estavam nas casas dos dez detidos, em áreas nobres de três bairros da zona sul: Laranjeiras, Catete e Flamengo.

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A investigação começou há dez meses, enquanto o delegado Roberto Nunes, da 9ª DP (Catete), apurava as ações de um grupo de jovens de classe média alta que saía às ruas para espancar menores infratores. O episódio em que o menor foi preso ao poste é apenas um deles. Em outro, um adolescente, também negro, de 17 anos, teve mãos e pés amarrados em Botafogo. Os agressores se consideravam justiceiros, e atacavam adolescentes acusados de cometer furtos e roubos. Além das lesões corporais, os jovens também são suspeitos de praticar roubos e furtos de automóveis, receptação, estupro, tentativa de homicídio, além de tráfico de drogas e associação ao tráfico.

"Nossas investigações comprovam que todos os envolvidos, em um total de 40, vão responder por associação para o tráfico e tráfico de drogas", afirmou o delegado. Segundo ele, os traficantes costumavam vender drogas na Praça São Salvador, no Flamengo, que fica em frente a um quartel do Corpo de Bombeiros. Eles compravam as drogas nos morros nos arredores da zona sul - todos com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e um, o morro Santo Amaro, ocupado pela Força Nacional de Segurança - e revendiam nas ruas da zona sul, segundo a polícia.

Se a classe C brasileira fosse um país, seria o 12º mais populoso do mundo e o 18º em consumo. Viagens, eletrônicos e móveis para a casa estão no topo da lista de desejos deste grupo, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (18), pela Serasa Experian e pelo instituto Data Popular. Formada por 108 milhões de pessoas que gastaram R$ 1,17 trilhão e movimentaram 58% do crédito no Brasil no ano passado, a classe C brasileira representa hoje 54% da população do País e em 2023 a estimativa é de que essa fatia suba para 58%, chegando a 125 milhões de pessoas. Em 2013, esse grupo representava 38%.

O estudo considera classe média a família com renda mensal per capita de R$ 320,01 a R$ 1.120 e apresenta quatro perfis do consumidor: os "batalhadores" formam o maior grupo e são os que mais consumiram em 2013: R$ 388,9 bilhões. Os idosos "experientes" da classe C gastaram R$ 274 bilhões, mais que os jovens "promissores", que consumiram R$ 230,8 bilhões. Os "empreendedores" são a menor fatia, mas têm maior renda per capita e gastaram R$ 276 bilhões.

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Mais de 30 milhões de pessoas se enquadram na categoria dos "batalhadores" e representam 39% da classe C. A média de idade é de 40,4 anos. A maioria é solteira (72%) e quase a metade tem carteira assinada (49%) e ensino fundamental completo (48%). O emprego é visto por eles como o caminho para a estabilidade e o estudo como oportunidade de ascensão social dos filhos.

Mesmo aposentados, os "experientes" continuam no mercado de trabalho para manter o padrão de consumo. O grupo com idade média de 65,8 anos é o que menos acessa a internet (7%). Dos 20,5 milhões de "experientes", 41% são viúvos, 36% autônomos e 90% chegaram apenas até o ensino fundamental.

O grupo dos "promissores" é o mais jovem e o mais conectado, o qual representa 19% da classe C, com idade média de 22,2 anos. Do total de 14,7 milhões, 95% são solteiros, 72% acessam a internet e a maioria tem ensino médio completo (59%) e emprego com carteira assinada (57%). Eles veem no crédito a oportunidade de melhorar de vida, mas 51% admitem já ter pedido o controle das contas.

Os "empreendedores" formam o menor grupo, mas têm mais escolaridade e maior renda per capita. Representam 16% do total, com 11,6 milhões de pessoas e idade média de 43 anos. Mais da metade (60%) acessa a internet, 43% têm carteira assinada e 19% concluíram o ensino superior. Atualmente, a maior parte da classe C vive na região Sudeste (43%), seguida por Nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (8%).

A presidente Dilma Rousseff vai repaginar o programa Minha Casa Minha Vida, uma das apostas de sua campanha à reeleição. Ela planeja ampliar o valor máximo do imóvel financiado - que hoje está em R$ 190 mil - para beneficiar mais uma parcela da classe média. Na terceira fase do programa, a ser lançada neste ano eleitoral, a ideia é facilitar a compra da casa própria por jovens casais, principalmente em regiões metropolitanas. A meta da nova etapa é construir 3 milhões de moradias até 2017. Até agora, o Minha Casa Minha Vida já entregou cerca de 1,4 milhão das 3,7 milhões de unidades contratadas desde 2009, quando o programa foi anunciado, ainda no governo Lula.

Dilma procura uma forma de aumentar as faixas de renda dos beneficiários do Minha Casa Minha Vida - que atualmente vão de R$ 1,6 mil a R$ 5 mil - , reforçando a presença do plano de habitação em centros urbanos, como São Paulo, Rio e Belo Horizonte.

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Disposta a recuperar a popularidade perdida desde os protestos de junho na chamada "nova classe média", a presidente encomendou estudos ao Ministério das Cidades e aos bancos públicos para pôr o programa de pé. Pesquisas em poder do Palácio do Planalto mostram que a imagem da presidente não foi totalmente reabilitada entre eleitores com renda de R$ 1.356 a R$ 3.390 (dois a cinco salários mínimos) nem entre o público jovem, de 16 a 29 anos, e de áreas urbanas. Embora a aprovação de Dilma tenha melhorado na faixa dos menos escolarizados e mais pobres, em especial no Nordeste, a maioria dos entrevistados ainda pede "mudanças" e "coisas diferentes".

O Planalto teme novos protestos perto da Copa do Mundo, em junho de 2014, e prepara antídotos para evitar manifestações de rua contra Dilma, nesse ano eleitoral. Além da terceira fase do Minha Casa Minha Vida estão no radar do governo o reforço do Mais Médicos e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), pelo qual a presidente disse estar "fissurada".

A equipe de Dilma quer evitar que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e o senador Aécio Neves (PSDB), seus prováveis adversários em 2014, capitalizem as insatisfações com os serviços públicos. Ao slogan da oposição, na linha do "fazer mais e bem feito", ela reage dizendo que é preciso "seguir mudando". "Nós fizemos uma política de transferência de renda, uma de valorização do salário mínimo, uma de aumento de emprego. E o que aconteceu? Criamos uma classe média nova, que hoje quer mais e melhor serviço. Isso ocorre em qualquer país do mundo", afirmou Dilma em café com jornalistas, há onze dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o "próximo salto" que o Brasil precisa dar é ser transformado em um País de classe média. Ela fez essa afirmação ao comentar declaração da presidente Dilma Rousseff de que o objetivo do governo é dobrar a renda per capita do País até 2022, quando o Brasil comemora 200 anos da independência.

"Já colocamos dezenas de milhares de brasileiros na classe média", afirmou, sobre o governo do PT. "O próximo salto é erradicar a pobreza e transformar o Brasil em um país de classe média", completou.

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A ministra participou de cerimônia de entrega de chaves de apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida em Santo André, no ABC Paulista. São 132 unidades de 42,07 metros quadrados, com investimento total de R$ 6,9 milhões.

A presidente Dilma Rousseff disse na noite desta sexta-feira (1º), em discurso realizado na cerimônia de abertura do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), que o Brasil evoluiu e está se tornando um País de classe média. "O fato é que o País está se tornando uma nação de classe média e que valoriza não só a superação da miséria, mas a ciência e tecnologia e também a cultura", disse a presidente.

Apesar de falar da evolução do País, Dilma Rousseff não qualquer comentário, neste terceiro evento do dia, no Rio de Janeiro, a respeito dos dados do PIB do ano passado, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O PIB brasileiro cresceu apenas 0,9% em 2012, o pior resultado desde a crise global em 2009, e foi classificado, mais uma vez, de 'pibinho' pela oposição. No final do pronunciamento no MAR, Dilma frisou: "Não vou fazer um discurso que saia deste tom." E se ateve a um discurso voltado para o tema da noite: a inauguração do museu.

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No início do pronunciamento, de cerca de dez minutos, a presidente lembrou do episódio em que esteve presa na ditadura militar e foi transferida, no início de 1971, da Operação Bandeirante para a Polícia Federal do Rio de Janeiro. "Minha cela era interessante pois metade dela era cinza, tinha muitas baratas. Estou contando isso porque acho que este País mudou, não só pelo Museu de Arte do Rio, mas hoje um presidente da República convive com o som das ruas, com o processo democrático, com as manifestações. Na minha época de juventude, isso não era usual."

Ao lembrar o período em que esteve presa, Dilma disse ainda: "O barulho das ruas faz com que tenhamos certeza que este é hoje um País democrático, onde todos têm o direito de se manifestar. Por isso eu contei esse episódio, pois a vida tem essa riqueza, essa diversidade, essas idas e vindas. Esse esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, como diria Guimarães Rosa." No final do discurso, ela puxou um 'parabéns a você', dedicado ao aniversário da cidade do Rio de Janeiro, que hoje completa 448 anos.

Em breve discurso durante inauguração de um hospital municipal na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil está se transformando em um País de classe média. "Acredito que o nosso país está se transformando num país de classe média", afirmou. Sem mencionar o Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, que registrou um crescimento de 0,9%, a presidente disse que o avanço do Brasil se deve à criação de emprego, ao aumento de renda e ao combate à pobreza.

Ao lado do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, ambos do PMDB, e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Dilma elogiou a parceria entre União, Estado e município. "Nós conseguimos aqui fazer uma parceria de qualidade. E eu tenho muito orgulho dessa parceria", comentou. Citando programas de seu governo, como o Bolsa-Família, o Ciência Sem Fronteiras, a presidente disse que o País está "caminhando" para um futuro melhor. "Isso é o compromisso do nosso governo", disse.

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Garçons de braços cruzados à espera de clientes. Atendentes de lojas que matam o tempo enviando mensagens pelas redes sociais. Pontos comerciais - em ruas movimentadas - que permanecem com os cartazes de "aluga-se" há meses. Cinemas, onde antes era preciso chegar com antecedência para conseguir ingresso para uma poltrona livre, agora com lugares vazios. Este é o panorama de crescente esfriamento do consumo da classe média portenha, segundo o acompanhamento que o jornal O Estado de S. Paulo realiza há meses nos bairros de classe média da capital argentina. No domingo (7), o jornal portenho La Nación publicou um levantamento próprio, indicando que o consumo em táxis, cabeleireiros e restaurantes registrou quedas de até 30% na capital do país.

Embalados por um clima de preocupação com a crescente inflação, os portenhos estão novamente desconfiados em relação ao futuro. Esse clima é refletido na pesquisa mensal do índice de confiança do consumidor elaborada pelo Centro de Investigação de Finanças (CIF) da Universidade Di Tella, que indicou que em janeiro houve uma queda de 18,3% em comparação com o mesmo mês de 2011.

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O índice, com poucos momentos de alta nos últimos 12 meses, está em queda persistente desde janeiro de 2012, quando a presidente Cristina Kirchner intensificou sua cruzada antidólar, que provocou restrições quase totais aos argentinos para a compra de dólares, o principal refúgio da classe média para os momentos de alta inflacionária.

No entanto, o governo nega a disparada da inflação e sustenta que a alta de preços no ano passado foi de apenas 10,8%. Mas economistas, empresários e sindicalistas acusam o governo de falsificar as estatísticas e dizem que a inflação em 2012 foi de 25%.

Apesar de negar a alta inflacionária, o governo Kirchner, para tentar conter os preços, impôs aos supermercados um congelamento de preços por dois meses. Além disso, no último final de semana, informações no âmbito político em Buenos Aires indicaram que a presidente Cristina - cuja aprovação popular está em queda - está preocupada com a inflação, já que isso poderia complicar o desempenho do governo nas eleições de outubro. Por esse motivo, a Casa Rosada estaria consultando economistas de fora do governo, embora alinhados com a presidente, para avaliar alternativas para o combate à inflação.

Os economistas afirmam que o banco central está dando sinais de conter a expansão monetária, já que em janeiro a entidade monetária colocou 19,8 bilhões de pesos a menos. Além disso, o governo também está reduzindo os subsídios que há anos concede às empresas privadas de transporte público. Informações extraoficiais também indicam que a Casa Rosada estaria avaliando o prolongamento do congelamento de preços, em vigência até o dia 1.º de abril. Na semana passada, a subsecretária de defesa da concorrência, Maria Lucila Colombo, destacou que após o congelamento de preços o governo recorreria a "outras ferramentas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais um indicador apontou que o Brasil caminha para se tornar um país de classe média. Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), o número de municípios com desenvolvimento socioeconômico "moderado" dobrou de 2000 a 2010. Porém, os avanços ainda são concentrados: a Região Norte apresenta indicadores ruins e o Nordeste ainda precisa levar a prosperidade ao interior.

São Paulo se aproxima de um nível considerado alto - as 14 cidades com maior IFDM são paulistas, com Indaiatuba no primeiro lugar. Todas são do interior, onde está concentrada a riqueza do Estado. A capital fica em 29.º lugar no ranking estadual e em 32.º no nacional. Ainda assim, é a segunda melhor no IFDM 2010, atrás apenas de Curitiba (PR).

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Calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o IFDM classifica o desenvolvimento socioeconômico dos municípios numa escala de 0 a 1. Na última década, o número de municípios com nível "moderado" (entre 0,6 e 0,8) passou de 1.655 (30,1% dos 5.565 municípios do País) para 3.391 (61%). A parcela de municípios com índice considerado "baixo" (abaixo de 0,4) passou de 18,2%, em 2000, para 0,3%, em 2010.

O crescimento do emprego e da renda puxou a evolução da média nacional na década, mas o avanço nos indicadores de educação e saúde foi o principal responsável por disseminar o desenvolvimento. "O mercado de trabalho formal é muito concentrado, mesmo em São Paulo", diz o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.

Apesar da concentração do emprego formal em poucas cidades, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, chama a atenção para o ritmo de crescimento. Segundo ele, a geração de vagas segue maior fora dos grandes centros, embora eles ainda concentrem os empregos. Para a classe média continuar crescendo, são necessários "políticas públicas, ações privadas e tempo", diz Neri. Segundo ele, uma década é pouco para superar as desigualdades do País.

A média brasileira do IFDM foi de 0,7899 em 2010, avanço de 3,9% ante o IFDM de 2009, refletindo a recuperação econômica de 2010 - a economia cresceu 7,5% após a leve recessão de 2009. De 2000 a 2010, o avanço na média nacional foi de 32,7%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A produção de alimentos orgânicos no Brasil é vista pelo diretor de Agregação de Valor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Arnoldo de Campos, como uma grande oportunidade para a agricultura familiar. Campos é um dos debatedores do seminário Brasil Orgânico e Sustentável/ Rio de Janeiro – Impactos da Política Nacional de Agroecologia, que será realizado nesta segunda-feira (19), na capital fluminense.

“Graças ao crescimento da economia, a gente tem um  aumento muito significativo da classe média, e quando a pessoa tem mais renda, fica mais exigente. As preocupações com a saúde, alimentação saudável e livre de agrotóxicos, se intensificam na sociedade. Isso acaba sendo uma boa oportunidade para os agricultores familiares, que têm mais vocação para esse tipo de sistema produtivo”, disse Campos, em entrevista àAgência Brasil.

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Segundo o diretor do MDA, o mercado de produtos orgânicos movimenta hoje, no Brasil, “em torno de meio bilhão de reais”. Esse mercado cresce entre 15% e 20% ao ano e é abastecido por cerca de 90 mil produtores que “têm alguma produção orgânica ou agroecológica”. Desse total, cerca de 85% são agricultores familiares.

Arnoldo de Campos não tem dúvida de que a tendência é a expansão da demanda por produtos verdes. “As redes de supermercados pretendem elevar a oferta de produtos orgânicos porque seus consumidores estão demandando isso. A indústria de alimentos quer ter mais fornecedores com essa característica. Os restaurantes, bares e hotéis cada vez mais querem ter uma parte dos seus cardápios para atender aos clientes que consomem produtos orgânicos”, informou.

O diretor assegurou que há uma demanda em diferentes setores da economia por esse tipo de produto. “É uma demanda crescente que hoje está represada pela oferta ou pela desorganização das cadeias produtivas do setor, que é um setor novo no Brasil”. O seminário vai apresentar as ações do núcleo temático Copa Orgânica e Sustentável.

O evento é promovido pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), por meio do projeto Centro de Inteligência em Orgânicos, e pelo portal Planeta Orgânico, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A gerente de Projetos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), Alessandra Ninis, apontou nesta quarta-feira que a classe média brasileira gastou R$ 975 bilhões em 2011. "Se a classe média brasileira fosse um País, seria o 18º mercado consumidor do mundo, ou seja, estaria no G-20", comentou Alessandra, durante o IV Fórum Banco Central de Inclusão Financeira, realizado na capital gaúcha.

Os dados fazem parte do estudo da SAE chamado "Vozes da Classe Média". Em junho, a SAE divulgou as faixas que leva em conta para definir as classes sociais da população brasileira, colocando como classe média as famílias de renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019. Essa classe média dependeu, segundo Alessandra, da renda do trabalho para ascender. Segundo ela, na média, a renda desse grupo é 2,5 vezes mais alta que a da classe baixa, mas quatro vezes menor do que a da classe alta.

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Alessandra disse que essa parcela da população ainda faz pouco uso do sistema financeiro, já que 77% pagam despesas em dinheiro. "Quanto ao endividamento, 28% da população da classe média tem dificuldade de honrar dívidas, proporção que cai para 19% na classe alta", afirmou.

Nova classe média

De acordo com o diretor de regulação do sistema financeiro do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, "a emergência de uma nova classe média" no Brasil é fruto de "transformações profundas, de melhora das condições macroeconômicas do País", registradas nos últimos anos. O BC manifesta que cerca de 40 milhões de pessoas ingressaram nesse segmento da população nos últimos dez anos.

Para Awazu, a evolução das condições econômicas e sociais do País, com avanço do padrão de renda nos últimos anos, requer uma avaliação mais profunda sobre a demanda por serviços financeiros no Brasil. "É preciso verificar como isso modifica o comportamento das famílias e o que implica em mudanças para os supervisores do sistema financeiro nacional", afirmou.

Nos últimos dez anos, 37 milhões de brasileiros saíram da pobreza e passaram a ser classificados como classe média. Hoje, a população que vive com uma renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019 por mês alcança 53% dos brasileiros, ou 104 milhões de pessoas.

Os dados da pesquisa "Vozes da Classe Média", preparada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, mostra que essa população vai movimentar, em 2012, quase R$ 1 trilhão - um valor que, se fosse um país, seria o 18º mais rico do mundo, logo abaixo da Argentina e da Turquia e acima da Holanda. Uma pequena parte dos brasileiros, 6%, também subiu da classe média para a classe alta nesse mesmo período.

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"A expectativa que temos é que esse crescimento seja sustentável e continuado porque foram conquistados com trabalho e protagonismo dessas pessoas", afirmou o economista Ricardo Paes de Barros, secretário de Ações Estratégicas da SAE. A projeção é de que, se o esse crescimento continuar, mantendo também a redução da desigualdade, em 2022 a classe média brasileira irá representar 57% da população.

Paes de Barros credita o avanço dessa população em boa parte à redução da desigualdade de renda que houve no Brasil desde 2002. O cálculo da SAE é que, se não houvesse essa redução, a classe média teria aumentado apenas cinco pontos percentuais. Se a queda de desigualdade parar, alerta, em dez anos esse grupo da população vai se manter nos mesmos 53% atuais.

O estudo mostra, ainda, que o principal fator para o avanço dessa baixa renda para a média renda é a educação. Essa também é a chave para que o avanço dessas pessoas continue para a classe mais alta. A maior parte da população que hoje está na classe média tem em média oito anos de estudo. Na classe alta, esse número sobe para 12 anos - ou seja, passa-se do ensino fundamental completo para o ensino superior incompleto.

Atualmente mais da metade da população brasileira (53%) fazem parte da classe média, o que significa um total de 104 milhões de brasileiros. Nos últimos dez anos, foram 35 milhões os brasileiros incluídos na classe média. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (20) pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República no estudo Vozes da Classe Média.

A pesquisa classifica como classe média os que vivem em famílias com renda per capita mensal entre R$ 291 e R$ 1.019 e tem baixa probabilidade de passar a ser pobre no futuro próximo.

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De acordo com o estudo, a expansão desse segmento resultou de um processo de crescimento do país combinado com redução na desigualdade. A estimativa é que, mantidas a taxa de crescimento e a tendência de queda nas desigualdades dos últimos dez anos, a classe média chegue a 57% da população brasileira em 2022.

Os dados indicam que a redução da classe baixa foi mais intensa do que a expansão da classe alta. De 2002 a 2012 ascenderam da classe baixa para a média, 21% da população brasileira, enquanto da classe média para a alta ascenderam 6%.

O ministro da SAE, Moreira Franco, destacou a importância do crescimento da classe média para movimentar e impulsionar a economia do país, pois essa fatia da população responde por 38% da renda e do consumo das famílias. “Em torno de 18 milhões de empregos foram criados na última década, esses empregos formais foram associados a uma política adequada de salário mínimo que deu ganhos reais acima da inflação aos brasileiros”, disse Franco.

O crescimento da renda da classe média tem sido maior do que o do restante da população, de acordo com os dados apresentados no estudo. Enquanto na última década a renda média desse segmento cresceu 3,5% ao ano, a renda média das famílias brasileiras cresceu, no mesmo período, 2,4% ao ano.

“A classe média brasileira vai movimentar em 2012 cerca de R$ 1 trilhão”, estimou Renato Meirelles, do instituto de pesquisa Data Popular, que participou da elaboração do estudo.

O estudo usa como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto Data Popular.

Analisar mais detalhadamente o perfil da classe média brasileira. Esse é o objetivo do projeto Vozes da Classe Média, lançado nesta quinta-feira (20) pelo governo federal. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, da Caixa Econômica Federal e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Os dados serão usados para a adequação de políticas públicas. Nos últimos dez anos, 35 milhões de pessoas entraram na classe média, que passou de 38% da população, em 2002, para 53%, em 2012, somando hoje mais de 104 milhões de brasileiros. A expectativa do governo é que mais 21 milhões de pessoas subam para a classe média até 2022.

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"Essa classe média precisa ser preservada. Por isso, é preciso que além de políticas sociais, sem feitas políticas econômicas. Por isso, é preciso que se conheça quais as perspectivas, as aspirações, a percepção, os problemas que cada segmento vive para que essas políticas possam ter foto, sendo mais objetivas", salientou o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Moreira Franco.

O projeto será feito em duas etapas. A primeira é uma análise dos dados já existentes sobre o assunto. A ideia é revisitar as informações da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) e a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), ambas produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); além de estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do PNUD e do Instituto Data Popular. Ao todo, serão analisadas 27 pesquisas de âmbito nacional, realizadas nos últimos três anos.

A proposta do governo federal é que o resultado dessas análises seja divulgado bimestralmente em versões eletrônicas dos Cadernos Vozes da Classe Média, cada um tratará de um tema específico, como visão de futuro, protagonismo, qualidade e utilização dos serviços públicos. Anualmente, serão publicadas coletâneas reunindo e aprofundando as análises bimestrais.

A segunda parte do projeto consiste na realização de pesquisas primárias em dez mil residências nas cinco regiões do Brasil. os mesmos domicílios serão entrevistados a cada ano. A ideia é que sejam mapeadas a evolução e as mudanças para cada faixa de renda, nas necessidades, interesses, percepções, valores, atitudes, receios e anseios das famílias brasileiras. Nessa segunda fase, também serão realizadas pesquisas qualitativas com grupos focais.

"Esse é um acompanhamento. Ao logo de cinco anos, faremos pesquisas quantitativas e qualitativas quais as mesmas famílias para ver a evolução", explicou o ministro.

A pesquisa será realizada pelo Instituto Data Popular.

De dia, eram vistos como universitários estudiosos, faziam estágio em escritórios de grandes empresas e mantinham uma vida acima de qualquer suspeita. À noite, praticavam sequestros relâmpagos no Brooklin, na Zona Sul da capital paulista. Esse é o perfil de uma quadrilha que a polícia prendeu, acusada de praticar mais de 40 sequestros naquela região neste ano.

Um dos suspeitos é funcionário de uma empresa de advocacia quase vizinha do 96º Distrito Policial (Brooklin). Ao todo, estão detidos sete jovens, com idade entre 18 e 21 anos. Outros nove estão sendo procurados, com pedidos de prisão já decretados pela Justiça. Segundo o delegado titular do 96º DP, Eduardo Camargo Lima, pelo menos quatro estão matriculados em universidades tradicionais da capital, em cursos como administração de empresas e engenharia. Também tinham um padrão de vida de classe média. Na maioria dos casos, os pais pagavam a faculdade e alguns deles tinham carros novos.

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"São moradores da Zona Sul. Um deles, de Santo Amaro, tinha a casa toda cercada por sistema de câmeras e os pais não acreditavam que o filho poderia estar envolvido em um crime", contou o delegado. Lima explicou que a investigação ganhou força em abril, com a prisão do estudante Bruno Rodrigues Guedes de Jesus, de 19 anos, que seria o chefe do bando e é apontado como coordenador de 19 sequestros relâmpagos no bairro desde janeiro. Ele continua preso.

Foi a partir dele que investigadores chegaram até Vitor Mendes de Lima, de 20 anos, Lucas Fernandes, 18, Michael Douglas, 19, Raphael Guilherme dos Santos, 21, Temístocles de Souza Oliveira, 21, e William Santos Goes, 21. O grupo agia após as 18h, quando eles saíam do trabalho. O alvo preferido eram mulheres - segundo a polícia, teriam menos chances de reagir.

Assim que abordavam as vítimas, os criminosos usavam uma arma. Batiam no vidro e seguiam com a pessoa por ruas do bairro, enquanto outra parte da quadrilha, em outro carro, era responsável pelos saques e compras em shopping. Em uma das ocorrências, os criminosos gastaram R$ 7 mil em compras.

Os itens escolhidos eram sempre roupas e tênis de grife. Houve casos em que a quadrilha gastou em uma hora R$ 600 em compras em um mercado da região. Na lista de produtos aparecem energéticos e uísques. "Quando não eram compras, eles usavam o dinheiro do saque para alugar casas de praia para fazer festas", comenta o delegado Lima. Depois de circular com as vítimas, a quadrilha as abandonava na Marginal do Pinheiros, próximo das Pontes do Morumbi e João Dias.

Mãe presa

Entre os detidos está uma mulher identificada como Fabiana, que seria mãe de um dos rapazes procurados. Segundo a polícia, ela teria recebido um Honda Fit do filho e continuado com o carro. O veículo era um carro clonado. Ela vai responder em liberdade.

Com exceção de um dos acusados, os advogados não foram localizados. A quadrilha foi reconhecida pelas vítimas por fotos em 30 casos.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Nos últimos oito anos, 40 milhões de brasileiros ingressaram na classe C. A informação foi dita pelo diretor técnico do Sebrae em Pernambuco, Aloísio Ferraz, durante a abertura da palestra “A relação da nova classe média com as MPEs”, com o publicitário Roberto Meirelles, realizada na última quinta-feira (5), no auditório do Sebrae, no Recife. 

Tendo conduzido mais de 200 estudos sobre o comportamento do consumidor de baixa renda no Brasil, Meirelles apresentou o tema a uma plateia de micro e pequenos empreendedores atenta e interessada em conhecer melhor essa camada da população que vem transformando a forma de consumo no País.

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De acordo com ele, seis de cada dez pessoas com acesso à internet pertencem a essa nova configuração da classe C, que tem maior grau de instrução que seus pais, é mais otimista que os componentes das demais classes socioeconômicas e vem crescendo em maior proporção no interior dos estados do que nas regiões metropolitanas.

Segundo Renato Meirelles, a massa populacional que compõe a nova classe média foi a responsável por movimentar mais de um trilhão de reais em consumo no ano de 2011, o que serve para abrir os olhos dos empresários para a importância de uma atuação voltada para esse público, que também pode consumir produtos do tipo premium. Em termos comparativos, esse grupo responde por R$ 44 de cada R$ 100, mais que a soma das classes A e B juntas, que também têm envelhecido a uma velocidade maior que a classe C.

Gratuito, o evento fez parte das estratégias do Programa Sebrae Mais e abordou temas como consumo, comportamento, valores e comunicação dos diferentes tipos de consumidores brasileiros e a relação da nova classe média com o microempreendedorismo. “Nenhuma empresa cresce hoje no Brasil sem conhecer o coração, a mente e o bolso dessa nova classe média”, determinou Renato Meirelles.

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