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O vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, avaliou como “fracassadas” as manifestações que ocorreram pelo país contra o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), realizado nesse domingo (8). De acordo com o petista, o “palenaço” foi oriundo de setores que “pretendem dar um golpe contra a atual gestão”.

“Existe uma orquestração com viés golpista que parte principalmente dos setores da burguesia e da classe média alta”, observou Cantalice, em publicação no site oficial do PT. As mobilizações, segundo ele, foram oriundas de bairros da classe média do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. 

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Para Cantalice, as reações são semelhantes às que estimularam as chamadas “Marchas da Família” e “se tornaram os baluartes do golpe que derrubou o presidente João Goulart”. “Hoje, reciclados, investem em novas formas de atuação buscando galvanizar os setores populares”, criticou.

Segundo a avaliação petista, o que comprova o fracasso dos protestos, é o alcance da hashtag #DilmadaMulher no Twitter. A ferramenta atingiu o trending topics, lista de assuntos mais falados, durante a fala da presidenta em cadeia nacional.

Cerca de 50 pessoas estão reunidas em frente ao prédio onde mora José Eduardo Cardozo, na capital paulista, em um ato contra o ministro da Justiça. O movimento foi organizado pela internet pelo grupo "Vem pra Rua", que faz oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Usando máscaras com a cara da presidente, os manifestantes estão fazendo um enterro simbólico da Constituição brasileira. "Ainda não defendemos o impeachment da presidente Dilma, embora o fato de ela ter feito empréstimos para Cuba já se configure como crime de responsabilidade", afirmou o advogado Mauro Scheer, de 34 anos, que lidera o ato.

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Além do enterro simbólico, o grupo faz, no fim da tarde desta Quarta-feira de Cinzas, um panelaço e distribui apitos para as pessoas que passam pela rua. Eles distribuem também um panfleto com a foto de Cardozo e o carimbo de "procurado". Aos gritos de "Fora Cardozo" e de "canalha", o grupo pede a demissão do ministro e o acusa de tentar impedir novos acordos de delação premiada na operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras.

"Fiz uma nota publica de repúdio na OAB federal, que se solidarizou com o ministro. O problema não é ele se encontrar com os advogados, mas ter prometido uma solução miraculosa aos envolvidos na Lava Jato", diz Scheer.

O ministro recebeu mensagens de solidariedade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade alega que o diálogo de Cardozo com os advogados das empreiteiras é uma prerrogativa constitucional é que "não é admissível criminalizar o exercício da profissão". Segundo reportagem da revista Veja, o ministro teria recebido o advogado da empreiteira UTC, Sérgio Renault, para evitar a cooperação com o Ministério Público Federal na investigação.

Alvo do protesto, o ministro da Justiça não está em sua residência na capital. Cardozo está em Brasília. Seu pai, de 83 anos, a mãe, de 81, e uma tia de 76, que também mora no imóvel, saíram do local na noite de terça-feira, 17.

Manifestantes ligados ao grupo "Vem pra Rua", que faz oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), marcaram para às 19h desta quarta-feira de Cinzas, dia 18, um "panelaço" em frente ao prédio onde mora o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em São Paulo.

Em um vídeo divulgado pelo WhatsApp, o grupo acusa Cardozo de querer "limitar as investigações" da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobrás, e pede sua demissão imediata do cargo. Segundo reportagem da revista Veja publicada na sexta-feira, 13, o ministro se encontrou com advogados de empreiteiras denunciadas.

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O apartamento de Cardozo, localizado em um prédio de classe média no bairro Bela Vista, estará vazio na hora do ato. O ministro está em Brasília. Seu pai, de 83 anos, a mãe, de 81, e uma tia de 76, que também mora no imóvel, saíram do local na noite de terça-feira, 17.

Apesar de ser alvo dos manifestantes, o ministro recebeu mensagens de solidariedade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade alega que o diálogo de Cardozo com os advogados das empreiteiras é uma prerrogativa constitucional é que "não é admissível criminalizar o exercício da profissão"

O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Antônio César Bochenekj, também saiu em defesa do ministro alegando que até agora não há notícia de interferência do Executivo na Operação Lava Jato. "É uma ironia do destino porque o ministro, desde os tempos de estudante, sempre lutou para garantir, na Constituição, o direito de livre manifestação", diz o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do setorial jurídico do PT.

Polêmica

No sábado, 14, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, usou o Twitter para pedir a demissão de Cardozo. "Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a Presidente Dilma demita imediatamente o Ministro da Justiça", escreveu o magistrado na rede social.

Também no Twitter, o senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, saiu em defesa do ministro. "Nem a oposição retoca José Eduardo Cardozo. O que há por trás de quem o critica? Pensem". Em outro post, o parlamentar petista questionou novamente Barbosa. "A quem interessa a demissão de um ministro da Justiça independente? Do chefe de uma Polícia Federal que apura o que tem que apurar, sem interferências?".

Um grupo contrário ao PT promoveu um "panelaço" em frente ao Minascentro, que sedia as comemorações de 35 anos do partido em Belo Horizonte. A manifestação foi montada na porta do local e por pouco não houve confusão com as centenas de petistas e simpatizantes que chegavam ao local. Para evitar confronto, a Polícia Militar fez um cordão de isolamento e deixou manifestantes pró PT de um lado da avenida Augusto de Lima e os contrários ao partido, no canteiro central.

O Minascentro sedia o encerramento dos eventos, iniciados pela manhã com reuniões da direção petista. As comemorações contaram com a presença de Dilma, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador de Minas, o petista Fernando Pimentel, além de ministros e outros governadores do PT. E, como convidado de honra, o presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica - muito aplaudido e saudado pelos participantes.

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Segundo o tenente-coronel Vítor, do 1º Batalhão da PM, o grupo que protestava contra a presidente Dilma Rousseff e o governador de Minas, era composto por "não mais que 80 pessoas". Entre os manifestantes estavam integrantes da Juventude do PSDB e pessoas que trabalharam nas campanhas tucanas de Aécio Neves à Presidência e de Pimenta da Veiga ao Executivo estadual.

Mesmo em número bem menor que os integrante do PT, o grupo fez barulho com batucada, respondida com o mesmo acompanhamento dos petistas. As trocas de provocações e até mesmo agressões verbais foram constantes e uma turma do PT, também com batucada, chegou a seguir os manifestantes contrários que saíram em passeata no entorno do Minascentro.

Um manifestante do PT, cujo nome não foi revelado, foi preso por arremessar um saco de farinha em direção ao protesto contrário ao partido. Os manifestantes não quiseram dar entrevistas e chegaram a hostilizar jornalistas que usavam a credencial do PT para o evento.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) faz sete protestos simultâneos na Grande São Paulo nesta quinta-feira (22) contra o aumento da tarifa de ônibus municipais, intermunicipais, de trem e metrô. No Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o protesto reúne cerca de 500 pessoas, segundo a PM, e mil, de acordo com os manifestantes.

O grupo saiu às 18h10 da Praça de Taboão, em Taboão da Serra, em direção ao Terminal do Campo Limpo. O trajeto inclui o bloqueio da estrada do Campo Limpo, uma das mais importantes da região, no horário de pico. Entre os manifestantes há idosos e crianças, como costuma acontecer nos atos do movimento. "Um último recado: só para lembrar que nossa manifestação é pacífica", reforçou Natália Szarmeta, uma das líderes do MTST.

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Ela explicou que as reivindicações não abrangem só moradia. "O ato é contra o aumento da tarifa, que é mais um aumento no custo de vida do trabalhador que tem acesso a serviços sem qualidade. Assim como o aumento da energia elétrica e a questão da água. Mesmo sem água, os moradores continuam recebendo a conta para pagar no fim do mês", afirmou Natália.

Os manifestantes carregam bandeiras vermelhas e uma faixa na frente que diz "panelaço da periferia contra o aumento das tarifas e do custo de vida". Ao mesmo tempo que canta, o grupo faz batuque em panelas. A aposentada Djanira Rosa de Jesus, de 65 anos, participa de todas as marchas do movimento. "Não falto aos atos de jeito nenhum. Tenho ansiedade, tenho pressa para conseguir moradia. Mas nunca é do jeito que a gente quer. Hoje moro de favor em uma área de risco no Jardim São Judas com meu filho e netas. Sou pai e mãe para eles, não é fácil. Tenho esperança que saia minha casa logo", explicou ela, que reivindica moradia desde 1987. A polícia acompanha o protesto.

Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fecharam um trecho da Radial Leste, no bairro Itaquera, na zona leste de São Paulo. O protesto, que terminou sem confusão, era contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem em São Paulo. Na última semana, o MTST decidiu organizar uma pauta conjunta com o Movimento Passe Livre (MPL) para realizar protestos pela periferia da capital e na Região Metropolitana. "Nos reunimos com o MPL e achamos importante lutar pelo aumento da passagem em conjunto", disse Josué Rocha, líder do MTST no acampamento da Copa do Povo. "A gente teve um aumento, mas ele não acompanha a qualidade do transporte. Quem mora na periferia não tem condições de comprar o bilhete único mensal e sofre com o preço alto da unitária", afirmou.

A concentração do protesto começou no centro de Itaquera, por volta das 17h. A maioria dos manifestantes eram moradores da Copa do Povo, -área invadida em maio de 2014 e depois adquirida pelo governo federal para reassentamento. Uma hora depois, o grupo ocupou a Avenida Itaquera e depois o sentido centro da Radial Leste em direção ao Estádio Itaquerão e ao Terminal do Metrô Itaquera. "A passagem aumentou, o feijão acabou", gritavam.

Zuleide Carvalho, de 45 anos, foi à manifestação acompanhada de seus dois filhos. Trabalha como diarista no centro de São Paulo e afirma que o aumento já prejudicou a renda familiar. "Não tenho esse tal bilhete mensal. É muito caro e acabo pagando mais caro pra me deslocar pro trabalho. É o dinheiro do leite e do feijão dos meus filhos", reclamou.

Na zona sul, os manifestantes saíram do Metrô Vila das Belezas e caminharam até o Terminal João Dias. Segundo o movimento, mais de mil pessoas participaram do ato. De acordo com a PM, foram 300. Houve ainda protestos no Terminal Jardim Ângela e no Terminal Varginha. No ABC, cerca de 50 pessoas, segundo a PM, caminharam até a Estação Santo André da CPTM. De acordo com o MTST, foram 350 pessoas. Outro grupo protestou no centro de Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Pela segunda vez na mesma semana, trabalhadores do consórcio Coeg, atuante no Complexo de Suape, realizam uma manifestação em frente ao portão Oeste da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca. O protesto está previsto para as 7h desta sexta-feira (16), quando os funcionários em greve farão um “panelaço” para exigir um posicionamento da Petrobrás e do consórcio formado pelas empresas Conduto e Egesa. 

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Pernambuco (Sintepav), cerca de 500 funcionários já foram demitidos pelo consórcio e 337 ainda não receberam a verba da rescisão do contrato. Em solidariedade aos afastados, trabalhadores ainda em exercício fizeram um protesto na terça-feira (13) e continuarão com as reivindicações nesta sexta.

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Entre as irregularidades apontadas pelos grevistas estão a ausência de depósito do 13° salário e aviso-prévio não pago aos demitidos. Sorteios de motos, carro e 32 horas de bonificação também teriam sido prometidos pela Coeg aos trabalhadores, que também questionam o não cumprimento do acordado. 

O panelaço convocado pelas redes sociais na noite desta quinta-feira (8), na Argentina, foi enfraquecido por luto nacional com a tragédia ocorrida na cidade de Rosario, onde uma explosão em um edifício deixou mortos e feridos. Os manifestantes se concentraram a partir das 20h em pontos estratégicos de Buenos Aires, como a Praça de Mayo e o Obelisco, além de bairros em que os panelaços são uma tradição, como Caballito.

Ao contrário dos quatro panelaços anteriores realizados contra o governo de Cristina Kirchner, no último ano, a dispersão das concentrações começou mais cedo, apenas cerca de hora e meia após o início do protesto. "Stop corrupção"; "Cristina, apenas aceite e respeite quem pensa diferente do governo"; "Queremos mais segurança e emprego"; "Pelo fim das mentiras kirchneristas"; "Não queremos que controlem nossas liberdades", eram alguns dos cartazes exibidos.

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A mobilização ocorreu faltando apenas três dias para as eleições primárias partidárias que vão confirmar os candidatos que concorrerão às eleições parlamentares de outubro. O protesto gerou polêmicas por causa do luto decretado pelas vítimas da explosão ocorrida na última terça  (6), consequência de um vazamento de gás. As equipes de resgate ainda buscam vítimas nos escombros.

Argentinos fazem um panelaço, na noite desta quinta-feira, em todo o País, para protestar contra o governo de Cristina Kirchner. Desde setembro de 2012, é o quinto protesto convocado pelas redes sociais contra corrupção, insegurança, inflação, entre outras bandeiras. O protesto gera polêmicas porque ocorre em pleno luto pela tragédia provocada por uma explosão em um edifício, na cidade de Rosario, na última terça, 06, que deixou mortos e feridos. As equipes de resgate ainda buscam vítimas entre os escombros.

A tragédia mudou o cenário da campanha das eleições primárias obrigatórias e simultâneas dos partidos políticos, no próximo domingo, 11, para escolher seus candidatos às eleições parlamentares de outubro. Os principais partidos cancelaram os atos de encerramento da campanha. Os organizadores do panelaço argumentaram que não cancelaram o protesto porque não se trata de um ato partidário. "A mobilização foi mantida porque não estamos em campanha", justificou Leonardo Bugallo, um dos blogueiros que organiza a convocação, em entrevista à rádio Rivadávia.

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No último panelaço, realizado em 8 de abril, os políticos opositores se alinharam à mobilização. Porém, desta vez, alguns líderes criticaram a iniciativa. "Acredito que, pela mesma razão que os atos de campanha foram suspensos, o panelaço também deveria ter sido", opinou o deputado Ricardo Gil Lavedra (União Cívica Radical/UCR).

Nas redes sociais, os organizadores reiteram que o movimento começou pela indignação dos argentinos com a forma de governar da presidente Cristina Kirchner. E o sentimento de indignação também impera em relação à explosão ocorrida em Rosario, que teria sido provocada por erro e negligência do instalador de gás e da companhia fornecedora. O panelaço defende ainda a participação de todos como fiscais nas eleições.

O governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, esforçava-se nesta sexta-feira para minimizar o impacto do "panelaço" de protesto da véspera, do qual mais de 700 mil pessoas participaram, segundo cálculos da polícia. Os manifestantes repudiaram os escândalos de corrupção dos integrantes do governo, a escalada da inflação e o aumento da criminalidade, entre outros temas.

Até a residência presidencial de Olivos, onde estava a presidente Cristina, foi rodeada por 30 mil pessoas que se manifestaram contra sua administração e seus gastos em luxos, entre eles, os RS$ 1 milhão destinados à reforma de um banheiro da Casa Rosada. No interior do país centenas de milhares de pessoas também protestaram batendo panelas. O panelaço foi convocado pelas redes sociais e não teve a participação oficial dos partidos políticos da oposição.

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Os analistas sustentam que o panelaço da quinta-feira à noite foi a maior mobilização popular ocorrida desde os tempos da volta à democracia, em 1983. No entanto, os membros do governo tentavam na sexta-feira reduzir seu impacto.

"Poucas pessoas. Foi um fracasso", analisou o piqueteiro Luis D’Elía, o principal líder social aliado do governo Kirchner. Fervoroso kirchnerista, D’Elía sustentou que "somente 50 mil pessoas se manifestaram na cidade de Buenos Aires"."Essa manifestação não me tira o sono. Não sei até onde é necessário levar esse tipo de coisa em conta", afirmou o senador Aníbal Fernández, braço direito da presidente Cristina no Senado. Segundo Fernández, que foi chefe do gabinete de Cristina, a manifestação foi organizada pelo prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, de oposição, além da Sociedade Rural e simpatizantes da ditadura militar (1976-1983).

Cristina evitou nesta sexta-feira referências diretas ao panelaço. No entanto, durante um discurso a um grupo de prefeitos, ela defendeu o "modelo" kirchnerista e sustentou que existe uma "falta de líderes políticos que representem um modelo alternativo".

Os líderes da oposição não participaram das marchas desta quinta-feira e também mantiveram discrição nas redes sociais na internet. O prefeito Macri foi um dos poucos a se manifestar e disse que a presidente "deveria ouvir os pedidos do povo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Ariel Palacios, correspondente)

Milhares de argentinos foram ontem às ruas em várias partes do país e em cidades do exterior para protestar contra o governo de Cristina Kirchner. Convocado pelas redes sociais, o panelaço exibiu demandas heterogêneas e um grande poder de mobilização. Sem a participação aparente dos partidos políticos, os manifestantes portaram inúmeros cartazes, e as bandeiras nacionais foram presença imponente. O hino nacional foi entoado em vários pontos do protesto nacional que reuniu dois milhões de pessoas em todo o país, conforme estimativas do governo da cidade de Buenos Aires. Somente na capital foram 700 mil manifestantes.

Os argentinos reivindicaram mais segurança, menos inflação, transparência das estatísticas oficiais, independência dos poderes, fim das barreiras contra as importações e pagamento aos aposentados, entre outros pedidos. Também se manifestaram contra a possibilidade de uma reforma constitucional que habilitaria Cristina a concorrer a um terceiro mandato. Esse foi o segundo panelaço contra a presidente nesse primeiro ano após sua reeleição esmagadora com 54% dos votos.

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As panelas soaram pelas ruas dos principais aglomerados urbanos do país em um contexto de queda da popularidade de Cristina e de medidas de forte intervenção na economia. Quando a presidente iniciou seu segundo mandato, em dezembro de 2011, desfrutava de 64% de imagem positiva. Agora, conta apenas com 31,6% de aprovação, conforme pesquisa realizada pela consultoria Management & Fit, em um universo de 2,1 mil pessoas, entre 18 e 29 de outubro.

Outra pesquisa, da consultoria Poliarquia, revelou que 66% da população acredita que a presidente perdeu o poder de iniciativa administrativa. Os manifestantes mobilizados pela capital federal, inclusive em frente à residência oficial de Olivos, onde a concentração foi enorme, também pediram liberdade de expressão, o fim do estilo bélico de Cristina, que divide a sociedade argentina, e que o governo não minta para a população.

A elevada inflação de 25%, conforme apuração dos institutos privados, corrói o poder aquisitivo dos argentinos em uma economia estancada, enquanto o governo afirma que a alta dos preços é de apenas 10%. Na quarta-feira, a capital enfrentou um apagão de quase três horas e vários bairros continuam sem eletricidade. Porém, em uma entrevista coletiva à imprensa, o ministro de Planejamento, Julio De Vido, negou uma crise energética que é apontada há anos por todos os especialistas do setor. De Vido também disse que não haveria mais interrupção do fornecimento de energia e anunciou que o governo vai denunciar a companhia de eletricidade. No entanto, desde 2005, cada vez que as temperaturas sobem acima de 30 graus, os apagões as acompanham.

Liberdade de imprensa

O protesto denominado de 8N (8 de novembro) foi precedido de outro panelaço, chamado de 13S (13 de setembro). Ambos fazem alusão à marca da última ofensiva do governo contra o Grupo Clarín: 7D (7 de dezembro). Nesta data, vence a medida cautelar que protege o grupo do cumprimento do artigo 161 da polêmica Lei de Mídia, aprovada no final de 2009, pelo qual o Clarín teria de vender vários ativos, especialmente o segmento mais rentável da holding multimídia, as emissoras de TV a cabo e outras concessões. A oposição denuncia que a lei é uma manobra para controlar o conteúdo dos meios de comunicação.

Após o massivo panelaço desta quinta-feira, o ritmo político da Argentina será marcado pela resposta do governo às reivindicações populares e ao que ocorrerá no dia 7 de dezembro. Há versões de que o governo vai decretar a intervenção no grupo que edita o jornal Clarín. Os advogados do grupo argumentam que não deverá acontecer nada, porque a empresa pode recorrer a um novo instrumento na Justiça para se proteger.

No último panelaço, o governo tentou deslegitimar o protesto, ao afirmar que se tratava de uma mobilização da classe média alta "lutando para manter privilégios" e de "grupos de monopólio". Desta vez, houve colunas inteiras de moradores da Zona Sul, a mais pobre de Buenos Aires, fazendo passeatas até a Praça de Maio.

Também houve panelaço em Lomas de Zamorra, reduto cativo dos planos sociais do governo. As passeatas e as concentrações nos cartões postais de Buenos Aires, o Obelisco e a Praça de Maio, além de locais de referência dos bairros portenhos, foram pacíficas. Apenas um incidente violento foi registrado pelas câmeras de TV, quando um jovem atacou um repórter que estava fazendo uma participação ao vivo em um programa do canal C5N, de tendência alinhada à Casa Rosada.

A cidade de Buenos Aires está totalmente mobilizada pelo protesto contra o governo da presidente Cristina Kirchner. Convocado pelas redes sociais, o movimento de protesto conhecido como "panelaço" voltou recarregado e com cartazes com as mais distintas reclamações: "basta de mentiras"; "fora corruptos"; "não à reeleição"; "basta de insegurança"; "pela liberdade de imprensa"; "pela transparência de preços" e inúmeros outros. Uma multidão se reuniu em frente à residência oficial de Olivos, onde vive a presidente Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira. Nem as elevadas temperaturas, acima de 35 graus, desanimaram famílias inteiras que compareceram aos mais diferentes pontos de concentração e passeatas.

"Argentina, Argentina", cantam em todas as partes do país, não só na capital, mas também em Bariloche, Rosario, Mendoza, Córdoba, Tucumán, Salta e nos demais centros urbanos. Não há cartazes, nem bandeiras partidárias. O hino nacional também ecoa e as únicas bandeiras que flamejam são as celestes e brancas, as cores nacionais argentinas. Alguns aposentados com alto-falantes pedem pagamento digno e criticam os gastos do governo com a reforma do toalete do gabinete da Casa Rosada, orçada em R$ 1 milhão, ou com a transmissão das partidas de futebol.

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Há cartazes que pedem o fim do "ódio e divisão da sociedade" por parte do governo, que classifica de inimiga qualquer opinião contrária à ideologia oficial. Outros que criticam os excessivos controles na economia, como as restrições às importações que provocam até falta de medicamentos. "Não sou golpista: mais segurança e educação"; "Basta de matar"; "Respeito à democracia e à Constituição". Os cartazes expressam diferentes reivindicações da população.

Nenhum cartaz pedindo a liberação do mercado de cambio foi visto até o momento. Várias passeatas se dirigem ao Obelisco, ponto de encontro do protesto chamado de 8N. Outros grupos de enormes proporções preferiram permanecer em seus pontos de concentração, como no bairro de classe média Caballito e Belgrano.

"Vai acabar, vai acabar, esta mania de roubar!". Com este cântico - e vários outros - milhares de pessoas marcharam nesta quinta-feira à noite pelas avenidas do centro portenho, rumo à praça de Mayo, na frente da Casa Rosada, o palácio presidencial. A multidão protestou contra os crescentes escândalos de corrupção do governo da presidente Cristina Kirchner, a escalada da inflação (cuja existência a Casa Rosada nega), o aumento da criminalidade nos últimos anos e o elevado gasto do governo em publicidade oficial, entre outros.

Diversas faixas indicavam irritação da população com a intervenção do governo na economia, especialmente nas recentes medidas da presidente Cristina contra o dólar, que foi o principal refúgio dos argentinos nos momentos de crise nos últimos 40 anos.

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A indignação cresceu a partir da semana passada, quando a imprensa revelou que, enquanto o governo realizada uma verdadeira cruzada nacionalista anti-dólar, a maior parte do gabinete presidencial, além da própria Cristina Kirchner, investia em dólares.

Batendo panelas ou as palmas, gritando ou tocando apitos, a multidão - integrada por uma grande quantidade de jovens - marchou desde os principais bairros portenhos rumo ao centro pela avenida 9 de Julio, Diagonal Norte e avenida de Mayo. Os manifestantes não ostentaram bandeiras políticas nem faixas alusivas a grupos partidários.

A convocação para o protesto foi realizada por cadeias de e-mails, a rede social Facebook e a rede de microblog Twitter. Um dos principais grupos que convocaram o protesto, o "Argentinos indignados", propôs um panelaço "sem bandeiras" e "sem violência".

Outros panelaços, de menor magnitude, foram realizados em vários bairros portenhos. Um protesto, reunindo uma centena de pessoas, foi realizado na frente da residência presidencial de Olivos, na zona norte da área metropolitana de Buenos Aires.

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