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O papa Francisco olha para o futuro da Igreja com a posse, neste sábado (27), de 20 novos cardeais, incluindo dois brasileiros, em mais uma etapa na preparação de sua sucessão.

O pontífice de 85 anos, que enfrenta as dificuldades a idade e não descarta a possibilidade de renunciar por motivos de saúde, prepara os próximos anos com a "criação' de 20 novos cardeais, 16 deles com direito a voto no conclave para a eleição de seu sucessor.

A cerimônia acontecerá às 16h (11h de Brasília) com a presença de religiosos de todo o mundo, que foram convocados para uma reunião paralela e inédita de dois dias, na segunda-feira e terça-feira.

Esta é uma ocasião particular, oficialmente dedicada à reforma da Constituição Pontifícia, aprovada em março e em vigor desde 5 de junho, que para muitos é uma espécie de pré-conclave, durante o qual será feito um balanço da situação da Igreja após quase 10 anos de liderança do papa latino-americano.

A reunião provocou muitas especulações, em particular sobre o estado de saúde do papa, que passou por uma cirurgia no cólon em 2021 e sofre com dores no joelho direito que o impedem de caminhar e o obrigam a usar uma cadeira de rodas.

Com a posse dos novos cardeais, Francisco inclui na lista de possíveis sucessores religiosos sensíveis aos problemas sociais, procedentes de regiões distantes, onde a Igreja é minoritária ou está em crescimento.

Cardeais latino-americanos

A relação inclui nomes do Brasil, Paraguai, Índia, Singapura, Mongólia e Timor Leste.

Na lista de 16 cardeais com menos de 80 anos e, portanto, direito a voto em caso de conclave pela renúncia ou morte do papa, estão três latino-americanos: dois brasileiros - Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e primeiro cardeal da região amazônica, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília - e um paraguaio - Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção.

Um quarto, o colombiano Jorge Enrique Jiménez Carvajal, tem mais de 80 anos e não poderá participar em uma eleição do futuro pontífice.

Os novos cardeais "representam a Igreja de hoje, com uma forte presença do hemisfério sul, onde vivem 80% dos católicos", destacou o vaticanista Bernard Lecomte.

Ao final de seu oitavo consistório, quase um para cada ano de papado, já que em março de 2023 completará 10 anos à frente da Igreja, Francisco será responsável pela designação de 83 cardeais do total atual de 132 eleitores, quase dois terços do grupo.

Um número determinante em caso de eleição do papa, que exige justamente maioria de dois terços.

Fiel a sua linha a favor de uma igreja mais social, menos europeia, próxima aos esquecidos, o papa argentino selecionou dois africanos e cinco asiáticos, incluindo dois indianos, confirmando o avanço do continente na Igreja.

Entre as nomeações mais notáveis está a do americano Robert McElroy, arcebispo de San Diego, na Califórnia, considerado um progressista por suas posições sobre os católicos homossexuais e o direito ao aborto.

Outra nomeação emblemática é a do missionário italiano Giorgio Marengo, que trabalha na Mongólia. Ele será o cardeal mais jovem do mundo, com apenas 48 anos.

Três futuros cardeais ocupam cargos na Cúria, o governo central da Igreja: o britânico Arthur Roche, o coreano Lazzaro You Heung-sik e o espanhol Fernando Vérgez Alzaga, presidente do governo do Estado da Cidade do Vaticano.

Inicialmente designado, o belga Lucas Van Looy, de 80 anos, arcebispo emérito de Ghent, pediu a dispensa do título devido às críticas de sua gestão ao escândalo de abusos sexuais por integrantes do clero.

A Europa continua sendo o continente com maior representação no Colégio Cardinalício com 40% dos representantes, à frente da América do Sul e da Ásia (16% cada), África (13%) e América do Norte (12%).

O papa Francisco pediu nesta sexta-feira (26) à Coreia do Norte que o convide para visitar o país, em uma entrevista a um canal de televisão sul-coreano na qual afirmou que não desperdiçará nenhuma oportunidade de trabalhar pela paz.

"Quando convidarem, e isso é o mesmo que dizer por favor me convidem, não direi não", declarou o papa Francisco à emissora estatal sul-coreana KBS.

"O objetivo nada mais é que a fraternidade", acrescentou o pontífice de 85 anos.

A possibilidade de uma visita papal à Coreia do Norte foi estudada em 2018, quando o então presidente sul-coreano, Moon Jae-in, estabeleceu contatos com o líder norte-coreano Kim Jong Un.

Moon, católico, afirmou durante um encontro de cúpula que Kim afirmou que o papa seria recebido em seu país "com entusiasmo".

Francisco disse na ocasião que gostaria de viajar à Coreia do Norte se recebesse um convite oficial. Mas os contatos entre Pyongyang e Seul foram interrompidos após o fracasso da segunda reunião entre Kim e o então presidente americano Donald Trump em fevereiro de 2019.

As relações entre as duas Coreias, separadas desde o fim da guerra 1950-1953, pioraram após a posse do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, em maio.

Suk-yeol propôs um plano de ajuda econômica ao Norte em troca da desnuclearização do país, mas o regime comunista de Kim Jong Un rejeitou a ideia.

A Coreia do Norte acusou o Sul de ser responsável pelo surto de coronavírus que afetou o país em maio e ameaçou "apagar do mapa" as autoridades de Seul como forma de represália.

O Norte executou um número recorde de testes de armas em 2022, incluindo o lançamento de um míssil balístico intercontinental pela primeira vez desde 2017.

O papa já pediu em várias ocasiões que os coreanos "trabalhem pela paz".

"Vocês, o povo coreano, sofreram com a guerra", reiterou na entrevista exibida nesta sexta-feira.

A liberdade religiosa está contemplada na Constituição da Coreia do Norte, ma na prática qualquer atividade religiosa está proibida.

O regime de Pyongyang já permitiu vários projetos de ajuda de organizações católicas, mas não tem relações diretas com o Vaticano.

Quando o papa Francisco visitou a Coreia do Sul em 2014, ele celebrou uma missa especial consagrada à reunificação das duas Coreias.

O papa Francisco, que enfrenta as dificuldades a idade e não descarta a possibilidade de renunciar por motivos de saúde, prepara sua sucessão com a posse no sábado de 20 novos cardeais, 16 deles com direito a voto no conclave para a eleição de seu sucessor.

O pontífice de 85 anos convocou todos os cardeais do mundo para uma reunião inédita de dois dias, que acontecerá após a "criação", o termo religioso, dos 20 novos "príncipes da Igreja".

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A cerimônia de posse dos novos cardeais acontecerá no sábado a partir das 16H00 (11h00 de Brasília) durante uma cerimônia solene na basílica de São Pedro no Vaticano.

Dedicada à reforma da Constituição Pontifícia, aprovada em março e em vigor desde 5 de junho, a convocação de quase 300 cardeais é uma espécie de pré-conclave, durante o qual será feito um balanço da situação da Igreja após quase 10 anos de liderança do papa latino-americano.

A reunião provocou muitas especulações, em particular sobre o estado de saúde do papa, que passou por uma cirurgia no cólon em 2021 e sofre com dores no joelho direito que o impedem de caminhar e o obrigam a usar uma cadeira de rodas.

Francisco não descartou a possibilidade de renunciar diante das dificuldades de saúde, como admitiu no fim de julho aos jornalistas que acompanharam sua viagem ao Canadá.

"Mudar de papa não seria uma catástrofe", declarou, antes de explicar: "Não pensei nesta possibilidade, mas isto não quer dizer que depois de amanhã não vou pensar".

"A porta está aberta", acrescentou.

Com a posse dos novos cardeais, Francisco inclui na lista de possíveis sucessores religiosos procedentes das periferias do mundo, certamente mais abertos, menos acostumados às intrigas da Cúria Romana.

- Cardeais latino-americanos -

A relação inclui nomes do Brasil, Paraguai, Índia, Singapura, Mongólia e Timor Leste.

Na lista de 16 cardeais com menos de 80 anos e, portanto, direito a voto em caso de conclave pela renúncia ou morte do papa, estão três latino-americanos: dois brasileiros - Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília - e um paraguaio - Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção.

Um quarto, o colombiano Jorge Enrique Jiménez Carvajal, tem mais de 80 anos e não poderá participar em uma eleição do futuro pontífice.

Ao final de seu oitavo consistório, quase um para cada ano de papado, já que em março de 2023 completará 10 anos à frente da Igreja, Francisco será responsável pela designação de 83 cardeais do total atual de 132 eleitores, quase dois terços do grupo.

Um número determinante em caso de eleição do papa, que exige justamente maioria de dois terços.

Fiel a sua linha a favor de uma igreja mais social, menos europeia, próxima aos esquecidos, o papa argentino selecionou dois africanos e cinco asiáticos, incluindo dois indianos, confirmando o avanço do continente na Igreja.

Entre as nomeações mais notáveis está a do americano Robert McElroy, arcebispo de San Diego, na Califórnia, considerado um progressista por suas posições sobre os católicos homossexuais e o direito ao aborto.

Outra nomeação emblemática é a do missionário italiano Giorgio Marengo, que trabalha na Mongólia. Ele será o cardeal mais jovem do mundo, com apenas 48 anos.

Três futuros cardeais ocupam cargos na Cúria, o governo central da Igreja: o britânico Arthur Roche, o coreano Lazzaro You Heung-sik e o espanhol Fernando Vérgez Alzaga, presidente do governo do Estado da Cidade do Vaticano.

Inicialmente designado, o belga Lucas Van Looy, de 80 anos, arcebispo emérito de Ghent, pediu a dispensa do título devido às críticas de sua gestão ao escândalo de abusos sexuais por integrantes do clero.

De acordo com o rito, os futuros cardeais se ajoelharão diante do papa para receber o barrete vermelho cardinalício, uma cor que lembra o sangue que Cristo derramou na cruz.

Após a cerimônia acontecerá a tradicional "visita de cortesia" ao Vaticano, que permite a aproximação dos moradores de Roma para saudar pessoalmente os novos cardeais.

Ao fim da missa deste sábado (20), o bispo diocesano Dom Magnus Henrique anunciou que o Vaticano autorizou o processo de beatificação do Padre Cícero. Milhares de fiéis e romeiros comemoraram a notícia no Largo da Capela do Socorro, em Juazeiro do Norte, no Ceará.

 Animado com os trabalhos pelo título religioso ao Padre Cícero, o bispo da diocese de Crato contou que a abertura do procedimento foi confirmada em uma carta enviada no dia de São João, pelo próprio papa Francisco.

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"É com grande alegria que vos comunico nessa manhã histórica, que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do Santo Padre, o Papa Francisco, uma carta datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorizaçao para abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista, que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus", comunicou em meio a fogos e aplausos dos fiéis presentes.

 

O papa Francisco pediu neste domingo (14), durante a oração do Angelus, ajuda internacional para combater a seca "mortal" que assola a Somália e a região do Chifre da África e que causou um milhão de deslocados, segundo a ONU.

O pontífice de 85 anos alertou para a situação de "grave crise humanitária" que existe na Somália, bem como em vários países vizinhos.

"Os habitantes da região, que vivem em condições precárias, estão agora em um momento mortal por causa da seca".

"Espero que a solidariedade internacional possa responder a esta emergência", pediu.

"Infelizmente, a guerra distrai a atenção e os recursos, mas esses são os objetivos que exigem o máximo envolvimento: o combate à fome, saúde, educação".

Mais de 755.000 pessoas foram deslocadas na Somália este ano devido à grave seca no Chifre da África, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados e o Conselho Norueguês de Refugiados (NRC).

Com isso, já são mais de um milhão de deslocados desde janeiro de 2021, quando começou a atual seca, a pior em 40 anos.

As últimas quatro temporadas de chuvas desde o fim de 2020 foram insuficientes e atualmente 7,1 milhões de somalis, quase metade da população, passam fome, incluindo 213.000 que enfrentam uma situação muito crítica, segundo a ONU.

A Somália, um país mergulhado na violência, mal tem recursos para lidar com essa situação.

Além disso, rebeldes fundamentalistas islâmicos limitam o acesso de ajuda humanitária a algumas áreas do país.

As reformas divulgadas na sexta-feira, 5, pelo papa Francisco que reduzem a autonomia e a independência formal da congregação Opus Dei pretendem agir também sobre polos de concentração de poder dentro da Igreja Católica e promover integração entre grupos diferentes nas dioceses. Essa é a análise de estudiosos sobre o documento papal Ad carisma tuendum (Para tutelar o carisma).

O Opus Dei havia sido elevado em 1982 pelo papa João Paulo II à categoria de prelazia pessoal, ou seja, uma parte da Igreja estruturada de modo hierárquico, com um prelado (dirigente), sacerdotes e diáconos. Esse privilégio, único no mundo, equiparava a congregação a uma diocese, embora ela não tivesse um território específico. O papa mudou o status do prelado, que não será mais distinguido com o cargo de bispo e não poderá usar anel ou veste episcopal. A partir de agora, seu título será "protonotário apostólico supernumerário".

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Pelo documento, a medida pretende que a forma de governo do Opus Dei seja "baseada mais no carisma do que na autoridade hierárquica". Carisma pode ser entendido como o próprio espírito e o DNA da instituição, que deve estar acima dos cargos formais.

Reação

Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), observa que as mudanças sobre o Opus Dei fazem parte de um processo para aumentar a colegialidade e diminuir a influência dos polos de concentração de poder. "Dentro dessa lógica, as mudanças retiram do prelado a posição de bispo, o que leva à necessidade de uma integração maior da organização como um todo com os bispos diocesanos", afirma o professor.

Essa é a mesma avaliação de Rodrigo Coppe, professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião da PUC Minas. "É uma tentativa de tirar autonomia do grupo."

Neto observa, no entanto, que a maior dificuldade dentro das dioceses não é de ordem formal, mas sim de capacidade de articulação de grupos diferentes. "Em geral, os participantes e simpatizantes do Opus Dei já vivem uma integração com suas dioceses. Onde as dioceses têm essa capacidade de articulação, o Opus Dei já se mostra integrado. Onde as dioceses não têm essa capacidade, a mudança formal terá pouco efeito prático."

Além da mudança no status do prelado, o Opus Dei passará a se reportar ao Dicastério para o Clero, divisão administrativa da Cúria Romana que analisa temas relacionados a padres e diáconos e supervisiona a educação religiosa dos católicos. A instituição também deverá apresentar um relatório anual sobre o "desenvolvimento de seu trabalho apostólico". Até agora, a Obra, como também é conhecido o Opus Dei, só tinha de entregar um documento semelhante a cada cinco anos à Congregação para os Bispos, órgão do Vaticano a que estava vinculado.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O papa Francisco visitará o Cazaquistão, ex-república soviética, de 13 a 15 de setembro para participar de um congresso sobre diálogo entre religiões em Nur-Sultan, capital do país, confirmou nesta segunda-feira (1º) a assessoria de imprensa do Vaticano.

O pontífice visitará apenas a capital, que se chamava Astana até 2019, para participar do 7º Congresso de "Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais", informou o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, em comunicado.

A presidência cazaque já havia anunciado a viagem em abril por ocasião do congresso, que visa promover o diálogo interreligioso e cuja primeira edição foi realizada em 2003.

No sábado, durante o voo de volta do Canadá, o papa de 85 anos, que enfrenta dificuldades para andar e usa cadeira de rodas com frequência em razão de dores no joelho, admitiu que terá que reduzir suas viagens.

"Acho que não posso continuar com o mesmo ritmo de viagem de antes", disse ele. "Acho que na minha idade, e com essas limitações, tenho que economizar um pouco as minhas forças para poder servir à Igreja, ou pelo contrário pensar na possibilidade de me afastar", acrescentou, desencadeando muitas perguntas.

Essa decisão será ditada "pela vontade do Senhor", enfatizou.

Apesar disso, o pontífice confirmou que queria ir ao Cazaquistão, uma "viagem tranquila, sem muitos movimentos", disse.

O Cazaquistão, uma ex-república soviética, é considerado politicamente um país asiático. Geograficamente, a maior parte do país está na Ásia, embora a parte ocidental pertença à Europa. Esta é a razão pela qual é um dos países euroasiáticos.

Será uma viagem delicada devido à ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, contra a qual o pontífice se manifestou em várias ocasiões.

O papa Francisco lamentou as "guerras selvagens" que afetam vários países do mundo e reconheceu que seu pontificado está marcado desde o início, há quase 10 anos, por este drama social e humano.

"Não apenas existem guerras, mas são selvagens. Há guerras de destruição e guerra entre humanos. É que nós perdemos a consciência da guerra", afirmou Francisco em uma longa entrevista em espanhol, divulgada nesta terça-feira, para as jornalistas mexicanas María Antonieta Collins e Valentina Alazraki, do canal de streaming ViX.

"Há alguns anos eu digo que estamos vivendo a Terceira Guerra Mundial em pequenos pedaços, em capítulos (...) Comecei o pontificado com a guerra na Síria, com uma praça lotada rezando para que acabasse", lembra o papa argentino, de 85 anos, ao fazer um balanço de seus anos no trono de Pedro desde sua eleição, em março de 2013.

Na entrevista, Francisco fala da guerra no Iêmen, da "carnificina social" em Ruanda, da "guerra que nos tocou de perto" como a da Ucrânia e também do sofrimento das mães dos 30.000 "garotos" que morreram no desembarque nas praias da Normandia, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial.

"E a humanidade segue fabricando armas", destacou o primeiro papa latino-americano da história, apesar de o "uso e posse de armas nucleares ser imoral" para a Igreja.

"Não podemos brincar com a morte à mão", disse.

Com tom simples, Francisco também falou sobre os escândalos de abusos de menores de idade que abalaram a Igreja, aborto, migração, a reforma da cúria, seu estado de saúde e também sobre os boatos a respeito de sua possível renúncia por problemas de saúde.

"Se vejo que não posso (continuar) ou provoco dano ou sou um estorvo, espero a ajuda para tomar a decisão de me aposentar" e, quando esse dia chegar, ele disse que prefere ser considerado um "simples bispo emérito de Roma" e não "papa emérito", como explicou seu antecessor Bento XVI.

"Se sobreviver após a renúncia, gostaria de fazer algo do tipo: confessar e visitar os doentes", admitiu.

Ele contou que o "joelho dói um pouco", que se sente um pouco "diminuído" porque teve que usar cadeira de rodas e bengala, mas que com os tratamentos "consegue caminhar".

"Não tenho intenção nenhuma de renunciar. No momento, não", concluiu.

O frágil estado de saúde do papa Francisco, que adiou uma viagem ao continente africano, alimenta os boatos sobre uma possível renúncia, mas os analistas alertam que tal cenário não deve ser considerado algo certo.

A visita à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul, prevista para o início de julho, foi adiada por tempo indeterminado. Muitos se perguntam se ele conseguirá cumprir a agenda da viagem ao Canadá, prevista para o final do mesmo mês, depois de ter sido observado com expressões de dor durante algumas aparições públicas.

O Vaticano afirma que a viagem ao Canadá está mantida "até novo aviso".

Desde o início de maio, o pontífice de 85 anos utiliza uma cadeira de rodas ou uma bengala, debilitado por fortes dores no joelho direito.

Francisco recebe regularmente injeções e passa por sessões de fisioterapia, segundo o Vaticano, que mantém a discrição sobre a saúde do líder da Igreja Católica.

O tratamento "segue seu curso e está dando resultados", afirmou uma fonte do Vaticano. As mudanças de última hora na agenda da Santa Sé, no entanto, reacenderam as preocupações sobre a capacidade de Jorge Bergoglio para governar e despertaram boatos sobre uma possível renúncia.

"Esta teoria retorna de maneira cíclica", afirma o vaticanista italiano Marco Politi, autor do livro "Francisco, a peste e o Renascimento".

"Os rumores são alimentados pelos adversários do papa, que desejam apenas ver a saída de Francisco", disse.

Em 2014, o pontífice ajudou a alimentar a hipótese, ao considerar que Bento XVI "abriu uma porta" ao renunciar ao cargo.

- "Frenesi da mídia" -

Alguns analistas reduzem as chances de uma renúncia. "No entorno do papa, a maioria não acredita muito na possibilidade de uma renúncia", disse uma fonte do Vaticano à AFP.

"A partir do momento que começam a falar que o papa está muito doente podem passar muitos anos: a doença de João Paulo II começou em 1993 e terminou em 2005", recorda Alberto Melloni, historiador do cristianismo e secretário da Fundação de Ciências Religiosas.

"São coisas em que há vontade de entender, de especular, mas há pouco a dizer", acrescentou, antes de lamentar um "frenesi excessivo da mídia a respeito do papa e da Igreja”.

O estado de saúde de Francisco já havia alimentado especulações quando ele passou por uma cirurgia no cólon em julho de 2021. O pontífice sofre de uma ciática crônica e teve que remover parte de um pulmão em sua juventude.

"Com João Paulo II, o progresso da doença era muito visível, perguntas foram feitas durante anos e também havia notícias falsas", recorda o padre Federico Lombardi, ex-diretor de imprensa da Santa Sé.

"Com Bento XVI foi mais a fragilidade da idade que progrediu e o levou à renúncia, de forma gradual", acrescenta, em referência ao papa emérito, que tem 95 anos e vive em um mosteiro do Vaticano.

- Consistório em agosto -

Em setembro de 2021, Francisco - que continua recebendo líderes políticos e religiosos a cada manhã - ironizou os boatos. "Ainda estou vivo, embora alguns desejem minha morte", disse.

Mas três eventos servem para aumentar os boatos, incluindo o consistório de 27 de agosto que designará novos cardeais, incluindo os futuros eleitores em caso de conclave, um momento muito incomum para esta reunião.

Em seguida, o papa reunirá os cardeais do mundo em Roma e visitará o túmulo de Celestino V, o primeiro pontífice a renunciar no século XIII, em L'Aquila.

A conjunção de fatores sem precedentes intriga a imprensa italiana e internacional e alguns consideram uma oportunidade para o pontífice anunciar sua decisão.

"Mas no momento temos que ser realistas e não alarmistas", disse Marco Politi. Para ele, o encontro pode ser apenas um "momento de discussão geral sobre a reforma da Cúria", o governo do Vaticano, oficializada pela entrada em vigor de uma nova "Constituição" no início de junho.

Outro tema central para Francisco é o Sínodo Mundial de Bispos, uma amplia consulta sobre a organização da Igreja que terminará em 2023.

Este evento "é quase um miniconcílio: então parece difícil imaginar que o papa queira deixar este grande projeto que ele mesmo decidiu pela metade", opina Politi, que também aponta a dificuldade de ter três papas no Vaticano.

O papa Francisco condenou a "prática desumana" da barriga de aluguel durante uma audiência no Vaticano com as Federações das Associações Familiares Católicas na Europa nesta sexta-feira (10).

"A dignidade do homem e da mulher é ameaçada também com a prática desumana e sempre mais difundida da 'barriga de aluguel', no qual as mulheres, quase sempre muito pobres, são exploradas, e as crianças são tratadas como mercadorias", disse aos presentes.

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Em outra parte de seu discurso, Francisco condenou a "praga da pornografia, difundida em todas as partes" e disse que ela "é um ataque permanente contra a dignidade de mulheres e homens".

"Trata-se não apenas de proteger as crianças, mas é uma missão urgente das autoridades e de nós todos declarar a pornografia como uma ameaça à saúde pública. Seria uma grave ilusão pensar que uma sociedade na qual o consumo anormal do sexo na rede [internet] se amplia entre os adultos seja capaz de proteger eficazmente os menores. As redes familiares, em cooperação com as escolas e as comunidades locais, são fundamentais para prevenir e combater essa praga", pontuou ainda.

O Pontífice ainda falou sobre a "família fundada no matrimônio" que deve ser o centro do amor absoluto entre homem e mulher e que ela é a "primeira célula das nossas comunidades e deve ser reconhecida como tal".

"Não porque é uma entidade ideal e perfeita, não por ser um modelo ideológico, mas porque representa um local natural das primeiras relações e das gerações", pontuou.

Da Ansa

 O papa Francisco enviou uma mensagem para os participantes do 4º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, realizado em Santarém (PA) entre 6 e 9 de junho, e pediu que os bispos e padres da região sejam "corajosos e audazes".

"Sonhemos juntos comunidades cristãs capazes de se empenhar e se encarnar na Amazônia, até o ponto de entregar à Igreja novos rostos com traços amazônicos", diz a carta escrita pelo pontífice.

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"Sejam corajosos e audazes, abrindo-se com confiança à ação de Deus que criou tudo e nos inspira a anunciar o Evangelho e a contemplar a beleza da criação, ainda mais exuberante nas terras amazônicas", acrescentou Francisco.

O encontro lembra os 50 anos do Documento de Santarém, que delineou ações para a evangelização na Amazônia. A floresta já foi tema de um sínodo convocado por Francisco em 2019, que deu origem à exortação apostólica "Querida Amazônia".

Nesse documento, o Papa sugere a ampliação das responsabilidades de diáconos, freiras e laicos para combater a crônica falta de padres na Floresta Amazônica e defende que a Igreja exerça seu papel social e fique ao lado dos oprimidos. 

Da Ansa

O papa Francisco anunciou neste domingo (29) que nomeará 21 novos cardeais de todo o mundo, incluindo quatro da América Latina, durante o próximo Consistório em 27 de agosto.

"No sábado, 27 de agosto, celebrarei um Consistório para a criação de novos cardeais", declarou o pontífice logo após sua tradicional oração dominical da janela do Palácio Apostólico que dá para a Praça de São Pedro.

Este será o oitavo Consistório do pontificado do Papa Francisco. Em caso de conclave, apenas 16 deles, com menos de 80 anos, poderão participar da eleição de um novo Papa.

O anúncio do papa era esperado há vários meses, já que o número de cardeais eleitores caiu para 117, quando tradicionalmente é pelo menos 120. Em 27 de agosto, o número de cardeais deve subir para 133.

"Estes são os nomes dos novos cardeais", acrescentou o pontífice antes de revelar seus nomes e títulos.

Entre eles estão Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus no Brasil, e Paulo Cezar Costa, arcebispo da capital, Brasília. Também estão listados o arcebispo de Assunção, o paraguaio Adalberto Martínez Flores e Jorge Enrique Jiménez Carvajal, arcebispo emérito de Cartagena, na Colômbia. Este último está entre os cinco que não poderão votar durante o conclave por terem mais de 80 anos.

Um arcebispo argentino revelou neste sábado (14) que o papa Francisco faz mais de duas horas de reabilitação por dia para combater as dores em seu joelho direito.

O incômodo se deve a uma lesão de ligamentos e obrigou o líder católico a usar cadeira de rodas para se locomover nos últimos dias.

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"Estou em visita a Francisco. Está muito bem de saúde e com a lúcida reflexão de sempre. Tem um problema em um dos joelhos, mas vejo que todos os dias se submete a mais de duas horas de reabilitação, que está dando resultados. Fora isso, está melhor do que nunca", escreveu no Twitter o arcebispo de La Plata, Víctor Manuel Fernández, um dos teólogos mais próximos do Papa.

As persistentes dores no joelho direito também já fizeram o pontífice se submeter a infiltrações no início de maio e provocaram mudanças nos protocolos de suas celebrações.

Jorge Bergoglio tem visitas programadas para o Líbano, em meados de junho, República Democrática do Congo e Sudão do Sul, no início de julho, e Canadá, no fim de julho, embora a primeira ainda não tenha sido confirmada oficialmente.

Da Ansa

O papa Francisco canonizou neste domingo 10 novos santos, incluindo a primeira santa do Uruguai, a religiosa ítalo-uruguaia Francisca Rubatto, diante de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

O pontífice argentino, vestido com paramentos sagrados de cor branca e que permaneceu sentado devido às dores no joelho, pronunciou a frase com a qual proclamou Rubatto (1844-1904), que dedicou parte de sua vida a ajudar os pobres de vários países da América do Sul, como santa.

Durante a cerimônia, a primeira em três anos devido à pandemia de covid, o papa canonizou outros nove santos, incluindo o francês Charles de Foucauld (1858-1916), o jornalista holandês Titus Brandsma, executado no campo de extermínio nazista de Dachau, em 1942, e Lázaro, um mártir indiano do século XVIII.

"Estes santos fomentaram o crescimento social e espiritual, enquanto tristemente aumentam as tensões, as guerras e as distâncias no mundo. Que os novos santos inspirem o diálogo e especialmente o coração e a mente dos que têm postos de responsabilidade e são chamados a serem protagonistas da paz e não da guerra", afirmou Francisco ao final da cerimônia.

Durante a missa em latim foi pronunciado o tradicional verso que pede que os 10 candidatos sejam inscritos no chamado Livro dos Santos para que sejam venerados pela Igreja.

Esta é uma das canonizações mais numerosas da história, com a presença de delegações de vários países da Europa, África e América Latina, além de parentes e integrantes de ordens religiosas.

- "Grande emoção" -

Os retratos dos 10 novos santos foram posicionados na fachada da Basílica de São Pedro, diante de quase 50.000 peregrinos, segundo os dados divulgados pelo Vaticano.

Entre os integrantes das delegações oficiais presentes estavam o presidente da Itália, Sergio Mattarella, o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, o chanceler da Holanda, Wopke Hoekstra, assim como 50 cardeais e quase 300 padres e bispos.

Considerado o país mais laico da América Latina, o Uruguai tinha uma delegação formada sobretudo por religiosos, incluindo o arcebispo Carlos Collazzi, ex-presidente da Conferência Episcopal uruguaia.

O papa Francisco, de 85 anos, seguiu de automóvel até uma curta distância do altar e evitou usar a cadeira de rodas - nos últimos dias ele precisou de uma por suas dificuldades para caminhar.

Grupos de peregrinos usavam lenços com o nome e o rosto dos novos santos.

"Sinto uma grande emoção por estar aqui em Roma, com o papa, e assistir a proclamação da primeira santa uruguaia, que ajudou as crianças e os necessitados, e sobretudo pelo Uruguai", declarou à AFP a colombiana Nancy Gómez.

A canonização de "Madre Rubatto", como era chamada, será festejada no Uruguai com uma missa no santuário e e outra cerimônia religiosa acontecerá em 29 de maio na Catedral de Montevidéu.

Ela foi proclamada beata pelo papa João Paulo II em 10 de outubro de 1993. No ano de 2020, a Igreja reconheceu sua intervenção em um segundo milagre, o que permitiu alcançar a glória dos altares, como estabelecem as normas do Vaticano.

Com dores no joelho que o impedem de caminhar normalmente, o papa Francisco admitiu nesta terça-feira (10) que "não é fácil entender" a velhice.

Aos 85 anos de idade, o líder católico foi forçado a cancelar compromissos e alterar o protocolo de celebrações nas últimas semanas por causa das dores crônicas em seu joelho direito, frutos de uma lesão nos ligamentos.

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Além disso, passou a contar com o auxílio de uma cadeira de rodas nos últimos dias para se deslocar. "Com efeito, a velhice constitui uma estação que não é fácil de entender, mesmo para nós que já a vivemos. Embora chegue depois de um longo caminho, ninguém nos preparou para a enfrentar; parece quase apanhar-nos de surpresa", disse o Papa em uma mensagem pela Jornada Mundial dos Avós e dos Idosos, data instituída pela Igreja Católica em 2021 e que será celebrada neste ano em 24 de julho.

"As sociedades mais desenvolvidas gastam muito para esta idade da vida, mas não ajudam a interpretá-la: proporcionam planos de assistência, mas não projetos de existência", acrescentou.

Segundo Francisco, muitos consideram a velhice como "uma espécie de doença com a qual é melhor evitar qualquer tipo de contato".

"É a cultura do descarte, aquela mentalidade que, enquanto nos faz sentir diversos dos mais frágeis e alheios à sua fragilidade, permite-nos imaginar caminhos separados entre 'nós' e 'eles'. Mas, na realidade, uma vida longa é uma bênção", escreveu.

Na mensagem, o pontífice ainda destacou que o mundo "vive um período de dura provação, marcado primeiro pela tempestade inesperada e furiosa da pandemia, depois por uma guerra que fere a paz e o desenvolvimento à escala mundial".
    "Não é por acaso que a guerra tenha voltado à Europa no momento em que está a desaparecer a geração que a viveu no século passado", disse Francisco, em referência ao conflito russo-ucraniano.

"Perante tudo isto, temos necessidade de uma mudança profunda, de uma conversão que desmilitarize os corações, permitindo a cada um reconhecer no outro um irmão. E nós, avós e idosos, temos uma grande responsabilidade: ensinar às mulheres e aos homens do nosso tempo a contemplar os outros com o mesmo olhar compreensivo e terno que temos para com os nossos netos", salientou. 

Da Ansa

O papa Francisco apareceu de cadeira de rodas em uma audiência nesta quinta-feira (5), no Vaticano, em função de dores crônicas no joelho.

O líder da Igreja Católica participou da assembleia plenária da União Internacional das Superioras Gerais e chegou ao evento empurrado em uma cadeira de rodas por seu mordomo.

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Francisco se mostrou sorridente durante o encontro e cumprimentou as freiras com acenos de mão.

Com 85 anos de idade, o Papa vem reclamando de recorrentes dores no joelho e chegou a fazer infiltrações nesta semana para tentar aliviar o incômodo.

No entanto, as dores já fizeram Jorge Bergoglio cancelar compromissos oficiais nas últimas semanas e forçaram o Vaticano a alterar o protocolo de celebrações do pontífice para evitar desgastes.

Nos próximos meses, o líder católico deve ter uma agenda cheia de viagens, com visitas programadas para Líbano, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Canadá entre junho e julho.

Da Ansa

O papa Francisco revelou nesta terça-feira (3) que está disposto a viajar a Moscou para se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas que não recebeu nenhuma resposta do Kremlin.

Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o líder da Igreja Católica disse que, 20 dias após o início da invasão russa à Ucrânia, pediu para o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, "fazer chegar a Putin" a mensagem de que ele estava "disposto a ir a Moscou".

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"Claro, era necessário que o líder do Kremlin abrisse alguma janela. Ainda não tivemos resposta e estamos insistindo, ainda que eu tema que Putin não possa ou não queira fazer esse encontro neste momento. Mas como se faz a não parar tamanha brutalidade?", afirmou Francisco.

Além disso, o Papa confirmou que, "por enquanto", não irá a Kiev, capital da Ucrânia. "Sinto que não devo ir. Preciso primeiro ir a Moscou, primeiro devo encontrar Putin. Mas eu também sou um padre, o que posso fazer? Faço aquilo que posso. Se Putin abrisse a porta...", acrescentou.

Questionado se o líder da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, poderia ser capaz de convencer o presidente a recebê-lo, Jorge Bergoglio indicou que não acredita nessa possibilidade.

"Falei com Cirillo por 40 minutos via zoom. Nos primeiros 20, com uma carta nas mãos, ele leu todas as justificativas para a guerra. Escutei e lhe disse: 'Não entendo nada disso. Irmão, não somos clérigos de Estado, não podemos utilizar a linguagem da política, mas sim a de Jesus. Por isso, devemos buscar caminhos de paz, fazer cessar o fogo das armas. O patriarca não pode se transformar no coroinha de Putin'", declarou.

Francisco e Cirilo tinham um encontro previsto para 14 de junho, em Jerusalém, no que seria a segunda reunião presencial entre eles, mas ambos desistiram da ideia. "Até ele está de acordo que poderia passar um sinal ambíguo", disse o pontífice. 

Da Ansa

O papa Francisco revelou aos fiéis durante uma audiência neste sábado (30) que recebeu a orientação médica de não fazer caminhadas por conta dos constantes problemas no joelho direito. A celebração especial era com peregrinos da Eslováquia, que foram recebidos na Sala Paolo VI.

"Depois eu vou saudar vocês, mas tenho um problema. Essa perna não está boa, não funciona e o médico me pediu para não andar. Eu gosto de andar, mas dessa vez preciso obedecer o médico. Por isso, vos peço o sacrifício de subirem as escadas e eu os saúdo daqui, sentado. É uma humilhação, mas eu a ofereço pelo país de vocês", lamentou o líder católico.

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Normalmente, nesse tipo de audiência, o Pontífice passa entre os fiéis para ocupar seu lugar na sala, mas dessa vez, entrou pela lateral e sozinho. Ao sair, foi acompanhado pelo diretor da Prefeitura da Casa Pontifícia, monsenhor Leonardo Sapienza.

"Queria passar aí e saudar todos vocês, mas os saúdo de coração daqui. Rezo por vocês, por suas famílias, rezo pelo seu nobre povo. Adiante e coragem! E vos peço, por favor, rezem por mim", acrescentou.

O Papa vem sofrendo com a gonalgia já há algum tempo e o problema fez, inclusive, com que fizesse alterações em sua agenda e nas celebrações para evitar o agravamento. Na missa da Paixão, na Semana Santa, por exemplo, Jorge Mario Bergoglio não seguiu uma tradição centenária da Igreja Católica e não se prostrou no chão para rezar diante do crucifixo da Basílica de São Pedro.

Além disso, em praticamente todas as audiências do último mês, ele permaneceu sentado pela maior parte do tempo. Em uma dessas celebrações, o argentino afirmou que sua saúde estava "um pouco caprichosa" e que precisava tomar cuidados especiais.

Da Ansa

O papa Francisco se reuniu nesta sexta-feira (29) com membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e voltou a condenar os abusos sexuais contra crianças e adolescentes cometidos por religiosos católicos.

"O abuso, em qualquer forma, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida enquanto ela está desabrochando. Ao invés de florir, a pessoa abusada é ferida, às vezes, de maneira indelével", disse aos presentes.

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Durante sua longa fala, Francisco ainda revelou detalhes de um caso de abuso que soube por meio de uma carta enviada pelo pai da vítima. "Por causa disso, ele não conseguia mais sair de seu quarto por muitos anos, levando consigo diariamente as consequências impressas do abuso - e também para a família. As pessoas abusadas se sentem, às vezes, como presas entre a vida e a morte", acrescentou.

"A realidade do abuso e o seu impacto devastador e permanente sobre a vida dos pequenos parecem sobrecarregar os esforços de todos que buscam responder com amor e compaixão. A estrada para a cura é longa e difícil, pede uma esperança bem fundamentada, a esperança daquele que andou para a cruz e além dela", pontuou ainda.

Aos membros da Comissão criada por Jorge Mario Bergoglio em 2014, o líder católico afirmou que o "testemunho dos sobreviventes representa uma ferida aberta no corpo de Cristo que é a Igreja". Por isso, o Papa fez um apelo para que todos "trabalhem intensamente e corajosamente para fazer conhecer essas feridas, para buscar aqueles que sofrem e para reconhecer essas pessoas como testemunhas do nosso Salvador que sofre".

"Essa é a estrada para todos nós: bispos, superiores religiosos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas, catequistas, fiéis laicos. Cada membro da Igreja, segundo o próprio estado, é chamado a assumir a responsabilidade de prevenir os abusos e trabalhar para a justiça e para a cura", pontuou ainda.

Francisco também reforçou as novas normas adotadas pela Igreja Católica para combater a pedofilia e disse que elas são "importantes sinais que foram plantados". Mas, reconheceu que "ainda há muito o que fazer".

"As sementes que foram espalhadas estão começando a dar bons frutos. A incidência dos abusos contra os menores por parte do clero está em queda já há diversos anos nas partes do mundo onde há dados disponíveis e informações confiáveis. Anualmente, quero que me preparem um relatório sobre as iniciativas da Igreja para a proteção dos menores e dos adultos vulneráveis. Tal relatório será um elemento de transparência e de responsabilização e eu desejo que ele dê uma clara visão sobre os nossos progressos nesse compromisso", deu ainda como missão para os membros da comissão.

Para o chefe da Igreja Católica, "se os progressos não forem feitos, os fiéis continuarão a perder a confiança em seus pastores, tornando mais difícil o anúncio e o testemunho do Evangelho".

Francisco agradeceu o trabalho desenvolvido pelos membros da comissão desde a sua criação, que "pode ajudar na minha missão pastoral com aqueles que se dirigiram a mim por suas dolorosas experiências".

A Pontifícia Comissão para Tutela dos Menores foi criada pelo papa Francisco para enfrentar a grande quantidade de denúncias de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica ou por pessoas laicas ligadas às dioceses.

Da Ansa

O papa Francisco, de 85 anos, cancelou pelo segunda vez em menos de uma semana suas atividades planejadas devido a dores no joelho, anunciou o Vaticano.

"Devido a dores no joelho e por recomendação médica, o papa Francisco suspendeu as atividades programadas para hoje, incluindo sua participação no Conselho dos Cardeais", anunciou o serviço de imprensa da Santa Sé.

Na sexta-feira passada, o pontífice, que em várias ocasiões nos últimos dias deixou transparecer a dor que sente, cancelou seus compromissos para se submeter a exames médicos.

Francisco, que iniciou seu décimo ano de pontificado em março, sofre de dores "agudas" no joelho direito, que recentemente o impediu de participar de alguns eventos e presidir algumas celebrações.

Ele também tem dores no quadril que o fazem mancar e em julho de 2021 passou por uma cirurgia no cólon.

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