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Os reféns sequestrados pelo Hamas no dia 7 de outubro em Israel e levados para Gaza foram drogados, para ficarem dóceis, e sofreram abuso psicológico e sexual, afirmou nesta segunda-feira (11) uma especialista israelense.

"Nunca havia visto algo assim" em 20 anos tratando vítimas de traumas, disse Renana Eitan, diretora do serviço psiquiátrico do Centro Médico Sourasky de Tel Aviv-Ichilov. “O abuso físico, sexual, mental e psicológico dos reféns que retornaram é terrível".

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O centro recebeu 14 reféns libertados pelo Hamas. Alguns relataram que foram drogados, inclusive com o que os médicos acreditam serem medicamentos psicotrópicos com efeitos sedativos.

“Queriam controlar as crianças. Sabem que, se as drogarem, ficarão quietas. Uma das meninas recebeu por algumas semanas cetamina”, um anestésico dissociativo poderoso, conhecido por causar uma sensação de desconexão do ambiente.

Outros ex-reféns afirmaram que foram atormentados psicologicamente, disse Renana. A um deles foi dito que sua mulher estava morta, quando ela permanecia viva em Israel.

As crianças foram separadas de suas famílias e obrigadas a assistir a “vídeos brutais”. Uma paciente contou que permaneceu com outras pessoas em escuridão total por mais de quatro dias.

“Ficaram psicóticos, tiveram alucinações”, disse Renana. Alguns dos que retornaram têm pensamentos suicidas desde então, acrescentou.

- Estados dissociativos -

Cerca de 1.200 pessoas morreram no ataque sangrento do Hamas e outras 240 foram sequestradas, segundo autoridades israelenses. Um acordo de trégua de uma semana permitiu a libertação de 105 reféns em Gaza, em troca de 240 presos palestinos. Acredita-se que 137 reféns ainda estejam em poder do Hamas.

Alguns dos reféns libertados continuam experimentando estados dissociativos, disse Renana. "Uma hora, sabem que estão no centro médico Ichilov. Outra hora, acham que estão novamente com o Hamas".

Segundo a diretora, as consequências para a saúde mental são alarmantes. Calcula-se que cerca de 5% da população israelense - cerca de 400 mil pessoas - tenha algum sintoma de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

Tomer Zadik, de 24 anos, passa por tratamento no centro médico desde que levou um tiro no braço durante o festival de música Supernova, onde disse que passou horas escondido enquanto ouvia as vozes dos combatentes do Hamas.

“Palavras não conseguem descrever as atrocidades”, disse Zadik, que ainda tem pesadelos com o ataque. "Queriam nos destruir, não apenas fisicamente. Queriam destruir mentalmente toda a nação de Israel. Mas não seremos destruídos".

A ex-ginasta Lais Souza revelou que sofreu abusos sexuais de cuidadores desde que ficou tetraplégica. Em conversa com o ex-BBB Rodrigo Mussi, a medalhista em Jogos Pan-Americanos afirmou também que foi vítima de furtos.

"O que eu tive de aprender a ler a pessoa, ver a atitude, perguntar de uma forma para pegar no pulo, mas, na maioria das vezes, é impossível. Eu já fui abusada de criança, com quatro anos. Depois do meu acidente, foi quando fiquei vulnerável. Foram abusos inesperados. Eu estava deitada, dormindo... Simplesmente sem ver o que estava ocorrendo. Não tenho sensibilidade em 100% do corpo, e a pessoa aproveita daquilo. Se eu deitar de barriga (para baixo), não sei o que está acontecendo e tenho muitos procedimentos que preciso fazer nessa posição", disse Laís.

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Na entrevista, a ex-ginasta afirmou que conta com quatro cuidadores e que há um percentual elevado de profissionais com quem já contou que não são bons. "De cada 10, quatro não são legais", disse Mussi sobre diálogo que teve com a assessora de Laís.

Lais contou que está com a confiança nas pessoas bastante abalada depois desses traumas. "Minha confiança é bem abalada. Para eu confiar em alguém preciso conviver. Quando vai entrar um cuidador, eu explico tudo como quero, deixo tudo no lugar certo para que ele não precise dar nem um passo para lá e tudo fique no meu controle. Hoje 'confio' (nos atuais cuidadores). mas eu desconfiaria até da minha própria família."

A ex-ginasta revelou que os casos aconteceram, em sua maioria, quando estava pegando no sono e não há um perfil específico de abusadores. "Mas a maioria foi quando estava quase dormindo. Já aconteceu com homem, mulher, homem gay e mulher gay. Quem já passou por isso sabe que quem tem de ouvir é o homem hétero, mas também a população em geral. Nosso corpo é nosso corpo e não tem de ser invadido."

Por fim, Lais afirmou que sentiu medo ao denunciar os abusos, reforçou que não sofreu ameaças, mas apontou furtos e chacoalhões como outros acontecimentos que marcaram os últimos anos. "Simplesmente denunciei. Alguns me deram medo, confesso. Medo de a pessoa vir atrás de mim e me matar. Só medo mesmo (não teve ameaça). Não (houve) só abusos, como pequenos furtos dentro da minha casa. Um moleque já me chacoalhou, e eu estava na Disney com ele. Ele estava cuidando de mim lá e me chacoalhou."

Em janeiro de 2014, durante um treinamento para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sóchi, Lais colidiu com uma árvore e sofreu uma torsão da coluna cervical que a deixou tetraplégica. A partir daquele momento, a ex-ginasta passou a contar com cuidados intensivos. Atualmente, Lais dá palestras e se dedica à arte plástica.

Delegados de Polícia Federal lançaram nesta terça-feira, 11, um desagravo à Érika Marena, delegada que liderou a Operação Ouvidos Moucos - investigação sobre desvios em repasses do programa Universidade Aberta do Brasil para a Universidade Federal de Santa Catarina. "A Polícia Federal conquistou status de instituição de Estado, não obedecendo, nem trabalhando em prol dos desejos do governo da ocasião", ressaltam.

O nome de Érika voltou aos holofotes após o Tribunal de Contas da União arquivar uma representação sobre fatos ligados a recursos enviados para a federal catarinense. Em razão da decisão, o ministro da Justiça Flávio Dino anunciou 'providências cabíveis em face de possíveis abusos e irregularidades na conduta de agentes públicos federais'.

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Em sua manifestação, Dino fez referência ao ex-reitor da UFSC Luis Carlos Cancellier Olivo. Marena fez o pedido de prisão do então reitor da Federal de Santa Catarina. Semanas após a abertura da Ouvidos Moucos, em 2017, ele se suicidou. A morte lançou suspeitas sobre a atuação da Polícia Federal no caso.

O pronunciamento do ministro da Justiça sobre o caso Cancellier não cita o nome de Marena. A nota pública da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal também não a menciona nominalmente, mas a ela se refere.

O aceno dos delegados é claro. Eles lembram dos 'mecanismos de controle e de cobrança' sobre a atuação dos agentes da PF, mas classificam como 'inaceitável o estabelecimento de quaisquer rótulos sobre os profissionais, independentemente da ocupação de funções e cargos públicos em governos anteriores ou da coordenação de grandes operações policiais'.

"A atividade policial, em especial a de Delegado de Polícia Federal, tem no seu cerne uma imensa responsabilidade, consubstanciada na condução e presidência do Inquérito Policial, sendo suas decisões sempre embasadas no arcabouço probatório carreado aos autos", sustentam.

Além de ter papel central na Ouvidos Moucos, Érika Marena também atuou desde o início da Operação Lava Jato. Em 2018, quando o ex-juiz Sérgio Moro foi anunciado ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, a delegada integrou a equipe de transição ministerial.

A decisão do TCU que gerou reação em cadeia foi dada pela Primeira Turma no bojo de um processo autuado em julho de 2019. A Universidade foi comunicada sobre a decisão na sexta-feira, 7. O caso tramitou sob relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues.

A Corte de Contas arquivou uma representação que tratava de supostas irregularidades em contratos de locação de veículos com recursos do Universidade Aberta do Brasil enviados para a Universidade Federal de Santa Catarina.

O programa foi instituído em 2006 pelo governo federal para capacitar professores da rede pública de ensino em regiões afastadas e carentes do interior do País. Onze anos depois, supostos desvios em cursos de Educação a Distância oferecidos pelo programa na UFSC entraram na mira da Operação Ouvidos Moucos.

O governo canadense pagará mais de US$ 2 bilhões a centenas de comunidades indígenas em compensação por quase um século de abuso sofrido por crianças em escolas residenciais, desde o final do século XIX até a década de 1990.

"O Canadá se compromete a reparar o danos coletivo causados pelo sistema de escolas residenciais e a perde do idioma, cultura e herança", segundo um comunicado oficial divulgado no sábado.

Durante quase um século, o governo canadense enviou cerca de 150.000 crianças para 139 escolas residenciais, a maioria dirigidas pela Igreja Católica, onde foram isoladas de suas famílias de sua cultura. Muitos sofreram abuso físico e sexual, e acredita-se que milhares morreram de doenças, desnutrição ou negligência.

Agora, uma ação coletiva movida por 325 comunidades indígenas resultou em um acordo de 2,8 bilhões de dólares canadenses (US$ 2,1 bilhões), que serão destinados a um fundo sem fins lucrativos independente do governo.

O dinheiro será utilizado para "revitalizar a educação, a cultura e a língua indígenas, para ajudar os sobreviventes em seu processo de recuperação e reconexão com sua herança", segundo o comunicado oficial.

“Levou muito tempo para o Canadá reconhecer sua história, reconhecer o genocídio que cometeu e reconhecer o dano coletivo causado a nossas nações pelas escolas residenciais”, disse Garry Feschuk, um líder indígena que esteve envolvido na acusação.

O ministro federal das Relações Indígenas, Marc Miller, afirmou, por sua parte, que "todos os sobreviventes merecem justiça e a compensação que lhes é devida".

Os termos específicos para o pagamento do valor serão decididos pela Justiça federal em 27 de fevereiro.

Em 2015, uma comissão nacional de inquérito classificou o sistema de escolas residencial de "genocídio cultural".

Um álbum pirata do cantor R. Kelly, condenado a 30 anos de prisão por crimes sexuais contra adolescentes e considerado culpado de pornografia infantil, esteve disponível online brevemente na sexta-feira (9) nas plataformas Spotify e Apple Music.

O site TMZ foi o primeiro a reportar que o álbum "I Admit It", de Robert Sylvester Kelly, de 55 anos, e que está preso em Nova York, tinha sido disponibilizado online.

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A Spotify não respondeu aos pedidos de informações da AFP, mas algumas horas depois do artigo do TMZ e de outro na Hollywood Reporter, o álbum não estava mais disponível em nenhuma das duas plataformas de música em streaming.

Um representante da Sony Music, dona dos direitos de R. Kelly, consultado pela revista Variety, disse que o álbum que foi disponibilizado na internet era uma gravação "pirata".

Jennifer Bonjean, advogada do cantor, também disse à Variety que nem o artista, nem seu entorno estavam por trás deste fato e que seu cliente teve "roubada a propriedade intelectual".

R. Kelly, conhecido pelo hit "I Believe I Can Fly" e seus 75 milhões de álbuns vendidos, foi condenado em setembro de 2021, em Nova York, por ter chefiado por três décadas um "sistema" de exploração sexual que incluía adolescentes. Por estes crimes, o tribunal federal do Brooklyn lhe impôs uma pena de 30 anos de prisão.

Também em setembro, um tribunal de Chicago (Illinois) o considerou culpado de produzir pornografia e praticar abuso infantil. Por isso, poderia ser condenado a uma pena de "10 a 90 anos de prisão", segundo o procurador federal de Illinois.

Os julgamentos contra R. Kelly são considerados uma etapa maior do movimento #MeToo, ao ser a primeira vez que a maioria das denunciantes é de mulheres negras que acusam um artista negro, alcançando justiça.

Por décadas, o sucesso de R. Kelly foi ofuscado por suspeitas e boatos persistentes de violência sexual, que o artista conseguiu calar por muito tempo, mediante acordos financeiros com cláusulas de confidencialidade.

Viola Davis dirige “Finding Me” com uma dose de palavrões - e um anúncio de que seu livro de memórias não contará tudo sobre Hollywood. Em vez disso, ela pretende mergulhar em seu trauma de infância, trazendo lembranças dos abusos sofridos em casa e na escola e da força da arte na sua vida. Em comemoração de seu aniversário nesta quinta-feira (11), confira a seguir a breve história do livro:  

A introspecção que chega ao fundo da dor profunda de Davis e de como ela moldou uma das melhores atrizes afro-americanas de uma geração. A vencedora do Oscar, Emmy e Tony cita o nome de Will Smith nas páginas de abertura, para falar de uma conversa que compartilha sobre o modo que foram criados, e esta é uma das poucas referências ao estrelato que o livro traz, pelo menos até os capítulos finais.

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Davis está mais interessada e enquadrar sua carreira no contexto do racismo, abuso geracional e agressão sexual que ela superou enquanto crescia “po” - “Esse é um nível inferior ao pobre”, ela esclareceu – na cidade de Central Falls.  

Suas lembranças sobre o bullying escolar que sofreu são perturbadoras. Assim como as descrições de suas casas em ruínas, incluindo um apartamento infestado de ratos ao qual se refere como “armadilha da morte”. Em uma revelação angustiante, ela disse que seu irmão abusou sexualmente dela e de suas irmãs quando eram jovens. “Finding Me” retrata que a jornada de Davis supera esses detalhes. Ela escreveu “Não tenho mais vergonha de mim. Sou dona de tudo que já ocorreu comigo. As partes que eram fonte de vergonha são, na verdade, meu combustível de guerreira”.  

Confira em https://www.instagram.com/p/CciXx81u5w4/

 

Os migrantes que entram em território mexicano pela fronteira sul sofrem "abusos" pelas medidas adotadas pelo México e por Washington para impedir sua chegada aos Estados Unidos, denunciou a Human Rights Watch nesta segunda-feira (6), coincidindo com o início da Cúpula das Américas.

Os pedidos de status de refugiados e as detenções de migrantes no México "têm aumentado drasticamente" na medida em que o presidente americano, Joe Biden, segue restringindo o acesso ao asilo na fronteira sul", alertou a ONG em um relatório.

Segundo a HRW, "aqueles que cruzam a fronteira sul do México fugindo da violência e da perseguição tem dificuldades para obter proteção, enfrentam graves abusos e atrasos".

"Muitas vezes se veem obrigados a esperar durante meses em condições desumanas perto da fronteira sul do México, enquanto batalham para encontrar trabalho ou moradia".

Para Tyler Mattiace, pesquisador para as Américas da Human Rights Watch, "a delegação da aplicação migratória americana ao México deu lugar a graves abusos e obrigou centenas de milhares de pessoas a esperar, em condições assustadoras, para buscar proteção".

Em 2021, o México deteve 307.569 migrantes e 130.863 pessoas solicitaram o status de refugiado, um recorde para ambos, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).

Biden "continuou com muitas das políticas abusivas contra a imigração" de seu antecessor, Donald Trump, "como pressionar o México para que impeça os migrantes de chegar aos Estados Unidos" e bloquear o acesso ao asilo na fronteira através de políticas como o Título 42, uma norma sanitária que Biden tentou rescindir, mas foi impedido por um juiz, e o "Fique no México", denunciou a ONG.

O chefe de Estado mexicano, Andrés Manuel López Obrador, enviou quase 30.000 soldados e agentes do Instituto Nacional de Migração (INM) para deter os imigrantes irregulares no país, acrescentou.

O Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos estima um total de aproximadamente 7.500 detenções de imigrantes não autorizados por dia ao longo da divisa com o México, um número quase cinco vezes maior que a média entre os anos de 2014 e 2019.

E milhares de pessoas continuam chegando a essa fronteira: hoje, uma caravana que se reuniu no sul do México partiu rumo ao norte.

Biden espera alcançar uma declaração regional sobre migração durante a Cúpula das Américas, que acontece esta semana em Los Angeles, um tema essencial a poucos meses das eleições de meio mandato de novembro.

Mas os líderes de países-chave para discutir a crise migratória, como México, Honduras e Guatemala, se recusaram a participar da reunião regional.

A maioria dos migrantes que entra pela fronteira sul do México vem da América Central e do Caribe, e quase metade dos que pediram asilo eram haitianos, informou a Human Rights Watch. A organização apontou também que a maior parte entra pelas redondezas da cidade de Tapachula, no estado de Chiapas.

Segundo entrevistas e documentos da ONG citados no relatório, a maioria afirma fugir da violência ou da perseguição em seus países.

Muitos dizem escapar de ameaças de morte, extorsão e do recrutamento forçado por parte de gangues e cartéis de drogas em Honduras, Guatemala e El Salvador. Fogem também da perseguição política e dos abusos generalizados contra os direitos humanos em Cuba, Nicarágua e Venezuela.

Ao chegar ao México, temem que os agentes do INM os deportem. Alguns afirmam que lhes foi negada proteção, que foram dissuadidos de solicitar o status de refugiados e pressionados a aceitar o retorno voluntário.

"Pensei que nos ajudariam quando chegássemos ao México, mas [...] nos rejeitaram", declarou um homem que afirma fugir do recrutamento forçado de gangues em Honduras, citado no relatório.

A autoridade responsável pelos refugiados no México, a Comissão Mexicana de Atenção ao Refugiado (Comar, independente do INM) recebeu em 2021 mais de 130.000 pedidos, mas só processou 38.000.

O papa Francisco se reuniu nesta sexta-feira (29) com membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e voltou a condenar os abusos sexuais contra crianças e adolescentes cometidos por religiosos católicos.

"O abuso, em qualquer forma, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida enquanto ela está desabrochando. Ao invés de florir, a pessoa abusada é ferida, às vezes, de maneira indelével", disse aos presentes.

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Durante sua longa fala, Francisco ainda revelou detalhes de um caso de abuso que soube por meio de uma carta enviada pelo pai da vítima. "Por causa disso, ele não conseguia mais sair de seu quarto por muitos anos, levando consigo diariamente as consequências impressas do abuso - e também para a família. As pessoas abusadas se sentem, às vezes, como presas entre a vida e a morte", acrescentou.

"A realidade do abuso e o seu impacto devastador e permanente sobre a vida dos pequenos parecem sobrecarregar os esforços de todos que buscam responder com amor e compaixão. A estrada para a cura é longa e difícil, pede uma esperança bem fundamentada, a esperança daquele que andou para a cruz e além dela", pontuou ainda.

Aos membros da Comissão criada por Jorge Mario Bergoglio em 2014, o líder católico afirmou que o "testemunho dos sobreviventes representa uma ferida aberta no corpo de Cristo que é a Igreja". Por isso, o Papa fez um apelo para que todos "trabalhem intensamente e corajosamente para fazer conhecer essas feridas, para buscar aqueles que sofrem e para reconhecer essas pessoas como testemunhas do nosso Salvador que sofre".

"Essa é a estrada para todos nós: bispos, superiores religiosos, presbíteros, diáconos, pessoas consagradas, catequistas, fiéis laicos. Cada membro da Igreja, segundo o próprio estado, é chamado a assumir a responsabilidade de prevenir os abusos e trabalhar para a justiça e para a cura", pontuou ainda.

Francisco também reforçou as novas normas adotadas pela Igreja Católica para combater a pedofilia e disse que elas são "importantes sinais que foram plantados". Mas, reconheceu que "ainda há muito o que fazer".

"As sementes que foram espalhadas estão começando a dar bons frutos. A incidência dos abusos contra os menores por parte do clero está em queda já há diversos anos nas partes do mundo onde há dados disponíveis e informações confiáveis. Anualmente, quero que me preparem um relatório sobre as iniciativas da Igreja para a proteção dos menores e dos adultos vulneráveis. Tal relatório será um elemento de transparência e de responsabilização e eu desejo que ele dê uma clara visão sobre os nossos progressos nesse compromisso", deu ainda como missão para os membros da comissão.

Para o chefe da Igreja Católica, "se os progressos não forem feitos, os fiéis continuarão a perder a confiança em seus pastores, tornando mais difícil o anúncio e o testemunho do Evangelho".

Francisco agradeceu o trabalho desenvolvido pelos membros da comissão desde a sua criação, que "pode ajudar na minha missão pastoral com aqueles que se dirigiram a mim por suas dolorosas experiências".

A Pontifícia Comissão para Tutela dos Menores foi criada pelo papa Francisco para enfrentar a grande quantidade de denúncias de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica ou por pessoas laicas ligadas às dioceses.

Da Ansa

Um cardiologista de um hospital de Soverato, na província de Catanzaro, foi detido pela polícia italiana sob a acusação de ter violentado sexualmente pelo menos 63 mulheres, incluindo uma menor de idade. Ele atuava falsamente como ginecologista.

De acordo com as autoridades italianas, o profissional de saúde, que não foi identificado, se passava por um médico ginecologista para abusar das pacientes em seu consultório. Os assédios teriam começado em 2017.

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As investigações contra o falso ginecologista tiveram início a partir da denúncia de uma jovem de 20 anos, que foi uma das vítimas do médico. Com isso, a polícia local conseguiu identificar mais de 60 pessoas que foram violentadas pelo profissional.

A ordem de prisão preventiva foi emitida por um juiz de Catanzaro a pedido do Ministério Público. O homem é acusado de diversos crimes, como violência sexual, pornografia infantil e fraude.

Os crimes cometidos pelo médico foram identificados graças às imagens captadas por uma câmera instalada no consultório do profissional.

Da Ansa

O papa emérito Bento XVI pediu perdão, nesta terça-feira (8), pela violência sexual cometida pelo clero, mas negou ter acobertado padres que cometiam tais abusos quando era arcebispo de Munique.

Em uma carta divulgada pelo Vaticano, três semanas após a publicação de um relatório independente na Alemanha que acusou Bento XVI de inação diante dos abusos cometidos no arcebispado de Munique, o papa emérito afirma que nunca acobertou as agressões quando tinha "grandes responsabilidades na Igreja Católica".

"Só posso expressar a todas as vítimas de abusos sexuais minha profunda vergonha, minha grande dor e meu sincero pedido de perdão", escreveu o papa emérito.

"Em todos os meus encontros com vítimas de abusos sexuais por parte de padres (...) percebi em seus olhos as consequências de uma grande culpa e aprendi a entender que nós mesmos caímos dentro desta grande culpa quando a negligenciamos ou quando não a enfrentamos com a decisão e responsabilidade necessárias, como já aconteceu e acontece muitas vezes", afirmou na carta.

O cardeal Joseph Ratzinger foi arcebispo de Munique de 1977 a 1982, e papa de 2005 a 2013.

"Maior é minha dor pelos abusos e erros que aconteceram durante o tempo de minha missão nos respectivos lugares", acrescenta o papa emérito, que se declara "consternado".

O relatório publicado na Alemanha sobre os abusos sexuais contra menores de idade no arcebispado de Munique e Freising critica o então cardeal Ratzinger, que teria sido informado sobre as agressões cometidas por um padre, Peter Hullermann.

Em um documento também divulgado nesta terça-feira pelo Vaticano, conselheiros do papa emérito rebateram as acusações apresentadas no relatório alemão, que analisaram de maneira detalhada.

"Quando foi arcebispo, o cardeal Ratzinger não esteve envolvido em tentativas de dissimular abusos", afirmam os quatro conselheiros, antes de destacar que o relatório tem informações "inexatas".

Em sua carta, o papa emérito também agradece seu sucessor, papa Francisco, pela "confiança, apoio e orações que me expressou pessoalmente".

A nova política do Twitter que impede o compartilhamento de imagens privadas de outras pessoas sem consentimento visa combater o abuso online, mas ativistas e pesquisadores dos Estados Unidos alertam que partidários da extrema direita a usam para se proteger do escrutínio e assediar adversários.

A rede social até admitiu que a implantação das regras, segundo as quais qualquer pessoa pode pedir ao Twitter para deletar imagens suas postadas sem consentimento, foi prejudicada por denúncias maliciosas e erros de sua própria equipe.

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Exatamente o tipo de problema que preocupava os defensores do antirracismo depois do anúncio da política esta semana.

Suas preocupações foram rapidamente validadas com uma captura de tela feita pelo pesquisador anti-extremista Kristofer Goldsmith mostrando uma mensagem da extrema direita circulando no Telegram: "Devido à nova política de privacidade do Twitter, agora as coisas funcionam, inesperadamente, a nosso favor".

"Qualquer pessoa com uma conta no Twitter deve reportar as postagens de 'doxxing' dos seguintes usuários", dizia a mensagem printado, citando dezenas de contas no Twitter.

O 'doxxing', ato de postar detalhes privados de alguém online para que possam ser assediados, os colocou no olho do furacão, enquanto que ativistas que postavam informações também enfrentaram ameaças e assédio.

Gwen Snyder, uma pesquisadora da Filadélfia, disse que sua conta foi bloqueada esta semana após denúncias enviadas ao Twitter sobre uma série de fotos tiradas em 2019 que, segundo ela, mostravam um candidato local em uma marcha organizada pelo grupo de extrema direita Proud Boys.

Em vez de apelar, optou por apagar as imagens e avisar sobre o que estava acontecendo.

"A mobilização do Twitter para remover (meu) trabalho de sua plataforma é incrivelmente perigosa e permitirá e fortalecerá os fascistas", denunciou Snyder à AFP.

- "Vários erros" -

Ao anunciar a política de privacidade na terça-feira, o Twitter observou que o compartilhamento de imagens e vídeos pessoais "pode potencialmente violar a privacidade de uma pessoa e pode causar danos emocionais e psicológicos".

Mas as regras não se aplicam a "figuras públicas ou indivíduos, quando a mídia e o texto do tuíte que o acompanha são compartilhados no interesse público ou agregam valor ao discurso público".

Na sexta-feira, o Twitter admitiu: "Tomamos conhecimento de uma quantidade significativa de relatórios coordenados e maliciosos e, infelizmente, nossas equipes cometeram vários erros".

"Corrigimos esses erros e estamos conduzindo uma revisão interna para garantir que esta política seja usada como previsto", continuou.

No entanto, o ativista e pesquisador Chad Loder, baseado em Los Angeles, disse que sua conta foi permanentemente bloqueada após denúncias de imagens gravadas publicamente de um protesto antivacina e um confronto em frente à residência de um ex-jornalista do Vice.

Para Loder, as denúncias da extrema direita são a ponta do iceberg de um "esforço contínuo e concertado" para eliminar as evidências de seus "crimes".

Especialistas dizem que as novas regras do Twitter parecem uma ideia bem-intencionada, mas são incrivelmente complexas de implementar.

Um dos motivos é que a plataforma se tornou um fórum importante para identificar pessoas envolvidas em grupos de extrema direita e de ódio, com detetives postando seus nomes e outras informações.

Anunciadas um dia depois que Parag Agrawal assumiu como CEO do Twitter, substituindo Jack Dorsey, as novas regras tocam em questões que podem estar além do controle da plataforma.

"Essas são questões que provavelmente serão resolvidas em nossos tribunais", disse Betsy Page Sigman, professora emérita da Universidade de Georgetown.

"Não estou otimista com as mudanças do Twitter", concluiu.

Por essa os fãs de Batwoman não esperavam! Ruby Rose, a antiga protagonista da série, revelou nas redes sociais o motivo de ter sido substituída por Javicia Leslie em maio de 2020. Além de negligências por parte dos estúdios da DC, a atriz ainda denunciou abusos, acidentes graves, incluindo morte de dublês.

Sofri cortes tão perto no rosto que poderia ter ficado cega, disparou.

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Ao que parece, Ruby também sofreu diversas lesões na coluna e foi obrigada a trabalhar 10 dias após fazer uma cirurgia de emergência. Além disso, o produtor Peter Roth tinha comportamentos inapropriados com as mulheres do set e até mesmo teria contratado um detetive particular para seguir a atriz.

Você pensa que acabou? Que nada! Ainda de acordo com Ruby, os abusos no set eram inúmeros a ponto de dois dublês morrem durante as gravações, um membro da produção ter queimaduras de terceiro grau e uma mulher ficar quadriplégica após um acidente.

Nos Stories, ela finalizou pedindo para que os fãs parassem de pedir seu retorno à produção. Eita!

O papa Francisco expressou nesta quarta-feira (6) "vergonha" após a publicação de um relatório detalhado e devastador sobre os abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica francesa durante décadas.

"Desejo expressar às vítimas a minha tristeza e minha dor pelos traumas sofridos, e também minha vergonha, nossa vergonha, pela incapacidade da Igreja durante muito tempo para colocá-las no centro de suas preocupações", disse Francisco durante uma audiência geral.

"Rezo e rezamos todos juntos. Tua é glória, Senhor, e nossa a vergonha. É o momento da vergonha", insistiu o pontífice.

Francisco pediu a todos os líderes religiosos que "sigam adiante com os esforços para que tragédias semelhantes não voltem a acontecer".

Também pediu aos católicos franceses a "assumir suas responsabilidades para que a Igreja seja uma casa segura para todos".

Um relatório independente publicado na terça-feira na França afirma que mais de 216.000 menores de idade foram vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica do país desde 1950.

Padres e religiosos abusaram de 216.000 menores entre 1950 e 2020, mas o número alcançaria 330.000 se levados em consideração os crimes cometidos por laicos que trabalharam em instituições religiosas, afirmou a Comissão Independente sobre os Abusos Sexuais na Igreja (Ciase) na França.

Na terça-feira, em um comunicado divulgado pelo Vaticano, o papa já havia expressado "imensa dor", assim como "gratidão" às vítimas "por sua coragem para denunciar.

O pontífice argentino transformou a luta contra as agressões sexuais em uma de suas prioridades e publicou um manual em 2020 para a gestão de denúncias na Igreja.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu nesta quinta-feira a autoridades da Nicarágua e à sociedade o fim da "violência sexual e do assassinato" de crianças e adolescentes, que deixou este ano 11 vítimas no país.

O Unicef expressou "preocupação profunda com os crimes e a violação sexual de crianças e adolescentes registrados no país". O órgão lamentou, especialmente, o assassinato de duas meninas, de 10 e 12 anos - uma das quais teria sido estuprada - no último sábado, quando banhavam-se em um rio próximo à sua residência, no município de Mulukuku, a 245 km de Manágua.

Outras duas crianças, de 2 e 4 anos, sofreram abusos nos últimos cinco dias, segundo denúncias de parentes à imprensa local. A Federação da Coordenadoria Nicaraguense de ONGs que trabalham com crianças e adolescentes (Codeni) contabiliza 11 crianças e adolescentes vítimas de assassinato em 2020.

"O Unicef faz um chamado com sentido de urgência e alarme" para que as autoridades competentes e a sociedade em geral empreendam ações para deter todo tipo de abuso e violação envolvendo crianças e adolescentes, diz a declaração, que também defende que as instâncias competentes "atuem para que todos os crimes cometidos sejam investigados, processados e condenados oportunamente".

O presidente Daniel Ortega, no contexto das festas nacionais e da consternação com o assassinato das meninas em Mulukuku, anunciou que irá impulsionar uma reforma polêmica das leis, para estabelecer a prisão perpétua como pena máxima para crimes que a legislação atual pune com 30 anos de prisão. Segundo o presidente, serão punidos os que cometerem crimes contra menores e crimes de ódio.

Opositores alertaram que Ortega pretende usar um fato que consternou os nicaraguenses para punir quem protestar contra seu governo com a prisão perpétua.

O cardeal George Pell estava a par dos abusos sexuais contra menores de idade na Igreja australiana desde os anos 1970, mas não fez nada para afastar os padres envolvidos - afirma uma investigação publicada nesta quinta-feira (7).

Pell, que foi tesoureiro do Vaticano, foi acusado de abusos sexuais contra menores e passou mais de um ano detido. No mês passado, foi absolvido de todas as acusações pela Alta Corte australiana e liberado da prisão.

O relatório da Royal Commission - comissão de investigação pública que ouviu milhares de testemunhas - foi concluído em 2017, mas havia muitas partes censuradas para não influenciar os julgamentos em curso e que agora foram publicadas.

A comissão determinou que, em 1973, quando era padre na diocese rural de Ballarat, estado de Victoria, Pell já sabia que Gerald Ridsdale, um padre católico agora detido, levava meninos para passeios noturnos no campo.

"Naquele momento, já tinha conhecimento de abuso sexual contra menores", afirma o relatório.

"Também estamos convencidos de que, em 1973, o cardeal Pell não apenas estava ciente dos abusos sexuais a crianças por parte do clero, como também considerou medidas para evitar situações que provocassem rumores sobre o tema", completa o documento.

Os investigadores afirmam que "é provável que soubesse das transgressões sexuais Ridsdale" em 1977, quando Pell participou em uma reunião que debateu a transferência do padre para outra paróquia.

Pell, que em 1973 morou com Ridsdale e o apoiou em seu primeiro julgamento em 1993, afirma que não lembra de acusações contra ele quando estava em Ballarat.

Em um comunicado, o cardeal declara que está "surpreso com algumas opiniões da Royal Commission", que segundo ele "não são baseadas em provas".

A comissão também determinou que Pell deveria ter tentado expulsar outro padre, Peter Searson, depois de receber uma lista de reclamações de uma delegação de professores em 1989, quando Pell era vice-arcebispo de Melbourne.

Searson foi objeto de várias queixas entre os anos 1970 e 1990, incluindo sobre abusos sexuais de meninos e por seu comportamento "desagradável, agressivo e violento", de acordo com a comissão.

Pell admitiu que sua investigação poderia ter sido "um pouco mais agressiva" para recomendar medidas ao arcebispo, mas a comissão considera que ele deveria ter atuado contra Searson em 1989. Veio a fazer isso somente em 1997.

Em seu comunicado desta quinta-feira, Pell alega que a delegação de professores "não mencionou agressões sexuais, nem pediu a saída de Searson".

Searson se declarou culpado em 1997 de agredir fisicamente um menino, mas nunca foi acusado por abusos sexuais. Morreu em 2009.

Em 2012, quando foi anunciada a investigação da Royal Commission, Pell, então arcebispo de Sydney, disse que os abusos na Igreja Católica eram "exagerados".

A investigação ouviu mais de 4.000 supostas vítimas de abusos sexuais em instituições religiosas e concluiu que, em algumas dioceses, mais de 15% dos padres eram agressores.

Pell, de 78, passou mais de um ano na prisão após a condenação em dezembro de 2018 por abusos sexuais de dois coroinhas na década de 1990, quando era arcebispo de Melbourne.

Ele sempre negou as acusações e foi absolvido pelo Alto Tribunal australiano, após um segundo processo de apelação.

Em 1983, Xuxa Meneghel começou a fazer história na TV brasileira ao comandar na extinta Rede Manchete o programa Clube da Criança. Três anos depois, a gaúcha de Santa Rosa foi parar nas manhãs da Globo. Reunindo histórias de sucesso, a vida de Xuxa vai ser contada em breve nos cinemas. O filme Rainha, que ainda não tem sua data de lançamento definida, não vai contar só as glórias conquistadas pela loira.

De acordo com Ricardo Feltrin, colunista do Uol, o longa-metragem vai relatar os abusos sexuais sofridos por ela na infância e começo da adolescência. Em fase de pré-produção, o projeto cinematográfico será dirigido por uma diretora argentina. Quando revelou em entrevista a Leo Dias que a sua história pessoal e artística estaria pronta para invadir os cinemas, Xuxa declarou que Sasha, sua filha, chegou a ser cotada para interpretá-la, mas a ideia foi rapidamente descartada.

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Em entrevista à revista Vogue, no final de 2019, Xuxa compartilhou um dos momentos em que foi abusada. Na época a apresentadora tinha apenas quatro anos.  “Por que eu fui a escolhida? Não sei, mas me lembro de um cheiro de álcool de alguém, uma barba que machucou o meu rosto e algo que foi colocado na minha boca. Acordei dizendo que alguém tinha feito xixi na minha boca e meus irmãos disseram que eu tinha sonhado. Essa foi minha primeira experiência com abuso sexual, que, diga-se de passagem, eu não me lembro direito, mas existiram outros casos”, revelou.

Marcelo Adnet foi o convidado da vez do Saia Justa, programa do GNT, e deu mais detalhes sobre os abusos que sofreu em sua infância, quando tinha sete anos de idade. O humorista abriu o jogo sobre como tudo aconteceu e, de quebra, como foi contar para seus pais, anos depois, sobre o que tinha acontecido.

"Foi difícil na época porque a primeira vez foi com sete anos de idade e eu tive uma grande sorte dos meus pais e avós voltarem para casa logo no momento que ele estava consumando o ato. Então foi uma coisa pra mim quase mágica. No que eu comecei a sentir um grande desconforto, de que havia algo errado... porque a criança não sabe o que é aquilo, a criança não sabe o que é o sexo. Mas ela sabe que existe algo ali que não é saudável, que não é certo, que é construído em cima de uma ameaça. No meu caso ele falou que tinha morrido a cachorra da casa onde eu passava férias no norte fluminense, aqui no Rio [de Janeiro]. A cachorra morreu e eu como uma criança de sete anos amava aquela cachorrinha e ele falou que podia trazer a cachorra de volta, se eu não contasse nada pra ninguém e fizesse o que ele mandava. Então essa foi a ameaça ou então o chocolate que ele me deu, nesse caso. Enfim, isso foi interrompido, eu tomo isso como uma coisa mágica e sentia como criança que aquilo estava errado".

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Depois Adnet, que teve uma crise em seu casamento recentemente, relata outra situação. "E depois teve um outro episódio aos 11 anos que não chegou tão longe, mas mesmo assim é importante, porque aos 11 eu já sabia o que aquilo era. Mas imagina, você aos sete, quando sofre um abuso, quando você descobre o que é sexo você automaticamente descobre que aquilo que fizeram com você era sexo. Então, o seu primeiro contato com a sexualidade, de uma forma racional, educativa, ele é um grande trauma, uma grande dor, porque você acaba entendendo aquilo que aconteceu com você quando criança. Então são várias camadas de dor, de complicação, coisas para se lidar. Mas pra mim o mal dito é o não dito. Não falar e não dizer, porque pra mim foi uma coisa que aconteceu há muito tempo, então eu posso hoje falar com tranquilidade porque eu já tive tempo pra lidar, aceitar, etc. E é isso, eu recebi muitas mensagens legais".

Questionado por Astrid Fontenelle sobre como foi verbalizar esses casos para os pais, Adnet disse:

"[Foi] muito anos depois. Na minha cabeça eu achei que eu tinha falado com os meus pais, mas eu não tinha falado. Eu achei que por algum truque... eu falei com amigos, amigos próximos... e era um assunto que quando surgia eu falava sem problemas, mas com os meus pais eu construí na minha cabeça uma ilusão que eu tinha falado, quando na verdade eu não tinha. Eu falei com a minha mãe há poucos anos sobre isso porque em algum momento eu não queria feri-los, que eles sentissem uma dor que não é deles, porque eles não tiveram culpa, não houve uma culpa dos meus pais direta"

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Comerciantes que se aproveitaram da crise na qualidade da água distribuída no Estado do Rio de Janeiro, nos últimos dias, para reajustar de forma abusiva o preço da água mineral que vendem poderão ter que se explicar à Justiça. É que a Polícia Civil do Rio começou a investigar denúncias de casos desse tipo. O Procon-RJ (órgão estadual de defesa do consumidor) registrou casos de comerciantes que aumentaram em até 42% o preço do galão de água mineral de 20 litros.

Nesta sexta-feira (17), a Delegacia do Consumidor (Decon) instaurou inquérito para investigar comerciantes e empresários que estão cobrando preços abusivos pela água mineral. Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, a delegacia especializada solicitou ao Procon-RJ os inquéritos e as autuações feitas em locais que estão vendendo água por preços abusivos.

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Na quarta (15) e na quinta-feira (16), o Procon-RJ realizou uma operação de fiscalização para verificar denúncias sobre o aumento desproporcional do valor da água mineral em decorrência da crise da água. Foram visitados 14 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas norte, sul e oeste do Rio e na Baixada Fluminense.

O aumento mais expressivo encontrado foi de 42,85%, em um estabelecimento localizado em Jacarepaguá (zona oeste). Os fiscais constataram aumento de preço em sete das lojas vistoriadas, e a variação foi de 7% a 42,85%, em relação ao preço praticado antes da crise.

Quatro estabelecimentos não mudaram o preço. Outros três não conseguiram comprovar os valores praticados antes do aumento da procura por água e tiveram prazo de 48 horas para fazer isso. As empresas que aumentaram os preços serão investigadas em processos administrativos e poderão ser multadas por infringir o Código de Defesa do Consumidor.

O Procon-RJ ressaltou que o vendedor tem liberdade para praticar preços de acordo com seus custos e com a oferta e a procura, mas não pode aumentar o preço de forma desproporcional e injustificável, aproveitando momentos de crise.

O consumidor que identificar aumentos desproporcionais do preço da água no Estado do Rio de Janeiro pode denunciá-los através do telefone 151, pelo aplicativo Procon RJ ou pelo site www.procononline.rj.gov.br.

O estudante Reynhard Sinaga, de 36 anos, foi condenado à prisão perpétua por 159 crimes sexuais, dentre esses, 136 estupros, envolvendo 48 homens. Segundo as autoridades de Manchester, no Reino Unido, ele atraia as vítimas ao seu apartamento e as drogava para filmar os abusos.

O indonésio foi classificado como o "estuprador com maior número de casos da história jurídica britânica" e recebeu a pena, com direito à condicional após 30 anos de prisão. Dentre os crimes estão 136 acusações de estupro, oito de tentativa de estupro, 14 de agressão sexual e uma de agressão com penetração.

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 Contudo, a investigação prossegue e a polícia calcula que ele tenha feito pelo menos 190 vítimas. "Suspeitamos que ele tenha cometido crimes por um período de 10 anos", afirmou o subchefe de polícia Mabbs Hussain.

Na sentença, a juíza Suzanne Goddard disse a Sinaga: "você é um indivíduo altamente perigoso, ardiloso e traiçoeiro que nunca será seguro para a sociedade para ser libertado". Porém, a decisão sobre a liberdade é tomada pelo Conselho de Liberdade Condicional.

Segundo a matéria da BBC, ele esperava os jovens saírem de boates e oferecia seu apartamento para tomar um drinque ou chamar o táxi, antes de atacá-los. Sinaga alega que o sexo era consensual e que as vítimas concordaram em ser filmados. No entanto, diversos rapazes afirmam que sofreram impactos na saúde mental, envolvendo pensamentos suicidas.

As autoridades calculam que os ataques começaram em 2015, mas ele só foi pego em 2017, após uma das vítimas recuperar a consciência, lutar contra ele e chamar a polícia. As filmagens foram o fio da meada para o decorrer das investigações.

Pelo menos 175 menores de idade foram vítimas de abusos sexuais cometidos por membros dos Legionários de Cristo entre 1941 e 2019, 60 deles por seu fundador Marcial Maciel, de acordo com um relatório interno da poderosa congregação católica divulgado nessa sábado (21).

Os abusos foram cometidos por 33 religiosos, sacerdotes ou diáconos, de acordo com o relatório elaborado pela "Comissão de casos de abuso infantil do passado e atenção às pessoas envolvidas" e que abrange desde a fundação da congregação, em 1941, até 16 de dezembro deste ano.

"A maioria das vítimas eram crianças adolescentes com entre 11 e 16 anos", detalha o relatório divulgado no site zeroabusos.org. O relatório foi publicado depois que o papa Francisco eliminou o segredo pontifício para as denúncias de abuso sexual, um pedido das vítimas que garantirá maior transparência diante de uma realidade escandalosa que desacreditou a Igreja Católica.

A congregação, fundada em 1941 pelo mexicano Maciel (1920-2008), argumenta que avançou junto a 45 das vítimas num processo de "reparação e reconciliação", embora reconheça a necessidade de facilitar esse processo para outras.

O relatório indica que dos 33 padres que cometeram abusos, sem considerar Maciel, 18 ainda fazem parte da congregação, mas estão afastados de obras públicas ou que envolvam contato com menores.

Dos 33 padres que cometeram abusos, 14 foram vítimas na Congregação, o que evidencia a existência de "cadeias de abuso" onde "a vítima de um legionário, com o passar dos anos, se tornou agressor".

"Nesse sentido, é emblemático que 111 dos menores abusados na Congregação tenham sido vítimas de Maciel, de uma de suas vítimas ou de uma de suas vítimas", afirmou.

A comissão, criada em 20 de junho pelo superior geral dos Legionários de Cristo, padre Eduardo Robles-Gil, afirmou que "não acredita que seu estudo tenha sido capaz de descobrir todos os casos", uma vez que ocorrem no ocultismo.

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