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Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 79,7% das empresas investiram em 2013. Praticamente o mesmo porcentual registrado no ano anterior (78,7%). Os números ainda estão distantes do pico verificado em 2010 (89,6%), de acordo com a pesquisa anual sobre intenção de investimentos divulgada nesta terça-feira, 28.

No fim de 2012, 83% das empresas mostravam intenção de investir no ano seguinte. O porcentual de empresas que se mostraram dispostas a investir em 2014 é de 78,1%, menor valor da série histórica iniciada em 2010 e terceira queda consecutiva desde o pico registrado em 2011 (91,1%).

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Segundo a Confederação, 82,9% das empresas avaliam que a capacidade produtiva atual está adequada ou mais que adequada diante da expectativa para a demanda, 5,3 pontos porcentuais acima do verificado um ano antes. "Desse modo, menos empresas veem necessidade de investir em capacidade de produção", diz a CNI.

A incerteza econômica foi apontada novamente pelas empresas como principal problema que pode frustrar os planos de investimentos para 2014. Esse fator é citado por 60,9% das empresas consultadas, praticamente o mesmo valor de 2013 (61,0%).

O item "reavaliação da demanda/ociosidade elevada" é apontado como risco por 38,5% das companhias, abaixo dos 42,4% verificados na pesquisa do ano anterior. Em terceiro lugar segue o custo de financiamento, cujo porcentual de citações subiu de 28,1% para 29,2%.

Segundo a CNI, 79,6% das empresas que pretendem investir terão como foco o mercado doméstico. Apenas 3,6% focarão principalmente o mercado externo. O porcentual de empresas que pretendem comprar máquinas e equipamentos caiu para 91,9%.

Digerindo a informação de que a inflação ao final de 2013 ficou acima do esperado e com a perspectiva de que os preços devem ficar pressionados também em 2014, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, optou por elevar a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, para 10,50% ao ano. A ata da reunião do Comitê da semana passada, divulgada nesta quinta-feira (23), revelou a preocupação do BC em conter a inflação e tende a colocar um gás a mais nas estimativas do mercado financeiro para os próximos passos da política monetária.

O trabalho promete ser árduo para o BC neste ano de eleição presidencial. A decisão mais recente da autoridade monetária surpreendeu parte do mercado financeiro, que, na semana passada, contava com uma elevação mais amena, de 0,25 ponto porcentual. O ambiente de dúvida dos analistas sobre a próxima atuação do Copom tende a permanecer.

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A diferença agora é que, no lugar de uma divisão entre mais uma alta dos juros ou uma pausa, o mercado deverá discutir entre mais uma elevação de 0,25 pp ou de 0,50 pp. No documento de hoje, o BC manteve a afirmação sobre a defasagem do efeito da política monetária, expressão que levou muitos analistas a preverem uma alta de 0,25 pp na reunião de janeiro. Também incorporou a avaliação de que a inflação surpreendeu ao final do ano passado, o que justificaria a manutenção do aperto em 0,50 pp.

Em dezembro, o IPCA fechou em 0,92%, ficando 0,13 ponto porcentual acima da taxa vista exatamente um ano antes. Com isso, a inflação acumulada em 2013 saltou para 5,91% e fez com que o presidente do BC, Alexandre Tombini, não cumprisse a promessa de entregar um índice mais baixo do que o visto no ano anterior, de 5,84%.

Assim que o dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tombini admitiu que a inflação ao consumidor mostrou uma resistência "ligeiramente acima daquela que se antecipava". A avaliação foi repetida no documento apresentado hoje pelo BC: "o Copom pondera que a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência, que, a propósito, tem se mostrado ligeiramente acima daquela que se antecipava".

O tom da análise sobre o comportamento dos preços na ata de hoje foi diferente - mais pesado - do que o apresentado na edição anterior, do início de dezembro. O colegiado salientou logo no primeiro parágrafo do documento que as informações disponíveis agora sugerem "certa persistência da inflação", com destaque para o segmento de serviços. Imediatamente essa percepção se refletiu nas previsões para o IPCA de 2014 e 2015.

O BC não traz números, mas informou que, para este ano, houve um aumento das estimativas e que a taxa segue acima do centro da meta perseguida pela instituição de 4,5%. Para 2015, a previsão do BC também está acima desse patamar. Outra importante mudança que deve ter pressão sobre os preços foi em relação ao câmbio. O BC não só aumentou de R$ 2,30 para R$ 2,40 a premissa com a qual trabalha para o dólar - lembrando que no dia da decisão do Copom a moeda foi comercializada a R$ 2,3560 -, como reforçou que a depreciação cambial é uma pedra no sapato a mais para o trabalho de conter a inflação.

O BC aposta, no entanto, em sua própria atuação de aperto monetário para conter esse impacto, ao afirmar que os efeitos secundários dessa depreciação podem e devem ser limitados pela "adequada condução da política monetária". Ainda que a perspectiva de aumento de salários seja menor este ano, o BC também atribuiu a essa variável um componente altista dos preços.

Esse mantra é o mesmo que vem sendo entoado pela equipe econômica desde o ano passado para os reajustes salariais de 2013. O Comitê avalia ainda, porém, que a dinâmica salarial pode "originar pressões inflacionárias de custos". Na área fiscal, o BC tratou de enaltecer a importância de pelo menos se repetir os resultados alcançados nos últimos anos. Citou na ata uma série de benefícios gerados a partir dessa posição do governo, como diminuição do custo de financiamento da dívida pública, o que aumentaria o investimento privado no médio e no longo prazo.

Sobre atividade, o BC mencionou que a melhora das condições no exterior ajuda na recuperação brasileira e que essa perspectiva de crescimento internacional não será mais uma fonte de auxílio para o controle da inflação.

O tensionamento eleitoral que impediu que propostas sensíveis aos candidatos e ao eleitorado avançassem no Congresso Nacional já em 2013 deve fazer com que o Legislativo neste ano, tendo em vista a proximidade cada vez maior das eleições, deixe de lado as votações mais relevantes e amplie o estoque deixado do ano passado.

Casos exemplares são os projetos que mexem com as finanças municipais e, principalmente, estaduais, tendo em vista que muitos governadores são candidatos à reeleição em outubro. Na semana passada, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), chegou a declarar que não seria candidato se o projeto não fosse aprovado.

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O texto altera os indexadores dessas dívidas, prevê a retroatividade dos novos índices e tem como principal efeito uma flexibilização fiscal dos entes federados. Arrastou-se no Senado ao longo de 2013 e acabou aprovado em dezembro em reunião conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e da Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A base aliada, de olho no interesse de suas bases regionais, promete votá-lo no plenário já em fevereiro. Mas como a aprovação da proposta dá um mal sinal ao mercado, pois permite a tomada de novas dívidas, o governo tenta evitar essa votação. "O projeto é de interesse de todos os Estados e municípios, que poderão ter a partir dele uma nova capacidade de financiamento e investimento", disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), presidente da CAE e provável candidato do PT a governador do Rio.

A base também quer aprovar no início do ano uma proposta que reduz as alíquotas do ICMS para operações interestaduais. O projeto está parado desde abril do ano passado, porque, em vez de diminuir, os senadores aumentaram o número das alíquotas apresentadas pelo governo federal para beneficiar seus Estados. O acordo com o governo é que ambas as matérias sejam votadas no início do ano legislativo, mas senadores não estão muito otimistas quanto a isso.

Considerada eleitoreira e fruto de troca de farpas no último mês de funcionamento do Senado, o texto que vincula o Bolsa Família à Lei Orçamentária de Assistência Social (LOAS) estará na fila de espera da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Casa e sofrerá pressão do PSDB para seguir para o plenário. Seu autor, o presidente nacional do PSDB e provável candidato do partido à presidência da República, pretende com a proposta demonstrar apreço dos tucanos pelo programa e seu interesse em aperfeiçoá-lo em face do discurso petista de que ele daria fim ao programa.

Outra discussão que será retomada em 2014 é a regulamentação do trabalho escravo. O relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), garante que a matéria será apreciada em plenário antes do carnaval. Nos bastidores, contudo, já se fala em barrar a proposta. O projeto prevê a expropriação de propriedade em que for encontrado trabalho análogo à escravidão.

Na Câmara, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), elencou o Marco Civil da Internet, o novo Código da Mineração e a reforma política como prioridades para 2014, ano em que ele mesmo considera apertado devido ao calendário eleitoral e à Copa do Mundo no país. A expectativa é de que haja vida útil na Câmara até meados de abril apenas, pois a maioria dos deputados tentarão a reeleição. Isso acaba por encurtar o prazo de aprovação de propostas relevantes, que costumam demandar mais tempo de discussão.

Das três prioridades, a reforma política é a mais difícil de sair, pois cada parlamentar tem visão diferente sobre o melhor modelo. Já o Código de Mineração apresenta uma dificuldade política. Deputados de Estados mineradores como Minas Gerais e Pará tentam defender os interesses do seu eleitorado, ao passo que o restante das bancadas tentam incrementar ampliar a divisão dos recursos financeiros decorrentes da exploração da atividade.

A inflação no próximo ano vai superar a de 2013, de acordo com projeções de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC). A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano é 5,73%, após duas altas consecutivas na expectativa. Para 2014, a projeção é 5,98%, na terceira alta seguida. No ano passado, a inflação ficou em 5,84%.

Essas projeções, atualizadas todas as semanas, estão acima do centro da meta de inflação, de 4,5%, e abaixo do limite superior de 6,5%. É função do BC fazer com que a inflação convirja para o centro da meta.

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Entretanto, no dia 20, ao divulgar o Relatório de Inflação, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse que o cenário mais provável da instituição não aponta a inflação no centro da meta em 2013 e nos próximos anos. “O cenário mais provável não aponta essa convergência, o que não implica que não seja possível. São coisas distintas. A convergência pode se tornar mais provável mais adiante, na medida em que a economia começar a responder às ações que foram tomadas”, acrescentou.

No Relatório de Inflação, o BC prevê que o IPCA vai ficar em 5,8%, este ano. Para 2014, a estimativa para a inflação é 5,6% e, para 2015, 5,4%.

Um dos instrumentos usados pelo BC para influenciar a atividade econômica e, por consequência, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

O diretor lembrou que, neste ano, a Selic foi ajustada em 2,75 pontos percentuais e os efeitos desses aumentos levam tempo para aparecer. Atualmente, a Selic está 10% ao ano. Para as instituições financeiras, ao final de 2014, a Selic estará em 10,5% ao ano.

A estimativa para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB) foi mantida em 2,30%, este ano, com expectativa de expansão menor em 2014 (2%).

A expectativa para a cotação do dólar foi mantida em R$ 2,34, este ano, e em R$ 2,45, no fim de 2014.

O vice-presidente de Relações Governamentais e Assuntos Corporativos para a América do Sul da Ford, Rogelio Golfarb, disse nesta quinta-feira, 12, que acredita no início de um novo ciclo do setor automotivo do Brasil. Se desde 2004 o mercado crescia a taxas de dois dígitos, a partir de agora o aumento deve ser bem mais modesto. Golfarb afirmou esperar para 2014 um avanço entre 1% e 2%.

Em evento da montadora de encerramento do ano, na capital paulista, Golfarb disse que é precipitado fazer projeção com variáveis em aberto, como a nova taxa do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o tributo será mantido até 31 de dezembro e que, após essa data, haverá reajuste.

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O dirigente da Ford afirmou também que é preciso esperar a definição sobre a implantação de air bag e ABS. Mantega disse nesta quarta-feira, 11, que o governo poderia adiar a entrada em vigor da medida que obrigaria, a partir do próximo ano, que 100% dos carros fabricados no Brasil tivessem esses itens de segurança. Golfarb afirmou que "ainda é cedo" para analisar o impacto das novas taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), anunciadas ontem. "Vamos esperar dezembro e a definição dessas variáveis para fazer projeções", disse Golfarb.

Cenário

Golfarb disse, durante seu discurso no evento, que as vendas de veículos neste anos podem não chegar ao nível de 2012. A explicação, segundo ele, está na maior cautela do setor financeiro na liberação de crédito. O dirigente da Ford afirmou também que existe um descolamento entre o volume de vendas e a produção por três razões: substituição de importados, principalmente devido ao programa Inovar-Auto, exportação de automóveis e o alto nível de estoques. Como prevê um novo ciclo para o mercado automotivo - ainda de crescimento, porém bem mais modesto -, Golfarb mostrou preocupação de que haja ociosidade nas fábricas em razão dos altos investimentos anunciados pelas montadoras no Brasil recentemente.

A pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira (27), que 39% dos entrevistados acreditam que o restante do governo Dilma Rousseff será ótimo ou bom. É uma elevação de quatro pontos porcentuais em relação à sondagem de julho. Outros 33% dos entrevistados consideram que o restante do governo será regular - uma subida de três pontos porcentuais em relação ao último levantamento.

A parcela daqueles que consideram que o restante do governo será ruim ou péssimo caiu oito pontos porcentuais no período, de 31% para 23%. O número dos que não souberam responder ou não quiseram opinar sobre essa questão permaneceu estável, em 5% dos pesquisados.

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Combate à fome

A área em que o governo da presidente Dilma é melhor avaliado é a de combate à fome e à pobreza. Atualmente, 51% dos entrevistados aprovam as políticas e ações nessa área, contra 47% que desaprovam.

Por outro lado, a área de saúde, mesmo com o lançamento do programa Mais Médicos, é pior avaliada no governo Dilma, com 77% de desaprovação. Aqueles que aprovam a atuação do governo nesse quesito é de apenas 21%.

A atuação nas áreas de segurança pública e educação também tem sido desaprovada pela população. Ao todo, 74% desaprovam a atuação do governo na segurança pública, enquanto 24% aprovam. No caso da educação, 65% desaprovam e 33% aprovam.

Impostos e juros

A pesquisa CNI/Ibope apontou que 73% dos entrevistados desaprovam a política de impostos do governo Dilma Rousseff. Na sondagem anterior, em junho, 64% desaprovavam a política tributária do governo. Entre aqueles que desaprovam, o indicador caiu de 31% para 22%.

CNI/Ibope mostrou ainda que 71% dos entrevistados desaprovam a política de taxa de juros do governo. O resultado é 17 pontos porcentuais maior que o registrado pelo mesmo quesito no levantamento anterior, de junho. Na pesquisa atual, o porcentual dos que aprovam tal política caiu 16 pontos porcentuais, de 39% para 23%.

Desemprego

Pela primeira vez desde o início do atual governo Dilma, o número de entrevistados que desaprovam a política de combate ao desemprego superou aqueles que aprovavam. A sondagem registrou que 57% dos entrevistados desaprovam a política de combate ao desemprego do governo.

Na sondagem anterior, em junho, 45% desaprovavam tal política. Os porcentuais que aprovam somam agora 39%, sendo que em junho eles totalizavam 52%.

Inflação

Aumentou em 11 pontos porcentuais o número de entrevistados que desaprovam a política do governo Dilma de combate à inflação. O indicador agora é de 68%, enquanto em junho era de 57%. A sondagem mostrou que aqueles que aprovam a política de combate à inflação são atualmente 27%. Em junho, era de 38%.

O levantamento foi realizado entre os dias 14 e 17 de setembro, com 2.002 pessoas entrevistadas em 142 municípios. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A Standard & Poor's revisou nesta quarta-feira a perspectiva para o Chipre de negativa para estável. Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco afirmou os ratings soberanos de curto e longo prazos do país em 'CCC/C'.

"A revisão da perspectiva reflete nossa expectativa de que o governo cipriota vai aceitar os termos de um programa de ajuda de até 10 bilhões de euros, oferecido pela União Europeia e Fundo Monetário Internacional, e o fato de que a primeira tranche do programa vai ser desembolsada em tempo de o governo honrar o pagamento de um bônus em euros que vence em 4 de junho", disse a S&P em comunicado. "Entendemos que o empréstimo terá uma baixa taxa de juros e vencimento longo."

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A S&P prevê que o Chipre permanecerá como membro da zona do euro e que os controles de capital introduzidos recentemente vão ser mantidos, em algum grau, para evitar uma fuga de recursos dos bancos cipriotas. A agência também projeta que a economia do Chipre vai apresentar contração em torno de 20% entre 2013 e 2016. As informações são da Dow Jones.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou na tarde desta terça-feira à sede do ministério e evitou fazer comentários sobre o rebaixamento da perspectiva do rating da Petrobras, de estável para negativa, pela agência de classificação de risco Moody's. Mantega participou da reunião do Conselho de Administração da estatal petroleira nesta manhã.

O ministro também não respondeu aos questionamentos sobre a possibilidade de aumento nos preços dos combustíveis e sobre a mudança em regras cambiais anunciada mais cedo pelo Banco Central.

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Mantega receberá na quarta-feira (19) os jornalistas para uma confraternização de fim de ano.

Brasília - Mesmo com a economia em ritmo mais lento este ano, o emprego no país não deve ser afetado, com exceção do setor industrial, na avaliação de especialistas. Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e professor da Universidade de Campinas (Unicamp) Júlio Gomes de Almeida, o crescimento econômico vem deixando a desejar há três trimestres. “A perspectiva é que melhore, mas ainda assim não deve ser nada de excepcional”, diz. Segundo ele, o crescimento menor da economia decorre, principalmente, do setor industrial, que enfrenta a concorrência dos produtos importados.

Para Almeida, a recente alta do dólar ajuda a aumentar competitividade da indústria brasileira. Mas a situação econômica incerta de outros países faz com que se queira vender mais produtos para o Brasil. “A desvalorização do real ajuda a produção no Brasil e defende da concorrência. Por outro lado, a concorrência estrangeira também aumenta. A venda dos produtos para a gente ficou mais cara, mas estão dispostos a fazer sacrifícios para vender para o Brasil, porque não têm mercado alternativo. Tem efeito bom para a nossa economia e nossa indústria, mas esse efeito diminui em função da situação externa que se agravou", diz Almeida.

De acordo com ele, o emprego no país não foi afetado porque, apesar dos problemas na indústria, o setor de serviços continua crescendo e gerando vagas. Já no setor industrial, deve continuar a haver perdas de vagas.

Para o coordenador de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), Armando Castelar, só há riscos para a geração de emprego no país com um cenário da construção civil em desaceleração, a indústria fraca e a redução de investimentos ligados às exportações permanecer no curto prazo.

Além disso, segundo Castelar, como as empresas enfrentaram dificuldades para contratar mão de obra qualificada, agora evitam demitir. “Há receio de que tenham dificuldades para achar trabalhadores novamente”.

Além de os trabalhadores não terem que enfrentar aumento do desemprego, a inflação deve permanecer sob controle este ano, na avaliação dos economistas. “Não vejo sinal de que a inflação aumente porque o nível de atividade está baixo. Com esse nível de atividade, as empresas relutam em remarcar preços. Por outro lado, os preços de muitas commodities [produtos primários com cotação internacional] que o Brasil exporta estão em declínio no mercado mundial. Aqui dentro também não há impacto desses preços”, analisa Almeida.

Para Almeida, ainda falta ao país desindexar preços e tarifas, como de alugueis corrigidos por índices de inflação, para que em momentos de ritmo maior de crescimento não se tenha inflação em alta. “É preciso desindexar a economia. Isso dá uma inércia na inflação [processo inflacionário gerado pelo reajuste de preços, de acordo com a inflação do período anterior]. Por outro lado, nosso crescimento demandou muita gente no setor de serviços, com aumento dos rendimentos, impactando a inflação”, destaca.

Além da realimentação dos preços pela inflação passada, Castelar também explica que a alta dos preços vem das expectativas dos empresários. Segundo ele, como o país tem inflação, em média, acima de 5,5% nos últimos anos, é difícil reduzir os preços.

“Neste ano, a população não vai sofrer uma perda de emprego, nem ser prejudicada pela inflação, mas será afetada um pouco pela redução do crédito”, conclui Almeida. Segundo ele, há receio das instituições financeiras em conceder crédito no atual momento econômico, mas a oferta deverá ser retomada no final do ano.

A economia em ritmo mais lento tem levado à revisão das estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O Banco Central (BC) revisou a projeção para este ano de 3,5% para 2,5%. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reduziu a estimativa de expansão do PIB, de 3% para 2,1%. A projeção de analistas de instituições financeiras consultados pelo BC todas as semanas já foi revisada para baixo 10 vezes seguidas e está em 1,9%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também revisou a estimativa para baixo, de 3% para 2,5%.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) está com inscrições disponíveis para o curso de desenho para crianças e perspectiva à mão livre para profissionais. As aulas iniciarão na próxima quarta-feira (18) e a carga horária dos encontros é de 30 horas.

A proposta do curso de desenho, destinado a crianças de 8 a 13 anos de idade, é apresentar diferentes formas de criações aos alunos em aulas diárias que seguirão até o dia 27 de janeiro, das 8h às 12h. O investimento é de R$ 158. As atividades do curso de perspectiva à mão livre são indicadas para profissionais e alunos de design, expressão gráfica, artes, arquitetura e áreas afins. As aulas serão às segundas, quartas e sextas, no horário das 13h às 17h, até o dia 6 de fevereiro. A atividade custa R$ 218.

Os interessados devem se inscrever na Central de Atendimento do Senac, que fica no seguinte endereço: avenida Visconde de Suassuna, 500, Santo Amaro, no Recife. Mais informações podem ser obtidas na página eletrônica do Senac ou pelo telefone (81) 3413-6723.

Serviço:
Desenho para Crianças – 18/01 a 27/01, no horário das 8h às 12h. Investimento: R$ 158
Perspectiva à Mão – 18/01 a 06/02, no horário das 13h às 17h. Investimento: R$ 218
Inscrições: Central de Atendimento do Senac - avenida Visconde de Suassuna, 500, Santo Amaro, no Recife

Na contagem regressiva para o início do próximo ano, o LeiaJá transmite, hoje (28), ao vivo, a partir das 14h30,  programa especial com os blogs parceiros, no Opinião Brasil - via TVLeiaJá.

A ideia é fazer uma retrospectiva do ano de 2011, frente a perspectiva de 2012.

 

 

 

 

 

Após ter entrado em estagnação no segundo semestre deste ano, a economia brasileira vai retomar a trajetória de crescimento no primeiro trimestre de 2012. Este cenário é traçado a partir do Indicador Serasa Experian de Perspectiva Econômica, que subiu pela terceira vez seguida em outubro ante o mês anterior - a alta foi de 0,2%, levando o indicador aos 98,3 pontos.

"O que acontece com o indicador hoje provavelmente é o que vai acontecer com a economia em seis meses", explica o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi. "O ciclo de crescimento do indicador começou a subir em agosto, então podemos projetar uma retomada da economia em algum momento do primeiro trimestre."

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O novo ciclo de crescimento, de acordo com a empresa, será impulsionado pelo corte das taxas básicas de juros, medidas macroprudenciais, adoção de isenções fiscais e aumento de 14,3% do salário mínimo a partir de 1º de janeiro.

A perspectiva para a economia global se deteriorou nos últimos meses, afirmou nesta quinta-feira David Hawley, vice-diretor de relações externas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, o Fundo deve divulgar que as projeções para a economia mundial recuaram, quando liberar seu próximo relatório, no mês que vem.

"No geral, nossa visão é que a atividade se enfraqueceu e se tornou mais desigual e a perspectiva se deteriorou", comentou Hawley, em entrevista coletiva. Os mercados financeiros mundiais têm sido afetados por uma série de fatores nas última semanas, incluindo os persistentes temores com a saúde fiscal da Europa, a frágil recuperação econômica dos EUA e os conflitos no Oriente Médio e no norte da África.

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Hawley disse que o FMI está analisando a situação na Líbia, mas não pode fornecer ajuda até que um novo governo esteja formado e reconhecido pelos membros do Fundo. "Quando houver um reconhecimento internacional claro e amplo de um novo governo, o Fundo poderá agir", afirmou, sugerindo que o FMI ainda vai realizar uma avaliação sobre os impactos causados pela guerra civil.

O FMI deve realizar sua reunião anual em Washington no mês que vem, e um dos principais assuntos discutidos serão os receios com dívidas soberanas e o setor bancário na Europa. Hawley disse que os representantes do FMI estão na Grécia, como parte que uma equipe que vai avaliar as medidas de austeridade adotadas pelo país. Esse grupo deve dar um parecer no começo de setembro. Então, a diretoria do Fundo poderá votar sobre a nova parcela do pacote de resgate para a Grécia, o que deve ocorrer até o fim do mês que vem. As informações são da Dow Jones.

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