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Os números nunca batem. Para os estatísticos, são dois milhões. Para os devotos, muito mais. Porque todo ano mais gente se une à procissão. O Círio 2016, na sua edição 224, reuniu milhões de fiéis pelas ruas centrais de Belém, neste domingo (9). A maior festa de fé do povo paraense, em celebração à Maria, mãe de Jesus, voltou a quebrar todos os recordes: de público, de devoção, de fé, de amor à Virgem de Nazaré, de adesão a uma religiosidade que, se está pouco aparente no dia a dia de cada um, por motivos variados, no segundo domingo de outubro se espalha por esquinas, praças, por todos os cantos da capital paraense.
##RECOMENDA##O Círio que saiu da Catedral Metropolitana de Belém, no bairro da Cidade Velha, às 6h20, chegou à Basílica Santuário cinco horas depois, às 11h20. Mas ninguém contou a passagem dos segundos e minutos. O tempo flutuou no percurso da Berlinda tão bem ornamentada por Paulo Morelli.
Na Sé, ainda de madrugada, dom Alberto Taveira celebrou a missa que deu início à grande romaria, com a participação de 150 sacerdotes, além do bispo auxiliar de Belém, dom Irineu Roman. Dom Taveira destacou o Círio de 2016 como o da misericórdia, em razão do Jubileu da Misericórdia, celebrado pela Igreja Católica em 2016. “Criou-se uma onda de perdão e misericórdia no mundo. É o Círio da misericórdia, quando Deus nos dá uma nova condição para nos aproximarmos dele, para pedirmos perdão”, afirmou. “O Círio é um milagre porque Deus deu as forças para todos estarmos aqui”, acrescentou dom Alberto.
O papa Francisco também enviou mensagem aos paraenses. Pediu graças pela intercessão de Nossa Senhora de Nazaré. O pontífice também enviou sua bênção aos devotos.
A caminhada se estendeu por 3,6 quilômetros até a Basílica Santuário, em Nazaré. As primeiras homenagens à Virgem começaram no Ver-o-Peso, com a queima de fogos dos peixeiros e balanceiros. Foram 12 minutos emocionantes.
Mais adiante - após o atrelamento da corda na área da Estação das Docas -, a padroeira dos paraenses recebeu nova homenagem. Agora dos estivadores. O espetáculo pirotécnico durou 10 minutos. A homenagem do Sindicato dos Arrumadores teve 63 mil tiros de foguete.
A romaria seguiu pela avenida Presidente Vargas. No Banco do Brasil, a padroeira foi saudada com uma chuva de papel picado. O cantor católico Daividson Silva entoou cânticos marianos para louvar a Santinha.
Já na avenida Nazaré, próximo à rua Doutor Moraes, a caminho da Praça Santuário, repetiu-se a cena de anos anteriores: promesseiros cortaram a corda antes da hora. Grupos de romeiros se separaram e disputavam pedaços daquele que é o maior símbolo de sacrifício em nome de Maria.
O corte diminuiu o ritmo da procissão. Mas os últimos quarteirões antes da Praça Santuário foram cumpridos rapidamente. Às 11h20 a berlinda com a Imagem Peregrina entrou na Praça Santuário. Os fiéis saudaram a Virgem, cuja imagem foi erguida por Dom Irineu Roman. Terminava mais um Círio. A fé de todo o povo paraense, no entanto, segue viva até outubro que vem.